quarta-feira, 27 de março de 2024

COMO ESTUDAR A BÍBLIA - PARTE 2

 COMO ESTUDAR A BÍBLIA (Parte 2)

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TEXTO BÍBLICO: 1 Co 2.15,16

Embora haja muitas maneiras de como ler a Bíblia, refletiremos em apenas uma delas, ou seja, devemos ler a Bíblia desejando conhecer a mente de Deus. Conhecer a mente de Deus significa descobrir o que Deus pensa sobre nós, sobre as outras pessoas, sobre as coisas e as situações que nos envolve nessa vida e após ela.

Tiago Dias, autor do livro "Em busca de sentido", afirma que quando falamos a respeito de alguém ou de alguma coisa, falamos de fora, isto é, apenas conhecemos conceitos e ideias, no entanto, quando falamos sobre alguém ou alguma coisa, estamos falando de dentro, isto é, do que vivenciamos. Desse modo, com base nessa afirmativa, é fato que ninguém pode falar sobre quem não conhece. Além disso, para conhecermos alguém de verdade, é necessário que tenhamos certo grau de intimidade com essa pessoa.

Em relação a Deus, não é diferente, só podemos conhecê-lo, a ponto de podermos falar sobre ele, se desenvolvermos uma relação próxima com sua pessoa, e isso só é possível por meio da oração (momento em que falamos com Deus) e através da leitura da Bíblia (momento em que Deus fala conosco).

Um outro comentarista, Dr Stuart Holden, declarou que a verdadeira regra de fé não diz para vivermos uma vida terrena com a visão no céu, mas que vivamos uma vida celestial com a visão na Terra.  Esse pensamento é confirmado pela própria Palavra de Deus - leia Ef 2.6 e Cl 3.1 a 3. Quando vivemos nossa vida de modo natural, como quem vive influenciado pelas circunstâncias terrenas, é reflexo de que não conhecemos o que Deus pensa sobre aqueles que aceitam a seu Filho, Jesus Cristo. Pois, segundo os textos acima citados, “Vivemos juntamente com Cristo nas regiões celestiais”, e “estamos escondidos em Deus”, ou seja, vivemos de modo sobrenatural, isto é, tendo a mente de Cristo (2 Co 2.15,16), e não vivemos mais vendo as coisas em uma perspectiva carnal e humana. Segundo o apóstolo Paulo, quando estamos em Deus, não vivemos mais pelo que vemos, e sim pela fé (1 Co 5.7).

Por que devemos conhecer os pensamentos de Deus?

1) Porque seus pensamentos são superiores aos nossos. Leia Isaias 55.8,9.

Apesar de serem tão distantes dos nossos pensamentos, uma boa parte da mente de Deus o Espírito Santo já revelou nas Escrituras. Inclusive, Jesus falou que elas falam sobre ele, ou seja, a Bíblia é o livro da biografia de Jesus, e, conforme o próprio Cristo declarou, quem vê a ele vê o Pai (João 14.8-10).

O Espírito Santo inspirou os homens que escreveram a Bíblia, e, de acordo com as Escrituras, ele conhece os pensamentos de Deus (1Co 2.11). Quando rejeitamos ler as Sagradas Escrituras, estamos perdendo a oportunidade de conhecer o que o Espírito Santo revelou sobre  Deus, isto é, perdemos a oportunidade de descobrir o que Deus pensa sobre nós e sobre tudo o que nos envolve.

Por exemplo, diferente da nossa cultura atual, na visão de Deus, o castigo é prova de amor, e não de violência. A Bíblia revela que, para Deus, castigo é o modo que ele usa para nos dizer que nos ama e que somos seus filhos de verdade - leia Hb 12.5,6. Enquanto temos pena daqueles a quem Deus castiga, o Espírito Santo nos revela nas Escrituras, que “a tristeza segundo Deus produz arrependimento” - 2 Co7.9,10.

2) Não conhecer como Deus pensa nos leva a pecar contra ele. Leia Oseias 4.6

Perceba que Deus disse que a falta do conhecimento do povo, foi a causa deles serem destruídos. Falta de conhecimento do quê? No versículo 1, Deus disse que lhes faltou conhecimento sobre ele, ou seja, o povo não conhecia Deus, não conhecia a sua vontade, não tinha ideia do que ele pensava a respeito deles, embora ouviram falar, ou seja, apesar de saberem bem a teoria sobre as suas leis, eles não tinham interesse em conhecer, de fato, a mente divina. Em Lc 19.41, 42. a bíblia narra que Jesus chorou ao observar a dureza do coração do povo de Jerusalém e suas palavras foram estas: “Se vocês compreendessem o que te traz a paz! Mas vocês não conseguem enxergar”. Lembre-se que eles estavam com o "Príncipe da paz”, pois Isaías profetizou sobre Jesus, dizendo que esse seria um de seus nomes - Is 9.6. 

A Bíblia nos revela que o pensamento de Deus a respeito de como eles poderiam  alcançar a paz já estava revelado nas Escrituras, mas como Jesus mesmo declarou, eles não enxergavam. O Salmo 119.165 já declarava: “os que amam a tua lei possuem paz...”. A resposta estava nas Escrituras, livro usado por esse mesmo povo que buscava paz, mas que, apesar de saberem de cor as ordenanças do Senhor, eles não enxergavam que essa paz estava no Cristo que estava entre eles. Eles liam, mas  não enxergavam, não percebiam o que Deus estava lhes dizendo pelas Escrituras. Por isso é importante ler a Bíblia prestando atenção no que Deus está dizendo.

Mateus observou que Jesus  também acusou o seu povo (Israel) de matar os profetas e apedrejar os mensageiros que Deus enviou e ele afirma que a intenção do Pai, logo, a sua própria intenção, era protegê-los como a galinha protege seus pintinhos debaixo das asas, porém, eles não aceitarem sua proteção.   Assim também agimos quando lemos a Bíblia sem interesse de conhecermos a mente de Deus, quando não nos importamos em saber o que ele quer nos comunicar. 

Ler a Bíblia por ler não é suficiente para o Espírito Santo nos revelar o que Deus pensa, pois ele só nos revela quando nosso coração está voltado a viver segundo a mente de Cristo. Israel lia as Escrituras desde a mais tenra idade, mas não enxergava o que Deus estava dizendo a respeito de sua vontade para eles. Ouviam a letra (os mandamentos), mas não entendiam o que Deus queria lhes comunicar por meio das suas ordenanças, isto é, o que estava nas entrelinhas. Em Isaías 1.2, Deus diz que até os animais tem noção das coisas, mas o seu povo não tem conhecimento sequer de sua vontade, isto é, não compreendiam nada do que Deus lhes dizia, não entendiam o que ele queria lhes comunicar. Eles eram tão faltos de entendimento que o Senhor diz que nem adiantava castigá-los, que eles não compreenderiam o motivo (v.5) - Leia todo o capítulo de Isaías 1, e veja como age o povo de Deus que não conhece a sua mente.

4) Devemos conhecer os pensamentos de Deus, porque ele quer se comunicar diretamente conosco.

Em Jó 42.1-6,  Jó confessa a Deus que falou de coisas que não conhecia, e que por isso se arrependia muito. Ele confessa que tudo o que ele sabia a respeito de Deus era baseado em coisas que ele ouvira falar.  Após Deus falar diretamente com ele, Jó chega a conclusão de que nunca o conhecera de fato, porém, após ouvir o que Deus pensava a respeito do que ele supunha, Jó declarou: “Antes eu só te conhecia de ouvir falar, mas agora os meus olhos te veem”. 

Jó estava na mesma situação que Jerusalém na passagem de Lucas, que estudamos acima: ele não enxergava os propósitos de Deus, a verdade sobre o Senhor estava oculta a seus olhos. Mas, quando Jó ouviu o próprio Deus falando sobre como ele vê as coisas, seus olhos foram abertos e agora ele passou a enxergá-lo como ele realmente é. Isso me lembra uma história, extraída do livro Varão de Dores, da autoria de Miguel Rizzo, o qual narra a história de uma menina que queria muito ver o mar. Ela insistiu tanto que a mãe a levou, e, após observar o oceano por longos minutos, a garota voltou ao hotel, onde também se encontrava hospedado um velho marinheiro. Toda entusiasmada, a menina gritava eufórica: “Eu conheço o mar! Eu conheço o mar”. O marinheiro aproximou-se dela e lhe disse: “Eu também conheço o mar!”. Rizzo observa a distância entre o “conhecer” da garota, e o "conhecer" do velho marinheiro, pois este conhecia cada movimento e situação de prazer e perigo da vida marítima, enquanto a garotinha conhecia de longe. Como você conhece a Jesus? De longe - de ouvir falar dele - ou de perto - de ouvi-lo falar com você?

Se nos contentarmos a conhecer Deus apenas de ouvir os outros falarem acerca dele, nunca vamos vê-lo como ele realmente é. Por isso, leiamos a Bíblia, procurando conhecer a mente de Deus, buscando entender o que o Espírito Santo está nos revelando sobre os pensamentos divinos, e então, ouçamos a voz do Senhor ecoando através da história de Jó, e das demais narrativas e cartas da Bíblia, a nos dizer: “Você já falou, agora me escute, e eu falarei”.

No amor de Cristo,

Leila  Castanha

25/03/24


Bibliografia

Bíblia Sagrada

Em busca de Sentido -  Tiago Dias

Varão de Dores - Miguel Rizzo


terça-feira, 19 de março de 2024

COMO ESTUDAR A BÍBLIA

  

https://deusteabencoe.com.br

TÍTULO: Como estudar a Bíblia

TEXTO BÍBLICO: Jo 17.13-17

  Emmet Fox, um ministro do Evangelho, em seu livro “O sermão da montanha” afirma que o estudo da Bíblia é comparado a procura por diamantes na África do Sul. Quando as pessoas encontram um pouco da pedra preciosa misturada no barro, elas ficam muito felizes pelo achado. Porém, os mais experientes, procuram cavar mais fundo, onde o barro muda de cor, de amarelo para azul, e nesse ponto a quantidade de diamantes encontrados por dia equivale a um ano de trabalho de quem só cava mais superficialmente. O autor diz que quando alguém chega à profundidade, o que dantes havia encontrado no barro amarelo perde o valor, comparado ao que encontra-se em escavações mais profundas.

  Assim também, argumenta Fox, não devemos nos contentar com as poucas verdades que encontramos no barro amarelo de nossa leitura da Bíblia, mas escave mais fundo até chegar a rica argila azul.

Tendo isso em mente, vamos prosseguir com a nossa reflexão sobre o tema estudado.

COMO ESTUDAR A BÍBLIA?

  1) Procurando se aprofundar em seu conteúdo: ler com vontade de conhecê-la e ao seu autor, e não por obrigação ou com preguiça. É certo que, inicialmente, e muito raramente, alguém já comece a ler a Bíblia “escavando-a mais profundamente”, porém o que não deve acontecer é o cristão se conformar em fazer leituras superficiais, pois, desse modo, não haverá crescimento espiritual. A Bíblia é o meio no qual Deus fala com o homem, e, quanto mais ouvimos alguém falar mais aprendemos dele e sobre ele.

  2) Sabendo que é um meio que Deus arquitetou para se comunicar com suas criaturas e com os seus filhos. Deus sempre se comunicou com os seus servos, conforme veremos a seguir:

  1º) No início, Deus andava com os homens - Gn 3.8;

  2º) Deus ordenou a Moisés que orientasse a seu povo (Israel) que falasse dele aos seus filhos;

  3º) Ele ordenou a Moisés que escrevesse para memorial do povo - Ex 17.11;

  4º) Por fim, Deus enviou seu Filho, Jesus, agora, por meio dele o próprio Deus voltou a andar no meio do povo. Jesus é chamado de Emanuel - Deus conosco (Is 7.14).

  3) Compreendendo que ela é a Palavra de Deus - 1Ts 2.13: a Bíblia não é um livro qualquer. Ela é o Livro de Deus, inspirado pelo Espírito Santo com a finalidade de fazer o ser humano conhecer Deus, a fim de se aproximar dele.

  Deus nunca se afastou do homem (ser humano), foi o homem que se afastou dele por meio da prática do pecado. A palavra pecado significa errar o alvo, isto faz sentido porque pecamos quando nossas práticas se distanciam daquilo que Deus nos ordena. Assim, ao invés de nos chegarmos a Ele, nossa desobediência nos afasta Dele.

 Perceba que Deus não se moveu, fomos nós que, ao desobedecermos suas leis, nos afastamos dele, ou seja, erramos o alvo, que é Cristo e passamos a fazer a vontade de seu Inimigo (o diabo). Em Is 59.1,2, Isaías diz ao povo que foram os seus pecados que fizeram separação entre eles e Deus; Isaías 1.12-18, Deus diz ao povo que as reuniões deles, que seriam para honrá-lo, na verdade, só estava o cansando. E  por que isso? Deus responde que é porque o povo não está fazendo o que e como ele pediu, mas cada um faz o que bem quer e isto os está afastando dele, de modo que ele não pode siquer ouvir suas orações. Perceba que mais uma vez é o povo que se separa de Deus por escolherem desobedecê-lo, e não Deus que se separa dele.

  Isaias 50.1,7, Deus usa a analogia do divórcio para fazer seu povo entender que não é ele está se separando deles, mas são eles que se separaram do Senhor. No versículo 2, ele faz o povo refletir em sua fidelidade, perguntando-lhes: “Por que eu vim e ninguém apareceu? E porque chamei e ninguém respondeu?” Ou seja, Deus está mostrando por meio dessa alegoria que ele vive tentando fazer as pazes com o seu povo, mas o pecado não permite que eles ouçam a sua voz, nem deixa que se voltem para ele. Em Isaías 58. 2-10, Deus responde a pergunta do povo sobre o porquê ele não atende seus jejuns e porque não os tem ajudado em suas aflições, dizendo-lhes que é porque eles estão pervertendo as leis de Deus. Apesar de fazer o que ele tinha mandado, fazem da maneira errada, por exemplo, jejuavam e depois brigavam entre eles. Em outras palavras, Deus estava lhes dizendo que os pecados deles o afastavam da sua presença.

  O povo de Israel agia para com Deus como a história narrada por Spugeon (um servo de Deus conhecido como príncipe dos pregadores): ele conta que um chefe árabe do Cairo (capital do Egito), estava muito doente e um missionário receitou-lhe um remédio. Uma semana depois, o missionário encontrou o homem do mesmo jeito. Estranhando porque o chefe não havia melhorado, já que ele sabia da eficácia do medicamento, perguntou-lhe o seguinte: “Você não tomou a minha prescrição?”. O chefe respondeu-lhe: “Sim. Eu comi cada pedacinho do papel”.

  Spurgeon nos leva a refletir por meio dessa história, dizendo aos seus leitores que muitos cristãos leem a Bíblia e acham que só em conhecer o que está prescrito nela é o suficiente para a cura de sua alma. O em si (o local da prescrição) não tem qualquer valor de cura espiritual, mas é o que está prescrito nele, a mensagem que ele traz, quando ingerida por nós, pela fé, que produz o efeito de cura interior. E, por não saber dessa verdade, há cristãos que abrem a Bíblia (o livro, a receita de Deus) no Sl 91 ou em outro texto que fala da proteção divina, e a expõe aberta sobre  um móvel, acreditando que isso trará a presença de Deus para a sua casa.

  Um irmão contou que foi com um grupo de pessoas expulsar um demônio de uma pessoa, e um dos crentes abriu a Bíblia no Sl 91 e começou a ordenar que o espírito imundo saísse em nome de Jesus. No entanto, ao invés de se retirar, o jovem, possesso, rasgou as folhas da Bíblia e as engoliu. Demônios não temem o Livro, eles temem é a mensagem do Livro Santo, quando ela é degustada pelo cristão, pois assim faz efeito nele, dando-lhe força, dando-lhe poder contra eles.

  4) Tendo consciência que ela nos esclarece, nos abre os olhos para as verdades espirituais: 1Co 2.14 diz que “o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. (grifo meu). Em 1Co 1.18, o apóstolo Paulo diz que “ a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos é o poder de Deus”. Subetende-se que a Palavra de Deus esclarece, pois nenhum outro livro pode nos revelar acerca de Deus a não ser a Bíblia.

  Lucas conta (24.29-35) que dois discípulos estavam voltando de Jerusalém para suas casas em Emaús. Eles estavam muito tristes e decepcionados, porque, junto com os demais discípulos de Jesus, estavam eufóricos esperando vê-lo ressuscitado e já havia escurecido e nada aconteceu. Quando estavam no caminho de volta para casa, um viajante se aproximou deles e puxou conversa. Eles, logo, contaram o que lhes havia acontecido e disseram-lhe que por isso estavam tristes. O viajante, que era Jesus, começou a animá-los perguntando-lhes se eles haviam esquecido o que a Bíblia falava sobre Cristo (mas ele não se identificou, falava como se fosse um homem comum refletindo sobre o assunto). Como estava muito tarde e a estrada era perigosa, eles convenceram Jesus a ficar com eles (Jesus fingiu que ia passar direto, mas esse já era seu propósito). Em casa, serviram-lhe pão e, antes de comer, partiu o pão e orou ao Pai, agradecendo-lhe. Ao fazer isso, eles se lembraram de que Jesus fez a mesma coisa do mesmo jeito e, é claro, a sua voz era igualzinha. Então, lembraram-se também que, apesar da tristeza, enquanto o viajante conversava com eles, seus corações ardiam. Ao reconhecerem que era Cristo, o Senhor desapareceu.

  Essa narrativa nos traz algumas reflexões, dentre as quais, aprendemos que quando temos o entendimento de que Jesus está conosco, não precisamos mais de vê-lo. O apóstolo Paulo confirma esse pensamento ao dizer que “vivemos por fé, não por vista”. A fé é o firme fundamento (é a base sólida) das coisas que esperam, e a prova (certeza) das coisas que não se veem. Quando conhecemos ou reconhecemos a presença de Deus, não precisamos mais dos nossos sentidos naturais, pois a sua presença é sentida por fé.

  O apóstolo Luiz Hermínio, em uma de suas pregações, relatou que há pessoas que saem tristes do culto porque, segundo elas, não sentiram a presença de Deus. No entanto,segundo o apóstolo, deveria ser suficiente para o cristão crer nas palavras de Jesus, em Mt 28.20,  a qual o Senhor afirma que estará conosco todos os dias. O Cristão não tem que sentir nada, ele tem que crer. Ele não tem que confiar em seus instintos naturais, mas ele precisa confiar cem por cento na Palavra de Deus.

 Quando estudamos a Bíblia os nossos olhos espirituais se abrem, e, embora não enxerguemos um palmo a frente do nosso nariz, nos firmamos nas promessas de Deus que não falham, e, nos acalmamos, porque conhecemos a voz do nosso Pastor. Leia Jo 10.27

 Assim aconteceu com os dois discípulos de Emaús, após reconhecerem a voz do Bom Pastor, voltaram para Jerusalém para contar aos outros que haviam tido um encontro com Cristo, e, como salientou o pr Ricardo Gondim, agora já era muito mais tarde, porém eles já não tinham mais medo.

  Porque isso outra coisa que acontece quando estudamos a Bíblia, Deus tira de nós o espírito de covardia e nos dá o espírito de ousadia. Mas isso é tema para outra lição.

No amor de Cristo,

Leila Castanha

17/03/2024

 

Bibliografia:

Bíblia Sagrada

Diante da porta estreita - Charles Spurgeon

O sermão da montanha - Emmet Fox

Vivendo em triunfo - Ricardo Gondim


domingo, 10 de março de 2024

BÍBLIA, A INFALÍVEL PALAVRA DE DEUS



TÍTULO: Bíblia, a infalível palavra de deus

TEXTO BÍBLICO: SL 119.50

     Geralmente, quando estamos passando por algum problema ou precisamos de conforto e orientação em alguma área de nossa vida, procuramos as pessoas com quem temos maior intimidade e falamos com elas durante uma, duas, três ou mais horas. No entanto, se lembrássemos do que diz o Sl 119.50 - “Este é o meu consolo no meu sofrimento: a tua promessa dá-me vida”, não precisaríamos de tanto tempo para desabafarmos, mas em Cristo teríamos uma palavra de renovo. Que coisa maravilhosa é termos conosco a Palavra de Deus! No entanto, perdemos muito em não a utilizarmos nos momentos de sofrimento também, visto que a angústia muitas vezes nos afasta de Deus, quando, na verdade, Sua Palavra quer nos levar a Ele nos momentos doridos de nossas vidas.

Em Os.4.6. o Senhor diz que seu povo foi destruído porque lhes faltou o conhecimento, e, da mesma maneira, isso ocorre conosco: morremos na fé, morremos em nossas tribulações, não suportamos as provações que a vida nos impõe, porque não conhecemos o Deus a quem servimos. O salmista (Sl 42), faz uma dolorosa reflexão sobre a sua situação difícil, e parece até que o vejo chorando enquanto fala de sua dor, no entanto, a cada lamúria ele para e diz: “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te desesperas dentro de mim?”, espera em Deus, pois ainda o louvarei, Ele é a salvação da minha alma, e o meu Deus”. O salmista conhecia seu problema, que não era fácil, mas também conhecia o seu Deus, que não era fraco. Ele sabia que seu problema era real, mas também tinha certeza de seu Deus era real. Ele sabia que seu problema o incomodava muito, no entanto, não tinha dúvida de que seu Deus se levantaria para auxiliá-lo.

Um dos problemas de nós, cristãos, é que nem todos conhecemos Jesus  de andarmos com ele, mas apenas de ouvirmos falar (Leia 1Jo 2.6 e Jó 42.5). O mesmo se dá com sua Palavra, saímos “papagaiando”, isto é, agindo como papagaios, repetindo sem refletir naquilo sobre o qual dizem ser a “Palavra de Deus”, e daí surgem muitas heresias (ensinamentos contrários à Bíblia), e citações que não estão nas Escrituras.

  Não era desse modo que agiam os irmãos bereanos (da cidade de Bereia, na Macedônia) - At 17.10,11. Paulo e Silas foram enviados à Bereia para pregarem, chegando lá foram muito bem recebidos, e os irmãos receberam a Palavra de muito bom grado, todavia, não se conformaram só em ouvir, mas, todos os dias examinavam as Escrituras para ver se o que pregavam era exatamente assim. É por isso que a palavra “bereanos”, hoje, virou sinônimo de “zelosos”. Esses irmãos eram, de fato, zelosos pela Palavra de Deus, e não tinham preguiça de examinar na Bíblia se o que estava sendo pregado (por mais bonito que fosse), estava em concordância com as Escrituras.

Hoje, infelizmente,  há muitos cristãos que não tem o hábito de ler a Bíblia, e sai “engolindo” tudo o que as pessoas pregam e ensinam, sem se dar ao trabalho cuidadoso de examinar a Palavra de Deus, para não serem levados por “ventos de doutrina”, conforme alerta Ef. 4.14. 

  Certa ocasião, Jesus perguntou aos seus discípulos sobre o que as pessoas diziam a respeito dele. Responderam-lhe que uns diziam que ele era João Batista, outros achavam que era Elias, alguns diziam que era Jeremias, e, ainda outros acreditavam que ele era um outro profeta. “OK” - Jesus respondeu-lhes -"E vocês, o que vocês dizem que eu sou?” Pedro se adiantou e respondeu sem pestanejar: “Tu és o Cristo, Filho do Deus Vivo”. Jesus, então, dirigindo-se a Pedro, disse-lhe: “Essa descoberta não é sua, não veio de você. Quem te revelou isso foi o Espírito Santo” - Mt 16.13-17. 

  Desse texto acima exposto, tiramos duas lições: Primeiramente, Jesus perguntou o que os outros falavam a respeito dele - precisamos saber o que as pessoas sabem a respeito de Jesus; depois, ele quis saber sobre o que os discípulos sabiam - agora, nossa percepção a respeito dele deve vir, não da cultura dominante, nem das teorias filosóficas, nem do que o povo diz, nem de qualquer outra fonte que não seja a Bíblia, pois é o Espírito Santo quem nos revela a respeito de quem é Cristo. Outra verdade que devemos compreender é que t o Espírito Santo nos revela tudo por meio da BÍBLIA - Leia Mt 22.29-33 (é errado não conhecer a Bíblia); Jo 5.39 (é a Bíblia que fala quem é Jesus); Jo 14. 26 (o Espírito nos faz lembrar de tudo o que Jesus ensinou, e Jesus disse que os que creriam nele, o conheceriam pela Palavra de Deus - Jo 17.20).Veja o episódio de Felipe pregando ao eunuco da rainha de Candace (na verdade, ele não "pregou", pois o eunuco estava lendo a respeito de Jesus no livro do profeta Isaias, e o que Felipe fez foi apenas explicar o texto (leia At 8. 26-39)

  Para sabermos o valor que damos a Deus, basta observarmos o valor que damos a Sua Palavra. Um certo pensador disse: “A Bíblia é entre os livros aquilo que Cristo é para os homens” isto é, a importância que você dá à Bíblia em relação aos demais livros que você procura, é a mesma importância que você dá a Jesus. Todo fã procura conhecer a história de seu ídolo (sua biografia) para saber o que essa pessoa consumia, como vivia, o que gostava ou o que rejeitava. A biografia de Jesus está na Bíblia (Jo 5.39), e muitos cristãos não se interessam por conhecê-la.

  O apóstolo Paulo disse a Timótio  que enquanto ele aguardava sua visita, se dedicasse a três coisas: à leitura, à  exortação e ao ensino (1 Tm 4.13)  -  claro que as três coisas referidas falam a respeito da Bíblia. Em seguida (v.16) ele alerta Timóteo a ter cuidado dele mesmo (vigiar) e da doutrina (e onde se encontrava essa doutrina? - nas Escrituras).

  Atualmente, queremos ganhar as pessoas para Jesus como um lenhador que tenta derrubar uma árvore com o cabo do machado. A Palavra de Deus é o único instrumento poderoso para salvar. Jesus, quando esteve no mundo (na Terra), ele deu o exemplo para nós: falou que tudo o que falava, não era apenas o que ele queria falar, mas o que o Pai lhe ordenou que falasse, e ele sabia que essas palavras eram vida, ou seja, eram suficientes. Leia os versículos a seguir: Jo 12.49,50; Jo 6.38; Jo 8.28-32. Em Rm 1.16, o apóstolo Paulo mostrou aos irmãos de Roma (os romanos), que tinha o mesmo pensamento de Jesus, no tocante a eficácia, ou seja, a eficiência de Sua Palavra. Ele disse que não se envergonhava do Evangelho de Cristo, porque “É O PODER DE DEUS PARA A SALVAÇÃO...” Daqui inferimos duas verdades: primeiro - havia cristãos que tinham vergonha de pregar o Evangelho; e, em segundo lugar, alguns achavam que só o Evangelho não seria suficiente para convencer o pecador. 

  Enquanto alguns cristãos queriam substituir o Evangelho por outras coisas para chamar público, Paulo disse que continuaria pregando esse Evangelho que recebeu da parte de Deus, porque ele "é poderoso para salvar". Na verdade, a Igreja de Cristo não quer público, o que ela procura é  DISCÍPULOS, ou seja, pessoas que vivam e compartilhem o que lhes foi ensinado por Cristo. Jesus disse que seremos seus discípulos se fizermos o que ele nos manda (Jo 15.14). E o que ele nos manda? Dentre tantas outras coisas,  ele nos manda ir - (não é esperarmos dentro da igreja) fazer discípulos -  (não simpatizantes. Discípulo é aluno; quem não gosta de aprender, não pode ensinar); batizar - (é um mandamento, uma ordem, não uma opção, como alguns parece pensar - veja Mc 16.16); ensinar as pessoas a guardar TODAS AS COISAS QUE ELE NOS ORDENOU (Leia Mt 28.19-20). Observe: nosso dever é ensinar tudo o que ele ensinou, assim como ele disse tudo o que o Pai lhe ordenou. Logo, o ensinamento deve fazer parte da Igreja de Jesus, para que aqueles que se aproximam de Deus seja aperfeiçoado na Palavra, pois é ela que nos dá vida espiritual - leia Jo 15.3-5.

A mensagem da Bíblia, aliada ao poder convencedor do Espírito Santo (Jo 16.7,8), é o suficiente para a conversão. Qualquer coisa fora disso, pode resultar em manifestação de pessoas, mas não em conversão, pois a transformação de alguém resulta no fruto do Espírito (Gl 5. 22). Converter alguém, isto é, transformar uma pessoa em uma nova criatura, é área que pertence a Deus, e só ele, por intermédio de Seu Espírito que opera pela Palavra, pode executar esse milagre. Busquemos pois, o Senhor em oração e amemos as Sagradas Escrituras.

 

No amor de Cristo,

Leila Castanha

 10/02/24


BIBLIOGRAFIA

Bases da fé cristã (Wayne Grudem)

Enciclopédia Estudos de Teologia (editora Semei)

Revista da EBD - 1991 - 2º trimestre, Maturidade Cristã, CPAD

Teologia sistemática, histórica e filosófica (Alister E. Mcgrath)

Novo dicionário de teologia bíblica (T. Desmond e Brian S. Rosner)


domingo, 29 de maio de 2022

AS COSMOVISÕES ANTICRISTÃS


https://cinescontemporaneos.wordpress.com/

Primeiramente, para entendermos esse assunto, vamos entender o que são cosmovisões.

COSMOVISÕES: De acordo com a Larousse Cultural, essa palavra é originada de outras duas de origens diferentes: Kosmos (grego- significa mundo) e visio, visiones (latim – significa visão). Assim sendo, COSMOVISÃO é a “visão do mundo e do homem, ponto de vista a respeito do Universo, nas várias filosofias”.

Em poucas palavras, pode-se dizer que COSMOVISÕES são as nossas percepções a respeito do mundo, isto é, como vemos e interpretamos a realidade. Partindo desse entendimento, ao falarmos de COSMOVISÕES ANTICRISTÃS entendemos ser todo pensamento, ideia ou filosofia que se choca contra a Palavra de Deus.

 

SÉCULO 21 E AS COSMOVISÕES ANTICRISTÃS

O pensamento atual defende o respeito às crenças e aos valores de todos. Em nome desse respeito, não se pode falar nada que fira a crença alheia. Isso tem exigido a Igreja a rever seu modo de pregar o Evangelho sem secularizar a Palavra de Deus, mas, ao mesmo tendo, usando de estratégias para evitar processos, no caso de alguém alegar ter sido ofendido pela pregação do Evangelho.

Veremos a seguir algumas ideias que têm se estabelecido no pensamento hodierno (atual, moderno) e quais são as suas consequências em relação à Igreja.

Existem três pensamentos decorrentes das cosmovisões anticristãs, os quais são: pluralismo, humanismo e relativismo. Nesse estudo me aplicarei em comentar apenas o pluralismo e o humanismo para o texto não ficar muito extenso.

 

O QUE É PLURALISMO?

O termo “pluralismo” indica algo que não é único, ou seja, que possui multiplicidade. O pluralismo religioso se refere a todas as crenças como legítimas, e defende que todos os caminhos levam a Deus. Assim, há pluralismo religioso quando se aceita como válidas ideias religiosas diferentes e até contraditórias entre si. Por exemplo: Eu posso concordar com a doutrina de determinada religião que prega a prática de boas obras como requisito definidor de uma pessoa que pertence a Deus, porque a Bíblia também defende tais práticas como próprias do comportamento cristão, no entanto, não posso aceitar o ensinamento de tal religião quando prega que as boas obras por si só são capazes de levar alguém à salvação. Isso porque a Bíblia declara que só Jesus pode conceder o perdão dos pecados e justificar o homem diante de Deus (Rm 5: 1,16-18; 8:5; 1 Co 6:11; Gl 3:24; Fp 3:9 etc).

 Jesus disse que ele é “o único caminho” que leva a Deus (Jo 14.6), logo não posso concordar que “qualquer caminho” seja possível para alcançar esse fim. Porém, se eu aderir ao pluralismo religioso precisarei aceitar que não há “um único” caminho para alguém se relacionar com Deus, mas “muitos”, e que cada pessoa deverá encontrar o seu modo de ter acesso à divindade.

Alguns cristãos defendem o pluralismo religioso porque o confunde com liberdade religiosa. A liberdade religiosa me faz respeitar o direito das pessoas de escolher qualquer crença, independente da minha. O pluralismo religioso me conduz a escolher as crenças de outras pessoas agregando-as às minhas.  Ou seja, uma coisa é legitimar o direito das pessoas em crer no que quiserem, outra coisa, bem diferente, é legitimar essas crenças aceitando-as como verdades.

Outro problema bem comum na concepção moderna é a ignorância sobre as concepções de “respeito às crenças” e “liberdade de expressão”. A meu ver, nesse contexto, respeitar a crença de alguém é dar à pessoa a liberdade de seguir ou acreditar no que quiser.  Liberdade de expressão é dar às pessoas a liberdade de exprimir suas crenças. Na modernidade, é bem claro nosso dever de respeitar as crenças alheias, mas não é politicamente correto expressar nossas crenças religiosas, sob o pretexto de que podem “desagradar” a alguém, uma atitude que, aos poucos, vai cerceando nossa liberdade de expressão. Somos o que somos por meio de nossas relações sociais, culturais, políticas e religiosas, e é a totalidade dessas partes que formam nossa visão de mundo.  

Precisamos nos atentar para a realidade de que sempre haverá pensamentos contraditórios a nossa fé, e cabe a nós, cristãos, respeitar o livre arbítrio que Deus deu às pessoas, nos relacionando com todos de modo respeitoso, sem discriminar ninguém por conta de sua opção de fé, mas mantendo o diálogo inter-religioso, franco, mas, ao mesmo tempo, com respeito à liberdade do outro.

Por outro lado, no âmbito de nossa crença, não podemos conceber o pluralismo religioso, pois aos que querem introduzir na igreja doutrinas diferentes das professadas pela Palavra de Deus, ou contrárias a ela, a Bíblia chama herege, e nos faz severas advertências contra as tais pessoas e ensinamentos (Gl 1:8; Ap 22:18,19; 2 Pe 2:2-3; Cl 2:6,7; 1Tm 6:3-5; Gl 1.8,9; Gl 1:6,7; Ef 4:14,15)

 

HUMANISMO:

De acordo com a Larousse Cultural, essa palavra provém do francês “humanisme” e se trata de uma “corrente filosófica que coloca o homem e os valores humanos acima de todos os outros valores. Em outras palavras, o humanismo é a deificação do homem, isto é., tudo se baseia no ser humano.

 Esse movimento aconteceu no século XV (15) na Itália, e teve grande influência na mentalidade religiosa na Idade Média. É importante nos lembrar que a Idade Média foi um período em que o pensamento religioso era predominante, de modo que todas as esferas da vida estavam envolvidas pelo pensamento teocêntrico (Deus no centro). Se antes havia a crença de que Deus era o centro de todas as coisas, agora era o homem quem deveria ocupar esse lugar (antropocentrismo). Ninguém precisava mais “olhar para cima” a fim de medir suas práticas, crenças e filosofias, tudo dependia agora da subjetividade, individualidade e experiências humanas. O homem teria que olhar para si mesmo para medir suas ações, crenças e atitudes, por meio não apenas da fé, mas da experiência.

Vemos essa prática desde há muito, antes mesmo do antropocentrismo receber esse nome. A Igreja de Sardes estava vivendo segundo as suas próprias normas, deixando Jesus fora dela (Ap 3.1,2), isto indica que tinha cara de Igreja, mas não passavam de organização religiosa. Outra igreja que agia da mesma forma (antropocentricamente) era a igreja de Laodiceia, seus membros “se achavam” enquanto para Cristo eles estavam mortos, isto é, estavam vivendo segundo seus próprios conceitos, e acreditavam que agradavam a Deus  (Ap 3.14-18).

Na Idade Média, apesar do antropocentrismo ter adentrado na igreja, a religião não foi desprezada, mas sofreu um “reajuste”, pois agora o homem era protagonista da história, visto que, segundo o entendimento dos pensadores da época, sendo dotado de inteligência, o homem poderia mudar o seu destino. Assim, não haveria mais verdades preestabelecidas, tudo deveria ser passado pela experimentação (empirismo). O EMPIRISMO é a “maneira de se comportar levando em conta as circunstâncias e sem princípios preestabelecidos; pragmatismo”. (Larousse Cultural).

O pragmatismo é uma corrente de pensamento que defende que a validade de uma doutrina (ensinamento) é determinada pelo seu efeito prático. Um cristão pragmático é aquele que só aceita as verdades bíblicas que lhe sejam úteis, ou seja, aquelas que funcionam na prática. Conduzidos por tal pensamento, há igrejas que abdicaram da oração e promovem shows gospel, por exemplo, porque alegam que o povo moderno não gosta de orar, então precisam “se modernizar” para chamar a atenção do povo para Cristo. Uma coisa é modernizar-se, outra coisa é renegar os fundamentos da fé cristã. Sem oração não há comunicação da Igreja com Deus o que acarretará a suspensão da comunicação de Deus com a Igreja. É só observamos o que ocasionou o chamado “Período Interbíblico”, no qual Deus ficou durante muito tempo sem se comunicar com o povo.

Outros desprezam o ensino da Palavra de Deus sob o pretexto de atrair almas para Cristo por meio de práticas modernas. No entanto, o apóstolo Paulo dizia aos irmãos de Roma que não se envergonhava do Evangelho de Cristo porque “é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê”. (Rm 1.16) grifo meu. Veja que pensamento diferente de alguns líderes cristãos modernos: a “isca” para salvação, segundo o apóstolo Paulo, é o Evangelho de Cristo, e muitos estão querendo trazer almas para Cristo, sem o PODER DE DEUS, assim como cortar uma árvore com o cabo do machado.

Uma Igreja que abraça a filosofia humanista não pode ser considerada cristã, visto que isso a forçará  adaptar as doutrinas bíblicas ao parecer moderno, e, ao invés se moldarem aos ditames bíblicos, toda a mensagem da Palavra será adaptada ao contento dos ouvintes. A Bíblia já previa essa inversão dos valores cristãos. O apóstolo Paulo disse que nos últimos tempos haveria homens amantes de si mesmos, e que “virá tempo que não suportarão a sã doutrina; ... amontoarão para si doutores conforme a suas próprias concupiscências”. (2 Tm 2.1, 22; Tm 2.3). (grifo meu)

No humanismo só serve aquilo que agrada ao homem, o que lhe deixa confortável, no entanto, a Palavra de Deus é quem dita nossa conduta e conduz os nossos pensamentos, ou seja, não podemos escolher no que crer e o que queremos fazer. A exemplo do Sl 119:105, a Palavra de Deus deve ser lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho. Leia também: Ef 5.1-15; Mt 10:32, 39; Mc 16:15,16; Rm 12.8; Ef.4:22-24; 1Pe 1:14-16; ‘Ts 4:7; Rm 6:11; Cl 3.5-8; 1Co 6.9-11 etc.

Cristianismo é Cristo no centro. O que Ele diz deve ser lei para o cristão, independente de nossa compreensão, sentimento ou experiência.

E, como disse o apóstolo Pedro: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” – At 5.29

 

Que o Espírito Santo ilumine nossas mentes e nos ajude a ser fiéis até o fim.

No amor de Cristo,

Leila Castanha

 

 

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

AVIVAMENTO: COMO ACONTECE

 
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De acordo com J.I.Parcker, um reavivamento anima ou reanima as igrejas cristãs, para que exerçam um impacto espritual e moral sobre as comunidades. Conforme a leitura  de Atos 2.41-47, num reavivamento deve haver:

a) Um impressionante senso da presença de Deus e da verdade do Evangelho.  No dia de Pentecostes, o povo ficou assustado com tamanha operação sem precedente. O carcereiro não queria saber de outra coisa a não ser o que devereria fazer para alcançar o perdão de seus pecados (herdar a vida eterna). Na Igreja Primitiva, a igreja caia na graça do povo devido aos milagres que se faziam em nome de Jesus e muitos se convertiam. Não podemos convencer ninguém falando de coisas que não conhecemos, assim também para pregarmos o Evangelho e vir um avivamento, devemos gozar da presença de Deus e praticar o Evangelho.

John Owen, um puritano, considerado um dos três maiores teólogos reformado de todos os tempos, junto com Calvino e Jonathan Edwards, dizia que só prega bem um sermão para os outros quando também o prega para a sua própria alma. Se a Palavra não exercer poder em nós, nao conseguirá sair de nós com poder.

Os mestres puritanos entendiam a autoridade das Escrituras não apenas como Palavra de Deus, mas também como o poder de Deus, sob a forma de experiência pessoal, as quais eles reconheciam como instrumento de iluminação e  aplicação do Espírito Santo.

b) Um profundo arrependimento com a aceitação de Cristo, de coração (v. 43). O apóstolo Luiz Hermínio, em uma de suas pregações, afirmou uma  grande verdade: "Avivamento não é quando a gente sai da igreja feliz com o pregadodr, mas quando saimos triste conosco mesmo". Ou seja, há avivamento quando há confronto com o pecado e saímos envergonhados com os nossos atos pecaminosos, arrependidos e com o coração contrito.

O famoso sermão de Jonathan Edwards, "pecadores nas  mãos  de  um Deus irado", fez com que as pessoas se segurassem nos bancos com medo de cair no inferno, e nas casas podia-se ouvir o lamento de arrependimento do povo.

c) Testemunhos do  poder e da glória de Cristo, para promover a glória Dele (v.40). o apóstolo Luiz Hermínio relatou que nasceu em lar cristão e se preocupava muito em aumentar sua meta, procurando fazer mais para Deus. Após conhecer a Jesus ele percebeu que seu zelo religioso não tinha qualquer importância e procurou perseguir ao próprio Cristo a fim de encontrá-lo. Avivamento é precedido por humildade. Quando João Batista estava preparando o caminho para Jesus, uma das falas dele foi "convém que  ele cresça e eu diminua".Quando há esse sentimento no povo de Deus, pode ser um prelúdio de um avivamento às portas. O próprio Jesus alegava que o que Ele fazia fazia-o de acordo com o que o Pai lhe enviou a fazer, ou seja, ele obedecia. A Bíblia diz que Jesus despojou-se de si mesmo e rebaixou-se a semelhança de homem (Fp 2. 6-11). O apóstolo Paulo também disse que ele já não vivia, mas era Cristo quem vivia nele (Gl 2.20).

Avivamento só é possível com a nossa "morte", isto é, quando nos despojamos de nós mesmos e deixamos a glória de Deus brilhar em nós.

d) A alegria no Senhor, o amor ao  seu povo e o temor de pecar são evidentes (vv. 43, 44).  O salmo 51.10,11 observamos o desespero do salmista suplicando que Deus não retirasse o seu Espírito Santo de sua vida. Davi dizia (Sl 119.11) que escondeu a palavra de Deus no coração para não pecar contra ele. Em Ap 2. 1-5. Em relação ao amor,  Jesus apontou três coisas na igreja de Éfeso dizendo que Ele conhecia:

A) conheço tuas obras: a igreja não tolerava os homens maus (pessoas más), e nem os que usavam de engano;

B) conheço teu labor (trabalho): a igreja trabalhava arduamente;

C) conheço a  tua perseverança (paciência): a igreja sofreu por amor ao seu nome e não desfaleceu na fé. Não basta sofrer pelo nome de Jesus se no final perdermos o entusiasmo promovido pela fé. (hb 11.1)

No entanto, havia uma coisa na qual foi  reprovada, isto é, faltou o primeiro amor. Não faltou amor, pois de alguma maneira a igreja tinha amor, o que faltou foi o amor que sentiam nos primórdios da fé, o primeiro amor. Aquele que todo novo convertido possui, que nos impele a fazer o que for preciso para aprender de e com Cristo. Aquele amor que pensa nas pessoas sem Jesus padecendo na eternidade.  Sem o primeiro  amor corremos o risco de virarmos crentes programados: fazemos tudo o que tem que fazer porque conhecemos bem a cartilha do B-A-BA bíblico. Ou nos tornamos crentes apáticos, de modo que não nos importamos com nada nem com ninguém: se trabalhamos na obra está bom, se estamos parados melhor ainda; se alguém aceita Cristo nos cultos é ótimo, mas se não há manifestações de almas paciência. Perder o primeiro amor significa que temos que dar uma repaginada em nossa vida cristã para vermos onde ou quando perdemos esse ingrediente indispensável para a Igreja.

Neemias (8.10) anima o povo a se alegrar no Senhor, porque, disse ele: "A alegria do Senhor é a nossa força". No Salmo 100 o salmista dá uma lição de como louvar ao  Senhor, e dentre as demais coisas ele chama a atenção do povo  dizendo-lhes: "louvai ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cântico". Deus  gosta de servos alegres, porque em sua presença há abundancia de alegria (Sl 16.11)

Agora vamos falar um pouco sobre os puritanos.

Puritanismo: Foi um movimento religioso protestante, que começou na Inglaterra em  linhas mais reformistas, nos séculos 16 e 17. Esse movimento começou no século 14 com o pré-reformador, professor e teólogo John Wicliffe e os seus  seguidores, os lolardos, que exigiam a reforma da Igreja Católica, no século 14. Wicliffe trabalhou na primeira tradução da Bíblia para o inglês. Hoje, quando se fala em puritano vem a ideia de alguém quadrado, exagerado e extremamente tradicional. No entanto, os puritanos eram teólogos, intelectuais, pastores dos séculos XVI e XVII que davam primazia à Palavra de Deus e à oração, como meio de se obter a santidade. 

De acordo com Richard Baxter, que era um pastor puritano inglês, do século 17, os puritanos eram educadores da mente. O ponto de partida deles era que a mente precisava ser iluminada e instruída, antes que a fé e a obediência sejam possíveis. É dele a  frase "a ignorância é quase todo o erro". Ele visitava a casa de todos os crentes para lhes ensinar as Escrituras, e a igreja que liderava tinha cerca de 800 membros. 

Ronaldo Lidório, autor do livro "Vocacionados", disse em outras palavras essas verdades acima ao afirmar que "o ministério não nos define, o que nos define é a nossa vida em Cristo". Ou seja, serviço e vivência pode não estar em harmonia. Eu posso  ser uma professora de Língua Portuguesa, mas não utilizar as regras gramaticais corretamente no momento da escrita.

Para acontecer um avivamente, não basta conhecermos a Bíblia, mas vivê-la. Ela tem que fazer parte de nós. Devemos viver o Evangelho de  modo que não podemos nos desvencilhar dele em nenhum lugar ou momento. Quanto a isso, o Dr. Stephen Finemore, pastor batista na Inglaterra, em um de seus livros escreveu que devemos nos lembrar que somos igreja, não só aos domingos quando nos reunimos nos cultos, mas na escola, no trabalho, no hospital etc. Ele diz que vocação cristão não é ser pregador, pastor ou teólogo, mas é ser conselheiro, psicólogo, taxista etc.

O Dr. Finemore também chama a atenção para o erro de alguns pentecostais acharem que os dons principais são  os usados dentro da igreja. Em sua visão bíblica, ele defende que os crentes devem ser incentivados a trabalhar fora da igreja. Não como os jovens que ele citou como exemplo, que não aceitaram o trabalho para o qual foram comissionados porque para eles "não era espiritual". 

Os homens da história que foram responsáveis pelos grandes avivamentos, lutaram pelas causas sociais, como John Wesley, Finney, dentre outros. Carey foi um homem que Deus usou poderosamente para ajudar a  Índia, no  entanto, a igreja que ele abriu lá, em sua época não teve tanto sucesso quanto as obras sociais que ele ajudou a implatar. Ao morrer ele foi honrado, e outros missionários conseguiram levar a Palavra de Deus naquelas terras, porque o missionário Carey abriu as portas daquele país com seus trabalhos "seculares".

A Bíblia e exemplos de comissão dada por Deus ao seu povo:

José foi usado por Deus no  Egito para prover provisões em tempos difíceis e salvar o seu povo;

Moisés foi escalado por Deus para libertar o povo hebreu da escravidão;

Elias vivia confrontando os atos maléficos dos reis contra o povo;

Neemias foi separado para levantar os muros de Jerusalém a fim de fortificá-la;

Ester foi a peça-chave para livrar os judeus da extinção;

Davi agiu para livrar seus compatriotas da opressão dos filisteus que os aterrorizavam através de seu campeão Golias; 

A Igreja Primitiva se mobilizou pela causa dos pobre e necessitados da comunidade cristã.


Ficaremos por aqui, mas o meu desejo é que o Espírito Santo nos ilumine a fim de compreendermos que, como disse um determinado escritor, o alvo das missões é trazer as nações a glorificar a Deus. E como faremos isso? Mostrando-lhes que somos gente como eles e nos importando com as suas necessidades (todas elas, não apenas as espirituais), pois somos seres tríplice, possuimos corpo, alma e espírito. Bem explicou Tiago (2. 15-18), que de nada vale dizer "Deus  te abençoe" se não nos deixar ser os instrumentos para Deus abençoar o nosso próximo. Sobre esse assunto a Bíblia é vasta. Leia também Jo 13.34, 35; At 2.41-44; 4.32-37; 6.1-6; 11.27; Hb 10. 32-34; Gl 2.7-10; 1Co 16. 1-3; 2 Co 8.1-6; 9.1,2; 8.13-15, 18-23; Rm 15. 26,27.


Desejo que o Espírito Santo seja fecundo em sua vida.

Leila Castanha

AVIVAMENTO E SEUS ELEMENTOS

 

imagem extraída de Pinterest

O que é avivamento espiritual?

O nome já indica que é um acontecimento voltado ao âmbito espiritual. O avivamento é uma operação sobrenatural do Espírito Santo na Igreja para trazê-la  de volta à verdadeira comunhão com Deus (Is 59.2) - onde não há a presença de Deus há morte espiritual. Um avivamento anima ou reanima as igrejas cristãs, para que exerçam um impacto espiritual e moral sobre as comunidades.

Significado do nome "avivamento": Essa palavra é originada do hebraico e significa "preservar" ou "manter vivo".

Habacuque e seu pedido por avivamento: "Senhor, ouvi falar da tua fama; temo diante de teus atos, Senhor. Realiza de novo, em nossa época, as mesmas obras, faze-as conhecidas em nosso tempo; em tua ira, lembra-te da misericórdia". (Hc 3. 2) - NVI (nova versão internacional). Com base nesse versículo, observamos que "avivamento" é o ato de Deus "realizar de novo, em nossa época, as mesmas obras que fizera antes, e torna-las conhecidas", agora por meio da sua Igreja.

Para ocorrer o avivamento sempre haverá perdas: Ao lermos os capítulos 1 até o 3, percebemos que Deus profetiza castigo para o seu povo, no entanto, Habacuque não pede para  Ele retirar o castigo, mas que transforme essa situação em um avivamento, isto é, em um meio de realizar de novo as operações divinas que aconteciam quando Israel andava em obediência. Para isso, Habacuque sabia que a Lei de Deus deveria ser novamente trazida aos ouvidos e coração do povo, pois ele frisa que Deus é Santo (Hc 2. 20; 3. 3). Sem santidade, isto é, sem a separação das coisas que desonram a Deus, não há avivamento.

Israel perdeu sua liberdade, mas muitas vezes precisamos perder pessoas que não se adequam à santidade: Isso aconteceu quando o povo retornou à Judá, Esdras ensinou a lei de Deus repetidamente para que o Senhor voltasse para o meio do povo e também expulsou todas as mulheres que os israelitas trouxeram do exílio, porque com elas também vinham suas culturas pagãs (Leia Ne 13 e Es 10). No livro "O obreiro aprovado", da autoria de Richard Baxter, o autor conta a história de um pastor que foi a uma reunião e disse que resolveu ensinar a Bíblia a sua igreja, de modo que estava havendo o maior avivamento que ele já presenciou. Perguntaram-lhe quantas almas haviam sido salvas, e ele respondeu que nenhuma, pelo contrário, a igreja havia perdido quinhentas pessoas.

Ou seja, para haver um avivamento, muitas vezes Deus precisará separar o joio do trigo, pois todo avivamento legítimo é pautado na abnegação à Palavra de Deus.

4 principais elementos que não podem faltar para a promoção de um avivamento: oração, fé, Bíblia e  louvor, não necessariamente nessa ordem, pois todos esses requisitos se complementam.

1) oração:Gary Luther Royer, em seu livro "Vale a pena ser pobre", relata que um velho judeu disse essas palavras: "A oração é o momento em que a Terra e o Céu se beijam". Ou seja, não há momento mais íntimo entre o homem e Deus do que na oração. John Pipper fez uma analogia para explicar quanto perdemos por negligenciar a oração, dizendo que em nossos problemas diários agimos como um motorista de ônibus que tenta inultilmente tirar o veículo de um atoleiro, sendo que dentro do ônibus está o Clark Kent (Super homem).

Alguém disse que não podemos fazer nada sem Deus, no entanto, Deus não fará nada sem nós. Para haver um avivamento, precisamos depender de Deus, e a oração é um modo de mostrarmos a nossa depência dele, e quando nos rendemos a  Ele o seu poder opera em nós e através de nós.

Leia esses textos e veja como deve ser nossa oração (Tg 4.1-4; 1 Jo 3. 21-24).  cristão é chamado a viver uma vida de pleno contato com Deus por meio da oração.

Leia sobre a importância de orar: (devemos orar sempre) 1 Ts 5.17; (orar em todas as ocasiões) Ef 6. 18; (interceder pelos não crentes e pelos irmãos de fé) I Tm 2.1,2; Rm 15.30; (ter fé ao orar) Tg 5.  17,18; (Entregar nossas ansiedades a Ele) Fp 4.7; 1 Pe 5.7.


2) : Nada faz sentido se o cristão não tiver fé, isso fica bem claro em Hebreus 11.6: "Ora, sem fé é impossível agradar Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam" (NVI). 

Em Tito (1.1,2) Paulo afirma que escreveu para levar os crentes à e ao conhecimento da verdade. O apóstolo Paulo não estava preocupado com a teoria (conhecimento), mas sua carta foi para promover a fé (crença na teoria). Não pode haver avivamento se não cremos nas verdades da Palavra de Deus. E, se cremos, precisamos viver essas verdades, senão não passam de palavras. Essa fé não é apenas para nós, assim como o avivamento é um acontecimento coletivo. A fé dos homens que levaram o paralítico a Jesus fez com que o doente fosse curado (Mt 9.2).

Em 1 Jo 5. 4, o apóstolo João dá a receita para se vencer o mundo, isto é, por meio da nossa fé. Sem fé, não conseguimos agir. Paulo diz aos irmãos de Tessalônica (1Ts 1.3) que o trabalho que eles haviam realizado era resultado da fé que eles tinham. Não conseguimos praticar aquilo no qual não cremos, por isso o apóstolo aos gentios (Paulo) diz para usarmos o escudo da fé (Ef 6.16). Se cremos de fato em algo, apagamos toda a palavra contrária que vem para nos desanimar, pois a fé nos faz ver o impossível (Mc 9.23). Ao mesmo tempo, o galardão, isto é, a recompensa foi para os que levaram o paralítico, pois puderam ver a glória de Deus através da vida de outra pessoa (Jo 11.40). 

Nossa fé não pode ser baseada na sabedoria humano, isto é, não podemos olhar as coisas espirituais do mesmo modo que olhamos as materiais (1 Co 2.5; Gl 2.20). 


3) Bíblia: Buscar avivamento ou qualquer coisa de âmbito espiritual sem a Palavra de Deus é construir uma casa na areia. Em Mt 15. 28 vemos uma cena impossível acontecer porque os discípulos fizeram a distribuição da comida sob a autoridade da Palavra de  Jesus. O mesmo ocorreu no episódio da pesca maravilhosa, sob a Palavra do Senhor eles lançaram a rede, não obstante a experiência que tinham como pescadores, e o resultado foi maravilhoso (Lc 5.1-8). A mulher que sofria de fluxo de sangue também alcançou a cura pelo poder da palavra de Jesus: "Filha, a tua  fé te salvou; vá em paz e sê curada". Mas uma vez, a fé levou a mulher a agir indo atrás de Jesus, e debaixo da autoridade da palavra dele ela foi curada. 

É a Palavra de Deus que nos limpa (Jo 15. 3). Só alcançaremos o que queremos (no caso, um avivamento) se permanecermos em Jesus e a Sua Palavra permanecer em nós ( Jo 15. 7)


A operação divina às vezes leva tempo

Habacuque queria que o avivamento surgisse ainda em seus dias (seu tempo), mas sabemos que Deus tem os seus propósitos. Muitas vezes Deus age com o povo incrédulo como aquele ditado "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura", isso requer tempo  e paciência. O salmista confessou no Salmo 40 que esperou com paciência no Senhor. Daniel também teve que esperar, pois estava havendo uma batalha espiritual que impedia chegar a resposta a sua oração. Geralmente, o avivamento vem enquanto estamos "arrumando a casa".

Podemos pegar alguns exemplos mais perto do nosso tempo, como é o caso de John Wesley. Esse homem foi um dos maiores avivalista da Grã-Bretanha. Ele precisou lutar por muito tempo em favor das causas sociais enquanto pregava sobre avivamento. Finney pregava sobre a escravidão nos EUA e foi um dos maiores avivalistas em seu país. Uma coisa importante de se saber é que o avivamento traz mudanças não apenas espiritual, mas em todas as esferas sociais. 


4) Louvor: John Pipper afirmou em um dos seus livros que "a adoração é autêntica quando ela tem um fim em si mesma", ou seja, ela não é causada como meio de se chegar a outra coisa. Os sentimentos de adoração a Deus devem surgir pelo que Ele é, e não pelo que podemos alcançar por  meio dele.

John Pipper usa a seguinte analogia para explicar o que é um sentimento autêntico: ele diz que ao deparmo-nos com uma onça não pensamos com que propósito devemos sentir medo, o medo surge e pronto. Assim, disse ele, é a adoração autêntica. Não há um porquê adorarmos a Deus, esse sentimento faz parte de nós, e quando o fazemos ele é espontâneo.

Disse outro autor que, muitas vezes louvamos ao Senhor como um marido que dá um buquê de rosas à esposa, e quando ela agradece ele lhe responde: "Não foi nada. Só fiz a minha obrigação". É claro que todo esforço dele em agradá-la foi perdido.

Outro exemplo que achei interessante, não me recordo do nome onde li ou ouvi, foi o seguinte: o marido chega em casa e pergunta a esposa: "Tenho que te beijar?". Ao que a esposa responde: "Você deveria, mas não é obrigada". Agimos assim ao louvar a Deus, principalmente quando as coisas não vão bem. Fazemos por obrigação ou não fazemos  porque não nos sentimos dispostos. Como será que Deus se sente em relação ao nosso louvor?

Sobre adorar/louvar a Deus, leia esses belíssimos textos bíblicos: Sl 100; Hb 12.28, 29; Jo 1.20; 4. 24; Sl 2.11; 63.3,4; 29.2; Ap 4.11; At 17.24.


Que Deus nos desperte para um avivamento

No amor de Cristo,

Leila Castanha