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quarta-feira, 24 de abril de 2024

A HARMONIA ENTRE A BÍBLIA E O ESPÍRITO SANTO


https://jovensdefogo.comunidadejavenissi.org

TEXTO BÍBLICO: 2Tm 3:16

A Bíblia foi escrita por cerca de 40 homens, mas estes foram inspirados pelo Espírito Santo: em primeiro lugar, é importante que nos lembremos de que a Bíblia não é um livro qualquer, mas que ela foi inspirada pelo Espírito Santo, conforme podemos conferir nos textos de 2 Tm 3:16 e 2 Pe 1. 20,21

Quem é o Espírito Santo? De nada nos resolve saber que o Espírito Santo é o responsável pela inspiração da Bíblia, se não soubermos quem ele é. A primeira informação relevante é que ele é Deus : ele é eterno - Hb 9.14; Gl 6:8; Mc 3:29. ele é onipresente (está em todos os lugares ao mesmo tempo) - Sl 139:7-10, etc. Ele tem atributos divinos. mas veremos em outra aula. No mundo antigo havia muitas civilizações politeístas (que adoravam vários deuses), como é o caso do Egito, no qual cada cidade tinha o seu próprio deus, embora haviam deuses principais, como, por exemplo, Ramón, Ísis e Osíris, Rá, que eram divindades daquela nação. Cada um desses deuses tinham suas leis e seus próprios rituais.

No cristianismo, porém, não servimos a deuses, mas cremos que há um único Deus, como podemos ler em Is 44.6. No entanto, defendemos que há uma trindade (três seres distintos que agem em unidade), os quais são: o Pai, o Filho (Jesus) e o Espírito Santo. Apesar de serem seres distintos, eles trabalham juntos e recebem a adoração juntos, bem como seus propósitos e ações são realizados em comum acordo.

O Espírito Santo não é uma força ativa (como o vento, por exemplo), conforme defendem algumas crenças religiosas, mas que ele é, de fato, uma pessoa (possui características de pessoa: ele sente, ele age, ele pensa, sente ciúmes, etc.), coisas que não é possível a uma força ativa. A Bíblia afirma que ele faz parte dessa trindade, e não é uma manifestação de Deus, como alguns ensinam (ora ele se manifesta como um, ora como outro), pois vemos narrativas bíblicas que mostram os três seres agindo no mesmo espaço e no mesmo tempo. Nos textos a seguir, apenas alguns dentre muitos, veremos a presença desses três seres divinos agindo juntos ou sendo citados distintamente: Lc 3.21,22 (no batismo de Jesus,  aparecem os três seres); em Lc 4.1, o Espírito Santo conduziu Jesus ao deserto; Jo 17. 21-23 (Jesus ora para que aqueles que foram chamados à salvação, sejam um como ele e o Pai são um) - seria estranho, primeiramente, Jesus orar para si mesmo; depois, ele mesmo explicou o que quis dizer em Jo 10. 30, isto é, são um em unidade, do mesmo modo que a Bíblia diz que no casamento o casal se torna um - Gn 2.24. Em Jo 14.16-27 (O termo outro - no grego é ekeinos, que significa “outro do mesmo tipo", isto é, o Espírito Santo tem as mesmas qualidades de Jesus; 1 Pe 1.2 (Pedro cita os três seres divinos),  do mesmo modo acontece na bênção apostólica - 2 Co 13.13, etc.

 O Espírito Santo participou da criação e é eterno como o Pai e Jesus: Leia Gn 1.2; Jó 26.13; 33.4; Sl 104:29,30, etc.

Ele se manifestou no Antigo Testamento: Assim com Jesus agiu no Antigo Testamento, o Espírito Santo também agia, embora sua aparição era muito pontual, era esporádica (aparecia casualmente). Por exemplo: quando algum profeta precisava entregar uma mensagem divina, o Espírito Santo descia sobre o profeta, depois se retirava. Leia Nm 11.25; Nee 9.30; 1Sm 19:23; Ez 8:3; 11: 1-5. Ele também capacitava a pessoa para uma missão específica: Gn 41: 38-40; Ex 35:30-35.

Luciano Subirá, em sua pregação “O ministério do Espírito”, na internet, pontua que o Espírito Santo nunca foi o plano B de Jesus, mas, desde o princípio, ele já fazia parte do plano específico de Deus de vir ficar com a Igreja, conforme observamos nas palavras de Cristo em Lc 24.49: “Enviarei sobre vós a PROMESSA de meu Pai” - ele já havia sido prometido - Is 44:3; Ez 39:29; Zc 12:10; Joel 2. 28-32 - (veja o cumprimento dessa promessa em At 2. 14-21). Além disso, sua vinda era tão importante, que, segundo observa o pastor Luciano Subirá, em Jo 16.7-16, Jesus diz aos seus discípulos que “convém que eu vá, senão o Consolador não virá”. Atente-se para a palavra “convém”. Percebemos no decorrer da leitura desse texto que o Espírito Santo tinha uma obra específica para fazer: o Pai planejou o nosso resgate, Jesus veio cumprir o plano, pagando o preço pelo resgate (preço de sangue, coma sua morte) e o Espírito Santo veio convencer os homens da realização desse plano e de suas implicações para quem aceita e para quem não. Ele é MUITO IMPORTANTE, para o cumprimento do plano divino, por isso é necessário que a Igreja saiba quem é essa pessoa da divina trindade e quais são as suas funções. Dentre elas, o texto de Jo 16. 7-16, conforme já lemos acima, apresenta as seguintes:

1) Convencerá o mundo - de nada adiantaria pregarmos se as pessoas não pudessem ser convencidas. Esse é o papel do Espírito Santo: convencer das verdades registradas nas Escrituras.

2) Guiará - ele também é o guia, o orientador da Igreja. Sem ele, estaríamos sem rumo.

3) Falará do que ouviu - ele vem como um embaixador de Cristo, lembrar o que Jesus pregou quando andou na Terra;

3) Anunciará o que há de vir - ele vem para revelar os mistérios de Deus à Igreja;

4) Glorificará a Jesus (ele vem para nos direcionar a enaltecer Cristo, que se sacrificou pela Igreja).

A Bíblia não tem sentido espiritual se não houver a intervenção do Espírito Santo: A Bíblia é o meio principal que o Espírito Santo utiliza para convencer o homem a respeito das coisas espirituais. Sem ele a Bíblia não passa de um livro de histórias ou de um livro histórico. O apóstolo Paulo afirmou em 1Co 2.10-14 que “as coisas espirituais se discernem espiritualmente", de modo que só os espirituais conseguem entendê-las, visto que só o Espírito de Deus é que tem capacidade de nos revelar as verdades contidas nesse livro inspirado por ele.

O Espírito Santo nos ensina - Jo 14.26; Lc 4. 17-21 (Jesus leu o livro de Isaías que dizia sobre o Espírito Santo estar sobre ele), e em Mt 13.54-56, os escribas (conhecedores das Escrituras) se maravilhavam da sabedoria dele por ser ele filho de carpinteiro) - o Espírito estava sobre ele, e uma de suas funções é ensinar. mesmo aconteceu com Pedro, após ser cheio do Espírito Santo (At 4.8-13). A Bíblia é o nosso guia de fé e de prática, logo, é nela que nos orientamos e é dela que aprendemos os valores cristãos. E o nosso professor, aquele que nos explica o funcionamento dessas práticas é o Espírito Santo, com ele temos conhecimento de tudo - 1Jo 2. 27.

O Espírito Santo nos lembra:   É por isso que não precisamos ter medo de evangelizar, pois o Evangelho diz respeito às boas novas que Jesus pregou e uma das funções do Espírito Santo é nos lembrar o que Cristo falou - Jo 14. 26. Todavia, é importante observar que ninguém pode lembrar a outra pessoa o que ela não conhece. O Espírito Santo só pode nos lembrar o que conhecemos  e à medida que conhecemos (se conhecemos pouco o Evangelho , ele te lembrará desse pouco, se conhecemos muito, ele nos lembrará muito).

Ele revela: Além de lembrar, ele também revela, isto é, compartilha com você o que você não sabe, mas que é necessário para a obra que ele pretende realizar em alguém ou em você mesmo. Ele revelou a José - Gn 40.1-19, a Daniel - Dn 2.27,28, dentre outros. No Novo Testamento, temos a revelação de João (Apocalipse), dentre outras.

O Espírito Santo habita em nós: No tempo do Antigo Testamento, isto é, antes de Jesus vir morrer para nossa redenção, o Espírito Santo se manifestava quando era muito necessário, depois se retirava. Quando Jesus andou na Terra, Jesus estava com os discípulos, não tendo ainda a necessidade do Espírito Santo se manifestar, embora, como Cristo tinha seu lado humano também, o Espírito se apossou dele para ajudá-lo a realizar sua missão. No entanto, quando Jesus voltou para o céu, tendo cumprido sua obra na Terra, o Espírito Santo foi enviado, não mais para ficar COM os discípulos de Jesus, mas para estar NELES. Leia 1Co 3. 16 - por isso, quando pecamos, estamos profanando o templo do Espírito Santo - 1Co 6. 18,19.

Resumindo: sem o Espírito Santo conosco, ficaríamos sem rumo, não entenderíamos as Sagradas Escrituras, não teríamos poder para pregar a Palavra de Deus, nem haveria convencimento do pecado, da justiça nem do juízo divino, além do mais, não teríamos esse ser divino habitando em nós e nos ajudando nas nossas fraquezas - leia Rm 8: 26. Viu como esse ser, que faz parte da Trindade e que também é Deus,  é INDISPENSÁVEL para a Igreja da qual fazemos parte?  

Espero tê-lo ajudado a conhecer, pelo menos, um pouquinho da importância do Espírito Santo para a compreensão, a divulgação e a eficácia da Palavra de Deus em nossa vida.

No amor de Cristo,

Leila Castanha

21/04/2024


BIBLIGRAFIA:

Bíblia, versão NVI (com exceção de Jo 14. 16-27 - ARA; Nee 9. 30 - ACF; Jo 16: 7-16 - NBV)

Luciano Subirá, pregação "O ministério do Espírito Santo", youtube

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

AVIVAMENTO: COMO ACONTECE

 
Imagem extraída de https://miro.medium.com/max/3200/1*Y_3bzds3U5T31EUKmxn-1A.jpeg

De acordo com J.I.Parcker, um reavivamento anima ou reanima as igrejas cristãs, para que exerçam um impacto espritual e moral sobre as comunidades. Conforme a leitura  de Atos 2.41-47, num reavivamento deve haver:

a) Um impressionante senso da presença de Deus e da verdade do Evangelho.  No dia de Pentecostes, o povo ficou assustado com tamanha operação sem precedente. O carcereiro não queria saber de outra coisa a não ser o que devereria fazer para alcançar o perdão de seus pecados (herdar a vida eterna). Na Igreja Primitiva, a igreja caia na graça do povo devido aos milagres que se faziam em nome de Jesus e muitos se convertiam. Não podemos convencer ninguém falando de coisas que não conhecemos, assim também para pregarmos o Evangelho e vir um avivamento, devemos gozar da presença de Deus e praticar o Evangelho.

John Owen, um puritano, considerado um dos três maiores teólogos reformado de todos os tempos, junto com Calvino e Jonathan Edwards, dizia que só prega bem um sermão para os outros quando também o prega para a sua própria alma. Se a Palavra não exercer poder em nós, nao conseguirá sair de nós com poder.

Os mestres puritanos entendiam a autoridade das Escrituras não apenas como Palavra de Deus, mas também como o poder de Deus, sob a forma de experiência pessoal, as quais eles reconheciam como instrumento de iluminação e  aplicação do Espírito Santo.

b) Um profundo arrependimento com a aceitação de Cristo, de coração (v. 43). O apóstolo Luiz Hermínio, em uma de suas pregações, afirmou uma  grande verdade: "Avivamento não é quando a gente sai da igreja feliz com o pregadodr, mas quando saimos triste conosco mesmo". Ou seja, há avivamento quando há confronto com o pecado e saímos envergonhados com os nossos atos pecaminosos, arrependidos e com o coração contrito.

O famoso sermão de Jonathan Edwards, "pecadores nas  mãos  de  um Deus irado", fez com que as pessoas se segurassem nos bancos com medo de cair no inferno, e nas casas podia-se ouvir o lamento de arrependimento do povo.

c) Testemunhos do  poder e da glória de Cristo, para promover a glória Dele (v.40). o apóstolo Luiz Hermínio relatou que nasceu em lar cristão e se preocupava muito em aumentar sua meta, procurando fazer mais para Deus. Após conhecer a Jesus ele percebeu que seu zelo religioso não tinha qualquer importância e procurou perseguir ao próprio Cristo a fim de encontrá-lo. Avivamento é precedido por humildade. Quando João Batista estava preparando o caminho para Jesus, uma das falas dele foi "convém que  ele cresça e eu diminua".Quando há esse sentimento no povo de Deus, pode ser um prelúdio de um avivamento às portas. O próprio Jesus alegava que o que Ele fazia fazia-o de acordo com o que o Pai lhe enviou a fazer, ou seja, ele obedecia. A Bíblia diz que Jesus despojou-se de si mesmo e rebaixou-se a semelhança de homem (Fp 2. 6-11). O apóstolo Paulo também disse que ele já não vivia, mas era Cristo quem vivia nele (Gl 2.20).

Avivamento só é possível com a nossa "morte", isto é, quando nos despojamos de nós mesmos e deixamos a glória de Deus brilhar em nós.

d) A alegria no Senhor, o amor ao  seu povo e o temor de pecar são evidentes (vv. 43, 44).  O salmo 51.10,11 observamos o desespero do salmista suplicando que Deus não retirasse o seu Espírito Santo de sua vida. Davi dizia (Sl 119.11) que escondeu a palavra de Deus no coração para não pecar contra ele. Em Ap 2. 1-5. Em relação ao amor,  Jesus apontou três coisas na igreja de Éfeso dizendo que Ele conhecia:

A) conheço tuas obras: a igreja não tolerava os homens maus (pessoas más), e nem os que usavam de engano;

B) conheço teu labor (trabalho): a igreja trabalhava arduamente;

C) conheço a  tua perseverança (paciência): a igreja sofreu por amor ao seu nome e não desfaleceu na fé. Não basta sofrer pelo nome de Jesus se no final perdermos o entusiasmo promovido pela fé. (hb 11.1)

No entanto, havia uma coisa na qual foi  reprovada, isto é, faltou o primeiro amor. Não faltou amor, pois de alguma maneira a igreja tinha amor, o que faltou foi o amor que sentiam nos primórdios da fé, o primeiro amor. Aquele que todo novo convertido possui, que nos impele a fazer o que for preciso para aprender de e com Cristo. Aquele amor que pensa nas pessoas sem Jesus padecendo na eternidade.  Sem o primeiro  amor corremos o risco de virarmos crentes programados: fazemos tudo o que tem que fazer porque conhecemos bem a cartilha do B-A-BA bíblico. Ou nos tornamos crentes apáticos, de modo que não nos importamos com nada nem com ninguém: se trabalhamos na obra está bom, se estamos parados melhor ainda; se alguém aceita Cristo nos cultos é ótimo, mas se não há manifestações de almas paciência. Perder o primeiro amor significa que temos que dar uma repaginada em nossa vida cristã para vermos onde ou quando perdemos esse ingrediente indispensável para a Igreja.

Neemias (8.10) anima o povo a se alegrar no Senhor, porque, disse ele: "A alegria do Senhor é a nossa força". No Salmo 100 o salmista dá uma lição de como louvar ao  Senhor, e dentre as demais coisas ele chama a atenção do povo  dizendo-lhes: "louvai ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cântico". Deus  gosta de servos alegres, porque em sua presença há abundancia de alegria (Sl 16.11)

Agora vamos falar um pouco sobre os puritanos.

Puritanismo: Foi um movimento religioso protestante, que começou na Inglaterra em  linhas mais reformistas, nos séculos 16 e 17. Esse movimento começou no século 14 com o pré-reformador, professor e teólogo John Wicliffe e os seus  seguidores, os lolardos, que exigiam a reforma da Igreja Católica, no século 14. Wicliffe trabalhou na primeira tradução da Bíblia para o inglês. Hoje, quando se fala em puritano vem a ideia de alguém quadrado, exagerado e extremamente tradicional. No entanto, os puritanos eram teólogos, intelectuais, pastores dos séculos XVI e XVII que davam primazia à Palavra de Deus e à oração, como meio de se obter a santidade. 

De acordo com Richard Baxter, que era um pastor puritano inglês, do século 17, os puritanos eram educadores da mente. O ponto de partida deles era que a mente precisava ser iluminada e instruída, antes que a fé e a obediência sejam possíveis. É dele a  frase "a ignorância é quase todo o erro". Ele visitava a casa de todos os crentes para lhes ensinar as Escrituras, e a igreja que liderava tinha cerca de 800 membros. 

Ronaldo Lidório, autor do livro "Vocacionados", disse em outras palavras essas verdades acima ao afirmar que "o ministério não nos define, o que nos define é a nossa vida em Cristo". Ou seja, serviço e vivência pode não estar em harmonia. Eu posso  ser uma professora de Língua Portuguesa, mas não utilizar as regras gramaticais corretamente no momento da escrita.

Para acontecer um avivamente, não basta conhecermos a Bíblia, mas vivê-la. Ela tem que fazer parte de nós. Devemos viver o Evangelho de  modo que não podemos nos desvencilhar dele em nenhum lugar ou momento. Quanto a isso, o Dr. Stephen Finemore, pastor batista na Inglaterra, em um de seus livros escreveu que devemos nos lembrar que somos igreja, não só aos domingos quando nos reunimos nos cultos, mas na escola, no trabalho, no hospital etc. Ele diz que vocação cristão não é ser pregador, pastor ou teólogo, mas é ser conselheiro, psicólogo, taxista etc.

O Dr. Finemore também chama a atenção para o erro de alguns pentecostais acharem que os dons principais são  os usados dentro da igreja. Em sua visão bíblica, ele defende que os crentes devem ser incentivados a trabalhar fora da igreja. Não como os jovens que ele citou como exemplo, que não aceitaram o trabalho para o qual foram comissionados porque para eles "não era espiritual". 

Os homens da história que foram responsáveis pelos grandes avivamentos, lutaram pelas causas sociais, como John Wesley, Finney, dentre outros. Carey foi um homem que Deus usou poderosamente para ajudar a  Índia, no  entanto, a igreja que ele abriu lá, em sua época não teve tanto sucesso quanto as obras sociais que ele ajudou a implatar. Ao morrer ele foi honrado, e outros missionários conseguiram levar a Palavra de Deus naquelas terras, porque o missionário Carey abriu as portas daquele país com seus trabalhos "seculares".

A Bíblia e exemplos de comissão dada por Deus ao seu povo:

José foi usado por Deus no  Egito para prover provisões em tempos difíceis e salvar o seu povo;

Moisés foi escalado por Deus para libertar o povo hebreu da escravidão;

Elias vivia confrontando os atos maléficos dos reis contra o povo;

Neemias foi separado para levantar os muros de Jerusalém a fim de fortificá-la;

Ester foi a peça-chave para livrar os judeus da extinção;

Davi agiu para livrar seus compatriotas da opressão dos filisteus que os aterrorizavam através de seu campeão Golias; 

A Igreja Primitiva se mobilizou pela causa dos pobre e necessitados da comunidade cristã.


Ficaremos por aqui, mas o meu desejo é que o Espírito Santo nos ilumine a fim de compreendermos que, como disse um determinado escritor, o alvo das missões é trazer as nações a glorificar a Deus. E como faremos isso? Mostrando-lhes que somos gente como eles e nos importando com as suas necessidades (todas elas, não apenas as espirituais), pois somos seres tríplice, possuimos corpo, alma e espírito. Bem explicou Tiago (2. 15-18), que de nada vale dizer "Deus  te abençoe" se não nos deixar ser os instrumentos para Deus abençoar o nosso próximo. Sobre esse assunto a Bíblia é vasta. Leia também Jo 13.34, 35; At 2.41-44; 4.32-37; 6.1-6; 11.27; Hb 10. 32-34; Gl 2.7-10; 1Co 16. 1-3; 2 Co 8.1-6; 9.1,2; 8.13-15, 18-23; Rm 15. 26,27.


Desejo que o Espírito Santo seja fecundo em sua vida.

Leila Castanha

AVIVAMENTO E SEUS ELEMENTOS

 

imagem extraída de Pinterest

O que é avivamento espiritual?

O nome já indica que é um acontecimento voltado ao âmbito espiritual. O avivamento é uma operação sobrenatural do Espírito Santo na Igreja para trazê-la  de volta à verdadeira comunhão com Deus (Is 59.2) - onde não há a presença de Deus há morte espiritual. Um avivamento anima ou reanima as igrejas cristãs, para que exerçam um impacto espiritual e moral sobre as comunidades.

Significado do nome "avivamento": Essa palavra é originada do hebraico e significa "preservar" ou "manter vivo".

Habacuque e seu pedido por avivamento: "Senhor, ouvi falar da tua fama; temo diante de teus atos, Senhor. Realiza de novo, em nossa época, as mesmas obras, faze-as conhecidas em nosso tempo; em tua ira, lembra-te da misericórdia". (Hc 3. 2) - NVI (nova versão internacional). Com base nesse versículo, observamos que "avivamento" é o ato de Deus "realizar de novo, em nossa época, as mesmas obras que fizera antes, e torna-las conhecidas", agora por meio da sua Igreja.

Para ocorrer o avivamento sempre haverá perdas: Ao lermos os capítulos 1 até o 3, percebemos que Deus profetiza castigo para o seu povo, no entanto, Habacuque não pede para  Ele retirar o castigo, mas que transforme essa situação em um avivamento, isto é, em um meio de realizar de novo as operações divinas que aconteciam quando Israel andava em obediência. Para isso, Habacuque sabia que a Lei de Deus deveria ser novamente trazida aos ouvidos e coração do povo, pois ele frisa que Deus é Santo (Hc 2. 20; 3. 3). Sem santidade, isto é, sem a separação das coisas que desonram a Deus, não há avivamento.

Israel perdeu sua liberdade, mas muitas vezes precisamos perder pessoas que não se adequam à santidade: Isso aconteceu quando o povo retornou à Judá, Esdras ensinou a lei de Deus repetidamente para que o Senhor voltasse para o meio do povo e também expulsou todas as mulheres que os israelitas trouxeram do exílio, porque com elas também vinham suas culturas pagãs (Leia Ne 13 e Es 10). No livro "O obreiro aprovado", da autoria de Richard Baxter, o autor conta a história de um pastor que foi a uma reunião e disse que resolveu ensinar a Bíblia a sua igreja, de modo que estava havendo o maior avivamento que ele já presenciou. Perguntaram-lhe quantas almas haviam sido salvas, e ele respondeu que nenhuma, pelo contrário, a igreja havia perdido quinhentas pessoas.

Ou seja, para haver um avivamento, muitas vezes Deus precisará separar o joio do trigo, pois todo avivamento legítimo é pautado na abnegação à Palavra de Deus.

4 principais elementos que não podem faltar para a promoção de um avivamento: oração, fé, Bíblia e  louvor, não necessariamente nessa ordem, pois todos esses requisitos se complementam.

1) oração:Gary Luther Royer, em seu livro "Vale a pena ser pobre", relata que um velho judeu disse essas palavras: "A oração é o momento em que a Terra e o Céu se beijam". Ou seja, não há momento mais íntimo entre o homem e Deus do que na oração. John Pipper fez uma analogia para explicar quanto perdemos por negligenciar a oração, dizendo que em nossos problemas diários agimos como um motorista de ônibus que tenta inultilmente tirar o veículo de um atoleiro, sendo que dentro do ônibus está o Clark Kent (Super homem).

Alguém disse que não podemos fazer nada sem Deus, no entanto, Deus não fará nada sem nós. Para haver um avivamento, precisamos depender de Deus, e a oração é um modo de mostrarmos a nossa depência dele, e quando nos rendemos a  Ele o seu poder opera em nós e através de nós.

Leia esses textos e veja como deve ser nossa oração (Tg 4.1-4; 1 Jo 3. 21-24).  cristão é chamado a viver uma vida de pleno contato com Deus por meio da oração.

Leia sobre a importância de orar: (devemos orar sempre) 1 Ts 5.17; (orar em todas as ocasiões) Ef 6. 18; (interceder pelos não crentes e pelos irmãos de fé) I Tm 2.1,2; Rm 15.30; (ter fé ao orar) Tg 5.  17,18; (Entregar nossas ansiedades a Ele) Fp 4.7; 1 Pe 5.7.


2) : Nada faz sentido se o cristão não tiver fé, isso fica bem claro em Hebreus 11.6: "Ora, sem fé é impossível agradar Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam" (NVI). 

Em Tito (1.1,2) Paulo afirma que escreveu para levar os crentes à e ao conhecimento da verdade. O apóstolo Paulo não estava preocupado com a teoria (conhecimento), mas sua carta foi para promover a fé (crença na teoria). Não pode haver avivamento se não cremos nas verdades da Palavra de Deus. E, se cremos, precisamos viver essas verdades, senão não passam de palavras. Essa fé não é apenas para nós, assim como o avivamento é um acontecimento coletivo. A fé dos homens que levaram o paralítico a Jesus fez com que o doente fosse curado (Mt 9.2).

Em 1 Jo 5. 4, o apóstolo João dá a receita para se vencer o mundo, isto é, por meio da nossa fé. Sem fé, não conseguimos agir. Paulo diz aos irmãos de Tessalônica (1Ts 1.3) que o trabalho que eles haviam realizado era resultado da fé que eles tinham. Não conseguimos praticar aquilo no qual não cremos, por isso o apóstolo aos gentios (Paulo) diz para usarmos o escudo da fé (Ef 6.16). Se cremos de fato em algo, apagamos toda a palavra contrária que vem para nos desanimar, pois a fé nos faz ver o impossível (Mc 9.23). Ao mesmo tempo, o galardão, isto é, a recompensa foi para os que levaram o paralítico, pois puderam ver a glória de Deus através da vida de outra pessoa (Jo 11.40). 

Nossa fé não pode ser baseada na sabedoria humano, isto é, não podemos olhar as coisas espirituais do mesmo modo que olhamos as materiais (1 Co 2.5; Gl 2.20). 


3) Bíblia: Buscar avivamento ou qualquer coisa de âmbito espiritual sem a Palavra de Deus é construir uma casa na areia. Em Mt 15. 28 vemos uma cena impossível acontecer porque os discípulos fizeram a distribuição da comida sob a autoridade da Palavra de  Jesus. O mesmo ocorreu no episódio da pesca maravilhosa, sob a Palavra do Senhor eles lançaram a rede, não obstante a experiência que tinham como pescadores, e o resultado foi maravilhoso (Lc 5.1-8). A mulher que sofria de fluxo de sangue também alcançou a cura pelo poder da palavra de Jesus: "Filha, a tua  fé te salvou; vá em paz e sê curada". Mas uma vez, a fé levou a mulher a agir indo atrás de Jesus, e debaixo da autoridade da palavra dele ela foi curada. 

É a Palavra de Deus que nos limpa (Jo 15. 3). Só alcançaremos o que queremos (no caso, um avivamento) se permanecermos em Jesus e a Sua Palavra permanecer em nós ( Jo 15. 7)


A operação divina às vezes leva tempo

Habacuque queria que o avivamento surgisse ainda em seus dias (seu tempo), mas sabemos que Deus tem os seus propósitos. Muitas vezes Deus age com o povo incrédulo como aquele ditado "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura", isso requer tempo  e paciência. O salmista confessou no Salmo 40 que esperou com paciência no Senhor. Daniel também teve que esperar, pois estava havendo uma batalha espiritual que impedia chegar a resposta a sua oração. Geralmente, o avivamento vem enquanto estamos "arrumando a casa".

Podemos pegar alguns exemplos mais perto do nosso tempo, como é o caso de John Wesley. Esse homem foi um dos maiores avivalista da Grã-Bretanha. Ele precisou lutar por muito tempo em favor das causas sociais enquanto pregava sobre avivamento. Finney pregava sobre a escravidão nos EUA e foi um dos maiores avivalistas em seu país. Uma coisa importante de se saber é que o avivamento traz mudanças não apenas espiritual, mas em todas as esferas sociais. 


4) Louvor: John Pipper afirmou em um dos seus livros que "a adoração é autêntica quando ela tem um fim em si mesma", ou seja, ela não é causada como meio de se chegar a outra coisa. Os sentimentos de adoração a Deus devem surgir pelo que Ele é, e não pelo que podemos alcançar por  meio dele.

John Pipper usa a seguinte analogia para explicar o que é um sentimento autêntico: ele diz que ao deparmo-nos com uma onça não pensamos com que propósito devemos sentir medo, o medo surge e pronto. Assim, disse ele, é a adoração autêntica. Não há um porquê adorarmos a Deus, esse sentimento faz parte de nós, e quando o fazemos ele é espontâneo.

Disse outro autor que, muitas vezes louvamos ao Senhor como um marido que dá um buquê de rosas à esposa, e quando ela agradece ele lhe responde: "Não foi nada. Só fiz a minha obrigação". É claro que todo esforço dele em agradá-la foi perdido.

Outro exemplo que achei interessante, não me recordo do nome onde li ou ouvi, foi o seguinte: o marido chega em casa e pergunta a esposa: "Tenho que te beijar?". Ao que a esposa responde: "Você deveria, mas não é obrigada". Agimos assim ao louvar a Deus, principalmente quando as coisas não vão bem. Fazemos por obrigação ou não fazemos  porque não nos sentimos dispostos. Como será que Deus se sente em relação ao nosso louvor?

Sobre adorar/louvar a Deus, leia esses belíssimos textos bíblicos: Sl 100; Hb 12.28, 29; Jo 1.20; 4. 24; Sl 2.11; 63.3,4; 29.2; Ap 4.11; At 17.24.


Que Deus nos desperte para um avivamento

No amor de Cristo,

Leila Castanha

O AVIVAMENTO E A SUA IMPORTÂNCIA PARA A IGREJA


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Avivamento vem da palavra avivar, que no hebraico significa “preservar, manter vivo”. A partir desse entendimento, compreendemos que avivamento é o meio pelo qual a Igreja é preservada,  se mantém viva. Mas essa é uma obra sobrenatural, realizada pelo Espírito Santo, e o Espírito Santo aviva a Igreja preservando os seus valores, mantendo vivos os seus princípios, os quais fazem ela ser Igreja, isto é, a diferencia do Mundo.

A necessidade de um avivamento na Igreja se dá quando ela começa a perder a forma de Igreja, ou seja, quando está em risco de pegar a forma (o formato), a aparência do Mundo. E quando isso acontece, a Igreja fica à beira da morte, por isso, avivamento é, também, o ato de manter vivo aquilo que está  ameaçado de morrer.

A Igreja morre quando ela para de agir, quando ela fica inerte em sua missão como Igreja, pois quando o Corpo de Cristo para de funcionar, organismos maléficos se aproveitam para sugar suas energias e matá-la. No entanto, Jesus afirmou que edificaria a sua Igreja e as portas do inferno não prevaleceriam contra ela. È exatamente por isso que o  Espírito Santo entra em ação quando a Igreja se encontra ameaçada. Em outras palavras, quando a Igreja, que é o Corpo de Cristo, isto é, por onde Cristo se manifesta ao mundo, fica inativa, significa que ela perdeu os valores do Reino, se esqueceu dos princípios elementares do cristianismo, cuja ordem de seu senhorio é “buscar o Reino de Deus em primeiro lugar”.  

Quando a Igreja está fazendo tudo, menos buscando o Reino de Deus, e entenda Reino como governo ou comando de Deus, significa que ela está se distanciando de sua missão, está inerte em sua chamada de anunciar esse Reino, esse governo, que, segundo Jesus, já está entre nós, e precisa ser expandido. Sempre que a Igreja fica estagnada, o Mundo age na tentativa de  tomar o seu lugar, visto que ela é uma ameaça ao seu governo (o mundo jaz – está fundamentado - no Maligno – 15.3,4)

É nesse momento que o Espírito Santo desperta os crentes  inertes, avivando-os, ou seja, levando-os a resgatar os valores perdidos para manterem-se vivos como Igreja. E como é que o Espírito Santo “provoca” a Igreja para retomar seus valores? Vejamos sua ação através das cartas às Igrejas da Ásia.

A)       Igreja de Éfeso (Ap 2.4,5): Essa igreja é uma igreja com todas as características para ser aprovada como fiel a Deus. No entanto, faltava-lhe uma coisa: o amor. Embora pareça que isso era pouco demais em vista da bela lista a respeito do que aqueles irmãos faziam e sofriam pelo Evangelho, na verdade, o que eles perderam era a essência do cristianismo. Jesus disse que o amor é o sentimento que cumpre todos os mandamentos, a lei e os profetas, isto é, tudo o que já foi dito ou é dito a respeito de Deus, de sua natureza e de suas verdades está baseada na vivência e na essência do amor. Ou seja, sem amor não há cristianismo.

Apesar de ser louvada pelos seus atos, pois Deus não se esquece das nossas obras (Hb 6.10), a igreja de Éfeso estava caída (leia o versículo 5). Para tornar a se levantar, ela deveria se arrepender (voltar atrás em suas atitudes e pensamentos)  e praticar  novamente as primeiras obras (buscar os valores e princípios perdidos, manter vivo o que os tornava Igreja). O mesmo se dá em relação à Igreja de Sardes (3.1,3).

 

B)       Igreja de Tiatira (Ap 2.18-25): nessa carta, há repreensão para algumas pessoas que se deixaram corromper por doutrinas estranhas, mas também há louvores para aqueles que permaneceram fiéis. No entanto, para estes, a advertência foi: “mas o que tendes, retende-o, até que eu venha”.

Então, para aqueles  que perderam os princípios e valores cristãos, a advertência era voltar à prática das  primeiras coisas, e os que ainda praticavam, preservar os valores elementares que os diferenciavam do mundo.

 

C)   Igreja de Laodicéia (Ap. 3.14-20): essa era uma situação diferente. A Igreja de Laodicéia cria que estava perfeita diante de Deus, e, na verdade, Jesus disse que ele estava fora dela. E qual é o caminho para reparar isso? A resposta foi: “lembra-te do que tens recebido e ouvido; guarda-o, e te arrependes”. Traduzindo: “mantenham vivos os valores e princípios que vocês receberam no princípio da fé,  preserve-os e voltem à praticá-los”.

Isso é avivamento: o apelo insistente do Espírito Santo, trabalhando na consciência e no coração do crente, levando-o de volta à prática dos valores e princípios adquiridos no princípio da sua conversão, para que a Igreja permaneça sendo Igreja. Afinal, se a Igreja parar de ser Igreja, então ela se torna mundo, todavia o apóstolo João garante que não há comunhão entre luz e trevas, e quem ama o mundo, disse ele,  o amor do Pai não está  nele.

A Igreja não vai morrer, porque foi  arquitetada e construída pelo própiro Jesus, porém devemos buscar por seu retorno às primícias do Evangelho,   buscando e aguardando um iminente e  poderoso avivamento para que não sejamos achados em falta em nossa missão de levar o Reino de Deus ao mundo, tirando milhares de vidas das mãos do cruel Adversário e levando-as ao verdadeiro amor  sob o senhorio de  Jesus Cristo.


Com amor, 
Em Cristo,
Leila Castanha


AVIVAMENTO NO LAR


https://lh3.googleusercontent.com/


Observação: para entender melhor o que é avivamento, clique no link a seguir, antes de ler este texto https://leilacast.blogspot.com/2020/07/o-avivamento-e-sua-importancia-para_6.html

 

Diferença entre casa e lar

Em uma de suas mensagens exibidas pela internet, o apóstolo Luiz Hermínio contou a  história de um garoto que participou de uma entrevista de uma rádio e no diálogo que se seguiu entre ele  e o radialista, este perguntou ao garoto onde ele morava. O menino respondeu que mudou para aquela região há pouco tempo, por isso estava morando em um hotel com a família, ao que o radialista lhe perguntou: “Então, você ainda não têm um lar?”. O menino, por sua vez, responde: “Senhor, nós temos um lar, simplesmente ainda não temos uma casa para colocar o nosso lar dentro”.

Dessa narrativa podemos extrair a realidade implícita nessas duas palavras: casa e lar.  Após ler alguns significados, definições e conceitos sobre ambos os termos, achei pertinente resumi-las da seguinte maneira:

Casa é uma construção física  erguida por meio de elementos concretos como cimento, tijolo, madeira etc, e serve como abrigo contra elementos externos, tais como sol: chuva, frio, calor, violência etc.

Lar é uma construção abstrata erguida por meio de valores e princípios que norteiam os seus membros, e serve como abrigo contra elementos internos, tais como: solidão, medo, rejeição etc.

Outra diferença bem cabível entre ambas é o fato de que  casa é feita de matéria morta (tijolo, cimento, palha, madeira etc.) , enquanto lar é construído de organismos vivos (pessoas, indivíduos).

Avivamento no lar: Uma vez que já foi explicitado o que é lar, cabe-nos agora relembrar o que é avivamento. Avivar, no hebraico, significa preservar, manter vivo. Daí vem a clareza da frase “Avivamento no lar”, como sendo a “preservação” e o “mantenimento da vida” no lar. No entanto, dessa afirmativa surge outra pergunta: como se preserva ou se mantém vivo o lar?”

Para responder a tal questionamento, devemos voltar ao significado do termo nesse contexto de família, e então observaremos que lar é a construção de valores e principios construído por pessoas que têm em comum um determinado lugar e nele se sente em segurança. Logo, faz-se claro que avivamento no lar, quer dizer, a preservação dos valores que fazem com que um espaço se torne um lugar de comunhão, e não apenas um lugar de habitação. Avivamento no lar é o ato de manter vivo tais valores e princípios que tornam nossa casa (habitação) um lar (um lugar habitável). Nem toda casa é um lugar habitável, e nem toda habitação é um lar.

 

Quais valores devem ser preservados ou mantidos vivos para a conservação do lar? Dentre os demais, colocarei três que, a meu ver, são essenciais à unidade e à preservação do lar. São eles:

A)          Unidade: Unidade é a qualidade de ser um. Em Gn 2. 24, 25, quando Deus criou o primeiro casal, a primeira regra que ele deu foi: “E serão ambos uma só carne”. Sendo exemplo para nós, Jesus reforçou essa ideia da unidade ao orar ao Pai sobre seus discípulos, dizendo: “que eles sejam um, assim como nós somos um” (Jo 17.21). Quando alguma coisa está errada na família, a primeira coisa que se perde é a unidade. Fica cada um por si, ignorando o outro. A Igreja Primitiva - lembremo-nos que a Igreja é comparada a uma família, era unida em tudo – tinham todas as coisas em comum (At 2. 44). 

 Para melhor exemplificar o que é ser um, usarei o exemplo citado pelo Pr. Juan Carlos Ortiz, em seu livro “O discípulo”, aliás, um livro que eu super indico. Ele diz que, como Igreja, devemos ser como um purê de batatas, de modo que nenhuma batata pode se erguer e dizer¨ “Ei, estou aqui!”, porque estão tão misturadas que não dá mais para identificar quem é quem.

Assim também deve ser no lar, seus membros devem ser como purês, de modo que, se mexer com um vai ferir os demais, bem como se ajudar ou elogiar a um, todos receberão o auxílio ou elogio. Se um cresce, todos crescem juntos, bem como se um se dá mal, todos  sentem a dor.

Dessa feita, em um verdadeiro lar não há espaço para competições ou invejas, pois a unidade pressupõe estarem juntos (misturados) em todas as circunstâncias e para todas as horas.

 

B)             Humildade:  não pode haver unidade onde há orgulho e prepotência. Enxergar-se igual ao próximo não é tarefa fácil para a pessoa arrogante, pois ela sempre se acha superior. Além disso, o soberbo é dado a competições e afrontas, de modo que não se conforma em repartir ou em deixar de ser o centro das atenções. A competição é evidente na vida do orgulhoso, embora ele não admita perder, competir para ele pressupõe ganhar sempre. Em Provérbios 11.2, a Bíblia diz que onde há orgulho, chega a desgraça. É por isso que Jesus disse que quem vier a ele deve aprender a ser humilde (Mt 11, 29).

 

C)          Sinceridade: acredito que quando alguém próximo a nós resolve mentir em relação a algo que fez ou deixou de fazer, é, dentre outros motivos, porque não se sente seguro quanto a nossa reação ante a verdade, ou seja, não confia plenamente em nós. Se assim for, as vezes, a mentira pode ser indiretamente causada por conta de nossas atitudes ou como essa pessoa as interpreta. É bem verdadeira a premissa de que “confiança se conquista”, e, creio, que mais com atitudes do que com palavras.

 De qualquer modo, a mentira desequilibra a unidade do lar, porque ela faz gerar desconfiança e com isso causa problemas na estrutura familiar (leia o que a Bíblia diz sobre a mentira:   Pv 6. 16, 17; 12. 22; Ef 4.25; Mt 5. 37; Ap 22. 15). Vemos nesses textos que Deus abomina a mentira e reprova o mentiroso.

 

Devemos entender que:

A)      O pecado traz consequências ruins para o lar: Em Gn 2. 25, a Bíblia frisa que ambos (o homem e a mulher) estavam nus e não se envergonhavam. No entanto, após entrar o pecado, a primeira coisa de que se envergonharam foi da sua nudez (da sua intimidade). Cada um passou a se ver individualmente como corpo separado, não como “uma só carne”, conforme era o plano de Deus (Gn 2.24). Agora Adão se via como homem, Eva se via como mulher (dois indivíduos se enxergavam distintos em sua estrutura externa) e o ímpeto foi esconder suas particularidades um do outro. Assim é quando deixamos o Inimigo semear o pecado em nosso relacionamento familiar, seja entre pais, filhos ou cônjuge, nossa individualidade sobrepuja nossa cumplicidade.

O Inimigo sempre semeou a ideia de superioridade nos atos de Deus em relação aos homens. À Eva ele desabafou que Deus não queria que o casal cohecesse o que Ele conhecia.  Ele sempre tentou fazer o homem ver  Deus como um ditador, que está sempre acima dos outros, com privilégios que não delega a ninguém. Satanás ainda hoje  usa essa mentalidade para afastar pais e filhos, dizendo a estes que seus pais querem manipulá-lo, coibi-los, sugar sua liberdade, sufocá-los. Que sua esposa quer ser melhor do que ele, porque ganha mais e isso o rebaixa como homem. Que o irmão tornou-se uma pessoa "metida" porque possui um carro do ano, e com certeza o menospreza e o considera um zero a esquerda.

A ideia do Maligno é  fazer o cônjuge, pais, filhos e irmãos perderem a unidade, competindo entre si, para depois, acusarem-se mutuamente, assim como aconteceu com o primeiro casal.  

Satanás tentou o orgulho de Eva, ao dar a ela a primazia na descoberta de ser como Deus, afinal ela foi subproduto de Adão (saiu dele), e claro, segundo sua artimanha, ela não acharia isso justo. E ele tenta dessa maneira até hoje, incitando o menos influente contra o de mais prestígio, o subalterno a desrepeitar a autoridade constituída, inclusive na família.

Eva deu ouvido ao conselho da serpente, desobedeceu a Deus, persuadiu o marido a fazer o mesmo, no entanto, embora parecesse que eles continuavam iguais, o pecado os mudou. Havia discórdia no lugar onde antes havia unidade. Era cada um tentando salvar a própria pele, quando antes eram ambos uma mesma carne (o que doía em um doía no outro).  Eram ainda marido e esposa, ainda ocupavam o mesmo espaço, tinham ainda uma aparência de duplicidade, mas na verdade, não se viam mais como antes. Ambos se envergonhavam do outro, perderam a intimidade, e agiam em causa própria.

 Assim é no nosso lar. Tal como aconteceu ao primeiro casal, a primeira coisa que o pecado (a desobediência às leis de Deus) causa no seio familiar é a quebra dos valores e princípios que fazem o lar ser um lar. E a unidade (o ser um) é essencial para que o lar seja mais do que uma casa, para que o lugar comum seja um lugar de comunhão, para que a habitação seja, de fato, um lugar habitável.

A perda do lar também acontece porque alguns, erroneamente, pressupõe que ter unidade é ser igual. A família não é uma grande máquina copiadora, mas é uma máquina reprodutora, isto é, todos somos gerados dela, mas não somos cópia de ninguém. Muitos desentendimentos no lar se dá porque um dos cônjuges ou os dois pretende transformar o parceiro em sua cópia, pais querem limitar os filhos a suas expectativas, filhos querem forçar os pais a olharem a vida com seus olhos, e assim por diante. A Bíblia é explícita em dizer que, embora devemos ser um, a nossa unidade não anula nossa individualidade, pois são as  peculiaridades de cada um que faz de nós quem somos, somos indivíduos, não seres massificados (leia 1 Co 12. 14, 18,24,25; 1 Pe 3.7; Gn 2.18).


No amor de Cristo,

Leila Castanha

09/07/2020


quinta-feira, 19 de junho de 2014

A FUNÇÃO DO ESPÍRITO SANTO


Desde o momento em que aceitamos a Jesus como nosso Senhor e Salvador o Espírito Santo passa a habitar em nós, por isso é de suma importância que conheçamos melhor este Ser que faz parte da divina trindade, que além dele é composta pelo Pai e pelo Filho (Jesus).
Paulo, em 1Co 3.16 e 6.19, diz que o Espírito Santo habita em nós. Embora sua presença no crente não o torne de imediato crente espiritual, sem ele não conseguimos produzir o fruto descrito em Gálatas 5.22 em diante. Os irmãos coríntios, segundo Paulo afirmou, haviam recebido o Espírito Santo, e, no entanto,  o apóstolo os chamou de crentes carnais.

QUEM É O ESPÍRITO SANTO?
De acordo com as palavras de Jesus, registradas em João 14.16, o Espírito Santo é o “outro Consolador”,  e fora enviado pelo próprio Cristo. O termo “outro”, no original grego é allos, e quer dizer “outro do mesmo tipo”. 
Heteros, outra forma grega de designar o pronome “outro”, difere-se de allos porque significa “outro de tipo diferente”. Isto significa que sendo allos e não heteros, o Espírito Santo é outro Consolador do mesmo tipo que Jesus
Sabemos que Cristo era uma pessoa, isto é, alguém que manifesta qualidades como intelecto, sentimentos e razão, ou, de acordo com a Enciclopédia Larousse Cultural, pessoa é “alguém que é capaz de gozar de direitos e de contrair obrigações”, coisas que uma força ativa, como o vento, por exemplo, não pode fazer.
O Espírito Santo é uma pessoa porque, segundo a Bíblia, encontramos qualidades de pessoas  nele, como se pode ver a seguir:
·        Ele convence (Jo 16.8; 1Co 6.19; 1Jo 2.1,27)
·        Leva o homem a Deus (Ef 2.16);
·          Fala (At 4.3); 
·         Impede (At 16.6);
·           Ensina (Jo 14.26; 1 Co 2.13;Observe  o texto de Lc 12.11,12);
·              Guia ( (Lc 4.1; At 8.29; 16.7);
·         Inspira (2Tm 3.16);
·        Intercede (Rm 8.26 ,27);
·        Justifica (1 Co 6.11);
·         Revela (Ef 3.5);
·        Entristece-se (Is 63.10; Ef 4.30)
PARACLETO: O termo Paracleto, conforme se vê no original grego, foi traduzido por Consolador. No grego, Paracleto significa “aquele que dá força" ou “aquele que encoraja”.
Esta é exatamente a função do Espírito Santo: Encorajar-nos, nos dar força, estar ao nosso lado para nos ajudar, a fim de vivermos de modo prático os ensinamentos de nosso Senhor Jesus Cristo.
O sentido do vocábulo Paracleto é também traduzido por advogado, conselheiro, consolador, fortalecedor, socorro, aliado e amigo. A mesma palavra (Paracleto) que foi usado em João 14.16, e traduzida por “Consolador”, também foi usada em 1 João 2.1 em relação a Jesus, sendo traduzida por “advogado”. O que indica ser ele uma Pessoa, não uma força ativa, como querem alguns.
Além disso, podemos entender o Espírito Santo como sendo uma pessoa porque, além das provas já mencionadas, e de acordo com estudantes do grego, o pronome aquele (no grego ekeinos) que foi atribuído a Ele em João 16.8,13 e 14, é usado para designar pessoas.

A  AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO
Observação: O Antigo Testamento era a época em que o testamento (O pacto ou o acordo) de Deus era válido, exclusivamente, para o povo de Israel. Os povos das demais nações (chamados de gentios) não faziam parte desse pacto.
Embora a pessoa do Espírito Santo não apareça muito na história do Antigo Testamento, vimos que desde a fundação do mundo Ele já estava presente: “O Espírito do Senhor pairava sobre a face das águas”. (Gn 1.2). Também observamos sua atuação na vida de algumas pessoas velho-testamentária (da época do Velho Testamento), em exemplos que veremos a seguir.
Apesar de ele estar presente naquela época, sua ação era esporádica (isto é, rara). Ele só agia raramente porque, embora pudesse habitar com os servos de Deus não estava neles, apenas apossava-se deles quando se fazia necessária a intervenção divina.
Assim, quando Deus designava alguém para executar uma missão especial, o Espírito Santo se apoderava daquela pessoa, pois desde o início sua função era dar força e encorajar os homens a fim de cumprirem as ordens de Deus com sucesso.
Assim como hoje, Ele condicionava a pessoa a cumprir seu ofício e executar a missão que Deus lhe confiara, todavia, após a execução do trabalho proposto pelo Senhor, o Espírito Santo se retirava do homem. Podemos observar isso nos exemplos a seguir:
 No momento da unção de Saul a rei de Israel, o Espírito do Senhor se apoderou dele a fim de capacitá-lo e fortalecê-lo para sua missão. Mais tarde, quando já era rei, ele precisava lutar pelo povo, e o mesmo Espírito se apoderou dele (1Sm 10.6; 11.5,6).
 A mesma coisa aconteceu com Sansão (Jz 13.25;14.6,19).Também com Gideão (Jz 6.34), e Bezaliel também teve essa experiência (Ex 35.30-35);
Davi bem sabia quanto era importante a presença desse Ser extraordinário, pois  ao ser ungido rei contou com a  possessão do Espírito Santo sobre ele, conforme nos indica o texto de 1Sm 16.13. Foi o Santo Espírito quem o condicionou a vencer, o até então, maior guerreiro de Israel (o rei Saul).
Dessa forma observamos que, embora não fosse algo constante, as poucas vezes em que o Espírito Santo agia através do ser humano era com o intuito de capacitá-lo, fortalecê-lo ou encorajá-lo a cumprir as determinações divinas.
Sabendo Davi que era o Espírito de Deus quem o fazia forte, certa vez ao confessar sua agonia por ter pecado contra Deus ele clamou ao Senhor angustiado: “Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e não retire de mim o teu Espírito Santo” (Sl 51. 11).
O apóstolo aos gentios (Paulo), também compreendia a importância vital que esse personagem tinha na vida dos cristãos, de maneira que advertiu os irmãos efésios (4.30): “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.”

O ESPÍRITO SANTO NA ÉPOCA DOS APÓSTOLOS
Nessa época, estando Jesus na Terra juntamente com eles, o Espírito Santo não se fazia necessário habitar neles, apenas estava com eles. Em João 14.17, na última parte do versículo lemos as palavras de Cristo: “... Mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.
Preste atenção: Habita (presente) e estará (futuro). Esta promessa (de o Espírito Santo estar nos discípulos) foi cumprida quando Jesus estava prestes a subir ao céu e comissionou seus discípulos enviando-lhes a continuar sua missão, e ao encerrar suas orientações, disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20.21,22). Agora, aquele Espírito que antes estava com eles, passou a estar neles.

A MISSÃO DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO HOMEM
 Em João 20.22, lemos que “Jesus soprou em seus discípulos e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”. O verbo “soprou” (no grego, emphusao) usado nesse texto é o mesmo verbo usado em Gn 2.7, onde diz que Deus soprou no nariz de Adão o fôlego de vida e o fez alma vivente. É também o mesmo verbo usado em Ezequiel 37.9: “Assopra sobre estes mortos para que vivam”.
O uso que João faz desse verbo indica que Jesus estava lhes dando o Espírito a fim de lhes produzir vida. Assim como soprou no homem lhe dando vida física, também soprou nos discípulos para lhes trazer vida espiritual.
Esta é a ação do Espírito Santo em nós, produzir vida espiritual, porque o homem natural não consegue por si mesmo produzir fruto digno de arrependimento, isto é obra do Espírito Santo, conforme Paulo afirma em Gálatas 22.5. 
O papel do  Espírito Santo hoje é nos dar força, visto que “Ele nos ajuda nas nossas fraquezas” (Rm 8.26). Também sua função abrange nos preparar e condicionar para o trabalho para o qual o Senhor  nos chamou, suprindo-nos com os dons que ele dá a cada um, e auxiliando-nos a manter a pureza (santidade) para viver em santificação, como noiva imaculada, aguardando o Noivo (Cristo) que um dia virá buscá-la (Leia 1 Co 12.4-11,27).
Que esse maravilhoso Ser que faz parte da divina Trindade possa ajudá-lo cada dia a aprofundar-se nas profundezas das riquezas de Cristo, escondidas nos recônditos de sua Palavra. 
Abra a sua Bíblia e comece a procurar por este maravilhoso tesouro escondido em suas páginas que o levará as mansões celestiais, junto a Cristo Jesus.

No amor de Cristo,
Leila Castanha
15/06/2013







domingo, 19 de maio de 2013

QUEM É O ESPÍRITO SANTO?





Desde o momento em que aceitamos a Jesus como nosso Salvador e Senhor o Espírito Santo passa a habitar em nós (Leia 1Co 3. 16; 6.19), por isso é de suma importância que conheçamos esta terceira Pessoa da Trindade.
É muito importante que saibamos também que a palavra Trindade não é encontrada na Bíblia, mas usamos esse termo do mesmo modo que alguém usa a sigla H2O ao invés de dizer água. Ou da mesma maneira que alguém diz que é homofóbico ao invés de dizer que não tolera homossexuais.  Assim, ao usarmos o termo “Trindade”, estamos nos relacionamos ao “Pai, Filho e Espírito Santo” de forma resumida, ao invés de dizermos “As três pessoas celestiais que agem em comum acordo”.
Para melhor entendermos isso vamos ao Livro de Gênesis 2.21-23, onde narra que da costela de Adão Deus fez Eva. No versículo 23 lemos: “Por isso deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher e será os dois uma só carne”.
Observe bem a figura de linguagem (uma só carne). Figura de linguagem é quando eu digo uma coisa de modo figurativo (simbólico). Por exemplo: Quando a Bíblia diz que Jesus é a porta, ela está usando uma figura de linguagem chamada metáfora. Como todo mundo sabe que a porta serve para dar acesso a algum lugar fica  fácil entender que a missão de Jesus é servir de acesso para o povo chegar à Deus.
Assim também é quando a Bíblia diz que o marido e a esposa viram uma só carne. É claro que a carne de um e do outro não se misturam, mas é como se o casal se misturasse e se tornasse uma só pessoa a partir do casamento. Para entendermos a linguagem conotativa (por meio de figuras) é só transformá-la em denotativa (falar exatamente aquilo que queremos dizer), então, ao fazermos isso a frase de gênesis ficaria assim:  “E serão os dois como se fossem uma só carne”. Não ficou mais claro agora?
Vou dar mais um exemplo sobre a unidade da trindade a fim de que entendamos o porquê utilizamos esse termo: Imagine uma grande empresa na qual a secretária executiva vá a uma reunião de negócios representá-la. Ao apresentar-se ela começa a falar com os demais executivos sobre as questões que irá tratar em nome de sua empresa, e inicia sua apresentação citando o nome de um por um dos funcionários de sua empresa, da área executiva até o mais baixo cargo.
Certamente, as pessoas que estivessem nessa reunião achariam que esta secretária é maluca. Imagine numa firma de 300 funcionários, como ela falaria o nome de cada um?
Para evitar esses problemas utilizamos o coletivo. Assim, ao invés de alguém dizer que atacado por  5.000 abelhas (pois seria muito difícil contá-las), a pessoa pode resumir sua história dizendo que foi atacada por um enxame de abelhas (isto é, muitas abelhas juntas). Ao invés de falar-se sobre um número X de ovelhas que um determinado pastor cuida, podemos chamar o ajuntamento desses animais de rebanho. Da mesma forma, ao invés de a secretária citar cada um componente do local o qual ela representa, é mais fácil ela dizer que está representando a  EMPRESA. Todos entenderão que ela está dizendo, de forma resumida, que representa a todos os funcionários que lá trabalham e seus respectivos donos.
Assim também é quando usamos o termo “Trindade”, estamos citando de forma resumida o “Pai, o Filho e Espírito Santo”.
Uma vez compreendido isto vamos para a próxima etapa: Quem ou o que é o Espírito Santo?
Algumas denominações religiosas dizem que o Espírito Santo é uma força ativa (uma força que age) da mesma forma que o vento, pois apesar de o vento ser uma força em ação  ele não é uma pessoa. Dizem que o vento quando sopra, ele pode, por exemplo, destelhar casas, quebrar árvores e criar enormes ciclones, mas nem por isso ele pode ser considerado uma pessoa, mas uma força ativa. Para estas pessoas que creem assim o mesmo acontece em relação ao Espírito Santo: Ele é uma força ativa proveniente de Deus. Age por comando de Deus, mas não é uma pessoa.
Porém, não é assim que a Bíblia mostra o Espírito Santo. Vejamos alguns exemplos:
Em João 14.16, quando Jesus estava preste a voltar para o céu, porque já havia completado sua missão na Terra, os discípulos ficaram tristes com a sua partida, então, após animá-los com palavras de esperança, ele lhes disse que pediria ao Pai para enviar o Espírito Santo para ficar com eles, dizendo-lhes:   “E eu rogarei ao Pai e ele vos dará OUTRO CONSOLADOR, a fim de que esteja para sempre convosco”.
O termo “outro” usado nesta passagem relacionado ao Espírito Santo, é no original grego “allos”, que quer dizer “outro do mesmo tipo”. Se no original, o termo “outro” fosse “heteros”, então o Espírito Santo seria “outro de tipo diferente”. Mas  sendo  “allos”, isso significa que sendo Jesus uma pessoa ele ia mandar para a Igreja “outro do mesmo tipo” que ele, ou seja, quem seria enviado para ficar conosco teria de ser uma pessoa também, e não uma força ativa.
Além disso, o Espírito Santo também é chamado de “Consolador”, que no original é “Paracleto”, termo que pode ser traduzido tanto por Consolador quanto por advogado (Compare Jo 14.16 e I Jo 2.1). Assim como Jesus utilizou o termo “Paracleto” (Consolador) para denominar o Espírito Santo, o próprio Jesus também foi chamado desta forma, conforme vimos nos textos citados acima.
Além disso, o Espírito Santo possui várias características que o definem como uma Pessoa (Pessoa é todo Ser dotado de razão e emoção), ou seja, alguém que pensa e tem sentimentos.  Segundo a enciclopédia Larousse Cultural, pessoa é “alguém capaz de gozar de direitos e contrair obrigação.”
Vejamos então, porque segundo a Bíblia, analisamos ser o Espírito Santo uma pessoa:
Em Jo 16.8,13e14, encontramos os pronomes ele e aquele (do grego ekeinos), expressão esta usada apenas para pessoas. Além de tudo que já foi falado, ainda observamos muitas outras evidências de que o Espírito Santo é de fato uma Pessoa, pois uma força ativa não seria capaz de executar tais ações, conforme veremos a seguir:
·         O Espírito Santo convence o homem- Leia Jo 16.8;1 Co 6.19;1Jo 2.27;
·         Dá acesso ao Pai- Ef. 2.16;
·         Dá ousadia em testemunhar- At.4.31;
·         Ele fala- At. 13. 2;
·         Impede ( não permite) – At. 16. 6;
·         Ensina – Jo 14. 26; 1 Co 2. 13; ( Veja também Lc 12.11,12);
·         Ele Guia (orienta) – Lc 4.1; At. 8.29; 16.7;
·         Dá inspiração – 2 Tm 3.16;
·         Intercede por nós – Rm 8.26, 27;
·         Justifica – 1Co 6.11;
·         Revela – Ef. 3.5;
·         Se entristece – Is. 63. 10; Ef. 4. 30;
Se isso é ser uma força ativa, então porque o vento não faz as mesmas coisas que o Espírito Santo?
Ele é, sem sombra de dúvidas, uma Pessoa da mesma maneira que o Pai e o Filho, e juntos trabalham pela nossa salvação.

Observação: Se a sua Bíblia tem referências bíblicas (aquelas letrinhas ou números ao lado de uma palavra ou de um versículo, que indicam outros versículos do mesmo tema), aprenda a usá-las e você descobrirá muitos outros exemplos que comprovam a personalidade e pessoalidade desta pessoa tão importante para a vida dos cristãos. Também é muito importante para o estudante da Bíblia ter uma boa enciclopédia bíblica. Gosto muito, principalmente para os iniciantes, da enciclopédia bíblica do Orlando Boyer Cohen. Adquira esta ou outra para facilitar seus estudos, pois além de explicar alguns termos bíblicos também cita versículos relacionados com as palavras que você consultar.

Fique na doce Paz de Cristo,
e até nossa próxima reflexão bíblica.
Com amor,
Leila Castanha
04/2013