domingo, 24 de fevereiro de 2013

UM POUCO DE HISTÓRIA SOBRE O NATAL



O vocábulo “natal” vem do latim “natalis” e significa “nascimento”. Portanto, quando celebramos o “natal de Jesus”, estamos comemorando o “nascimento” dele.
A primeira coisa que devemos compreender é que o dia 25 de dezembro nada tem a ver  com nascimento de Cristo, porque ninguém sabe ao certo a data em que ele nasceu. Na verdade, este dia marca o nascimento de Ninrode, que era filho de Cuxe, neto de Cão e bisneto de Noé (o da arca) - (Gn 10.8,9).
Esse homem foi o  responsável pela construção da cidade de Nínive, além de outras. (Veja gn 10.11,12). Segundo a história, Ninrode fazia aniversário no dia 25 de dezembro e nesse dia ele visitava uma árvore viva e nela depositava presentes. Com o passar do tempo, esse homem passou a ser considerado filho de Baal (o deus-sol). Então, “a virgem e o menino”, ou seja,  Semíramis e Tamuz  passaram a ser cultuadas. A partir daí, o costume de adorar “a virgem e o menino”, espalhou-se pelo mundo.  No Egito receberam o nome de Ísis e Osíris, na Ásia eram chamados Cibele e Deois e na Roma pagã, deram-lhes o nome de Fortuna e Júpiter.

Observação: Segundo a lenda, Samírames dizia que Tamuz foi gerado pelo espírito de Ninrode (que já havia falecido. 
Havia um culto celebrado pelos pagãos (pessoas que adoravam a outros deuses, e não adotaram a fé cristã), chamado “Sol Invicto”, que acontecia no solstício (momento em que o sol fica no lugar mais alto ou mais baixo sobre o horizonte), no qual comemoravam o nascimento do sol. Esse culto era cheio de orgias (depravações) e bebedeiras.
Como era difícil para a Igreja Católica manter os novos cristãos distantes destas festas que era tradição entre o povo, tiveram a ideia de também celebrar uma festa neste mesmo dia, e como o “Sol Invicto” tratava-se da comemoração do nascimento do Sol e  sendo Jesus chamado de “Sol da Justiça” (Ml 3.21) e também de “Luz do Mundo” (Jo 8.12), resolveram implantar para os cristãos o culto de natal, que é a celebração do nascimento de Cristo.
Assim, fica claro entender porque muitos pregadores e teólogos dizem que a comemoração do natal começou no paganismo e não no cristianismo.
Agora vamos conhecer como surgiu o Papai Noel:
No século IV (séc. 4), existiu um bispo de Myra, na Ásia, o qual era muito generoso e se chamava Nicolau. Dentre outras histórias, conta-se que um dia ele subiu no telhado de uma casa e jogou pela chaminé uma bolsa com moedas que  caiu nos chinelos das crianças, que  estavam secando na lareira. Os holandeses ao imigrarem para a América do Norte transformaram a pessoa de Nicolau em um personagem popular conhecido por Saint Claus. Anos mais tarde esse mesmo personagem que começou inspirado em Nicolau, também ficou popular na França onde recebeu o nome de Pére Nöel e no Brasil ficou sendo chamado de “Papai Noel”.
Veremos agora como surgiu o costume de trocar presentes no Natal:
Esta tradição cristã baseia-se na história do nascimento de Cristo, quando os magos do Oriente levaram para ele ouro, incenso e mirra, como presente.
Apesar disso, devemos entender que o fato dos magos presentearem o menino Jesus, não foi porque ele havia nascido, mas porque criam que ele seria o “rei dos judeus’”. Ou seja, eles não levaram presentes para o menino comum, mas para um futuro rei. (Leia Lucas 2.1,2  e observe que eles procuravam “Aquele que seria o rei dos judeus”).
Esta tradição de dar presentes à realeza e às pessoas muito importantes era muito comum,  também em Israel. Tanto que, a rainha de Sabá levou presentes à Salomão quando foi visitá-lo (1 Reis 10.13); O povo que ia à presença do rei Salomão também lhe traziam presentes (1 Reis 10.24,25); O rei Acã quando mandou pedir ajuda ao rei da Assíria, enviou-lhe presentes (2 Reis16.8); Naamã, capitão do exército da Síria, quando foi falar com o profeta Eliseu ofereceu a ele ricos presentes  (até os reis respeitavam os profetas. Leia 2 Reiss 5.15). OBS.: (A abreviatura de Reis é Rs, assim ficará, 1 Rs =1º Reis; 2 Rs = 2º Reis).
Segundo os historiadores,  não era costume da Igreja cristã  celebrar o nascimento de Cristo. Dizem que o costume, em geral, era celebrar a morte de pessoas importantes,não nascimentos.
As únicas narrativas bíblicas que falam de alguém comemorar o dia de seu nascimento, foi Herodes e Faraó (do tempo de José, do Egito), que nada tinham a ver com os cristãos.  (Leia sobre esse assunto em Gn 40.20 e Mc 6.21).
A pergunta agora é: Como surgiu a tradição da árvore de natal?”
Esse costume teve início quando um arcebispo da Alemanha, por nome Bonifácio, também denominado “apóstolo da Alemanha” em 731, foi da Inglaterra para a Alemanha  com o intuito de ensinar a fé cristã. Em dezembro, encontrou um grupo de pessoas prestes a sacrificar uma criança, num cepo de árvore (tronco de madeira onde degolavam os condenados),para oferecê-la a seu deus. Bonifácio, imediatamente salvou a criança e depois cortou uma árvore pequena e ofereceu ao grupo,  como símbolo de vida.
Em 1540, Martinho Lutero, que era padre, doutor em teologia e um reformador alemão, levou para a sua casa um pequeno pinheiro verde que ficou lá durante todo o inverno. À partir desse dia, começou a tradição do povo levar um pinheiro para dentro de suas casas, significando “A continuação da vida”.
Outra questão muito interessante diz respeito a tradição do presépio nas igrejas, por ocasião do natal.
Esse costume começou com São Francisco de Assis.O presépio foi colocado na igreja como símbolo de que Cristo veio para todos os povos. assim, a figura dos pastores do presépio simbolizam os judeus, enquanto que os magos representam os gentios.  (Só para constar, “gentios” é a denominação dada a todos os povos que não são judeus, isto é, não são nascidos em Israel).
Após esta explanação, espero que você já seja capaz de compreender o que significa o vocábulo “Natal’,  dizer o porquê desta tradição ser comemorada no dia 25 de dezembro, como surgiu a lenda do Papai Noel e também como começou o costume de trocar presentes no natal, além de poder explicar a alguém o motivo das pessoas colocarem árvores em suas casas pela ocasião do natal e o significado do presépio. Se quiser fazer um pequeno teste, pegue um papel e responda esta perguntas e caso tenha dúvida, é só conferir as respostas  relendo o texto.


Boa Sorte!

Um grande abraço,

Leila Castanha
02/2013

O NASCIMENTO DE JESUS FOI ASSIM...


imagem extraída de http://catequizandocomcristo.blogspot.com/


Jesus foi gerado do ventre de uma mulher chamada Maria e pelo Espírito Santo. Isso significa que ele não teve pai biológico terreno, assim, seu pai era o próprio Deus. Na época de sua gravidez sua mãe e José (pai adotivo de Jesus), moravam numa cidade chamada Nazaré, porém, as profecias diziam que Jesus nasceria em Belém da Judéia. Então, para cumprirem-se as profecias, ocorreu um fato curioso: Por ordem do imperador César Augusto, todos tinham que voltar às suas cidades de origem para se alistar a fim de participarem do recenseamento (a contagem do povo). Acontece que Maria chegou à Belém em tempo de dar a luz e como havia muita gente de fora hospedada naquela cidadezinha, não havia mais hospedarias e por causa de sua situação urgente (ela estava quase dando a luz), alguém permitiu que eles se instalassem numa estrebaria (lugar onde se guardava animais, geralmente gado e cavalos) ali o menino Jesus veio ao mundo.
Na época do nascimento de Jesus, o governo estava nas mãos do império romano, e o grego era a língua mundial para a comunicação entre os povos e utilizado na cultura, tendo além dela mais dois idiomas importantes, a saber:
1)      O hebraico: Era usado nos textos bíblico (o Antigo Testamento foi escrito nesta língua) e  também era falada no culto a Deus.
2)      O latim: Usada no comércio, nas armas e na justiça. Era a língua oficial de Roma (Os romanos falavam latim, hoje esta língua é considerada uma língua morta, embora existam vestígios dela em várias línguas atuais, inclusive no português).
3)      O grego: Era a língua mundial, preferida para a comunicação entre os povos e na cultura. 

Por serem estas línguas as mais importantes naquela época, quando Jesus foi crucificado, escreveram na cruz, uma  frase nestas três línguas, a qual dizia: “Este é o rei dos judeus”. Leia Lucas 23.38.
Além de Maria e José morarem em Nazaré eles também eram pobres. Sabemos disso por causa da oferta que levaram ao sacerdote. Após o resguardo (período de repouso após a mulher ganhar bebê), caso a criança fosse do sexo masculino, a mãe deveria apresenta-lo a Deus levando-lhe uma oferta, que deveria ser um cordeiro, uma pomba e uma rola, conforme o Senhor ordenara que se fizesse. Porém, nem todos tinham condições financeiras para adquirir estes animais e ofertá-los a Deus, então para estes, Ele determinou que bastasse levar duas rolas e esta foi exatamente a oferta que Maria e José levaram ao sacerdote. (Leia Lv 12.6,8 e Lc 2.22,24).
Quem deu o nome de Jesus foi o próprio Deus. Ele enviou um anjo para falar à Maria que ela esperava um filho gerado pelo Espírito Santo e  que deveria chama-lo por este nome. O nome Jesus é de origem grega e equivale ao nome “Josué” no hebraico, que significa “Salvador”. O nome Cristo, pelo qual também ele era chamado, vem do grego e é equivalente ao nome Messias no hebraico e significa “Ungido” (Veja Jo 1.41). Assim, concluímos que o nome “Jesus Cristo” significa “Salvador Ungido”, isto é, “Aquele que tem a autoridade para salvar” (Leia Mt 9.6) .Obs.: (Para melhor entender sobre o termo “ungido” leia o texto “Ainda existe o ofício de Profeta?”, pois nele fala sobre o propósito da  unção).
Enquanto estavam na estrebaria em Belém, os pastores foram visitar Jesus (Leia Lc 2.15,16). Jesus também foi visitado pelos magos do Oriente, que eram homens que estudavam as estrelas, por isso entenderam que Jesus nascera através do sinal de uma estrela (Leia Mt2.1,2).Embora a Bíblia conte que havia magos do Oriente que visitaram o menino Jesus, não há qualquer referência sobre quantos magos eram, nem se eram reis e também não diz quais eram os seus nomes. O fato de dizerem que eram três magos é devido ao numero de presentes que deram: ouro, incenso e mirra. Imagina-se que seus nomes eram Melquior, Baltazar e Gaspar, contudo,  embora haja possibilidade de ser, não tem confirmação bíblica. Se eram reis a Bíblia não diz, mas com certeza eram homens ilustres por alguns motivos que veremos a seguir:
A)Tiveram acesso ao rei Herodes, coisa que uma pessoa comum não conseguiria;
B)Traziam consigo uma comitiva, porque toda a cidade de Jerusalém se perturbou com a chegada deles;
C) O rei Herodes não gostou de saber que eles iam adorar o “Rei dos Judeus”, como eles disseram que fariam, no entanto, não ousou matá-los (se fossem pessoas comuns, certamente seu fim seria outro).
Outra coisa interessante de se analisar é que de acordo com Mt 2. 9-11, os magos não visitaram Jesus na estrebaria, mas ele já estava com sua mãe e José em sua casa, porque o texto diz que “Chegando na casa (não na estrebaria), viram Jesus e sua mãe”.
O motivo pelo qual Herodes queria matar Jesus era porque as profecias prediziam que em Belém da Judéia nasceria o  rei dos judeus, e Herodes era o atual rei, inclusive, já reinava há quarenta anos, então, sentiu seu trono ameaçado. Para evitar que isso se cumprisse, o rei Herodes ordenou que todas as crianças do sexo masculino, abaixo de dois anos, fossem mortas (mais ou menos a idade que Jesus teria). Leia esta história no capítulo 2 do livro de Mateus.
Este rei reinou de 39-4 A.C. Seu nome era Herodes Magno (Lc 1.5). Segundo a historia, esse rei era um monarca assassino. Mandou matar  Hircano, o avô de sua mulher; matou sua própria esposa Mariana, depois seus dois filhos, Alexandre e Aristarco e cinco dias antes de morrer, ordenou a morte de seu filho primogênito Antipater, além de cometer outros assassinatos. Seu neto , Herodes Agripa I era tão pagão como ele, por isso Deus o matou comido de bichos. (Leia Mt 2 e conheça esta história). O Herodes do tempo do nascimento de Jesus era o pai de Herodes Antipas, que degolou a cabeça de João Batista e era avô de Herodes Agripas I, que matou Tiago à espada.Estas histórias encontram-se em Mt 14 e At 12.
Creio que você já reparou pelo menos duas coisas sobre estes reis: que todos eram muito maus e eram chamados de Herodes. O motivo de serem chamados pelo mesmo nome é porque “Herodes”, assim como “César” e "Faraó", na verdade não eram nomes, mas títulos. Todos os reis da linhagem dos Herodes, recebia esse título antes do nome. Assim, temos “Herodes Agripa”,”Herodes Antipas”, “Herodes Arquelau”, “Herodes Magno” e assim sucessivamente. No caso dos césares, geralmente o título vinha depois do nome, assim havia o imperador “Júlio César”,  o imperador “Augusto César”, o imperador  "Tibério César”, o imperador “Cláudio César” etc. Havia também vários Faraós, como por exemplo,"Faraó Neco", "Faraó Hofra" e tantos outros.
Outra coisa muito importante sobre a família de Jesus, é que não era formada apenas por ele e a mãe, mas Maria casou-se com José e tiveram outros filhos. (Confira Mt 1.18; Lc 1.27 e Mt 12.46,47;  13.55).Inclusive o escritor do livro de Tiago, é  o irmão de Jesus por parte de sua mãe.
Em resumo, podemos dizer que, Jesus nasceu em Belém da Judéia, mas morava em Nazaré (por isso ele é chamado de nazareno). Veja alguns textos que provam isso: (Mt 2.23;Mc 1.9; Lc 2.39,51; Jo 1.4). Era filho de Maria, de onde herdou seu lado humano e foi concebido pelo Espírito santo, de onde proveio seu lado divino. Não era o único filho de Maria, mas teve vários irmãos. Seu nome “Jesus”, foi devido a seu ofício como Salvador e o nome “Cristo” foi por causa da sua Unção, ou seja, Deus lhe deu autoridade para perdoar os pecados ao representar todos os pecadores em sua morte na cruz.  Finalmente, resta-me  convidá-lo à ler os Evangelhos, que são os livros de Mateus, Marcos, Lucas e João, para você saber mais sobre a vida desse homem que andou na Terra com o único objetivo de nos salvar da condenação eterna.

Com carinho,
Em Cristo,
Leila Castanha
02/2013

sábado, 23 de fevereiro de 2013

A IMPORTÂNCIA DO BATISMO NAS ÁGUAS


Geralmente, quando o pastor pergunta a alguém qual o motivo pelo qual deseja se batizar a resposta é  a seguinte:
-Quero me batizar porque desejo fazer parte do corpo de Cristo!
Embora a resposta pareça muito boa, este não deve ser o principal motivo para alguém descer às águas batismais, por isso, vamos entender um pouco mais a fundo o que significa o ato do batismo.
A palavra “batismo” vem do grego “baptismos”, que quer dizer “mergulho”.
O batismo nas águas é um simbolismo, assim como são o pão e o vinho da Santa Ceia. Embora qualquer um possa comer o pão que, normalmente compramos na padaria ou no supermercado, e pode beber o suco de uva, só os cristão devem participar desse cerimonial porque após a oração ele passa a ser ingerido pelo seu significado e não pelo sentido real. Ou seja, não é mais um pão ou um vinho, mas é o símbolo do corpo e do sangue de Jesus.
Assim também funciona com o batismo nas águas, por isso não deve ser realizado sem um entendimento prévio.  Durante a cerimônia batismal, as águas não serão mais um lugar de tomar banho, mas ela carrega um significado, de forma que quem descer sob ela, está confessando que aceita tudo o que implica a representação do ato.
Então, vamos entender qual é o significado do ato batismal. O batismo nas águas é símbolo de sepultamento. Ou seja, quando uma pessoa morre, o processo final é sepultá-la. Da mesma maneira acontece quando a pessoa decide viver para Deus: seu velho homem deve morrer e como consequência, ser sepultado. É aí que entra o simbolismo do batismo: quando o pastor mergulha um irmão em Cristo nas águas, significa que aquela pessoa que vivia para o mundo e era regida pela sua natureza carnal, está morta e naquele momento foi sepultada. Ao emergir (sair da água), significa que o velho homem foi deixado lá embaixo, e agora a pessoa que subiu renasceu como um novo homem que dali em diante fará a vontade de Deus e não mais a sua própria.
O pastor argentino Juan Carlos Ortiz disse que ao batizar os irmãos, na hora de imergi-los (mergulhá-los), ele diz o seguinte: “Eu te mato para você renascer para Cristo, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
E é exatamente isto o que simbolicamente acontece no ato batismal: a morte de alguém para o pecado e o seu renascimento para Deus.
É muito importante entendermos que o batismo nas águas é só um simbolismo. Ele não é um meio de santificação, ou seja, ninguém será salvo só porque é batizado.  O batismo é um ato de obediência a Deus, uma vez que Cristo declarou que “quem crer e for batizado será salvo” (Mc 16.16). Porém, ao entendermos a importância do ato e compreendermos o Evangelho o qual aceitamos, nos negarmos a descer às águas poderá implicar em perda da salvação, não porque o batismo tem poder de salvar alguém, mas porque não estamos dando importância a um mandamento de Cristo. Lembre-se do texto citado acima, o qual nos mostra dois passos para a salvação: 1º: Quem crer; 2º: For batizado; 3º: Será salvo. Compreende agora a importância?
O batismo nas águas dá direito ao cristão de ser integrado como membro da Igreja de Cristo. O grande problema de se tomar essa decisão sem responsabilidade é o peso que lhe sobrevirá, conforme exorta o apóstolo Paulo após explicar aos irmãos de Corinto o simbolismo da Santa Ceia do Senhor (que muitas igrejas dão permissão para participar somente após o batismo nas águas), dizendo o seguinte:
“Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois o homem a si mesmo... Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação” (1 Co 11.27-29). (itálicos meus)
O batismo nas águas também é uma confissão pública de fé, e o próprio Jesus deu o exemplo, batizando-se também. Como ele não tinha pecado, não havia necessidade alguma de passar por essa cerimônia, mas como diz a Bíblia, em tudo Ele se deu como exemplo (1 Pe2.21)
Como ato de obediência a Deus, o batismo é também um ato de fé, visto que, só obedece a Deus quem crer nele. Por isso, Jesus disse (Mc 16.16) que “quem crer e for batizado será salvo”. Perceba que primeiro ele diz “quem crer”, porque o batismo, como qualquer outra cerimônia simbólica, só é realizado por quem crê. Por exemplo: só tem sentido fazer simpatias se a pessoa crer que aquilo acontecerá. Ninguém em sã consciência escreve uma carta para o Papai Noel, de fato, se não acredita em sua existência. Assim também, só obedecemos a Palavra de Deus quando cremos Nele.
Podemos entender a partir dessa observação o porquê de todos os que aceitavam o Evangelho, consequentemente, descer às águas do batismo. (Leia At 8.12; At 8. 35-38; At 9.18).
Embora algumas igrejas só permitam que o novo convertido seja batizado após uns meses de experiência, não parece ser o que ensina as Escrituras. Vejamos a narração de Atos dos Apóstolos 8.35-39 e prestemos atenção, em especial, na pergunta do eunuco e na resposta de Filipe:
“...Chegando a certo lugar que havia água, disse o eunuco: “Eis aqui água. Que impede que eu seja batizado”? Filipe respondeu-lhe: “É lícito (permitido), se creres de todo o coração”.(vv. 36,37)
Aí percebemos que o único empecilho  para alguém não ser batizado é se o indivíduo não crer no Evangelho.  Todavia, se ele crê é lícito (é permitido) que ele desça às águas batismais, e aos poucos vá crescendo na graça e no conhecimento do Senhor Jesus, que é o dever de todo cristão (2 Pe 3. 18)

Nota: 1. “Eunuco” era o nome dado aos homens que eram responsáveis pela guarda das mulheres do rei (geralmente eram castrados).
            2. A sigla “vv” quer dizer, versículos.

RESUMINDO:
O batismo nas águas é a confirmação pública de que a pessoa crê no Evangelho de Jesus Cristo e deseja sepultar seu velho homem e tornar-se uma nova criatura. Assim, entendemos que não é correto participar do batismo sem estar certo de que você realmente deseja mudar de vida, isto é, que você deseja  andar como Cristo andou (Leia 1 Jo 2.6).
Portanto, se você não tem certeza de que quer se batizar, provavelmente isso quer dizer que você não tem certeza de querer ser participante da Igreja de Cristo ou não entendeu ainda a importância desse ato simbólico para os cristãos. Realmente, é algo que deve ser pensado, porque Deus não aceita  hipocrisia (fingimento), mas se servir de ajuda, termino estas linhas dizendo-lhe que vale a pena servir a Deus porque, conforme dizia o salmista “Ele é bom e a sua benignidade (bondade)  dura para sempre” (Leia o Sl 136 e veja quanto você tem a ganhar com Ele).


 No amor de Cristo,

Leila Castanha

 SP 02/2013


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A BÍBLIA – O LIVRO (PARTE II)

Códice
Já tendo uma ideia básica sobre a Bíblia, agora podemos nos aprofundar mais um pouquinho sobre a história deste maravilhoso livro.
Primeiramente, é importante sabermos que a Bíblia foi o primeiro livro a ser impresso no mundo. Isto aconteceu no ano de 1.452, em Mainz, Alemanha.
Em 398-404 d.c. (depois de Cristo), João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, atual Istambul, Turquia, deu o nome “Bíblia” a este livro, que antes era conhecido pelos termos usados pelos antigos, e registrados em suas próprias paginas, como por exemplo,”Livro  da Lei” (Dt 29.21; Js 1.8);”Rolo do Livro”(Sl 40.7); “Livro do Senhor” (Is 34.16) “Escrituras ou Sagradas Escrituras” (Mt 21:42; Rm 1.2),”Palavra de Deus” (Mc. 7.13; Hb 4.12) etc.
João Crisóstomo, era padre da Igreja grega. Era um reformador rigoroso e um orador de prestigio, ou seja, sabia se expressava muito bem, o que lhe valeu o apelido de “Crisóstomo”, que é uma palavra grega que significa “Boca de Ouro”. Ele morreu no exílio, doente, perseguido pela vingança da imperatriz Eudóxia.
Já vimos na parte I deste estudo, que os dois materiais pelos quais a Bíblia foi feita, foram o papiro e o pergaminho. O nome Pergaminho, deriva de Pérgamo, cidade onde foi criado este material, feito de pele de animal curtida (cabras, ovelhas ou bezerros).O nome papel, deriva do papiro.
Mesmo com a chegada do pergaminho, que era um material mais resistente, o papiro continuou a ser usado para a escrita de cartas, textos administrativos, jurídicos ou médicos, por ser de material mais leve.
Os primeiros formatos da Bíblia eram o rolo e o códice. O rolo era exatamente um rolo, onde o papel era preso às hastes laterais. O códice era uma obra no formato de um livro grande, feito de pergaminho. Suas folhas tinham em média 65 centímetros de comprimento e 55 centímetros de largura.
As primeiras Bíblias eram manuscritas (escrita à mão), e esse serviço era feito pelos escribas (escrivães da época, copistas e mestres das Escrituras), e era feito de modo muito lento (Imagine a Bíblia inteira sendo escrita à mão!). O período em que ela foi escrita, foi de aproximadamente 1.600 anos, isto incluindo o período chamado de “período interbíblico”, que era o período de 400 anos em que Deus parou de falar com o homem. (Obs.: Isto não está na Bíblia, mas foi registrado pelos pesquisadores e historiadores).
Quanto a língua em que a Bíblia foi escrita, há partes em aramaico, latim, grego e hebraico, porém as principais foram o hebraico e o grego. Sendo a maior parte do Antigo Testamento escrito em hebraico e o Novo Testamento em grego.
A Bíblia é  composta por 66 livros, porém não estão todos em ordem cronológica, mas foram separados por assuntos. Para facilitar o estudo da Bíblia, ela foi dividida em partes, sendo o Antigo Testamento dividido em 5 e o Novo em 4, os quais são:
Novo Testamento:
·         Livros Históricos – São 12, de Josué até Ester.
·         Livros Poéticos – São 5 (Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão)
·         Profetas Menores – São 12, de Oséias até Malaquias  (Veja na primeira parte do estudo porque dos termos “menores e maiores”
·         Profetas Maiores – São 5 (Isaias, Jeremias,  Lamentações de Jeremias, Ezequiel e Daniel)

Quanto ao Novo Testamento, foi dividido da seguinte forma:
·         Biografia – São os quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João).
·         História – 1livro, que é o de Atos dos Apóstolos
·         Epístolas – São as 21 cartas (Romanos até Judas)
·         Profecia – 1 livro, que é o de Apocalipse
Antes dos livros serem reunidos e formar a Bíblia, cada um era um livro individual. Ao serem reunidos, fez-se necessário nomea-los e para facilitar ainda mais o acompanhamento de sua leitura, dividiram cada livro em capítulos e versículos. Assim, entre 250 a.c e 130 a.c, o Antigo Testamento foi dividido em livros pela septuaginta (72 intelectuais judeus, seis de cada tribo de Israel), que traduziram do hebraico para o grego e dividiram-na.
Uma vez já compreendido que a septuaginta foi a responsável pela divisão da Bíblia em livros, resta-nos saber quem a dividiu em capítulos e versículos.
O vocábulo “capítulo”, vem do grego “capitulum”, e quer dizer, “cabeça pequena”, “cabeça”, “Parte essencial”.
Em 1.250 d.c., Hugo de Sancto Caro, padre dominicano e estdioso da Bíblia, foi quem a dividiu em 929 capítulos no Antigo Testamento e 260 no Novo.
O Antigo Testamento foi dividido em capítulos no ano de 1.445, pelo rabi Mardoqueu Nata e o Novo testamento em 1.550, por Robert Stevens, um impressor de Paris.
A Bíblia é uma só, porém existe várias versões, as mais antigas são:
·         Septuaginta- Versão dos 72 intelectuais judeus, feita do hebraico para o grego.
·         Vulgata- (vulgata vem do latim Vulgatus, que significa “popular”). Tradução da Bíblia para o  latim, feita por Jerônimo. No Novo Testamento, ele fez uma revisão de uma versão que já existia, a “Vetus Latina ou Itala”, e o Antigo Testamento ele traduziu do original hebraico. A tradução foi concluída em 405 d.c., em Belém, na Palestina.
Jerônimo era padre e notável erudito da Igreja Católica Romana quando ainda mantinha sua pureza espiritual.
A primeira tradução da Bíblia em Português foi feita pelo pastor João Ferreira de Almeida. Ele converteu-se ao Evangelho,em 1.642, na Igreja Reformada Holandesa, em Batávia(ilha de Java, atual Djacarta, Indonésia),onde estava morando há um ano. Lá ele traduziu a Bíblia para o português, servindo-se da versão latina de Beza, da espanhola, da francesa e da italiana. Diz-se ser uma das melhores (mais fiel ao original). Primeiro traduziu o Novo Testamento, que foi publicado em 1681, em Amsterdam,Holanda e o Antigo Testamento só traduziu até o livro de Ezequiel e seus colegas terminaram, por conta de sua morte em 1.691. Foi publicado em 1753.
As siglas ARC e ARA, que indicam duas vezes de João Ferreira de Almeida, significa:
·         ARC- Almeida Revista e Corrigida
·         ARA- Almeida Revista e Atualizada (tem uma linguagem mais popular)

Agora, espero que você ao ler esse maravilhoso livro, tenha uma visão mais ampliada, não só de seu conteúdo, mas também de sua história.
Esse livro é imbatível! Dê valor a esse tesouro pois suas instruções podem transformar simples seres humanos em filhos de Deus.

Espero ter ajudado,
Com amor,
Leila Castanha
02/2013



domingo, 17 de fevereiro de 2013

AINDA HOJE EXISTE O OFÍCIO DE PROFETA?

Moises recebendo os dez mandamentos
A palavra “Profeta”, vem do hebraico e a tradução mais comum é “nabi”.
Não é certa a significação original da raiz (NB’). Segundo alguns estudiosos, esta raiz significa “Ferver, borbulhar”, ao que muitos entendem o termo “Profeta” como sendo, “Aquele que ferve com a mensagem ou com a inspiração divina”.
Todavia, outros acham mais provável que Nabi esteja em conexão com uma raiz assíria ou árabe, que significa “proferir, anunciar uma mensagem”, e está em conformidade com Êxodo 7:1, onde está escrito o seguinte:
“...Tenho te posto por deus..., e Arão,... será o teu profeta”.
Sabemos que Arão foi enviado por Deus para falar a mensagem dele a Faraó, porque Moisés achava que não conseguiria falar. Deus, então fez um acordo com Moisés  dizendo que passaria a ele o recado para Faraó, ele passaria para Arão e Arão diria ao rei. (Ex 4.14-16).
Só para constar, Arão era o irmão mais velho  (3 anos mais velho) de Moises, sendo a irmã do meio Miriã e Moises era o caçula. ( Leia Ex 7.7)
A palavra “Profeta” no grego é “Prophetes”, que significa “alguém que fala por um deus e interpreta sua vontade”.
Assim, segundo a Pequena Enciclopédia Bíblica, profeta é alguém que serve como porta-voz de Deus, cuja mensagem é para admoestação ou predição.
Apesar de Moisés ter servido como profeta (porta-voz de Deus ao povo), ser profeta ainda não era considerado um ofício, uma função reconhecida, como era a de sacerdote, cargo já ocupado por seu irmão Arão (ele foi ungido à sumo sacerdote - Leia Lv 8) . Assim, a primeira pessoa que foi reconhecida como profeta, foi Samuel. Ou seja, a partir dele, assim como havia o ofício de rei, de pastor de ovelhas, de artesão, de sacerdote, também havia o de profeta.
Após a vinda de Jesus à Terra,não houve mais esse oficio, na verdade, segundo a Bíblia, o último que ocupou este ofício, sendo chamado de profeta,foi João Batista. (Veja em Mt 11:13)
A instituição da função de profetas, isto é, a eleição de homens que eram separados para Deus dar recados ao seu povo por intermédio deles, se deu porque  na época de Moisés o povo teve medo de morrer caso Deus lhes falasse diretamente, então pediram que Moisés lhes falasse em lugar de Deus. Daí para frente, Deus falava com Moisés o que queria do povo e Moisés passava-lhes o recado, como um porta-voz. (Leia Ex 19.17; 20;18,19; Dt 5. 1,4,5; 18.15,18).
Uma vez que Deus não falava mais diretamente com o povo, ele falava com eles através dos profetas. Por isso em Pv 29.18a, Salomão diz: “Não havendo profecia o povo se corrompe”. Em outras palavras, nós podemos entender que, se não houvesse profetas (mensageiros de Deusque entregavam ao povo as profecias), o povo estava perdido.
Havia uma grande diferença entre “profetas” e “sacerdotes”, dois ofícios importantíssimos na época do Velho Testamento (da velha aliança de Deus com Israel). Os profetas, eram como canais onde Deus se utilizava para falar com seu povo, que, lembre-se, teve medo de falar diretamente com ele. Já os sacerdotes, eram pessoas separadas por Deus para sacrificar à Ele em favor do povo (No Antigo Testamento, isto é, no Antigo Pacto de Deus com o seu povo, que dizia que quando alguém pecasse, deveria levar um animal para que o sacerdote o sacrificasse para remissão do pecado do ofertante).
Então podemos resumir da seguinte maneira: O homem falava com Deus através do sacerdote; Deus falava com o homem através do profeta. 
Os profetas no Antigo Testamento são classificados da seguinte maneira: Profetas Maiores e Profetas Menores. Esta classificação nada tem a ver com a importância dos profetas,mas com o tamanho de seus livros. Por exemplo, o livro de Isaias, Jeremias, Ezequiel e Daniel, são considerados grande em relação aos demais, então são classificados como Profetas Maiores. Os outros doze livros que são respectivamente: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum,  Habacuque,  Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias, são chamados de Profetas Menores, porque seus livros são pequenos.
Também são classificados como Profetas Orais e Escritores: Os orais são aqueles que são mencionados em algum livro, mas não tem o próprio, como é o caso de Natã, que é um profeta mencionado no livro de 1 Samuel e não existe um livro com o seu nome. O mesmo acontece com os profetas Elias e Eliseu, cujos nomes são mencionados no livro de Reis, e nenhum possui o seu livro.
Já os Profetas classificados como Escritores, são aqueles cujo nomes foram mencionados nos próprios livros. É o caso de Isaias, Daniel, Jeremias, Jonas e outros.
No início, Israel vivia sob o regime da teocracia (governo onde o próprio Deus era o governante), e o povo conhecia suas leis através dos profetas que lhes anunciava: Deus dava a ordem ao profeta e ele passava ao povo. Veja por exemplo, Isaias 1. 2 :
 “Ouvi, ó céus, e dá ouvido, ó terra, porque o Senhor é que fala ...”  (itálico meu)
Em 2 Rs13.15-17, vemos uma historia onde um rei vai procurar um profeta, para que ele lhe diga o que Deus ordena que ele fizesse. Era dessa maneira, Deus enviando sua palavra ao homem através do  profeta, que funcionava o governo teocrático. Porém, em uma determinada época, os israelitas não queriam mais ser governados por Deus e pediram para que Deus permitisse-lhes ter um rei humano, assim como era nas outras nações. Apesar de Deus ficar muito triste por ser rejeitado pelo seu povo, conhecendo a besteira que eles estavam fazendo, disse a Samuel (seu profeta) que lhes respondessem que faria o desejo deles e  a partir daí Saul foi constituído por Deus, como o primeiro rei de Israel. (Leia 1 Sm 8.4-9).
Para finalizar, vamos relembra duas coisas sobre os profeta:
1º: O primeiro a ser reconhecido na função de profeta foi Samuel.
2º: O último a ser considerado profeta, foi João Batista.
Portanto, devemos compreender que apesar de existir o dom de profecia, conforme afirmado em 1 Co 12.10, profeta como função ou oficio (em que pessoas iam a ele para que Deus lhes dessem a mensagem) já não existe mais, pois além da Bíblia dizer que o último profeta foi João Batista, ela nos explica que após o sacrificio de Cristo, nós temos direito de entramos diretamente a presença de Deus, porque agora não precisamos de profeta como mediador entre Deus e o homem, mas atraves de Cristo temos acesso a Ele (1 Tm 2.5). Portanto, tomemos cuidado com aqueles que assim se denominam.

Em Cristo,
Leila Castanha
02/2013

domingo, 10 de fevereiro de 2013

MARCOS, O EVANGELHO DO SERVO


A palavra  grega, “evangelho”, significa “boa nova, boa notícia ou boa mensagem”.
Quando falamos do “Evangelho Segundo São Marcos”, queremos dizer que aquela notícia ou mensagem, é anunciada segundo (de acordo) com este discípulo de Cristo.
Na realidade, Marcos não teve a honra de acompanhar Jesus em seu ministério terreno. Marcos, era o nome pelo qual João Marcos era chamado. De acordo com Colossenses 4.10, ele era  sobrinho de Barnabé, que em uma certa ocasião se desentendeu com Paulo por sua causa (At 15. 37-39). Anos mais tarde, tornou-se de grande ajuda no ministério do apóstolo Paulo (2 Tm 4.11; Fm 24)
O livro de Marcos faz parte dos Evangelhos Sinóticos. Esta última palavra significa “resumido”, isto porque, os Evangelhos são o resumo da história de vida e ação de Cristo durante seu ministério terreno. Também são chamados “sinóticos”, porque apresentam semelhanças em suas narrativas, sendo complementadas nos livros dos três evangelistas: Mateus, Marcos e Lucas.
Embora o livro de João faça parte dos Evangelhos, não é considerado sinótico, provavelmente, porque contém outras referências não apresentadas pelos demais.
Cada um dos evangelhos apresenta um tema principal, sobre o qual dissertam na extensão de seus escritos. O livro de Mateus, por exemplo, foi escrito para os judeus e por isso apresenta Jesus como Rei. Uma vez que os judeus esperavam que o Cristo (nome grego que significa Ungido), viesse como um governante poderoso, Mateus dedicou-se em provar-lhes que Jesus era verdadeiramente o Rei que esperavam. Por este motivo a a palavra “Reino” aparece mais de cinquenta vezes, sendo que a expressão “Reino dos Céus”, que  só é encontrada neste livro, é encontrada trinta e três vezes. Mateus é o mesmo chamado Levi( Mt 9.9;Mc 2.14).
Lucas, sendo gentio (nome dado aos que não eram judeus), escreveu sua carta à seu amigo Teófilo, onde através de pesquisas e entrevistas, narra a historia da missão de Cristo na Terra, apresentando-lhe como  “filho do homem”. Como os gentios não tinham tanta proximidade com Deus, certamente entenderiam  a mensagem da redenção, se lhes fosse apresentado, enfatizando o lado humano de Cristo. Afinal Jesus era o homem-Deus, pois fora nascido da carne (de Maria) e do Espírito (do Espírito Santo).
Quanto a Marcos, há quem creia que o seu Evangelho  foi o primeiro a ser escrito, datando de 55-65 dc. Ele  escreveu para os romanos, cujo império oprimia os judeus. Segundo a história, os cristãos eram perseguidos por não reconhecerem o imperador como seu Senhor, dando este título a Jesus. Marcos, então, possuído pela sabedoria divina, escreve aos romanos apresentando Jesus como Servo.
Para entendermos melhor o propósito da escrita de Marcos, ao apresentar Jesus na forma de Servo, façamos um pequeno passeio pela história.
 Na década de 60-70 d.c., os crentes de Roma eram tratados cruelmente e muitos chegaram a ser torturados e mortos pelo imperador Nero. Segundo a tradição, entre os mártires cristão, estavam os apóstolos Pedro e Paulo.
A intenção de Marcos, portanto, era a de fortalecer os alicerces da fé dos crentes romanos e, se necessário, inspirá-los a sofrer fielmente em prol do evangelho, oferecendo-lhes como modelo de vida o sofrimento, a morte e a ressurreição de Jesus, que cumpriu toda a vontade de Deus, como um servo obediente.
Por amor a seu Senhor, Ele enfrentou afrontas dos religiosos da época,especialmente os fariseus, que a todo instante tentavam achar alguma falha nele, além de ser mal compreendido até pelos de sua família, que pensavam que ele estava fora de si (Veja Mc 3.20-22). Detalhe: Só Marcos narra este episódio.
As expressões mais usadas por Marcos em seu Evangelho são “logo” e “imediatamente”, expressões estas que indicam ação. Podemos observar alguns exemplos em  Mc 1.10,12,18,20; 2.2.
Um certo pregador fez uma observação importante acerca da chamada de Cristo aos seus primeiros discípulos, dizendo:
“Todos os que Jesus chamou teve que deixar alguma coisa que eram importantes para eles, a fim de seguirem a Jesus. Pedro e João, dois irmãos que eram pescadores, precisaram deixar suas redes, que eram suas única fonte.Pedro, era casado (Mc 29,30), e com certeza teve de se decidir entre suas responsabilidades de chefe de família ou seguir ao Senhor”.
O que Jesus exigia dos seus servos foi exatamente o que ele mesmo se deu por exemplo. O apóstolo Paulo diz que “Ele aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo”. (Fp 2.4-8)
“Aniquilar-se a si mesmo e tomar a forma de servo”, é o que Cristo nos ensina através do Evangelho Segundo S. Marcos.
Mateus narrou em seu livro (16.24), as palavras de Jesus, em que dizia:
“Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
Negar-se a si mesmo é abrir mão de tudo o que  somos, e passar a ser o que Jesus quer. É abri mão dos nossos prazeres que ofendem sua santidade e passar a ter prazer na sua palavra, tal como o salmista Davi:
“A tua lei é o meu prazer”.( Sl 119. 77b)
Pedro é um dos grandes exemplos de cristão  que ainda não  aprendeu a  sujeitar-se a Cristo. Embora amasse a Cristo, na hora difícil, negou que o conhecia dizendo aos seus acusadores: “Eu não conheço este homem”. Porém, se ele tivesse dito estas mesmas palavras sobre si mesmo, então, ele teria compreendido o que Jesus tanto ensinara: “Negar-se a si mesmo”.
“Negar-se a si mesmo”, é fazer como o apóstolo Paulo: matar o velho homem e viver para Deus. (Gl 2.19)
Jesus, como servo, realmente servia. Marcos conta-nos (9. 33-37)que certa feita Jesus fora descansar com seus discípulos num lugar reservado e a multidão o seguiu. Como estavam num lugar deserto e a hora já era avançada, não tinha nada para servi-los nem lugar onde comprar. No entanto, ele cobrou dos seus discípulos que não dispensassem o povo com fome, pois ele era consciente de que, apesar deles terem uma alma para ser alimentada, também possuíam um  estômago.
Tiago aprendeu com tanta eficiência esta lição, que em seu livro encontra-se o registro de sua exortação,na qual dizia a Igreja de seu tempo:
“Meus irmãos, que adianta se alguém disser que tem fé, mas não tiver as obras? E se o irmão , ou a irmã estiverem nus tiverem falta do alimento cotidiano, e algum de vós lhe disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá disso? Assim também a fé sem as obras é morta”.(Tg 2.14-17)
Marcos narra também, um episódio no qual os discípulos de Cristo vinham discutindo pelo caminho acerca de quem seria o maior,  que Jesus ensinou-lhes a seguinte lição:
“Se alguém quiser ser o primeiro, será o último, e servo de todos” (Mc 9. 23-35)
Para fazer-se exemplo, o próprio Jesus lavou os pés dos discípulos, embora Pedro tentasse impedi-lo por achar que não era correto o Senhor servir aos servos. Ao que Cristo revidou:
“Se eu não te lavar os pés , não tens parte comigo”Ao que Pedro respondeu-lhe:“Não, Senhor, não lave-me somente os pés, mas todo”. (Jo 13.4-9)
Esta é lição que Marcos nos passa em seu livro: Quem não aprendeu a servir ao próximo, não compreendeu ainda o que Cristo disse:
“Eu não vim para ser servido, mas para servir”. (Mc 10.45)
Em outra ocasião, os discípulos repreenderam as crianças que se alvoroçavam em torno de Jesus, e apesar de  terem trazido-as  apenas para que Jesus as tocasse,  Ele fez mais que isto; pegou cada uma e as colocou no colo (Mc 10.13-16). Afinal o próprio Cristo havia feito a seguinte promessa:
“Aquele que vem a mim, de maneira nenhuma o lançarei fora” (Jo 6. 37)
Será que esta tem sido a nossa atitude, como seguidores do Servo Perfeito?
Marcos ainda relata que mesmo depois de Cristo voltar para o céu, continuava cooperando com eles (Mc 16. 19,20)
Finalmente, por não me ser possível citar tantos outros exemplos de seu serviço, encerro esta meditação sobre o “Evangelho do Servo” com as palavras animadoras do Mestre, a tantos cristão que procuram servi-lo com a mesma intensidade que Ele serviu ao Pai:
“Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”. (Mt 28.20 b)

No amor de Cristo,
Leila Castanha

É NECESSÁRIO CELEBRAR A SANTA CEIA?

imagem extraída de https://somosdecristo.com.br
   
   Por não compreenderem bem se há importância nessa cerimônia, muitas igrejas a celebram, simplesmente, como um ritual tradicional. Tais pessoas preservam esta solenidade como sendo um culto a mais em suas congregações, onde todos se reúnem dizendo ser para lembrar-se da morte de Jesus e participarem dos objetos simbólicos de seu sacrifício vicário: o pão e o cálice.
 Outros, entretanto,  tem sido sinceros em admitir que não encontram sentido algum nessa celebração, e por isso, tiraram esse culto da programação de sua igreja. Todavia, ainda há os que  acreditam na importância dos cristãos relembrarem da morte e ressurreição de Cristo, mas, não veem  necessidade de um culto especial, voltado à esse fim.
Em meio a tantas opiniões sobre a celebração da Santa Ceia do Senhor, qual será a opinião da Bíblia sobre esse assunto?
Em primeiro lugar devemos entender quando e por quem foi instituída a Santa Ceia.
­ Em Mt 26.17-30, Mc 14.12-26 e Lc 22.7-20, descobrimos que, pela primeira vez, foi o próprio Jesus quem a celebrou com seus discípulos, lhes apresentando o pão como símbolo de sua carne e o vinho como símbolo de seu sangue, no momento em que se aproximava a hora de sua morte, quando  seria traído por Judas e entregue aos soldados romanos.
   O apóstolo Paulo, explicando  sobre esse culto à Igreja de Corinto, disse-lhe que o que ensinara, fora exatamente o que aprendera do Senhor. Leiamos 1 Co 11.23, e entendamos o que Paulo ensinou sobre esta celebração cristã:
“Porque eu recebi do Senhor, o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão. E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim”. (itálicos meus)

Compreendemos, aqui, que havia um significado para a celebração desse culto, que era trazer à nossa memória o sacrifício de Cristo. “Em memória de mim”, quer dizer, “em lembrança a minha pessoa”.
Assim, quando Cristo nos ordenou que comêssemos o pão e bebêssemos o cálice, não era, como bem ensinou o apóstolo Paulo, uma ceia com intenção de matar a fome de alguém. O intuito dessa celebração era que o pão nos fizesse lembrar o corpo de Jesus, todo rasgado pelos pregos, espinhos e chicotadas que aplicaram em sua carne, enquanto que o vinho nos traria à memória dele, isto é, a imagem daquele homem na cruz, sangrando por amor a nós, até a última gota de sangue.
Não era um simples culto que ele instituiu, no qual seus discípulos se reuniriam para comer em memória Dele, mas, deveria ser “o culto”, uma celebração única e diferenciada das demais, onde Paulo aponta-nos o propósito: “Anunciar a morte de Cristo até que Ele venha” (v.26)
Então, quando nos reunimos no culto de Santa Ceia estamos também pregando aos que nos observam,  através do ato de comermos os objetos simbólicos (pão e vinho), que “ alguém até morreria por um justo (...), mas, Cristo morreu por nós , sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8).
Assim, uma vez já compreendido que a ordenação da celebração da Santa Ceia foi feita por Cristo, devemos celebrá-la. E, segundo o apóstolo Paulo, isto deve ser feito até que Cristo volte para buscar sua Igreja: “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha”. (1 Co 11. 26) (Itálico meu)

Porém, apesar de entendermos isso, não podemos negar que a Ceia que celebramos em nossas igrejas, não tem nenhuma aparência com esse momento de reflexão do qual Jesus falara. A pergunta, então, passa a ser a seguinte:
Como devemos celebrar esse ato ordenado por Cristo?
Para obtermos esta resposta, é necessário fazermos uma leitura cuidadosa do primeiro capítulo do livro de Isaías (leia o capítulo inteiro, em sua Bíblia, para melhor entender), que em resumo, diz:
“De que me serve a mim, a multidão dos vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais nédios; e não folgo (me alegro) com o sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu isso de vossas mãos, que viésseis pisar os meus átrios”? (Is 1.11.12)
Quando Deus perguntou aos hebreus,  “Quem vos requereu (exigiu) isso?” , a primeira vista, a resposta seria óbvia: “O Senhor mesmo as exigiu”. Afinal, foi o próprio Deus quem ordenou o sacrifício de animais para perdão dos pecados, as festas de Lua Nova, e a guarda do sábado, com todos os seus rituais. Então, por que Ele fez essa pergunta?
Na continuação da leitura, vemos a sua própria explicação, ao dizer ao povo que o que Ele pediu não foi meramente rituais,  mas, que o povo entendesse o significado por trás de cada celebração que prestasse à Ele. Por exemplo, na celebração da páscoa, os pães asmos deveriam lembrar ao povo que Deus não aceita mistura do seu povo  com nações pagãs, assim como também o cordeiro assado deveria lhes lembrar algo que Deus lhes ensinara  (o Cordeiro era sempre relacionado ao sacrifício, e em nosso tempo, Jesus é nos apresentado como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo - Jo 1.29).
No caso das celebrações citadas em Isaías, esses rituais deveriam trazer à memória do povo exatamente o que Deus descrevera no capítulo 17: Eles deveriam compreender que era seu dever fazer o bem, praticar o que é reto, ajudar o oprimido, fazer justiça ao órfão, e tratar das causas das viúvas”.
Todavia, seus rituais, sem sentido algum, o Senhor os aborrecia e já não os aguentava mais (“me são pesados”). (v. 14)
Embora as tradições fossem cuidadosamente passadas de pai para filho, elas eram copiadas sem um entendimento real sobre o significado de cada uma delas, tornando esses cultos realmente “ritualísticos” (coisa corriqueira, que se faz por hábito).
Será que não é assim, que muitos têm participado da Ceia do Senhor?
O apóstolo Paulo, sabedor de quanto isso irritava a Deus, exortou os irmãos de Roma, com as seguintes palavras:
“Rogo-vos, pois, irmão, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”. (Rm 12.1)
Se nos perguntarmos qual era o sacrifício vivo,santo e agradável a Deus, de acordo com esse texto, a resposta seria: “O culto racional”.
“Racional”, quer dizer, algo que se faz com a razão, isto é, conscientemente.
Será que estamos conscientes sobre o que estamos fazendo ao participar do pão e do cálice do Senhor?
Se alguém não tem pensado nisso, permita-me transcrever as palavras de Paulo, numa linguagem mais comum:

“Irmãos, eu imploro a vocês, pelo amor de Deus, que vos apresenteis diante do Senhor, de forma santificada e agradável a Ele, entendendo o que vocês estão fazendo quando vão cultuá-lo”.(Rm 12.1)

No amor de Cristo,
Leila Castanha





quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

PRAGA ROGADA CONTRA CRISTÃO, "PEGA"?


Primeiramente, vamos procurar entender o que significa essa palavra: praga. De acordo com o dicionário da Língua Portuguesa, “praga” é também um dos sinônimos da palavra “maldição”, muito utilizada na Bíblia, principalmente no Antigo Testamento.
Antes de adentrarmos na pergunta sugerida, devemos compreender que na linguagem bíblica a palavra que dava o sentido contrário à maldição era bênção. Encontramos, como exemplo, o texto de Dt 11.26:
 “Eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição; A bênção, quando cumprirdes os mandamentos do Senhor vosso Deus que hoje vos mando; Porém a maldição, se não cumprirdes os mandamento do Senhor vosso Deus, e vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes”. (itálico meu)
Em Tiago 3:10, também fica bastante evidente o contraste entre esses dois termos: “Da mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos não convém que isso se faça assim”. (itálico meu)
Uma vez observado a oposição entre ambas as palavras, veremos o significado de cada uma delas  de acordo com a Grande Enciclopédia Larousse Cultural:
1º) Bênção: (do lat. Benedictio), que quer dizer, favor divino.
2º) Maldição: (do lat. Maledictio), que significa:
a)     Palavra com que se amaldiçoa alguém, praga;
b)      Desgraça, fatalidade;
c)      Desaprovação divina e os males que daí decorre como castigo.
Obs.: itálicos meus
Agora que já tivemos uma luz sobre o que significa essa palavra, precisamos relembrar que a maldição teve origem no Éden, quando Adão e Eva pecaram, isto é, desobedeceram a ordem de Deus ao comerem o fruto da árvore proibida (Gn 2.16,17) 
Porém, no princípio, antes do casal desobedecer a ordem divina, Deus os havia abençoado conforme está escrito em Gn 1.27,28: “E criou Deus o homem à sua imagem o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou...”
Nessa passagem bíblica percebemos que o ser humano não foi criado sob a maldição, mas debaixo de bênção. Após o pecado, então, começou a existir a maldição: a serpente foi amaldiçoada, assim como a terra, o homem e a mulher (Gn 3). 
Embora a maldição seja algo real, o fato do cristão cometer algum pecado não o faz tornar-se amaldiçoado por Deus, e, consequentemente, sujeito as pragas ou maldições, como alguns pensam. Segundo a Bíblia, a maldição é reservada para aqueles que desprezam a Deus e preferem viver fora de suas Leis, ou seja, escolhem uma vida de pecado.
O fato do cristão fraquejar e cometer algum pecado, não significa que ele tenha rejeitado a Deus, pois  em   1 Jo 1.8-10, lemos o seguinte: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós”.
O apóstolo Paulo, após fazer uma análise de seu comportamento, fez o seguinte desabafo:
“Acho, então, esta lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior tenho prazer na lei de Deus.  Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros (...) (Rm 7.21,23)
No capitulo seguinte ele conclui seu raciocínio, dizendo: “Portanto, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito”. (Rm 8.1) – (itálicos meus)
É fato que há grande diferença entre “estar” feliz e “ser” feliz. Posso estar feliz hoje, embora não me julgue uma pessoa feliz, assim como posso estar triste, mas habitualmente sinto-me feliz. Da mesma maneira, uma pessoa pode ser doente, enquanto que outra possa apenas estar doente. “Ser” nesses casos é uma condição em que a pessoa vive, enquanto que “estar”, trata-se do momento atual, de um período do tempo.
Dessa forma, o cristão é reprovado por Deus quando  é  atuante no pecado, ou seja, quando ele tem prazer em viver na carne. No entanto, se o pecado cometido for como disse o apóstolo Paulo, um ato involuntário, produzido pela natureza carnal, mas sem o prazer que envolve uma vida pecaminosa, pois segundo o salmista, já fomos concebidos em pecado (Sl 51.5), não precisamos temer qualquer praga ou maldição que nos rogarem, pois o próprio Deus afirmou a Samuel:  “...O Senhor não vê como vê o homem; o homem atenta para a aparência, mas o Senhor olha o coração”. (1 Sm16.7b)
Sabemos que não vivemos em pecado, quando a prática pecaminosa nos tira a alegria, nos angustia, nos faz sentir mal, conforme vemos a condição de Davi, após ter cometido pecado (leia o Salmo 51).

Se Deus estiver do nosso lado, não temos com o que nos preocupar porque, como o salmista, podemos afirmar: "O Senhor está comigo, não temerei o que me pode fazer o homem". (Sl 118.6)

Ou mesmo como disse o apóstolo Paulo: "Se Deus é por nós, quem será contra nós"? (Rm 8.31)
E, se pecarmos, como cristãos, seremos incomodados, então basta nos lembrar do alerta do apóstolo São João: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça”.(1Jo 1.9)
Ao servo de Deus que comete alguma desobediência as Suas Leis, o autor aos hebreus diz que “Deus castiga ao que ama e açoita ao que tem por filho” (Hb 12.6). Castigar não é o mesmo que amaldiçoar. Como vimos no início, a maldição requer alguma desgraça, fatalidade ou praga advindos como castigo por não se obedecer a Deus. Onde havia a maldição não podia coexistir a bênção.
 Quando avisava os hebreus sobre a consequência de suas escolhas, Deus os advertia da seguinte maneira: “...E todas estas bênção virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor teu Deus”(Dt 28.1,2)
Em seguida, Ele os alertava caso suas escolhas fossem erradas, dizendo-lhes: “Será, porém que, se não deres ouvidos a voz do Senhor teu Deus (...) então sobre ti virão todas as maldições, e te alcançarão”.(v. 15) (itálicos meu)
Observamos claramente que, quando uma entrava a outra se retirava da vida da pessoa. Bênção e maldição não podem se misturar, assim como óleo não se mistura com água. Neemias, em sua oração a Deus, disse-lhe: “Ah! Senhor Deus dos céus, Deus grande e terrível! Que guardas a aliança e a benignidade para com aqueles que o amam e guardam os seus mandamentos”. (Nee 1.5)
Qual era a aliança que Deus tinha para com o seu povo? Que os abençoaria se ouvissem a sua voz.
Será então que Deus esperava que o povo nunca pecasse? É óbvio que não, pois, já na época do Novo Testamento, vemos o alerta do apóstolo Paulo, que deixaria bem desconsertado os que criam ser perfeitos: “Todos pecaram e separados estão da glória de Deus”. (Rm 3,23) (grifo meu)
O que acontece, então se alguém lançar maldição em um cristão?
O salmista Davi sabia tão bem que ninguém pode amaldiçoar a quem Deus abençoa que no salmo 109.28 ele diz ao Senhor: “Amaldiçoe eles, mas abençoa tu”. Ou seja, se tu me abençoares, não estou nem um pouco preocupado com a maldição que eles me lançarem.
Quando Simei  lançou uma maldição sobre Davi ele respondeu: “...O Senhor me pagará com bem a sua maldição deste dia” (Leia 2 Sm 6.5-12)
Em outra ocasião, Davi fez a seguinte exortação: “Amai ao Senhor, vós todos que sois seus santos; porque o Senhor guarda os fiéis...”(Sl 31.23)
No tão conhecido salmo 91 encontramos a resposta para esta dúvida. Diz o salmista: “Aquele que habita no esconderijo do Altissimo, à sombra do Onipotente descansará (...) Nenhum mal te sucederá nem praga alguma chegará atua tenda”. (v. 10)
Leia este salmo inteiro que você ficará certo do quanto estamos seguros e protegidos à sombra do Onipotente! E, ainda que fraquejemos e erremos o alvo (“errar o alvo “ é o significado da palavra pecado), nem por isso ele nos abandonará, porque em 2 Tm 2.13, encontramos a seguinte frase do apóstolo Paulo: “Se formos infiel,ele permanece fiel”.
E ainda  no salmo 125 o salmista afirma com ênfase: “Os que confiam no Senhor serão como os montes de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre”.

Com amor,
Leila Castanha