sexta-feira, 28 de junho de 2024

A IGREJA E AS MÍDIAS SOCIAIS


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1. Objetivo da Igreja

Evangelizar e comunicar o Evangelho de forma eficiente: As mídias sociais servem para levar mais longe o “Ide” de Cristo - Mc 16.15 -, através delas evangelizamos a todas a pessoas: cristãos, não cristãos e desviados. Hoje pessoas do mundo inteiro, em qualquer lugar do planeta,  podem ouvir o Evangelho por meio das mídias sociais: Instagram, facebook, youtube, etc.

Despertar a atenção dos fiéis e alcançar mais pessoas: Embora muitos cristãos se beneficiam em assistir cultos ou ver as programações dos ministérios através da mídias sociais, há outros públicos que também as acessam, como não cristãos e desviados do Evangelho. É importante ter cuidado para não ofender as pessoas só porque não fazem parte do seu círculo de fé e crença.  O objetivo da mídias sociais na igreja é atrair o maior número possível de pessoas para  Reino de Deus.

2. Comunicação eficiente

A comunicação deve ser compreendida pelo público: Quando falamos a um público tão distinto, simplicidade e objetividade é tudo. Toda postagem deve ser um meio de interagir com o público, de modo que ele se sinta incluído e representado, para tanto se faz necessário comunicar as verdade bíblicas de modo que todos entendam: pessoas letradas ou até os que nunca frequentaram a escola. O Evangelho de Jesus é simples e deve ser pregado de forma simples, se quisermos alcançar todas as pessoas que nos assistem ou que visitam nossas páginas sociais.

Utilização de linguagem acessível à relidade dos ouvintes: O modo de comunicar as verdades bíblicas, além de abarcar a realidade do público-alvo, deve ser específica, visto que a comunicação difere entre adultos e crianças e também entre os jovens. Todo o trabalho deve ser voltado, em todos os sentidos, para o público a quem se pretende alcançar, e a linguagem deve ser adequada para ser compreendida e não causar enfado no público ministrado.

A prática do Evangelho deve resultar em transformação de vida e comunhão: Apesar da adequação da linguagem, a mensagem do Evangelho não deve ser deturpada, no entanto, também não pode ser utilizada para defender práticas preconceituosas ou promover comportamentos separatistas. A mensagem pregada deve resultar em transformação de vidas e comunhão entre os membros, além de soar ao público em geral como um convite de acolhimento, não de afronta. Deus ama a todas as suas criaturas, e a Igreja deve transmitir essa verdade, por meio de seus ministérios e das pregações, pois Jesus disse que devemos amar ao próximo como a nós mesmos - Mt 22.37.

3. Exemplo de Jesus

Jesus é visto como um grande comunicador, que transmitiu sua mensagem com clareza e eficiência: Falar para as pessoas compreenderem é um meio de respeitá-las. Jesus fazia isso ao utilizar as parábolas ao pregar para as pessoas, pois através delas ele fazia comparações com as coisas comuns do dia a dia para que, por meio do que as pessoas conheciam eles comunicsse as verdades do Evangelho. Nós precisamos programar conteúdos que façam sentido para as pessoas que seguem  nossas mídias sociais. Contéudos que comuniquem de forma eficaz com a realidade que conhecem e, que, ao mesmo tempo transmitam algo que responda às suas necessidades. 

Seu impacto inspirou os apóstolos e a Igreja Primitiva, cuja mensagem continua a alcançar o mundo: tanto as mensagens de Jesus, quanto as pregadas pelos apóstolos, foram impactantes porque dialogavam com a realidade e necessidades das pessoas. As mídias sociais podem estabelecer a conexão entre o povo e os trabalhos relevantes realizados pelo ministério, e estes precisam ser desafiadores e atuais. 

4. Uso das mídia sociais

As pessoas buscam conteúdo simples e objetivo nas mídias sociais: Não adianta encher o Instagram ou qualquer outra mídia social de conteúdos porque as pessoa dificilmente irão parar para olhar. O que dá mais resultado são conteúdos breves e significativos, ou seja, simples e objetivos. A qualidade é mais relevante do que a quantidade. Recortes de mensagens com legendas (quando possível) são mais interessantes do que a pregação inteira. A legenda possibilita que as pessoas vejam a mensagem sem acessar o áudio, isso é bem interessante também, já que pode-se acessar o conteúdo mesmo quando a pessoa está em locais que não é possível ligar o som.

Mídias sociais devem oferecer conteúdos resumidos que chamem a atenção da Igreja: além de curtos, os conteúdos devem ser chamativos para instigar as pessoas a visualizá-lo e compartilhá-lo. Por isso devem ser bem escolhidos, e não apenas postados de qualquer maneira. Palavras-chave também ajudam muito na hora da pesquisa, aumentando a chance das pessoas serem direcionadas aos nossos conteúdos. Essas palavras (hashtags) precisam ser bem elaboras, termos simples e objetivos.

Utilização de textos, imagens e vídeos para transmitir a mensagem: É importante que haja pessoas responsáveis pela mídia na igreja para que não se coloque qualquer tipo de conteúdo. Vídeos com muito ruído, textos mal escritos, e mensagens ofensivas, por exemplo, não devem ser postados porque elas serão o cartão postal da igreja, ou seja, as mídias sociais levam a igreja para fora do templo, e é através dos conteúdos postados que as pessoas irão formar um conceito sobre o ministério.  O grupo do ministério da mídia deve selecionar somente o que servir de edificação e que glorifique a Deus - 1  co 1.26; 10.31.

5. Plano de comunicação

Definir visão, valores, princípios e objetivos do ministério: Sendo a mídia um meio de divulgar o trabalho da igreja (ela é ferramenta de marketing) é importante que  as pessoas consigam identificar qual é a visão, os princípios e os objetivos do ministério. Isso facilitará que o público a entender se identifica ou não com os ideais daquela igreja. Saber a regra de fé da igreja também é algo bem interessante, visto que ela resume quem somos. Uma palavra rápida, de um ou dois minutos, ministrada pelo pastor dirigente também é importante, visto que ele é o anjo de Deus à Igreja cuja função é cuidar, orientar e sustentar os fiéis em sua carreira cristã.

Trabalhar junto com os líderes para criar conteúdos que agreguem valor e definam a direção do ministério: O ministério de mídia precisa trabalhar em colaboração com os demais ministérios, uma vez que a função dos obreiros de mídia é propagar os trabalhos realizados na igreja e que foram idealizados e/ou conduzidos pela liderança.

6. Identificação do público-alvo

Comunicar-se de forma adequada para cada público-alvo específico: As pessoas se sentem bem onde se sentem confortáveis, assim o modo como a mensagem é direcionada às pessoas é fator importante se elas voltarão ou não àquela igreja. Nem todo mundo gosta de ser fotografado ou filmado, e, ao invés de ajudar o ministério a crescer, isso pode afastar algumas pessoas. Conhecer o público que participará de forma direta ou indireta desses trabalhos da igreja se faz necessário, tanto porque precisamos ter empatia, como também pelo fato de que a pessoa que se sentiu exposta pode recorrer a lei. A comunicação franca com as pessoas que participarão dos conteúdos filmados ou fotografados sobre as futuras postagem de sua imagem nas mídias sociais se faz necessaria, tanto para mostrar respeito ao direito do outro de querer ou não participar, como também para a igreja se resguardar de futuros processos judiciais.

Personalizar a mensagem para diferentes grupos: Em cultos voltados para jovens, é importante que haja programações e mensagem próprias para esse grupo. Da mesma maneira em eventos de palestras para mulheres, como o nome já diz, a mensagem deve ser direcionada a esse público. Seria incoerente publicar imagens, textos ou mensagens extraídos de um culto específico cujos conteúdos não estejam ligados ao seu propósito, exposto através do nome do trabalho ministerial.

7. Marketing e relacionamento

Gerenciar o relacionamento com o público-alvo, promovendo uma troca mútua: É importante haver, por parte da igreja, uma agenda na qual separe alguns momentos de esclarecimento sobre o uso das redes sociais. Também é de fundamental importância que os membros compartilhem e participem das postagens comentando ou curtindo os posts, pois isso fará com que o aplicativo utilizado para o compartilhamento dos trabalhos da igreja seja mais divulgado, resultando em mais vusualizações para a igreja, fazendo-a se tornar mais conhecida.

Planejar conteúdos a serem postados em datas específicas: Seria ideal ter várias pessoas trabalhando no ministério de mídia, tanto para divisão de tarefas, como para fazer rodízios. Para se postar os conteúdos, há todo um trabalho árduo com a preparação do material e, por esse motivo, facilitaria haver pessoas responsáveis por cada área que compõe a exposição dos trabalhos nas mídias utilizadas pela igreja.

8. Produção e conteúdo

Formar uma equipe com diferentes responsabilidades, como: fotografar, gravar vídeos, planejar temas, divulgar nas mídias e editar conteúdos:

Por outro lado, isso possibilitaria aos obreiros, nos dias em que não estão encarregados da mídia, cultuarem sem distrações e serem fortificados pela comunhão em adoração e pela ministração da Palavra. Divisão de funções facilita o trabalho e promove a colaboração.

Leis sobre o uso de mídias na Igreja

A constituição de 1988 - Segundo a constituição Federal, art.5º, inciso X, são invioláveis a intimidade, a vida privada honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. 

A LGPE - a sigla LGPE - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais - foi aprovada em agosto de 2018 e entrouem vigor em setembro de 2020. São regras que estabelecem diretrizes importantes e obrigatórias para a coleta, processamento e armazenamento de dados pessoais.

9. Linha editorial

Definir os assuntos a serem abordados, como agenda de eventos, estudos, programação dos ministérios e internos e registros de eventos anteriores:

Garantir que os conteúdos não sejam ofensivos ou agressivos: a igreja que tem seus trabalhos divulgados nas redes sociais, precisa ter cuidado com comportamentos e falas que possam ser interpretados como atitude preconceituosa ou separatista. As pessoas hoje são mais bem informadas, e fatos como esses podem gerar processo contra a igreja. Por isso, além da responsabilidade da igreja, se faz necessário que o obreiro de mídia seja idôneo, crítico e responsável, a fim de que tenha sabedoria na escolha do que irá ou não para a mídia social. `Por conta desses deslizes, comuns aparecerem em cultos ao vivo, é importante repensar essa prática, para que, ao invés de estar agregando em favor do ministério, pode estar denigrindo a imagem de toda a Igreja de Cristo ou daquela em particular.

10. Liderança e responsabilidade

Informar quais líderes e representantes aparecerão nas comunicações: É importante que a igreja entenda que é necessário que o pessoal da mídia transite pela igreja, para que isso não seja erroneamente interpretado como falta de reverência. Também é necessário o entendimento de que os obreiros da mídia precisam de espeço para melhor se posicionarem a fim de registrar o evento, então bancos, cadeiras e qualquer outra coisa ou pessoa que estejam no ângulo de ação deles devem ser colocados em outro lugar. Outra coisa importante é a conscientização dos líderes sobre o respeito a quem exerce esse ministério que, como qualquer outro, exige esforço e dedicação. A mídia precisa de materiais para a melhor execução de seu trabalho, e é preciso que o pastor e demais obreiros inclua o grupo de mídia no orçamento da igreja. É um ministério, não um passatempo.

Garantir que apenas membros comprometidos com a instituição transmitam as mensagens: Também não é possível que todos os líderes e ministérios sejam divulgados nas mídias sociais, mas somente os que estiverem prontos para “promover a edificação” das pessoas que veem os vídeos e as imagens e leem as postagens. É importante haver líderes representantes dos ministérios para que não fique um trabalho bagunçado. Esses líderes deverão saber qual é a sua função em relação aos conteúdos que prepararão para serem divulgados: uma palavra, fotos de trabalho em sua liderança, texto escrito, etc. Nem tudo pode ser divulgado, de modo que a seleção dos conteúdos deverá ser revisados, aprovados ou reprovados pelo grupo que compõe o ministério de mídia da igreja.

11. Críticas

Feedback do público contribui para o crescimento da intituição: É importante que o pessoal da mídia saiba ouvir as críticas sobre o seu trabalho. Críticas, nesse sentido, diz respeito à opiniões do público que consume o seu produto. Um olhar de fora pode ser benéfico para ajustes e melhoramento do trabalho. Procure ouvir o que as pessoas estão achando dos conteúdos e o modo como foram divulgados. Por outro lado, nem todo mundo sabe utilizar determinadas mídias sociais, cabendo ao minstério de mídia, bem como aos líderes que já tem familiaridade com elas, ensinar e incentivar o povo a acessar e participar das mídias sociais nas quais sua igreja está incluída.

Permite avaliar a prodtividade do trabalho realizado: O julgamento do povo é fundamental para que se tenha ideia de quanto o trabalho está sendo produtivo. O que o povo sente falta e o que não está dando muito certo. Como todo bom líder, o líder de ministério de mídia deve estar sempre apto a ouvir a fim de aperfeiçoar o seu trabalho que, embora, na maioria das igrejas, é um serviço voluntário, é, também, acima de tudo, para o Senhor, e ele não fica devendo nada a ninguém - leia Tg 1.19,20; Hb 6.10


Por Ivani Bezerra

Palestra ministrada na AD Viva em Cristo

Em 28/05/2024

2 comentários:

  1. Que profundo e educativo esse estudo. Compartilhei com a minha igreja.

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  2. Prezada Ane,
    Obrigada pelo seu comentário. Esse tema é, de fato, muito relevante para os nossos dias, e a contribuição da palestrante foi riquíssima, pois trouxe situações reais vivenciadas pelos obreiros do ministério de mídia e dicas para a melhoria do trabalho que, com certeza, servirá de norte para os que já trabalham nesse belo e árduo trabalho e também para os que desejam realizar esse importante ministério que está se tornando indispensável na divulgação do Evangelho e fazendo a Igreja levar seus cultos para fora do templo.

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