terça-feira, 19 de março de 2024

COMO ESTUDAR A BÍBLIA

  

https://deusteabencoe.com.br

TÍTULO: Como estudar a Bíblia

TEXTO BÍBLICO: Jo 17.13-17

  Emmet Fox, um ministro do Evangelho, em seu livro “O sermão da montanha” afirma que o estudo da Bíblia é comparado a procura por diamantes na África do Sul. Quando as pessoas encontram um pouco da pedra preciosa misturada no barro, elas ficam muito felizes pelo achado. Porém, os mais experientes, procuram cavar mais fundo, onde o barro muda de cor, de amarelo para azul, e nesse ponto a quantidade de diamantes encontrados por dia equivale a um ano de trabalho de quem só cava mais superficialmente. O autor diz que quando alguém chega à profundidade, o que dantes havia encontrado no barro amarelo perde o valor, comparado ao que encontra-se em escavações mais profundas.

  Assim também, argumenta Fox, não devemos nos contentar com as poucas verdades que encontramos no barro amarelo de nossa leitura da Bíblia, mas escave mais fundo até chegar a rica argila azul.

Tendo isso em mente, vamos prosseguir com a nossa reflexão sobre o tema estudado.

COMO ESTUDAR A BÍBLIA?

  1) Procurando se aprofundar em seu conteúdo: ler com vontade de conhecê-la e ao seu autor, e não por obrigação ou com preguiça. É certo que, inicialmente, e muito raramente, alguém já comece a ler a Bíblia “escavando-a mais profundamente”, porém o que não deve acontecer é o cristão se conformar em fazer leituras superficiais, pois, desse modo, não haverá crescimento espiritual. A Bíblia é o meio no qual Deus fala com o homem, e, quanto mais ouvimos alguém falar mais aprendemos dele e sobre ele.

  2) Sabendo que é um meio que Deus arquitetou para se comunicar com suas criaturas e com os seus filhos. Deus sempre se comunicou com os seus servos, conforme veremos a seguir:

  1º) No início, Deus andava com os homens - Gn 3.8;

  2º) Deus ordenou a Moisés que orientasse a seu povo (Israel) que falasse dele aos seus filhos;

  3º) Ele ordenou a Moisés que escrevesse para memorial do povo - Ex 17.11;

  4º) Por fim, Deus enviou seu Filho, Jesus, agora, por meio dele o próprio Deus voltou a andar no meio do povo. Jesus é chamado de Emanuel - Deus conosco (Is 7.14).

  3) Compreendendo que ela é a Palavra de Deus - 1Ts 2.13: a Bíblia não é um livro qualquer. Ela é o Livro de Deus, inspirado pelo Espírito Santo com a finalidade de fazer o ser humano conhecer Deus, a fim de se aproximar dele.

  Deus nunca se afastou do homem (ser humano), foi o homem que se afastou dele por meio da prática do pecado. A palavra pecado significa errar o alvo, isto faz sentido porque pecamos quando nossas práticas se distanciam daquilo que Deus nos ordena. Assim, ao invés de nos chegarmos a Ele, nossa desobediência nos afasta Dele.

 Perceba que Deus não se moveu, fomos nós que, ao desobedecermos suas leis, nos afastamos dele, ou seja, erramos o alvo, que é Cristo e passamos a fazer a vontade de seu Inimigo (o diabo). Em Is 59.1,2, Isaías diz ao povo que foram os seus pecados que fizeram separação entre eles e Deus; Isaías 1.12-18, Deus diz ao povo que as reuniões deles, que seriam para honrá-lo, na verdade, só estava o cansando. E  por que isso? Deus responde que é porque o povo não está fazendo o que e como ele pediu, mas cada um faz o que bem quer e isto os está afastando dele, de modo que ele não pode siquer ouvir suas orações. Perceba que mais uma vez é o povo que se separa de Deus por escolherem desobedecê-lo, e não Deus que se separa dele.

  Isaias 50.1,7, Deus usa a analogia do divórcio para fazer seu povo entender que não é ele está se separando deles, mas são eles que se separaram do Senhor. No versículo 2, ele faz o povo refletir em sua fidelidade, perguntando-lhes: “Por que eu vim e ninguém apareceu? E porque chamei e ninguém respondeu?” Ou seja, Deus está mostrando por meio dessa alegoria que ele vive tentando fazer as pazes com o seu povo, mas o pecado não permite que eles ouçam a sua voz, nem deixa que se voltem para ele. Em Isaías 58. 2-10, Deus responde a pergunta do povo sobre o porquê ele não atende seus jejuns e porque não os tem ajudado em suas aflições, dizendo-lhes que é porque eles estão pervertendo as leis de Deus. Apesar de fazer o que ele tinha mandado, fazem da maneira errada, por exemplo, jejuavam e depois brigavam entre eles. Em outras palavras, Deus estava lhes dizendo que os pecados deles o afastavam da sua presença.

  O povo de Israel agia para com Deus como a história narrada por Spugeon (um servo de Deus conhecido como príncipe dos pregadores): ele conta que um chefe árabe do Cairo (capital do Egito), estava muito doente e um missionário receitou-lhe um remédio. Uma semana depois, o missionário encontrou o homem do mesmo jeito. Estranhando porque o chefe não havia melhorado, já que ele sabia da eficácia do medicamento, perguntou-lhe o seguinte: “Você não tomou a minha prescrição?”. O chefe respondeu-lhe: “Sim. Eu comi cada pedacinho do papel”.

  Spurgeon nos leva a refletir por meio dessa história, dizendo aos seus leitores que muitos cristãos leem a Bíblia e acham que só em conhecer o que está prescrito nela é o suficiente para a cura de sua alma. O em si (o local da prescrição) não tem qualquer valor de cura espiritual, mas é o que está prescrito nele, a mensagem que ele traz, quando ingerida por nós, pela fé, que produz o efeito de cura interior. E, por não saber dessa verdade, há cristãos que abrem a Bíblia (o livro, a receita de Deus) no Sl 91 ou em outro texto que fala da proteção divina, e a expõe aberta sobre  um móvel, acreditando que isso trará a presença de Deus para a sua casa.

  Um irmão contou que foi com um grupo de pessoas expulsar um demônio de uma pessoa, e um dos crentes abriu a Bíblia no Sl 91 e começou a ordenar que o espírito imundo saísse em nome de Jesus. No entanto, ao invés de se retirar, o jovem, possesso, rasgou as folhas da Bíblia e as engoliu. Demônios não temem o Livro, eles temem é a mensagem do Livro Santo, quando ela é degustada pelo cristão, pois assim faz efeito nele, dando-lhe força, dando-lhe poder contra eles.

  4) Tendo consciência que ela nos esclarece, nos abre os olhos para as verdades espirituais: 1Co 2.14 diz que “o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. (grifo meu). Em 1Co 1.18, o apóstolo Paulo diz que “ a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos é o poder de Deus”. Subetende-se que a Palavra de Deus esclarece, pois nenhum outro livro pode nos revelar acerca de Deus a não ser a Bíblia.

  Lucas conta (24.29-35) que dois discípulos estavam voltando de Jerusalém para suas casas em Emaús. Eles estavam muito tristes e decepcionados, porque, junto com os demais discípulos de Jesus, estavam eufóricos esperando vê-lo ressuscitado e já havia escurecido e nada aconteceu. Quando estavam no caminho de volta para casa, um viajante se aproximou deles e puxou conversa. Eles, logo, contaram o que lhes havia acontecido e disseram-lhe que por isso estavam tristes. O viajante, que era Jesus, começou a animá-los perguntando-lhes se eles haviam esquecido o que a Bíblia falava sobre Cristo (mas ele não se identificou, falava como se fosse um homem comum refletindo sobre o assunto). Como estava muito tarde e a estrada era perigosa, eles convenceram Jesus a ficar com eles (Jesus fingiu que ia passar direto, mas esse já era seu propósito). Em casa, serviram-lhe pão e, antes de comer, partiu o pão e orou ao Pai, agradecendo-lhe. Ao fazer isso, eles se lembraram de que Jesus fez a mesma coisa do mesmo jeito e, é claro, a sua voz era igualzinha. Então, lembraram-se também que, apesar da tristeza, enquanto o viajante conversava com eles, seus corações ardiam. Ao reconhecerem que era Cristo, o Senhor desapareceu.

  Essa narrativa nos traz algumas reflexões, dentre as quais, aprendemos que quando temos o entendimento de que Jesus está conosco, não precisamos mais de vê-lo. O apóstolo Paulo confirma esse pensamento ao dizer que “vivemos por fé, não por vista”. A fé é o firme fundamento (é a base sólida) das coisas que esperam, e a prova (certeza) das coisas que não se veem. Quando conhecemos ou reconhecemos a presença de Deus, não precisamos mais dos nossos sentidos naturais, pois a sua presença é sentida por fé.

  O apóstolo Luiz Hermínio, em uma de suas pregações, relatou que há pessoas que saem tristes do culto porque, segundo elas, não sentiram a presença de Deus. No entanto,segundo o apóstolo, deveria ser suficiente para o cristão crer nas palavras de Jesus, em Mt 28.20,  a qual o Senhor afirma que estará conosco todos os dias. O Cristão não tem que sentir nada, ele tem que crer. Ele não tem que confiar em seus instintos naturais, mas ele precisa confiar cem por cento na Palavra de Deus.

 Quando estudamos a Bíblia os nossos olhos espirituais se abrem, e, embora não enxerguemos um palmo a frente do nosso nariz, nos firmamos nas promessas de Deus que não falham, e, nos acalmamos, porque conhecemos a voz do nosso Pastor. Leia Jo 10.27

 Assim aconteceu com os dois discípulos de Emaús, após reconhecerem a voz do Bom Pastor, voltaram para Jerusalém para contar aos outros que haviam tido um encontro com Cristo, e, como salientou o pr Ricardo Gondim, agora já era muito mais tarde, porém eles já não tinham mais medo.

  Porque isso outra coisa que acontece quando estudamos a Bíblia, Deus tira de nós o espírito de covardia e nos dá o espírito de ousadia. Mas isso é tema para outra lição.

No amor de Cristo,

Leila Castanha

17/03/2024

 

Bibliografia:

Bíblia Sagrada

Diante da porta estreita - Charles Spurgeon

O sermão da montanha - Emmet Fox

Vivendo em triunfo - Ricardo Gondim


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Registre suas dúvidas ou opinião sobre o texto acima. Será um prazer ler seu comentário.