sexta-feira, 28 de junho de 2024

DEUS USA AS CRIANÇAS COMO ELAS SÃO

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Além do Salmo 14.2 e Romanos 3. 23-26, que fala muito claramente sobre a realidade do pecado ter infectado toda a raça humana desde seu nascimento, ainda vemos na Bíblia histórias que nos fazem compreender que crianças também podem, não só ter influência de condutas más,  mas até mesmo serem possessas de espíritos malignos. Um dos exemplos acerca dessa verdade encontra-se em Mc 9.17-21.

Segundo Spurgeon, o problema por trás da ideia de que as crianças não suportam ouvir toda a verdade revelada na Bíblia é fundamentada na ignorância que muitos cristãos têm a respeito do quanto as crianças são capazes de entender o que lhe falamos , e, também é motivada pelo fato de acharem que as crianças são cem por cento puras, isto é, não têm pecado, de modo que não precisam das verdades do Evangelho, e, desse modo, expos--lhes as doutrinas cristãs em sua totalidade só vai confundi-las ou assustá-las

Precisamos entender que, apesar de ser criança, ser ingênua, pura,  ao nascer, ela já traz consigo a semente do pecado.

O escritor Dan Brewster, chamou a atenção de seus leitores para o fato de que  “Os bebês e as crianças não são só consumidores ou futuros adultos, ao contrário, eles foram concebidos para louvar a Deus e sua glória e receberam este mandamento. Essa afirmação foi fundamentada na reflexão do autor sobre a passagem do Salmo 8.2, que diz o seguinte"Dos lábios das crianças e dos recém-nascidos firmaste o teu nome como fortaleza, por causa dos teus adversários, para silenciar o inimigo que busca vingança.(Brewster, 2015, p.39).

Tendo essa reflexão como premissa, as crianças e os adolescentes não devem ser relegados a segundo plano, mas eles precisam ser entendidos pelo que realmente são: pessoas reconhecidas por Deus como promotoras do perfeito louvor, e este louvor tem o poder de silenciar o Inimigo. Crianças não são pessoas sem valor, muito pelo contrário, elas sao armas poderosas nas mãos de Deus, e quanto mais novas estão livres dos preconceitos que alteram a visão dos adultos, mais cedo estarão abertas a aprenderem o temor do Senhor e se encherem da Sua glória.

Samuel era apenas uma criança quando o Senhor falou com ele. E, apesar de o menino não ter entendido nada do que estava acontecendo, achando que foi Eli quem o chamava, Deus via nele um potencial em suas mãos. A maioria dos pregadores costumam pontuar a inocência de Samuel em não entender quem lhe falava, porém se esquecem que o experiente profeta que o criava percebeu que era Deus quem chamava o menino na terceira vez que o garoto veio procurá-lo, achando que ele o chamara. É exatamente isso que Spurgeon aponta ao tentar nos convencer que tanto crianças como adultos podem não ter experiências com Deus ou não compreender o que Ele lhes diz pela Sua Palavra, porém, o Príncipe dos Pregadores evidencia que, nesse caso, só criticamos as crianças sob a desculpa de que não entendem nada, no entanto, o autor deixa claro que a não compreensão bíblica nada tem a ver com a idade, mas com o grau de compromisso com o Senhor e a revelação do Espírito Santo.

  O próprio Jesus mostrou o quanto valorizava as crianças, citando, provavelmente, esse salmo. Em Mt 21.16, após expulsar os comerciantes do templo, Jesus curou alguns coxos e cegos que se aproximaram dele e as crianças se puseram a gritar: “Hosana ao Filho de Davi!”. Isto deixou os sacerdotes do templo indignados pelo fato de Jesus estar dando vasão ao comportamento de simples crianças, e lhe perguntaram: “Você não está vendo o que estas crianças estão dizendo?”  E a resposta de Jesus foi a seguinte: “Sim. Vocês nunca leram: ‘dos lábios das crianças  e dos recém-nascidos suscitastes louvor?’ - (Mt 21.16). Em seguida, se retirou deles, sem falar mais nada.

Não houve adultos engrandecendo o Mestre naquele momento, apenas crianças. Jesus não ralhou com elas nem tampouco concordou com a crítica dos sacerdotes, nem fez observações sobre serem novas demais para falar de coisas sérias, mas aprovou o comportamento delas, salientando o que a Palavra de Deus dizia sobre os pequeninos, isto é, o louvor perfeito provém da boca deles, então deveriam louvá-lo, ao invés de serem silenciadas.

Dan Brewster, comentando sobre a passagem de Jo 3.3, na qual Jesus afirmou que “Ninguém pode ver o Reino de Deus se não se fizer como uma criança”, argumenta que, embora esse texto seja bem conhecido e citado com frequência, nós não temos sido capazes de compreender o conceito de ser criança, bem como do que é a infância. Com essa afirmação de Jesus, Brewster procura mostrar que no texto supracitado não há menosprezo de Jesus pelas crianças, antes, Ele ordena que os adultos se tornem tais como elas, isto é, que comecem sua vida tudo de novo, afirmação essa contrária a  menosprezar os pequenos.

A criança está aberta a receber o ensinamento

Nesse ponto, Spurgeon acrescenta que as crianças, além de necessitar do conhecimento do Evangelho, precisa recebê-lo sem rodeios, nem minimizados, mas de modo integral, de modo que devemos lhes transmitir as verdades bíblicas de  modo simples, mas sem negar-lhes essa ou aquela doutrina, sob o pretexto de não serem adequadas para elas.

 O Charles Spurgeon, critica alguns professores de Escola Dominical que evitam falar às crianças sobre alguns textos bíblicos ou doutrinas, achando que não estão preparadas para ouvi-las, ao que conclui dizendo que não há qualquer doutrina da Bíblia que a criança não seja capaz de compreender, visto que “tudo o que Deus revelou deve ser pregado”, até para os pequeninos.

Entender a criança como o futuro da Igreja é condená-la a viver mais tempo em pecado e sem o conhecimento de Deus e da salvação de suas almas. A Bíblia ensina a ensinar a criança desde a infância, e não esperar que ela cresça para lhe comunicar as verdades divinas (Pv. 22.6) 

As crianças estão em nosso templo hoje, para serem evangelizadas hoje, serem transformadas por Cristo hoje e serem uma bênção para o Reino de Deus hoje. Deus não esperou Samuel crescer para entender mais a seu respeito, ele falou com o menino, embora o pequeno ficasse confuso sobre quem lhe falava, o Senhor insistiu em lhe falar até que, na prática, e sob orientação do experiente sacerdote Eli, Samuel aprendeu a reconhecer a voz divina e foi grandemente usado nas mãos do Todo-Poderoso. Sem deixar de  pontuar que a primeira mensagem que Deus entregou a Samuel para ele repassar a Eli foi ‘água com açúcar’, mas um recado tão pesado sobre um assunto tão delicado que Samuel ficou sem saber o que fazer com aquela revelação,  se compartilhava ou não com o idoso Eli - 1 Sm 3.15.

Deus não menospreza a capacidade intelectual e social de uma criança, então quem somos para achar que elas não podem ser vasos de bênção na casa de Deus?

 Observação: Clique aqui para saber mais sobre a capacidade da criança de entender a Palavra de Deus

Para saber sobre a criança e sua condição de pecador, clique aqui.


Com amor,

Leila Castanha

06/2024

 

BIBLIOGRAFIA

BÍBLIA - NVI

BREWSTER, Dan. A criança, a igreja e a missão. Viçosa, MG: Ultimato, 2015

SPURGEON, Charles. Pescadores de crianças: orientação prática para falar de Jesus às crianças. São Paulo: Shedd Publicações, 2004

      

 

     

 

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