terça-feira, 21 de abril de 2015

COMO UTILIZAR A CONCORDÂNCIA BÍBLICA




    Muito cristãos entendem que devem ler a Bíblia, mas por mais que se esforcem não compreendem muito seus textos. Para tanto, se faz necessário o auxilio de um professor das Escrituras ou alguém com um pouco mais de conhecimento a fim de orientá-lo.

 Embora isso seja completamente válido, infelizmente é o motivo de muita gente parar de ler a Palavra de Deus por não conseguir acesso a essas pessoas. O essencial mesmo, é que o leitor da Bíblia possa ter capacidade de estuda-la por si, levando apenas as questões mais difíceis aos que são mais experientes.   
Pensando nisso, fiz um pequeno manual a fim de ajudá-lo a aprender a estudar a Bíblia sozinho. Prepare-se, portanto, para dar seus primeiros passos em direção a tornar-se um exímio estudante das Escrituras.
Vamos lá: Em primeiro lugar, procure adquirir uma Bíblia com concordância (referências bíblicas).  A concordância é útil para ligar um assunto ao outro. 
Por exemplo:Em Mt 1.23 lemos a narrativa de Mateus, na qual ele explica que o nascimento de Jesus cumpre a profecia de Isaias, que predisse que o Cristo nasceria de uma virgem. Nas Bíblias que possuem concordância Bíblica, trará sobre uma das palavras do texto uma letra que vai te indicar outro texto onde se achará mais informações sobre aquele assunto.

Por exemplo: Na Bíblia que estou me baseando agora (Bíblia Pentecostal), em Mt 1. 23, temos a referência marcada pela letra x, como você pode observar abaixo:




       Observe que acima da frase “Eis que a virgem...” acima do a  tem a letra x. Esta letra indica que há outros textos na Bíblia que concordam com este (Por isso o nome é “Concordância Bíblica”). Quando há uma marcação como esta, significa que há alguma (s) outra (s) referência (s) sobre o assunto. O próximo passo, então, é procurar pela letra (neste caso, a letra x ) e ver o (s) texto (s) indicado ( s).

Observe nos modelos abaixo que em algumas Bíblias as referências ficam no centro e em outras ao lado ou até mesmo no rodapé, mas, isso não importa. Veja as duas Bíblias  que usei como exemplo (Bíblia Pentecostal e Bíblia Scofield) e  observe que circulei com lápis verde o local das concordâncias. Aconselho que para melhor visualização utilize o zoom do seu computador: 


Clique na imagem para ampliar.


Talvez a sua Bíblia tenha concordância na parte inferior (no rodapé), mas isso não muda nada, o importante é que você saiba como utilizá-la. Agora que você já achou onde estão as referências do texto lido (as concordâncias bíblicas), basta procurar a letra indicada no versículo em estudo. Como vou usar duas Bíblias para exemplificar, comecemos pelo texto da Bíblia Pentecostal onde  a letra a está marcada com a letra x como vemos a seguir: “Eis que xa virgem conceberá...”, e na Bíblia Scofield  está  marcado  com a  letra o: “...como fora dito opelo Senhor por intermédio do profeta” . Observe esses exemplos das páginas copiadas da Bíblia, abaixo:


                            


Se você aumentar o zoom, perceberá que em ambas as Bíblias, circulei as letras das referências.  Após identificar a letra x no grupo de referências da Bíblia Pentecostal e a letra o, na lista de referências da Bíblia Scofield, você verá que o capítulo e versículo a que se refere a referência (Isto é,1.23) estará escrito em negrito para você saber sobre qual versículo ele está dando a referência,  e em seguida vem a concordância (referência bíblica) na qual mostra o livro, o capítulo e o versículo que tratam do assunto o qual você está lendo. No exemplo que estamos observando a referência que concorda com Mt 1.23 é Is 7.14. Agora vamos ler para comparar os textos, conforme veremos abaixo:





A referência indicada no texto de Mt 1.23, nos levou ao local onde se encontra a profecia de Isaias da qual Mateus falara.
Não é maravilhoso estudar a Bíblia com a ajuda da concordância bíblica?
Agora observe o seguinte:
O versículo o qual estamos pegando como exemplo é   Mt 1.23 que nos indicou Is. 7.14.
Ao lermos Is. 7.14 vamos encontrar mais referências sobre esta profecia. Agora, veja como seu estudo ficou ainda mais completo. Ao invés de apenas uma referência, a concordância encontrada em Isaías nos dá mais duas. Observe abaixo:






                         
À esquerda temos o texto de Is 7.14 e a referência indicada pela letra f, ao lado da página.  À direita temos a referência ampliada para você visualizar melhor.
Observe que na concordância bíblica, primeiro aparece a letra de referencia (f), depois, o capítulo e versículo – chaves, isto é, o capítulo e versículo que estamos estudando, ou seja, Isaias 7.14, que aparecerá em negrito (7.14), em seguida as referências sobre o assunto, conforme mostra detalhadamente o modelo abaixo:






Todos  esses versículos marcados em amarelo concordam, isto é, tratam  do mesmo assunto que Isaia 7.14. Leia cada um deles, (menos Mt 1.23, porque já lemos no início do estudo) e comprove o que estamos dizendo.
Existem várias Bíblias de Estudos que além de ter referências (concordância bíblica), também tem comentários. Estas duas que estou utilizando como modelo faz parte delas. Os comentários são marcados por pequenos números ou letras sobre a parte a ser comentada. Geralmente são números, salvo algumas exceções. Também há Bíblias que trazem a referência e o comentário juntos. Veja o exemplo abaixo do texto de Mt 1.23 (na Bíblia Pentecostal e na Bíblia Scofield),  mas não se esqueça de utilizar o zoom do computador para visualizar melhor.



                                            

   Você deve ter reparado que no recorte a esquerda eu circulei uma letra (o) e um número (4). A letra trata da concordância bíblica que vai te levar para outros textos, conforme vimos nos exemplos acima. O número (4) que está ao lado do nome Emanuel está indicando que há um comentário sobre esta palavra. No caso da Bíblia Scofield os comentários são dispostos no rodapé (parte inferior da Bíblia), então, é só você procurar o número indicado para ler o comentário.                           
         
                       
                                  


Agora é só procurar o número, nesse caso o número (4) usado na referência do vers. 23 (observe na segunda parte da Bíblia Scofield), onde circulei de laranja no exemplo que dei acima. Veja o versículo acima e em seguida veja a explicação na parte de comentários. O texto comentado foi ampliado abaixo para você conseguir lê-lo, então, observe que: Primeiro você deve encontrar o número indicado (nesse caso o número 4), e ao lado dele tem o capítulo e o versículo os quais se refere a leitura (1.23), depois segue o comentário sobre o assunto. Veja no exemplo abaixo:





Esta não é uma aula tão fácil de executar via internet, mas espero ao menos ter conseguido fazê-lo entender o que é a concordância bíblia, como ela é apresentada nas bíblias de estudo e qual é a sua utilidade.
Não se esqueça: Não há nada melhor do que a prática para nos aperfeiçoar.
Desejo-lhe um ótimo estudo, sob a orientação do Espírito Santo, porque só Ele é capaz de nos iluminar a fim de que tenhamos um verdadeiro entendimento das coisas espirituais. As armas você já tem: A concordância e os comentários bíblicos, que muito facilitará o seu trabalho de estudar as Escrituras. Faça bom proveito!

Despeço-me na paz do Senhor Jesus,
No amor de Cristo,
Leila Castanha.

08/2013

domingo, 15 de março de 2015

O QUE SIGNIFICA SER SALVO EM CRISTO?

Acredito que de nada terá proveito o estudo exaustivo de qualquer tema relacionado à Bíblia se não tivermos conhecimento sobre a chamada soteriologia, do grego soterion = salvação +  logia = ciência.  Soteriologia, então, é a “ciência teológica que se refere à salvação da humanidade, de sua redenção” (Larousse Cultural).
Embora muitos cristãos não deem muita importância a esse tema, não podemos nos esquecer  que nossa carreira cristã só tem sentido a partir da nossa salvação, pois sem ela nada do que fizermos terá valor algum. Esta afirmação partiu do próprio Jesus que ao ouvir seus discípulos gabarem-se pelo fato de realizarem prodígios e maravilhas no nome dele, respondeu-lhes: “Não vos alegreis porque os demônios se vos sujeitam, antes, alegrai-vos pelo o vosso nome estar escrito nos céus.” (Lc 10.20).
Além disso, o Evangelho (boas novas) que pregamos é chamado de “O Evangelho da Salvação” (Ef. 1.13) porque a salvação em Cristo deve ser a mensagem central a ser pregada ao Mundo. Salvação é o tema principal da Bíblia, por isso devemos entender o que significa essa palavra e a que se refere, para não sairmos por aí pregando a Palavra de Deus como um mensageiro sem mensagem.
Desde o princípio o plano de Deus era salvar a humanidade. Desde o Antigo Testamento (o antigo pacto de Deus com os hebreus), o seu plano era o de salvar o homem, conforme se vê, por exemplo, em Isaías 35.4: “Dizeis aos turbados de coração; eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará.” Este é apenas um dos turbilhões de textos do Antigo Testamento que trata da promessa de um salvador.
Quando finalmente Jesus se encontrou no mundo a intenção de Deus continuou sendo a de salvar a humanidade, pois foi Ele quem enviou o seu amado filho para tomar forma humana e morrer para nos resgatar do pecado, conforme observamos nas palavras do próprio Cristo: “O filho do homem veio salvar o que se havia perdido.” (Mt 18.11). A grande questão é: Pode o cristão pregar a salvação se ele mesmo não compreende esse plano de Deus? É óbvio que não.
Acredito que compreendemos bem esse assunto quando nos sentimos aptos a responder a estas quatro perguntas concernentes a salvação:
1.     O que significa o termo “salvação”?
2.     Do que preciso  ser salvo?
3.     Quem poderá me salvar?
4.     Como posso ser salvo?
Se você puder responder essas perguntas de forma genuinamente bíblica, então você compreendeu a doutrina da salvação, e está pronto a propagar o Evangelho de Cristo, que é salvação para todo aquele que crê (Rm 1.16). Lembre-se que a palavra Evangelho significa “Boa nova (boa notícia) ou boa mensagem.”
Muitas pessoas aceitaram a salvação de Cristo, mas na realidade não compreendem o que fizeram. Aceitar a salvação de Cristo não é simplesmente tornar-se membro de uma igreja. Não é apenas passar a viver uma vida vitoriosa, cheia de bênção e alegrias. Não se resume em viver em novidade de vida. Tudo isso é consequência da salvação, mas não é a causa da salvação. 
Vejamos, então, o que significa ser salvo por Cristo. Para ser bastante clara no que quero dizer, darei um exemplo para explicar o que é ser salvo por Cristo.
Suponhamos que você está numa feira de escravos, com as mãos e os pés acorrentados, e está prestes a ser vendido. De repente, alguém se aproxima de você e lhe pergunta: “Você gostaria de ser salvo?”.  É lógico que para lhe responder você precisa entender o que significa a expressão “ser salvo”.
Provavelmente, a primeira coisa que lhe virá à cabeça é que ele te oferece a chance de escapar de uma situação de perigo, ou seja, você corre o risco de ser vendido como escravo, e ao ser salvo estará livre desse risco.
E é exatamente isso o que significa a expressão “ser salvo”. Salvação significa “livramento”, logo, se você aceitar que o gentil cavalheiro da nossa historinha te salve é como se você lhe dissesse que permite que ele te livre da terrível situação a que você está exposto.
Segundo a enciclopédia Larousse Cultural, o termo salvar também significa “remir” ou “redimir”, e ambos significam resgatar. Quando Jesus nos oferece a salvação, ele o faz mais precisamente no contexto de remir ou redimir, isto é, nos resgatar, conforme nos afirma o texto a seguir: “Ele veio salvar o que se havia perdido.” (Lc 19.10). Observe que se Ele veio salvar “o que se havia perdido”, significa que alguém corria perigo. E qual era o perigo? Em Isaias lemos:
“Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar, nem os seus ouvidos agravados, para que não possa ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados escondem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.”
Observamos neste texto que corríamos o perigo de ficarmos para sempre separados de Deus. Após Jesus sacrificar-se por nós os nossos pecados não mais nos separam de Deus, pois João disse que se pecarmos temos um advogado para com Deus, Jesus Cristo, o Justo (1 Jo 1.2). E quanto a nossa condição de pecadores, através do sangue de Jesus, que nos remiu (resgatou do pecado), fomos justificados perante Deus, isto é, ele não nos vê mais como servos do pecado, mas como filhos. Leia Rm 5.1; Gl 4.7; Tt 3.7.
Para melhor entendermos o ato da salvação em Cristo darei outro exemplo: O filho de um comerciante muito rico foi sequestrado e o sequestrador mandou-lhe um bilhete dizendo o seguinte: “Estamos com seu filho. O valor do resgate é de um milhão de reais. Providencie o  dinheiro amanhã e indicaremos o local da troca.”
Sabendo que a palavra “resgate” significa “adquirir de novo”, podemos substituí-la pelo seu sinônimo e o recado ficaria assim: “Estamos com seu filho. O valor para você “adquiri-lo de novo” é de um milhão de reais. Providencie o  dinheiro amanhã e indicaremos o local da troca..”
Ou seja, o filho que estava ao seu alcance agora está sob o poder dos marginais que o sequestraram. Para trazê-lo de volta (resgatá-lo), você precisa pagar o que os bandidos exigem.
No início, lá no jardim do Éden, onde não havia ainda a penetração do pecado, a Bíblia afirma que Deus visitava o casal Adão e Eva (Gn 3.8). No entanto, a partir da desobediência do homem o pecado o separou de Deus (Is. 59.2) porque Deus aborrece o pecado (a palavra pecado significa “errar o alvo”, em outras palavras, “pecado” é a transgressão, ou seja, a desobediência às leis de Deus).
Uma vez que o homem pecou contra Deus, o objetivo divino era de resgatá-lo do pecado. Usando de figura de linguagem o diabo e representado pela figura do sequestrador que roubou o homem da companhia de Deus (seu pai), o pecado é a corrente que aprisiona o homem, o homem é a vítima (o sequestrado), e Deus é o comerciante rico que quer resgatá-lo, enquanto que Jesus veio ao Mundo, o pagamento para o resquate é o sangue de Jesus.  Por isso o apóstolo Pedro adverte os irmãos a valorizar a sua liberdade, dizendo-lhes não foi com prata ou ouro que foram comprados, mas com o precioso sangue de Jesus (1 Pe 1.18).
Ser salvo por Cristo implica em que o próprio filho de Deus, rebaixou-se a forma humana, e sofrendo como humano deu sua vida em resgate da nossa.
Uma vez entendido isso, fica mais fácil entendermos porque Jesus disse que ninguém pode vir a Deus se não for por Ele (Jo 14.6). Usemos mais uma vez o exemplo que dei acima sobre o sequestro do filho de um comerciante rico para melhor entendermos o que significa estas palavras de Jesus. Imaginemos que Deus é o pai do sequestrado, você é a vítima (o sequestrado) e Jesus veio trazer o valor do resgate (o seu sangue).
Sem o pagamento (o sacrifício do sangue de Jesus) não há resgate, sem resgate não chegaremos ao Pai celestial, por isso, sendo Cristo, o portador do resgate, ele afirmou que sem ele ninguém vai até Deus, afinal ele era o responsável por entregar o pagamento que nos libertaria. Se ele negasse estaríamos perdidos para sempre. Entendeu agora?
É por isso que Jesus não podia falhar em sua missão quando veio ao mundo. Mesmo perto da hora de seu sofrimento, ele pediu ao Pai que o livrasse de passar por aquela situação, mas entendendo sua posição de intermediário entre Deus e o homem, foi fiel até o fim, pagando com o seu sangue o preço da nossa redenção.
Paulo disse que a vontade de Deus é a nossa santificação (1Ts 4.3). Santificação é a separação do pecado, logo, foi com esse intuito que Deus enviou Jesus para fazer o pagamento pelo nosso resgate (o seu sangue em troca de nos resgatar do pecado), conforme nos indica a leitura de Marcos 10.45: “Porque o filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e dar a sua vida em resgate de muitos.”
Uma vez libertos do sequestrador, o tal bandido não terá mais domínio sobre o sequestrado. A mesma coisa o apóstolo Paulo afirma sobre as pessoas que viviam debaixo do pecado e quiseram ser remidas (resgatadas) por Deus, através do sangue de Jesus. Em João 8.36 lemos o seguinte: “Se, pois o Filho (Jesus) vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. E o apóstolo Paulo faz sua admoestação (advertência) dizendo aos irmãos da Galácia: “Irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis, então da liberdade para dar ocasião a carne” (Gl 5.13). Pedro, no entanto, faz outra advertência aos irmãos, dizendo-lhes para viverem como livres, no entanto como servos de Deus (1 Pe 2.16).
Nas palavras de Pedro, subtende-se outra coisa que muita gente desconhece: No mundo espiritual só existe dois senhores: Deus e o diabo (1Jo 3.10; 1Jo 5.19). Ao sermos resgatados do pecado (cujo senhor é o diabo), passamos, automaticamente, a servir a Deus. Em Romanos 10.9, o apóstolo Paulo coloca como condição para a salvação a confissão de que Jesus é o nosso senhor. Por outro lado quem não o confessa, indiretamente confessa-se servo do diabo, segundo o que escreveu João: “Quem pratica o pecado é do diabo” (1 Jo 3.8,10).
O pastor argentino Juan Carlos Ortiz diz em seu livro “O Discípulo” que ao aceitarmos ser salvos por Cristo não significa que ficaremos livres de “senhorio”, apenas trocamos de senhor, isto é, deixamos um senhor que nos sobrecarrega e passamos a servir outro cujo jugo é suave e o fardo é leve (Leia Mateus 11.29,30).
Deus nos resgatou do pecado (e consequentemente, do diabo, porque o pecado pertence a Ele), e ao aceitarmos a salvação enviada por Deus (o sangue de Jesus), aceitamos ao mesmo tempo servi-lo.
Sinto muito, mas você não pode ser seu próprio senhor. Por isso, Jesus designou seus discípulos a pregar o Evangelho, dizendo: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.” Condenado a quê? A ser eternamente servo do adversário de nossas almas que nos subjuga através do pecado, e sofrer as consequências  dessa escolha (o inferno é uma delas, pois, segundo a Bíblia  ele é real).
 Ser salvo por Cristo significa servir a um senhor capaz de dar a sua vida em resgate da nossa, prometendo-nos levar de volta ao Deus Amor que nos oferece vida com abundância, pois, ao final de nossa vida terrestre, nos premia com um lugar de glória, o céu. Veja suas palavras descritas em apocalipse 3.20: “Eis que estou à porta, e bato; Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele, e ele comigo.”
 Jesus te dá a chance de aceitar seu senhorio em troca de te resgatar do pecado que te oprime. Ele já pagou o preço do resgate agora só depende de você responder a sua pergunta: “Você quer ser salvo?” É pegar ou largar.

Com amor,
Em Cristo Jesus,
Leila Castanha
03/2015


domingo, 1 de fevereiro de 2015

LUCAS, O EVANGELHO DO FILHO DO HOMEM



imagem extraída https://slideplayer.com.br/

Lucas era um médico gentio, ou seja, não era judeu, também era cooperador do apóstolo Paulo a quem acompanhou em suas viagens missionárias. Foi autor do livro que recebeu o seu nome, e também Atos dos Apóstolos (carta onde ele narra exatamente os atos, isto é, as ações dos apóstolos após a ascensão (subida) de Cristo ao céu). Leia At. 16.10; Cl. 4.14; 2 Tm 4.11;  Fm 24.
Lucas escreveu a um amigo chamado Teófilo. Sua primeira carta tinha por objetivo narrar o que Jesus fez enquanto andou na Terra, e a de Atos contava o que os discípulos de Cristo fizeram após Ele retornar ao Céu. Leia Lc 1.1-4 e At. 1.1,2 para melhor entender o propósito de suas cartas.
No capítulo 1 e versículo 3, Lucas trata a seu amigo por “excelentíssimo Teófilo”, e, segundo alguns estudiosos da Bíblia, “excelentíssimo” era um tratamento usado para oficiais.
Lucas julgou necessário escrever ambas as cartas não porque os gentios não haviam ouvido falar de Jesus, mas ele queria contar com pormenores, “por sua ordem”, as ações de Cristo (1.1), a fim de certificar a Teófilo a veracidade das histórias de que ele já ouvira falar sobre o Filho de Deus que se fez homem (v. 3,4).
No entanto, ele achou importante descrever sucessivamente os acontecimentos, começando pelo nascimento de Cristo (como ele veio à Terra), até sua ascensão (como saiu da Terra).  
É importante sabermos que Lucas não pertencia ao grupo dos discípulos que andaram com Jesus. Sua carta foi o resultado de pesquisas e entrevistas feitas aos que presenciaram a trajetória terrena do Filho de Deus (Leia Lc 1.2). 
Mateus e Marcos já haviam escrito cartas narrando a vida de Jesus na Terra. O primeiro escreveu aos judeus, e o outro aos romanos. Agora Lucas escrevia a um gentio, seu amigo, apresentando Jesus, não apenas como Deus, mas como homem.
Para os judeus era fácil ver o Cristo como Filho de Deus, afinal eles já estavam habituados com a existência de Javeh (Deus), e sabiam de sua promessa de enviar seu Filho. No entanto, os gentios não eram conhecedores desse Deus, e tudo o que sabiam sobre Ele baseava-se no que tinham ouvido falar. Era, portanto, mais fácil Lucas apresentar-lhes Jesus como o homem-Deus que se despojou de sua glória e viveu como um humano para nos mostrar a vontade de Deus. O nome Cristo vem do grego, e Messias origina-se do hebraico, mas ambos os nomes significam Ungido.
É importante salientar que somente Lucas (dentre os escritores dos evangelhos sinóticos) apresenta a história do nascimento de João Batista (primo de Jesus), a visita de sua mãe à prima Isabel (mãe de João Batista), e os detalhes do nascimento de Jesus, contando, inclusive, sobre o alistamento de seus pais em Belém. Era importante apresentar-se o parentesco de Jesus para confirmação de sua natureza humana.
Mateus, ao escrever para os judeus, tentou apresentar Jesus como o Rei que havia de vir. Os judeus já esperavam o Ungido de Deus que os livraria da opressão romana. Eles não creram que Jesus fosse esse rei porque ao invés de se rebelar contra o império romano ele ensinava coisas que pareciam denunciar  seu apoio ao governo tirânico dos gentios, como por exemplo: “Dai à César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mc 12.17).
Para provar que Jesus era o rei prometido por Deus Mateus escreveu sua carta começando pela genealogia de Jesus, a fim de mostrar a seus conterrâneos que a descendência dele estava de conformidade com as profecias.
Leia neste blog o estudo sobre “A importância da genealogia de Jesus” para entender melhor por que Mateus iniciou sua carta pela genealogia de Cristo.
Por conta de salientar que Jesus é o rei prometido por Jeová, o evangelista Mateus utilizou muito em sua carta expressões como “Reino dos céus” e “Reino de Deus”, conforme se pode observar em Mateus 3.2; 5.3; 6.10; 8.12; 18.23; 19.12; 19.23; 20.21; 23.13; 24.14 etc. A palavra Reino, neste livro, é proferida mais de 50 vezes.
Marcos, que escreveu aos romanos, teve por intenção apresentar Jesus como o Servo Perfeito, por isso faz todo o sentido ele ter começado sua carta narrando sobre a submissão do Filho de Deus em deixar-se batizar por um discípulo (João Batista). 
Também para enfatizar sua ação no ministério terreno, Marcos utilizou muito expressões como “logo”, a fim de mostrar Jesus como um ser em constante ação, cuja missão era a de servir (Mc 10.45). Para ter ideia de quantas vezes Marcos usa a expressão “logo” em seu  livro leia Marcos 1.10; 1.43; 2.2; 2.8; 2.12; 4.16  etc. Pesquise numa enciclopédia bíblica a palavra “logo” e você verá quantas vezes ela é utilizada por esse escritor.
Por sua vez, Lucas pretendia mostrar Jesus como homem, por isso constantemente referia-se a Cristo como “O Filho do Homem”. Ao usar essa expressão Lucas confirmava a natureza humana de Jesus, pois sendo Filho do homem também era homem, assim como indica a frase “filho de peixe, peixinho é”. Observe algumas passagens onde essa expressão é utilizada na carta de Lucas a Teófilo: Lc 5.24; 7.34; 6.5;  9.22; 9.26; 11.30; 12.8; 12.40;  etc.
O tema base do livro de Lucas, isto é, a frase na qual seu livro se baseia está no capítulo 19.10: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”.
Toda a narrativa de Lucas se propõe a declarar esta verdade: O motivo de Jesus encarnar-se e viver entre os homens era para salvá-los da condenação do pecado, reconciliando-os com Deus, por meio de seu sacrifício.
Lucas narra em sua carta a apresentação de Cristo no templo e conta as palavras de Simeão, que orando a Deus, agradeceu-lhe pelo privilégio de ter sido escolhido para fazer a apresentação do Salvador, dizendo: “...Os meus olhos já viram a tua salvação, a qual tu preparaste perante a face de todos os povos, luz para alumiar as nações e glória de teu povo Israel. (Lc 2. 28-32)
Também escreveu que, ao falar sobre Jesus, João Batista (que era seu primo), revelou aos que estavam presentes que através do Cristo “toda a carne verá a salvação de Deus” (Lc 3.6).
Em sua carta a Teófilo, Lucas também lhe chamou a atenção em como Jesus dava preferência aos rejeitados. Ele narra histórias como as do bom samaritano e a de Zaqueu. Na primeira história há um homem de Jerusalém que a caminho de Jericó foi apanhado por ladrões (salteadores), os quais o roubaram e espancaram-no, deixando-o quase morto. Passou por ele um sacerdote e fingiu não vê-lo. Depois passou um levita, e vendo-o passou de largo. Por fim, um samaritano que passava por ali, vendo-o foi até o ferido e o socorreu levando-o para um lugar onde pudessem tratar dele.
 Observe que a importância dessa história está no fato de que o sacerdote era símbolo do religioso, o levita, dos conhecedores da lei de Deus, e o samaritano pertencia a um grupo de israelitas odiados pelos judeus. Mas foi este quem socorreu o pobre homem, mesmo sendo o moribundo pertencente aos seus inimigos.
Na narrativa sobre Zaqueu, que era um judeu publicano (cobrador de impostos para o império romano), e por conta de seu ofício era odiado pelos seus compatriotas, mesmo contra a vontade da população que chamava Jesus de pecador por comer com aquele a quem consideravam pecador, Cristo respondeu-lhes: “Hoje veio salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” (Lc 19.9,10).
Que bonito quando lemos o livro de Lucas, imaginando Teófilo lendo estas histórias. Que reconfortante para um gentio (que eram desprezados pelos judeus ortodoxos), ver Jesus defendendo os rejeitados, e acolhendo gente de toda nacionalidade, assim como aqueles considerados como o pior pecador. 
Lucas mostrou que Jesus, o Filho do Homem, era um personagem sensível. Ele contou a história sobre o dia em que Jesus chorou ao ver a situação de seus conterrâneos, cujos corações estavam fechados para a salvação que veio ofertar-lhes. E o evangelista Lucas narra que, ao ver a cidade de Jerusalém Jesus chorou sobre ela (Lc 19.41).
Que prova mais contundente da humanidade de Cristo Lucas poderia dar a seu amigo? Um homem que ao sentir a rejeição era capaz de chorar, não apenas por ter sido rejeitado, mas ao pensar no alto preço que seus conterrâneos haveriam de pagar por não aceitarem que ele pagasse o preço de seu resgate!
Tente ler o livro de Lucas, imaginando Teófilo lendo esta carta, mas não se esqueça de que este homem era um gentio, não era familiarizado com o Deus de Israel, e seu amigo Lucas estava contando a vida de Jesus, como o Deus que se fez homem e como ser humano passou 33 anos na Terra, ajudando as pessoas a libertarem-se de seus males e a se reencontrar com o Pai. O evangelista Lucas mostra a Teófilo, por meio de sua carta que, embora sendo homem, Jesus se deu como exemplo para ser imitado por todos quantos queiram ser seus discípulos.
Se você nunca leu esse livro que faz parte dos sinóticos (os evangelhos compostos pelos livros de Mateus, Marcos e Lucas), eu te aconselho a começar a lê-lo, pois para mim, o livro de Lucas é um dos mais detalhados nas narrativas, e gosto da maneira como esse evangelista (escritor dos Evangelhos), conta a história de Jesus na Terra.
Boa Leitura!

Fique na paz do Senhor Jesus!

Leila Castanha

02/2015


quinta-feira, 19 de junho de 2014

COMO DEVO ORAR



O que é orar?
Do latim orare, essa palavra tem o mesmo sentido de prece ou súplica a Deus. Em termos mais simples, orar é conversar com Deus, para agradecer-lhe, pedir-lhe, confessar-lhe, interceder por alguém etc.
Apesar de muitos já compreenderem isso, alguns se perguntam se há algum tipo de ritual ou hábito no momento de oração. A resposta é NÃO. Falamos com Deus com a mesma naturalidade com que falamos com o nosso próximo. No entanto, a Bíblia faz algumas observações para que a nossas orações sejam atendidas por Ele. Apesar de enumerá-las para maior facilidade na leitura, isto não quer dizer que tais itens devem ser seguidos consecutivamente.
 Assim sendo, copiarei algumas exigências bíblicas para a oração ter efeito positivo. A começar pela epístola aos hebreus (11.6), conforme podemos observar a seguir:  “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; Porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é galardoador dos que o buscam.”
Observamos neste texto bíblico três pontos cruciais para Deus atender as nossas orações: 

1. Ter fé: O mesmo escritor (não sabemos quem escreveu a carta aos hebreus), nos esclarece o conceito de fé, dizendo: "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem (Hb11.1)
O que você sentiria se um filho ou um amigo seu lhe pedisse dez reais, e antes da sua resposta ele dissesse: “Estou lhe pedindo que me empreste dez reais, mas sei que você não irá me arrumar”?
Se fosse comigo eu pensaria o seguinte: “Se você sabia que eu não iria lhe arranjar o dinheiro, então por que se deu ao trabalho de me pedir?”
O mesmo aconteceria se eu fosse uma médica, e após atender  meu paciente e receitar-lhe os devidos medicamentos, ele me dissesse:
“Desculpe-me, doutora, mas não irei tomar esses remédios porque não confio no seu diagnóstico.” Para que, então, o tal paciente tomaria o meu tempo, se não confia em mim como médica?
Assim, muitos de nós agimos para com Deus, vamos até Ele, porém não acreditamos que Ele poderá resolver nossos problemas ou satisfazer nossas ansiedades. Agimos como aquelas pessoas que dizem: “Só acredito vendo!”
 O problema é que o escritor aos hebreus diz que para agradar a Deus é preciso ter fé, e ter fé é acreditar que Deus me atenderá, e ter tanta certeza disso de forma que você se sente arraigada no “firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.”
Isto é, devemos ter certeza que receberemos o que pedimos a Ele, e sentirmo-nos como se já houvéssemos recebido mesmo antes de ver a resposta concretizada.

2.    Crer que Ele existe: Uma vez explicado o que é a fé percebemos que se orarmos a Deus sem acreditarmos que Ele existe nossa oração não fará diferença alguma. Ninguém em sã consciência conseguirá manter contato com outro ser em cuja existência não acredite, mas que o vê apenas como fruto da imaginação infantil ou como uma lenda cultural.
Prova disto é que, quando a criança ou o adulto descobre que Papai Noel não existe até pode, por ocasião do natal, escrever-lhe uma cartinha pedindo-lhe um determinado presente. Todavia, ele têm consciência de que quem atenderá o seu pedido é uma pessoa real, de carne e osso, e não o bom velhinho. Alguns fingem acreditar em sua existência para entrar no clima das festividades natalinas, a fim, exclusivamente, de alcançar o que desejam do suposto Papai Noel.
Mas com Deus isso não funciona: O escritor aos hebreus diz que “é necessário que creia que Ele existe”.

3-    Crer que ele recompensa os que o buscam:  Aqui observamos duas coisas:
a.    O que ora a Deus deve crer que ele recompensa (é galardoador);
b.    Ele recompensa os que o buscam.
A palavra “galardoador”, quer dizer “aquele que dá galardão”. Galardão é prêmio ou recompensa. Assim, o escritor aos hebreus diz que devemos crer que Deus premia ou recompensa os que o buscam.
De nada adianta orarmos a Deus se não cremos que ele recompensará nossa busca por Ele. Além disso, devemos ter em mente que Ele só recompensa àqueles que o buscam, não as pessoas que o procuram como analgésico na hora da dor.
Em Mateus 7.7,8, o próprio Jesus ensinou que Deus atende a oração daqueles que pedem, buscam e batem, isto é, os que insistem em oração. No livro de 1Crônicas 7.14, no Antigo Testamento (O Antigo Testamento era o antigo pacto de Deus com o homem), lemos as palavras do próprio Deus ao seu povo: “E se o povo que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se  converter do seus maus caminhos, eu o ouvirei do céu...”
Dentre outras coisas, Deus exige que aqueles que se dizem povo dele o busquem em oração.
É bem verdade que a maioria dos crentes não acha dificuldade crer que Deus existe, afinal, não seriam crentes se não cressem (A palavra crente significa “aquele que crê”). No entanto, muitos encontram grande dificuldade em acreditar que Deus realmente recompensa a sua busca.
O problema disso está no fato de que, ao não se crer que haja recompensa em buscar-se a Deus, o cristão fica sem motivação de orar. E sem oração (momento em que o homem fala com Deus), não haverá resposta de Deus, pois ele recompensa aos que o buscam, conforme já vimos acima.
Um dos exemplos disso está registrado em Êxodo 3.9,19; 14.10,14. Crendo na existência e no poderio de Deus, os hebreus oraram por libertação da escravidão do Egito, no entanto, na hora de provarem que sabiam que Deus lhes recompensaria por buscá-lo, eles foram reprovados.
Passaram a lastimar-se para Moisés, dizendo-lhe que antes tivessem continuado escravos, pois lá no Egito comiam do melhor, e Deus apenas os levou para morrer no deserto. Ou seja, os hebreus acreditavam mais na recompensa do seu opressor, Faraó, do que no amor de Deus.
 Isso fez com que o Senhor se irasse de tal maneira contra eles, que não lhes permitiu entrar na Terra Prometida. Para que não dissessem que Deus puniu os hebreus (nome dado aos antigos judeus) porque não conseguiu cumprir sua promessa, O Senhor permitiu que os filhos daquele povo herdasse a Terra em lugar deles.
Costumo usar o seguinte exemplo para falar sobre a nossa falta de confiança na lealdade divina: Às vezes agimos com Deus como pessoas que apresentam suas causas trabalhistas à justiça falha do nosso país, a qual leva anos para julgar uma causa, e por conta da falta de fé nas leis brasileiras desistem de lutar por seus direitos.
Alguns, apesar de saber que existe o órgão da justiça para resolver os seus impasses, preferem deixar para lá, ou começam o processo, desistindo dele no meio dos trâmites, por não acreditarem que seus pedidos serão levados a sério.
É exatamente assim que acontece conosco. Sabemos que Deus nos dá direito de levarmos a ele nossas ansiedades (1 Pe 5.6,7). Porém, ao não acreditarmos que Deus se importa com os pedidos que lhe apresentamos, nossa falta de fé influenciará em nossa percepção sobre a fidelidade divina, e nos fará entregar os pontos, levando-nos a desistir de buscá-lo em oração.
No texto acima, Pedro deixa claro que devemos nos humilhar perante  Deus (depender de alguém é humilhante), no entanto,  o citado apóstolo garante que a seu tempo (no tempo de Deus) Ele nos exaltará.
Essa crença é fundamental para sermos atendidos em nossas petições a Deus.
Uma coisa eu aprendi durante o meu tempo de cristã: Deus nunca se esquece daquilo que entregamos em suas mãos.
Todavia, na nossa fraqueza, temos agido como o povo de Israel em face às dificuldades.
Muitas vezes, achamos mais conveniente crermos no diagnóstico médico do que no  médico dos médicos que promete ouvir nossas súplicas e curar-nos; Cremos mais na justiça humana, que é falha, do que na fidelidade divina em enxugar nossas lágrimas; Cremos  mais na força da tempestade do que no Senhor que domina a natureza, e assim por diante.

HOMENS QUE CONFIARAM NA RECOMPENSA DIVINA
Apesar de tantos exemplos negativos haviam aqueles que criam que Deus é leal com os que o buscam. Dentre eles, encontramos o salmista Davi, que angustiado diante das aflições que o afligiam orou em agonia:
“Por que estás abatida ó minha alma? E por que te perturbas dentro de  mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei.” (Sl 42.3,10, 11) (grifo meu).
O mesmo Davi, certa vez, orando, confessou a Deus: “...Tu, Senhor, nunca desamparas os que te buscam.” (Sl 9.10) (grifo meu)
Não é a toa que a Bíblia diz que Davi era o homem segundo o coração de Deus. Deus ama os que não desconfiam de sua fidelidade!
Jesus, ao orar, nos deixou o exemplo. Enquanto falava com Deus, em oração, ele disse-lhe: “Pai, eu bem sei que sempre me ouves.” (Jo 11.41,42) (grifo meu).
O escritor aos hebreus (10.22) também advertiu aos irmãos que deviam orar a Deus “Em inteira certeza de fé” (grifo meu).
 O apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, disse-lhes: “Eu sei em quem tenho crido, e que é poderoso para guardar o meu depósito” (2 Tm 1.12) (grifo meu).
Isto é, Paulo só cria que Deus guardaria aquilo que depositou nele.
Um determinado 1escritor exemplificou esse versículo da seguinte forma:
“Se você tivesse sentado num terminal de aeroporto com sua maleta ao lado e ao afastar-se um momento para conversar com alguém, o que você faria se alguém houvesse roubado a sua bagagem?
Você poderia dirigir-se ao balcão e pedir que a mandassem procurar. A resposta seria provavelmente negativa. Se a maleta estava com você, e você a perdeu, não havia por que recorrer à empresa aérea. Mas, por outro lado, se você já houvesse registrado-se no balcão e constatasse, na chegada, a falta da sua  bagagem, você teria todo o direito de recorrer à transportadora, que logo iniciaria a procura da maleta perdida. Assim, a empresa aérea só é responsável por aquilo que lhe foi confiado.” (p.61)

Resumindo: Devemos orar com fé, crendo que Deus existe e que ele é galardoador (recompensador) dos que o buscam. E não podemos nos esquecer que Deus só resolve aquilo que entregamos aos cuidados dele. Leia as palavras do salmista abaixo:
“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e ele tudo fará” (Sl 37.5)
Observe que o primeiro passo é “entregar” para ele, e depois confiar nele.
Portanto, se assim fizermos, poderemos orar a Deus com a mesma certeza de Davi: “Ó tu que ouve as orações...” (Sl 65.2)

Com amor fraternal,
Em Cristo,
Leila Castanha


1Ravi Zacharias. Do coração de Deus – Editora Textus.