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sábado, 3 de agosto de 2013

A IMPORTÂNCIA DA GENEALOGIA DE JESUS


     O Livro de Mateus é o primeiro dos Evangelhos Sinóticos, embora alguns estudiosos da Bíblia acreditem que o Livro de Marcos foi escrito antes dele. O autor desse livro é o próprio Mateus, por isso recebeu o nome de “Evangelho Segundo São Mateus”, ou seja, “O Evangelho contado de acordo com Mateus”. Esse livro é o único do Novo Testamento escrito originalmente em hebraico.

     O livro de Mateus foi escrito aos judeus por cerca de 60 d.C. (depois de Cristo) e apresenta-lhes Jesus como  Rei . Ele enfatiza que Cristo era o Messias que viria para reinar sobre o seu povo (os judeus). Messias é a forma hebraica do nome Cristo que significa Ungido. 
Segundo a tradição judaica, aquele que fosse ungido por um sacerdote receberia autoridade para exercer o seu ofício, e, uma vez que os discípulos criam que Jesus era o Ungido de Deus que veio ao mundo a fim de realizar sua missão redentora e  levar o homem de volta a Deus, eles o chamavam de Cristo, que era o mesmo que dizer que reconheciam que Jesus tinha autoridade sobre eles. Para entendermos um pouco mais este vocábulo, leiamos Mc 8.27-29:

“E saiu Jesus e os seus discípulos para as aldeias de Cesareia de Filipe; e, no caminho, perguntou aos seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens que eu sou? E eles responderam: João Batista; e outros, Elias; mas outros, um dos profetas. E ele lhes disse: Mas vós que dizeis que eu sou? E, respondendo Pedro, lhe disse:  Tu és o Cristo.” (negrito meu)


Quando Pedro disse: “Tu és o Cristo”, ele estava dizendo a Jesus que reconhecia que ele era o Ungido de Deus (a pessoa a quem Deus deu autoridade), para trazer o reino de dele a Terra (Veja Mt 3.1,2).
 O povo de Israel esperava, segundo predissera as Escrituras, a chegada de um rei que o livraria da opressão romana, porém, muitos deles não criam que Jesus era esse Rei predito. Por isso, Mateus escreveu seu livro aos seus conterrâneos para provar-lhes que Jesus era, realmente, esse homem.

Os judeus sabiam que o Cristo (o Ungido de Deus) o qual esperavam para reinar sobre eles, viria da descendência de Abraão e de Davi, conforme dissera os profetas (Veja 2 Sm 7.12-16; Jr.23.5; Gn12.3). Então, Mateus achou por bem iniciar seu livro mostrando a origem de Jesus, ou seja, de onde ele descendia, e intitulou seu livro de “Livro da geração de Jesus CristoFilho de DaviFilho de Abraão.” (Mateus 1.1) – (itálico meu). Ou seja, Mateus escreveu seu livro com o intuito de chamar a atenção dos judeus para o fato de que Jesus era o Rei que havia de vir, porque, em primeiro lugar, ele pertencia a geração de Davi e de Abraão, exatamente a linhagem da qual as profecias diziam que o Cristo deveria vir.
A partir desta prova confirmada, Mateus começou a contar a história do nascimento de Jesus até a sua ascensão (sua subida ao céu), comparando cada etapa de sua vida com as profecias do Antigo Testamento. Inclusive, ele cita quarenta passagens do Velho Testamento na tentativa de ser o mais convincente possível. Quando ele conta, por exemplo, sobre o nascimento de Jesus, ele faz questão de comparar os fatos narrados por ele com a profecia de Isaías, a qual predisse que Jesus havia de nascer de uma virgem. Assim, após contar o que o anjo dissera a Maria, ele relata que ela era virgem, então, no capítulo 1. 22 e 23, ele escreve:

“Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Eis que a virgem conceberá e dará a luz a um filho, ele será chamado Emanuel, que quer dizer Deus conosco”. (negrito meu)


Leia esta profecia em Isaias 9.6 e compare com o versículo que lemos agora. Leia também (Mt 2.2; 2.5-6; 2.15; 2.17,18; 2.22,23) e veja como Mateus usou as Escrituras do Antigo Testamento para provar que tudo o que foi profetizado se cumpriu desde o nascimento de Jesus até o seu retorno ao céu. Só desse jeito ele poderia convencer os judeus de que Jesus era realmente o Rei que eles esperavam, porque os judeus se baseavam nas profecias. 
Mateus tinha um trabalho difícil para executar. Marcos, por exemplo, escreveu seu livro aos romanos, um povo que mal conhecia as Escrituras. Lucas escreveu aos gentios (ao povo não judeu), que nada sabiam acerca de Cristo e que há pouco haviam conhecido sua  história pela pregação dos apóstolos e demais discípulos. Para estes, bastava contar o que dissera os profetas e como isso havia se cumprido em Cristo. Mas, para Mateus era diferente. Ele estava contando a história de Jesus para um povo que conhecia muito bem as profecias e as Escrituras. Além do mais, muitos judeus duvidavam que Jesus fosse o Rei esperado, porque acreditavam que o Cristo viria fazendo uma revolução para liberta-los da opressão de Roma.  Por isso, não bastava apenas contar-lhes a história de Jesus nem dizer-lhes que as profecias falavam sobre ele, Mateus precisava provar-lhes isso. Então, ele começou seu trabalho, provando-lhes que Jesus era o Filho de Abraão e o Filho de Davi, isto é, que ele era, de fato, descendente destes dois homens.

Primeiro ele escreveu sobre o que trataria seu livro: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.” (1.1)
 Ao dizer “Filho de Abraão” e “Filho de Davi”, ele já inicia o assunto chamando a atenção dos judeus porque eles sabiam que o Messias (O Cristo) viria dessa linhagem.
Em seguida, para ser mais preciso e não deixar qualquer dúvida, ele resolveu escrever um por um os nomes dos antepassados de Cristo, começando por Abraão até chegar a ele, descrevendo sua árvore genealógica da seguinte maneira:


“Abraão gerou a Isaque; Isaque gerou a Jacó; Jacó gerou a Judá e seus irmãos (...); Matã gerou a Jacó; Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo”. (1.1- 15)

Em outras palavras, Mateus escreveu mais ou menos o seguinte:

“Livro da genealogia de Jesus Cristo, o qual comprova que Jesus é da linhagem de Davi e da linhagem de Abraão, conforme predisse as Profecias. Para comprovar o que estou dizendo, vou citar um por um os descendentes dele começando por Abraão: Abraão gerou a Isaque; Isaque gerou a Jacó (este é outro Jacó); Jacó gerou a José, o marido de Maria, a virgem da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo, isto é, o Ungido de Deus, de quem dizia as Profecias.”

Quando Mateus diz no início de sua narrativa que Jesus é o “Filho de Davi” e o “Filho de Abraão” (Leia o versículo 1),  Mateus não estava dizendo que Cristo foi gerado por Davi e por Abraão, no sentido biológico, mas, quanto a sua linhagem, isto é, ele pertencia a mesma linhagem de Davi e de Abraão.

Observamos, também, que apesar de todos nós termos duas linhagens, isto é, uma pela parte de pai e outra pela parte de mãe, Mateus escolheu apresentar a descendência de Cristo pela linhagem de José, seu pai adotivo.  Sabemos que o nascimento de Jesus foi um ato milagroso, pois ele era filho de Maria (uma humana) e do Espírito Santo (um Ser divino) e que José não era o pai biológico dele. O próprio Mateus conta isso (1.18,25). Todavia, tendo José se casado com Maria ele tornou-se legalmente o pai de Jesus, de maneira que os próprios judeus o reconheciam como tal (Leia Mt 13.53-55 e Lc 3.23).
Mateus não apresentou a descendência de Maria, que também era da linhagem de Davi, porque os judeus costumavam considerar os ancestrais pela linhagem paterna. Veja um exemplo de como apresentavam a genealogia de alguém, em 1 Cr 1.8, e observe que só  há menção de nomes de homens.  Lembre-se, também, que naquela época a mulher era valorizada apenas para a procriação, elas não podiam sequer falar em público e suas vidas reduziam-se a servir os seus pais, irmãos ou maridos.

Mateus até incluiu algumas mulheres na genealogia de Jesus, mas preferiu usar a árvore genealógica do pai para apresentar a linhagem de Cristo. Lucas também apresenta a genealogia de Jesus (Lc 3.23-38), porém, alguns eruditos da Bíblia, como o dr. Scofield, defende a tese de que em Lucas, a linhagem de Jesus é descrita pela arvore genealógica de Maria, todavia, apesar de tentador, não nos compete entrar nesse pormenor, apenas nos limitemos ao fato já comprovado de Mateus que apresenta a linhagem de Cristo pela linha paterna, para provar que Jesus era, por legitimidade, descendente de Abraão e de Davi, logo, ele se encaixava nas Profecias.
Outra preocupação de Mateus era enfatizar que Cristo era o Rei que os judeus esperavam, por isso ele usava muito a expressão “Reino dos Céus”, para fazê-los entender que Cristo não era um rei qualquer, mas que seu reino não era desse mundo, isto é, ele era o Rei do qual profetizara as Escrituras. Ele usou tanto esta expressão em seus escritos que alguns estudiosos da Bíblia apelidaram seu livro de “O Livro do Evangelho do Reino”. Leia Mt 4.23; 6.33; 9.35; 24.12. 

Mateus, que também é chamado de Levi (veja Mc 2.14; Lc 5.27), era um dos doze apóstolos de Cristo, conforme está escrito em Mt 10.3. A palavra “Apóstolo” significa “mensageiro ou enviado”, logo, os apóstolos de Jesus, dos quais Mateus fazia parte, eram homens enviados por Cristo para levar a mensagem do Evangelho. Lembre-se de que a palavra “Evangelho”, significa “Boas Novas, Boas Notícias ou Boas Mensagens”. E Mateus, em seu livro, anunciava essas Boas Noticias (o Evangelho) especialmente aos judeus, dizendo-lhes que Jesus é o Messias que eles esperavam e o Rei predito pelas profecias do Antigo Testamento. Não devemos nos esquecer de que os judeus eram conhecedores das Escrituras, por isso era indispensável que Mateus usasse todas as provas possíveis a fim de fazê-los compreender que Jesus era o Cristo.
Espero que agora você tenha compreendido como foi importante Mateus ter escrito sobre a genealogia de Jesus e citado tantas passagens do Antigo Testamento.
Leia este maravilhoso livro que foi dividido em vinte e oito capítulos e tente imaginar Mateus se esforçando para contar a história de Jesus aos judeus, seus conterrâneos, de forma convincente e sem perder nenhum detalhe descrito pelas profecias do Antigo Testamento.

 Boa Leitura e que o Espírito Santo fale ao teu coração.

Fique na doce paz de Cristo!

Leila Castanha

07/2013




domingo, 24 de fevereiro de 2013

UM POUCO DE HISTÓRIA SOBRE O NATAL



O vocábulo “natal” vem do latim “natalis” e significa “nascimento”. Portanto, quando celebramos o “natal de Jesus”, estamos comemorando o “nascimento” dele.
A primeira coisa que devemos compreender é que o dia 25 de dezembro nada tem a ver  com nascimento de Cristo, porque ninguém sabe ao certo a data em que ele nasceu. Na verdade, este dia marca o nascimento de Ninrode, que era filho de Cuxe, neto de Cão e bisneto de Noé (o da arca) - (Gn 10.8,9).
Esse homem foi o  responsável pela construção da cidade de Nínive, além de outras. (Veja gn 10.11,12). Segundo a história, Ninrode fazia aniversário no dia 25 de dezembro e nesse dia ele visitava uma árvore viva e nela depositava presentes. Com o passar do tempo, esse homem passou a ser considerado filho de Baal (o deus-sol). Então, “a virgem e o menino”, ou seja,  Semíramis e Tamuz  passaram a ser cultuadas. A partir daí, o costume de adorar “a virgem e o menino”, espalhou-se pelo mundo.  No Egito receberam o nome de Ísis e Osíris, na Ásia eram chamados Cibele e Deois e na Roma pagã, deram-lhes o nome de Fortuna e Júpiter.

Observação: Segundo a lenda, Samírames dizia que Tamuz foi gerado pelo espírito de Ninrode (que já havia falecido. 
Havia um culto celebrado pelos pagãos (pessoas que adoravam a outros deuses, e não adotaram a fé cristã), chamado “Sol Invicto”, que acontecia no solstício (momento em que o sol fica no lugar mais alto ou mais baixo sobre o horizonte), no qual comemoravam o nascimento do sol. Esse culto era cheio de orgias (depravações) e bebedeiras.
Como era difícil para a Igreja Católica manter os novos cristãos distantes destas festas que era tradição entre o povo, tiveram a ideia de também celebrar uma festa neste mesmo dia, e como o “Sol Invicto” tratava-se da comemoração do nascimento do Sol e  sendo Jesus chamado de “Sol da Justiça” (Ml 3.21) e também de “Luz do Mundo” (Jo 8.12), resolveram implantar para os cristãos o culto de natal, que é a celebração do nascimento de Cristo.
Assim, fica claro entender porque muitos pregadores e teólogos dizem que a comemoração do natal começou no paganismo e não no cristianismo.
Agora vamos conhecer como surgiu o Papai Noel:
No século IV (séc. 4), existiu um bispo de Myra, na Ásia, o qual era muito generoso e se chamava Nicolau. Dentre outras histórias, conta-se que um dia ele subiu no telhado de uma casa e jogou pela chaminé uma bolsa com moedas que  caiu nos chinelos das crianças, que  estavam secando na lareira. Os holandeses ao imigrarem para a América do Norte transformaram a pessoa de Nicolau em um personagem popular conhecido por Saint Claus. Anos mais tarde esse mesmo personagem que começou inspirado em Nicolau, também ficou popular na França onde recebeu o nome de Pére Nöel e no Brasil ficou sendo chamado de “Papai Noel”.
Veremos agora como surgiu o costume de trocar presentes no Natal:
Esta tradição cristã baseia-se na história do nascimento de Cristo, quando os magos do Oriente levaram para ele ouro, incenso e mirra, como presente.
Apesar disso, devemos entender que o fato dos magos presentearem o menino Jesus, não foi porque ele havia nascido, mas porque criam que ele seria o “rei dos judeus’”. Ou seja, eles não levaram presentes para o menino comum, mas para um futuro rei. (Leia Lucas 2.1,2  e observe que eles procuravam “Aquele que seria o rei dos judeus”).
Esta tradição de dar presentes à realeza e às pessoas muito importantes era muito comum,  também em Israel. Tanto que, a rainha de Sabá levou presentes à Salomão quando foi visitá-lo (1 Reis 10.13); O povo que ia à presença do rei Salomão também lhe traziam presentes (1 Reis 10.24,25); O rei Acã quando mandou pedir ajuda ao rei da Assíria, enviou-lhe presentes (2 Reis16.8); Naamã, capitão do exército da Síria, quando foi falar com o profeta Eliseu ofereceu a ele ricos presentes  (até os reis respeitavam os profetas. Leia 2 Reiss 5.15). OBS.: (A abreviatura de Reis é Rs, assim ficará, 1 Rs =1º Reis; 2 Rs = 2º Reis).
Segundo os historiadores,  não era costume da Igreja cristã  celebrar o nascimento de Cristo. Dizem que o costume, em geral, era celebrar a morte de pessoas importantes,não nascimentos.
As únicas narrativas bíblicas que falam de alguém comemorar o dia de seu nascimento, foi Herodes e Faraó (do tempo de José, do Egito), que nada tinham a ver com os cristãos.  (Leia sobre esse assunto em Gn 40.20 e Mc 6.21).
A pergunta agora é: Como surgiu a tradição da árvore de natal?”
Esse costume teve início quando um arcebispo da Alemanha, por nome Bonifácio, também denominado “apóstolo da Alemanha” em 731, foi da Inglaterra para a Alemanha  com o intuito de ensinar a fé cristã. Em dezembro, encontrou um grupo de pessoas prestes a sacrificar uma criança, num cepo de árvore (tronco de madeira onde degolavam os condenados),para oferecê-la a seu deus. Bonifácio, imediatamente salvou a criança e depois cortou uma árvore pequena e ofereceu ao grupo,  como símbolo de vida.
Em 1540, Martinho Lutero, que era padre, doutor em teologia e um reformador alemão, levou para a sua casa um pequeno pinheiro verde que ficou lá durante todo o inverno. À partir desse dia, começou a tradição do povo levar um pinheiro para dentro de suas casas, significando “A continuação da vida”.
Outra questão muito interessante diz respeito a tradição do presépio nas igrejas, por ocasião do natal.
Esse costume começou com São Francisco de Assis.O presépio foi colocado na igreja como símbolo de que Cristo veio para todos os povos. assim, a figura dos pastores do presépio simbolizam os judeus, enquanto que os magos representam os gentios.  (Só para constar, “gentios” é a denominação dada a todos os povos que não são judeus, isto é, não são nascidos em Israel).
Após esta explanação, espero que você já seja capaz de compreender o que significa o vocábulo “Natal’,  dizer o porquê desta tradição ser comemorada no dia 25 de dezembro, como surgiu a lenda do Papai Noel e também como começou o costume de trocar presentes no natal, além de poder explicar a alguém o motivo das pessoas colocarem árvores em suas casas pela ocasião do natal e o significado do presépio. Se quiser fazer um pequeno teste, pegue um papel e responda esta perguntas e caso tenha dúvida, é só conferir as respostas  relendo o texto.


Boa Sorte!

Um grande abraço,

Leila Castanha
02/2013

O NASCIMENTO DE JESUS FOI ASSIM...


imagem extraída de http://catequizandocomcristo.blogspot.com/


Jesus foi gerado do ventre de uma mulher chamada Maria e pelo Espírito Santo. Isso significa que ele não teve pai biológico terreno, assim, seu pai era o próprio Deus. Na época de sua gravidez sua mãe e José (pai adotivo de Jesus), moravam numa cidade chamada Nazaré, porém, as profecias diziam que Jesus nasceria em Belém da Judéia. Então, para cumprirem-se as profecias, ocorreu um fato curioso: Por ordem do imperador César Augusto, todos tinham que voltar às suas cidades de origem para se alistar a fim de participarem do recenseamento (a contagem do povo). Acontece que Maria chegou à Belém em tempo de dar a luz e como havia muita gente de fora hospedada naquela cidadezinha, não havia mais hospedarias e por causa de sua situação urgente (ela estava quase dando a luz), alguém permitiu que eles se instalassem numa estrebaria (lugar onde se guardava animais, geralmente gado e cavalos) ali o menino Jesus veio ao mundo.
Na época do nascimento de Jesus, o governo estava nas mãos do império romano, e o grego era a língua mundial para a comunicação entre os povos e utilizado na cultura, tendo além dela mais dois idiomas importantes, a saber:
1)      O hebraico: Era usado nos textos bíblico (o Antigo Testamento foi escrito nesta língua) e  também era falada no culto a Deus.
2)      O latim: Usada no comércio, nas armas e na justiça. Era a língua oficial de Roma (Os romanos falavam latim, hoje esta língua é considerada uma língua morta, embora existam vestígios dela em várias línguas atuais, inclusive no português).
3)      O grego: Era a língua mundial, preferida para a comunicação entre os povos e na cultura. 

Por serem estas línguas as mais importantes naquela época, quando Jesus foi crucificado, escreveram na cruz, uma  frase nestas três línguas, a qual dizia: “Este é o rei dos judeus”. Leia Lucas 23.38.
Além de Maria e José morarem em Nazaré eles também eram pobres. Sabemos disso por causa da oferta que levaram ao sacerdote. Após o resguardo (período de repouso após a mulher ganhar bebê), caso a criança fosse do sexo masculino, a mãe deveria apresenta-lo a Deus levando-lhe uma oferta, que deveria ser um cordeiro, uma pomba e uma rola, conforme o Senhor ordenara que se fizesse. Porém, nem todos tinham condições financeiras para adquirir estes animais e ofertá-los a Deus, então para estes, Ele determinou que bastasse levar duas rolas e esta foi exatamente a oferta que Maria e José levaram ao sacerdote. (Leia Lv 12.6,8 e Lc 2.22,24).
Quem deu o nome de Jesus foi o próprio Deus. Ele enviou um anjo para falar à Maria que ela esperava um filho gerado pelo Espírito Santo e  que deveria chama-lo por este nome. O nome Jesus é de origem grega e equivale ao nome “Josué” no hebraico, que significa “Salvador”. O nome Cristo, pelo qual também ele era chamado, vem do grego e é equivalente ao nome Messias no hebraico e significa “Ungido” (Veja Jo 1.41). Assim, concluímos que o nome “Jesus Cristo” significa “Salvador Ungido”, isto é, “Aquele que tem a autoridade para salvar” (Leia Mt 9.6) .Obs.: (Para melhor entender sobre o termo “ungido” leia o texto “Ainda existe o ofício de Profeta?”, pois nele fala sobre o propósito da  unção).
Enquanto estavam na estrebaria em Belém, os pastores foram visitar Jesus (Leia Lc 2.15,16). Jesus também foi visitado pelos magos do Oriente, que eram homens que estudavam as estrelas, por isso entenderam que Jesus nascera através do sinal de uma estrela (Leia Mt2.1,2).Embora a Bíblia conte que havia magos do Oriente que visitaram o menino Jesus, não há qualquer referência sobre quantos magos eram, nem se eram reis e também não diz quais eram os seus nomes. O fato de dizerem que eram três magos é devido ao numero de presentes que deram: ouro, incenso e mirra. Imagina-se que seus nomes eram Melquior, Baltazar e Gaspar, contudo,  embora haja possibilidade de ser, não tem confirmação bíblica. Se eram reis a Bíblia não diz, mas com certeza eram homens ilustres por alguns motivos que veremos a seguir:
A)Tiveram acesso ao rei Herodes, coisa que uma pessoa comum não conseguiria;
B)Traziam consigo uma comitiva, porque toda a cidade de Jerusalém se perturbou com a chegada deles;
C) O rei Herodes não gostou de saber que eles iam adorar o “Rei dos Judeus”, como eles disseram que fariam, no entanto, não ousou matá-los (se fossem pessoas comuns, certamente seu fim seria outro).
Outra coisa interessante de se analisar é que de acordo com Mt 2. 9-11, os magos não visitaram Jesus na estrebaria, mas ele já estava com sua mãe e José em sua casa, porque o texto diz que “Chegando na casa (não na estrebaria), viram Jesus e sua mãe”.
O motivo pelo qual Herodes queria matar Jesus era porque as profecias prediziam que em Belém da Judéia nasceria o  rei dos judeus, e Herodes era o atual rei, inclusive, já reinava há quarenta anos, então, sentiu seu trono ameaçado. Para evitar que isso se cumprisse, o rei Herodes ordenou que todas as crianças do sexo masculino, abaixo de dois anos, fossem mortas (mais ou menos a idade que Jesus teria). Leia esta história no capítulo 2 do livro de Mateus.
Este rei reinou de 39-4 A.C. Seu nome era Herodes Magno (Lc 1.5). Segundo a historia, esse rei era um monarca assassino. Mandou matar  Hircano, o avô de sua mulher; matou sua própria esposa Mariana, depois seus dois filhos, Alexandre e Aristarco e cinco dias antes de morrer, ordenou a morte de seu filho primogênito Antipater, além de cometer outros assassinatos. Seu neto , Herodes Agripa I era tão pagão como ele, por isso Deus o matou comido de bichos. (Leia Mt 2 e conheça esta história). O Herodes do tempo do nascimento de Jesus era o pai de Herodes Antipas, que degolou a cabeça de João Batista e era avô de Herodes Agripas I, que matou Tiago à espada.Estas histórias encontram-se em Mt 14 e At 12.
Creio que você já reparou pelo menos duas coisas sobre estes reis: que todos eram muito maus e eram chamados de Herodes. O motivo de serem chamados pelo mesmo nome é porque “Herodes”, assim como “César” e "Faraó", na verdade não eram nomes, mas títulos. Todos os reis da linhagem dos Herodes, recebia esse título antes do nome. Assim, temos “Herodes Agripa”,”Herodes Antipas”, “Herodes Arquelau”, “Herodes Magno” e assim sucessivamente. No caso dos césares, geralmente o título vinha depois do nome, assim havia o imperador “Júlio César”,  o imperador “Augusto César”, o imperador  "Tibério César”, o imperador “Cláudio César” etc. Havia também vários Faraós, como por exemplo,"Faraó Neco", "Faraó Hofra" e tantos outros.
Outra coisa muito importante sobre a família de Jesus, é que não era formada apenas por ele e a mãe, mas Maria casou-se com José e tiveram outros filhos. (Confira Mt 1.18; Lc 1.27 e Mt 12.46,47;  13.55).Inclusive o escritor do livro de Tiago, é  o irmão de Jesus por parte de sua mãe.
Em resumo, podemos dizer que, Jesus nasceu em Belém da Judéia, mas morava em Nazaré (por isso ele é chamado de nazareno). Veja alguns textos que provam isso: (Mt 2.23;Mc 1.9; Lc 2.39,51; Jo 1.4). Era filho de Maria, de onde herdou seu lado humano e foi concebido pelo Espírito santo, de onde proveio seu lado divino. Não era o único filho de Maria, mas teve vários irmãos. Seu nome “Jesus”, foi devido a seu ofício como Salvador e o nome “Cristo” foi por causa da sua Unção, ou seja, Deus lhe deu autoridade para perdoar os pecados ao representar todos os pecadores em sua morte na cruz.  Finalmente, resta-me  convidá-lo à ler os Evangelhos, que são os livros de Mateus, Marcos, Lucas e João, para você saber mais sobre a vida desse homem que andou na Terra com o único objetivo de nos salvar da condenação eterna.

Com carinho,
Em Cristo,
Leila Castanha
02/2013