quinta-feira, 6 de junho de 2013

A FUNÇÃO DOS ANJOS


 A palavra “anjo” significa “mensageiro”. 

Quem são os anjos?   
São criaturas de Deus, assim como nós.   Os anjos são mensageiros de Deus, cuja função é servir aos santos, sob ordens divina.

 Há muitas seitas que foram fundadas por meio de instruções de anjos. Há também crentes que baseiam suas atitudes em instruções de algum anjo, sem contextualizar suas “instruções” com a Palavra de Deus.
Não podemos ouvir a quem quer que seja, se seus ensinamentos estiverem fora do que ensina a Bíblia. Ela é o guia do cristão, e se nos orientarmos por qualquer outro guia sem nos preocupar se a direção é respaldada pela Palavra de Deus, certamente nos perderemos do Caminho certo. Por isso é muito importante entendermos qual é a função dos anjos.

Primeiramente, observemos o que diz os Salmos (148.2-5): “Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o todos os seus exércitos. (...) Que louvem o nome do Senhor porque mandou, e logo foram criados”.

Observamos aqui duas coisas:
1)    Deus ordenou;
2)     Os anjos foram criados.

Na carta do apóstolo Paulo aos irmãos colossenses (1. 16), observamos que todos os poderes  que conhecemos, no céu ou na terra, visíveis ou invisíveis, sejam príncipes, potestades (poderosos da terra ou do céu), foram criados por Ele e para ele, e é claro, incluindo-se o céu fala-se dos anjos.

Quanto ao segundo tópico, devemos entender que os anjos são mensageiros de Deus aos homens.   Uma de suas missões é levar recados de Deus a alguém. Sempre que Deus quer enviar uma mensagem a uma pessoa ele pode utilizar-se de vários meios, como por exemplo:  sonho, visão, profecia e também por meio de seus anjos.
Esse último meio era muito raro de acontecer, porque  Deus só enviava um anjo para falar com alguém quando se tratava de algo de muita relevância para a vida dos seus servos ou da nação (Jó 33.15; ICo 14.40).
Vejamos agora alguns casos em que Deus falara com os homens por meio de seus anjos. Daniel, recordando-se da profecia de Jeremias (25.11,12; 29.10-14) sobre o fim do cativeiro de Israel (eles estavam cativos na Babilônia),  compreendeu que setenta anos dos quais falara a profecia já estava no fim e não havia indícios de libertação (restauração, do retorno) de Israel, por isso foi orar angustiado. Daniel ficou tão angustiado, provavelmente por pensar que Deus havia se esquecido de sua promessa que fez um sacrifício de jejum e humilhação a Deus e foi orar pedindo-lhe uma  resposta.
Em outra ocasião, quando Deus lhe enviou novamente um anjo, Daniel estava tão aflito que havia entrado em um estado de depressão, a ponto de não conseguir comer, beber ou cuidar-se, conforme nos indica o capítulo 10.1-3. O Senhor sabendo de sua angústia enviou-lhe um anjo para tranquilizá-lo, explicando-lhe do que se tratava a profecia e como ela se cumpriria.

Todavia, devemos observar, pelo menos duas coisas:

Quanto a Daniel observamos que era um homem muito amado por Deus, conforme declara estes dois versículos:  “No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declara, porque és mui amado (...).” (Dn 9.23);  “Daniel, homem mui desejado”  (Dn 10. 11). (itálicos meus)

Quanto ao anjo observamos que ele cumpria ordens divina Saiu a ordem e eu vim...”(Dn 9.21-23);  “Porque eis que te sou enviado” (10. 11b). (itálicos meus)

Em gênesis 19.1,13, vemos outro episódio no qual Deus enviou dois anjos para falar com um dos seus servos. Ló havia escolhido morar em uma cidade chamada Sodoma, porém, devido a grande depravação da cidade (dentre as quais, a Bíblia explicita que havia práticas homossexuais) Deus resolveu destruí-la, mas por intercessão de Abraão (tio dele), o Senhor enviou seus anjos para convencer Ló e a sua família a retirarem-se, antes de Ele destruir a cidade.

Nesse episódio devemos compreender o seguinte:

Por que Deus enviou seus anjos à Ló?  Porque Abraão, que honrava a Deus com sua fé (Abraão foi o homem que mais confiou em Deus), pediu que Ele o salvasse;

Por que os anjos foram salvá-lo? Porque foram enviados por Deus (Leia o versículo13).

Zacarias, pai de João Batista, foi outro homem que recebeu a visita angelical. Deus enviou-lhe um anjo (O mesmo que foi enviado a Daniel – compare com dn. 9. 21) porque somente um milagre o faria crer que seria pai, uma vez que ele e sua esposa já eram velhos. E o motivo principal era o fato de que seriam pais da criança que no futuro iria anunciar a vinda de Jesus Cristo.
Olha o tamanho da importância da mensagem! Os anjos não foram enviados a Zacarias apenas para dizer-lhe que ele e Ana seriam pais, mas para explicar-lhe  quem seria seu filho.

Pensando um pouco sobre o episódio acima observamos que:

Zacarias e Ana não eram qualquer um, mas “eram ambos (ele e sua mulher) justos perante Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os mandamentos e preceitos do Senhor”. (v. 6).

O anjo não foi visitá-lo porque resolveu ir, mas porque Deus o enviara. (Veja o v.19).

Por enquanto, fiquemos apenas com estes exemplos, mas você pode consultar as referências bíblicas e ler outras histórias onde houve visitas de anjos, como por exemplo, no anúncio do nascimento de Isaque, na profecia do nascimento de Sansão, a Cornélio etc.


Os anjos de Deus não devem e nem aceitam ser adorados:

Nos exemplos que citei acima, podemos observar esta realidade. Vemos, por exemplo, quando os anjos foram salvar  Ló e a sua família, algumas provas de que Ló não os adorou. Leiamos novamente Gênesis 19.1: “E vieram os dois anjos a Sodoma à tarde, e estava Ló assentado à porta de Sodoma; e, vendo-os Ló, inclinou-se com o seu rosto em terra”. (itálico meu)

Esta passagem não dá nenhum suporte para que alguém entenda que deva adorar aos anjos, pelos seguintes motivos: 
1º. Ló não sabia que eram anjo;
2º Ló inclinou-se para eles, achando que eram estrangeiros. Isto era um cumprimento de boas vindas, e não representação de adoração.
Observamos essa prática, por exemplo, na narrativa de Gênesis 33. 7, quando houve o reencontro entre Jacó e Esaú. As duas mulheres de Jacó e seus filhos cumprimentaram a Esaú curvando-se diante dele.
Esse costume é muito comum entre os povos do Oriente. Observe, nos filmes, os japoneses se cumprimentando.
3º. Ló tentou proteger os  visitantes: Ló, sabendo do perigo que aqueles estrangeiros correriam ficando na rua,  insistiu que pernoitassem em sua casa, e inclusive pediu aos homens que queriam pegá-los que não lhes fizessem mal, porque foi para protegê-los que  os levou para sua casa. (v. 2,3, 8).  
Podemos perceber através da leitura o desespero de Ló tentando protegê-los. Seria ilógico um homem tentar proteger anjos. 
4º. Os anjos só se manifestaram porque a vida de Ló estava em risco: Todos pensavam que os anjos eram estrangeiros e não seres celestiais (v. 5). Mas quando os homens maus ameaçaram a integridade física de Ló, então, os anjos reagiram, abandonando os seus “disfarces”. Eles tinham ordens de Deus para salvar a Ló e a sua família, então precisaram agir (Leia os vv. 13). Até então, eles haviam se comportado como seres humanos, inclusive comeram na casa de Ló e deixaram-no tentar salvá-los (v. 3).


Porque não podemos adorar aos anjos:

Em Êxodo 20. 3-5, observamos a ordem de Deus, na qual ele proíbe a criação de imagens de anjos (as imagens eram objetos de adoração dos povos). Seu mandamento diz o seguinte:

“Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagens de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus (os anjos são do céu), nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás (...)”. (itálico meu)

Se observarmos, perceberemos que quando os anjos apareciam para os personagens bíblicos, eles vinham  a mando de Deus, em resposta a suas orações. E a quem eles oravam? Exatamente! Oravam a Deus( Dn 9.20; Lc 1.11-13,19; At 10.1,2; At 12.11,23.17) . Quem enviava a resposta não eram os anjos, mas Deus enviava os anjos com a resposta.

Agora vamos observar nos exemplos abaixo como se comportavam os anjos quando queriam adora-los:

O anjo e Daniel: Quando Daniel notou a presença do anjo, ele inclinou-se para adorá-lo. Então o anjo tocou-lhe e fez com que se levantasse, dizendo-lhe:

“Daniel, homem mui desejado, está atento às palavras que te vou dizer e levante-te sobre os teus pés; porque eis que te sou enviado. E falando ele comigo esta palavra, eu estava tremendo”. (itálico meu)

Notamos que a justificativa do anjo de não ser adorado é porque ele apenas era um mensageiro enviado para  trazer um recado, portanto,  não era Deus.

Para melhor entendermos o que o anjo estava querendo dizer com a frase “porque te sou enviado”, darei um exemplo:

 Imagine que você tenha pedido um presente para uma pessoa de sua família. A pessoa comprou o presente e enviou pelo correio. Um dia, o carteiro bateu a sua porta para entregar o tal presente e você se lançou ao pescoço dele agradecendo-lhe por atender o seu pedido.

Não seria estranho! Afinal, o carteiro só está cumprindo seu dever, este é o trabalho dele. Não foi ele quem te deu o presente, apenas foi incumbido de levá-lo até você.

Entendeu agora? Quando um anjo aparece para um servo de Deus, ele não deve ser adorado,  porque ele só está cumprindo o seu trabalho. Ele obedece às ordens de Deus, portanto, quem deve ser adorado é o próprio Deus que enviou a resposta ou a bênção que pedimos, não o seu mensageiro.

O apóstolo Paulo também deixou bem claro que entendia a diferença entre os anjos e Deus: “Porque esta mesma noite, o anjo de Deus, de quem sou e a quem sirvo, esteve comigo”. (At 27.23)

Vimos no texto paulino que o anjo e Paulo eram de Deus, e era a Deus que Paulo pertencia e servia.

No versículo 24, o apóstolo Paulo conta o que o anjo lhe dissera: “Não temas! Importa que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo”.

Observe a frase em negrito: O anjo mesmo dissera que quem operou o milagre (salvou os tripulantes juntamente com Paulo) foi Deus. Ele só veio dar-lhe o recado.

Os anjos também adoram a Deus:

Hb 1:5: “E todos os anjos de Deus o adorem”.

Ap; 7.11: “E todos os anjos estavam ao redor do trono (...); e prostraram-se diante do trono sobre o seu rosto dizendo: Amém! Glória e sabedoria, ações de graça, e honra, e poder, e força ao nosso Deus para todo o sempre. Amém!”

Leia Is 6.2 e Ez. 1.6 (sobre os querubins).


Perigosas aparições de anjos: Assim como existem os anjos de Deus, chamados anjos de luz, existem os que caíram juntamente com Satanás, denominados anjos das trevas ou  demônios (Jd 6; I Pe 2.4; Ap 12.9 etc).
Através da Bíblia podemos compreender que esses anjos das trevas têm alguns poderes, destacaremos apenas três:
a.    Podem se camuflar de anjo de luz (2 Co 11.14,15);  
b.    Eles podem falar e são inteligentes (Mc 1.23- 25; 3.11);
c.    Podem fazer milagres como se fossem anjos de Deus (Ap 16.14).
Há uma seita que baseia sua regra de fé em uma visão de seu líder, no qual um anjo lhe apareceu e mostrou umas revelações (que não estão na Bíblia). Todavia, a própria Bíblia já previa que ainda que um anjo do céu pregasse outro evangelho, além do que já fora pregado, nós devemos tê-lo por maldito (anátema) – (Gl 1.8). Não podemos nos esquecer do que eles são capazes!

O ANJO DO SENHOR
Quando a Bíblia se relaciona a um anjo como “O anjo do Senhor”, trata-se do próprio Jesus. Sempre que ele aparece, não recusa receber adoração (Ex 23. 20-23), diferente dos outros anjos.
Algumas vezes é chamado de Deus, como no caso descrito em Gênesis  16. 10,13. Também vemos características que não encontramos nas demais descrições de anjos, como, por exemplo, no caso de gêneses, citado acima, vemos o nome “Anjo do Senhor”, e o fato de ter sido chamado de Deus.
Em gênesis 22.11,12, além de ser chamado “Anjo do Senhor”, ao falar com Abraão para não matar Isaque, o anjo disse-lhe: “...Porque agora sei que temes a Deus e não me negaste teu filho”.
Segundo a Bíblia, quem é que disse “Eu e o Pai somos um?” (Jo 10.30). Logo, entendemos que ao fazer a vontade do Pai, também alegrava o Filho (Jesus), por isso ele disse “sei que temes a Deus (elohin – Deus no plural) e não me (o Filho falando) negaste teu filho”.


Resumindo: Os anjos servem os salvos, mas a mando de Deus, não dos homens, conforme nos mostra o seguinte texto:  “Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos”. Sl 91:11

Percebemos, então, que é Deus quem dá a ordem e os anjos nos protegem.

Nós (os salvos) iremos  julgar os anjos caídos: “Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? (...)”. (I Co 6.3)

O apóstolo Pedro explica (II Pe 2.4) que os anjos caídos estão aguardando o juízo, e Paulo revela que a Igreja vai julgá-los (não os outros anjos).

Assim, dentre muitos motivos pelos quais não devemos adorar aos anjos , citaremos cinco:

Conforme já vimos pela Bíblia, os anjos são criaturas de Deus, e não devemos adorar a criatura, mas ao Criador. Segundo lemos em Colossenses 1.16, tudo o que Deus fez (incluindo os anjos), são para a sua glória, “tudo foi feito por ele e para ele”.

O próprio Deus proibiu a adoração a qualquer outro que não fosse Ele próprio. (Mt 4.10).

 Os próprios anjos recusam a adoração, enfatizando que foram enviados por Deus (não são o próprio Deus). (Dn 10.11)

Os anjos louvam a Deus dizendo-lhe, dentre outras coisas, que a honra e a glória (a majestade, o engrandecimento) devem ser dadas somente à Ele para todo o sempre (Ap 5. 11,12)

A função deles é trabalham em favor dos santos (guardando-os, levando recados etc). (hb 1.14); Em hebreus 1.14, o escritor, (não se sabe quem escreveu), diz: “E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra, até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés? Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores (que servem), enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?”

Enfim, não podemos adorar aos anjos porque o próprio Deus nos alertou dizendo-nos:

“Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, à outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de esculturas”. (Is. 42.8)


No amor de Cristo,
Leila Castanha
05/2013


domingo, 19 de maio de 2013

QUEM É O ESPÍRITO SANTO?





Desde o momento em que aceitamos a Jesus como nosso Salvador e Senhor o Espírito Santo passa a habitar em nós (Leia 1Co 3. 16; 6.19), por isso é de suma importância que conheçamos esta terceira Pessoa da Trindade.
É muito importante que saibamos também que a palavra Trindade não é encontrada na Bíblia, mas usamos esse termo do mesmo modo que alguém usa a sigla H2O ao invés de dizer água. Ou da mesma maneira que alguém diz que é homofóbico ao invés de dizer que não tolera homossexuais.  Assim, ao usarmos o termo “Trindade”, estamos nos relacionamos ao “Pai, Filho e Espírito Santo” de forma resumida, ao invés de dizermos “As três pessoas celestiais que agem em comum acordo”.
Para melhor entendermos isso vamos ao Livro de Gênesis 2.21-23, onde narra que da costela de Adão Deus fez Eva. No versículo 23 lemos: “Por isso deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher e será os dois uma só carne”.
Observe bem a figura de linguagem (uma só carne). Figura de linguagem é quando eu digo uma coisa de modo figurativo (simbólico). Por exemplo: Quando a Bíblia diz que Jesus é a porta, ela está usando uma figura de linguagem chamada metáfora. Como todo mundo sabe que a porta serve para dar acesso a algum lugar fica  fácil entender que a missão de Jesus é servir de acesso para o povo chegar à Deus.
Assim também é quando a Bíblia diz que o marido e a esposa viram uma só carne. É claro que a carne de um e do outro não se misturam, mas é como se o casal se misturasse e se tornasse uma só pessoa a partir do casamento. Para entendermos a linguagem conotativa (por meio de figuras) é só transformá-la em denotativa (falar exatamente aquilo que queremos dizer), então, ao fazermos isso a frase de gênesis ficaria assim:  “E serão os dois como se fossem uma só carne”. Não ficou mais claro agora?
Vou dar mais um exemplo sobre a unidade da trindade a fim de que entendamos o porquê utilizamos esse termo: Imagine uma grande empresa na qual a secretária executiva vá a uma reunião de negócios representá-la. Ao apresentar-se ela começa a falar com os demais executivos sobre as questões que irá tratar em nome de sua empresa, e inicia sua apresentação citando o nome de um por um dos funcionários de sua empresa, da área executiva até o mais baixo cargo.
Certamente, as pessoas que estivessem nessa reunião achariam que esta secretária é maluca. Imagine numa firma de 300 funcionários, como ela falaria o nome de cada um?
Para evitar esses problemas utilizamos o coletivo. Assim, ao invés de alguém dizer que atacado por  5.000 abelhas (pois seria muito difícil contá-las), a pessoa pode resumir sua história dizendo que foi atacada por um enxame de abelhas (isto é, muitas abelhas juntas). Ao invés de falar-se sobre um número X de ovelhas que um determinado pastor cuida, podemos chamar o ajuntamento desses animais de rebanho. Da mesma forma, ao invés de a secretária citar cada um componente do local o qual ela representa, é mais fácil ela dizer que está representando a  EMPRESA. Todos entenderão que ela está dizendo, de forma resumida, que representa a todos os funcionários que lá trabalham e seus respectivos donos.
Assim também é quando usamos o termo “Trindade”, estamos citando de forma resumida o “Pai, o Filho e Espírito Santo”.
Uma vez compreendido isto vamos para a próxima etapa: Quem ou o que é o Espírito Santo?
Algumas denominações religiosas dizem que o Espírito Santo é uma força ativa (uma força que age) da mesma forma que o vento, pois apesar de o vento ser uma força em ação  ele não é uma pessoa. Dizem que o vento quando sopra, ele pode, por exemplo, destelhar casas, quebrar árvores e criar enormes ciclones, mas nem por isso ele pode ser considerado uma pessoa, mas uma força ativa. Para estas pessoas que creem assim o mesmo acontece em relação ao Espírito Santo: Ele é uma força ativa proveniente de Deus. Age por comando de Deus, mas não é uma pessoa.
Porém, não é assim que a Bíblia mostra o Espírito Santo. Vejamos alguns exemplos:
Em João 14.16, quando Jesus estava preste a voltar para o céu, porque já havia completado sua missão na Terra, os discípulos ficaram tristes com a sua partida, então, após animá-los com palavras de esperança, ele lhes disse que pediria ao Pai para enviar o Espírito Santo para ficar com eles, dizendo-lhes:   “E eu rogarei ao Pai e ele vos dará OUTRO CONSOLADOR, a fim de que esteja para sempre convosco”.
O termo “outro” usado nesta passagem relacionado ao Espírito Santo, é no original grego “allos”, que quer dizer “outro do mesmo tipo”. Se no original, o termo “outro” fosse “heteros”, então o Espírito Santo seria “outro de tipo diferente”. Mas  sendo  “allos”, isso significa que sendo Jesus uma pessoa ele ia mandar para a Igreja “outro do mesmo tipo” que ele, ou seja, quem seria enviado para ficar conosco teria de ser uma pessoa também, e não uma força ativa.
Além disso, o Espírito Santo também é chamado de “Consolador”, que no original é “Paracleto”, termo que pode ser traduzido tanto por Consolador quanto por advogado (Compare Jo 14.16 e I Jo 2.1). Assim como Jesus utilizou o termo “Paracleto” (Consolador) para denominar o Espírito Santo, o próprio Jesus também foi chamado desta forma, conforme vimos nos textos citados acima.
Além disso, o Espírito Santo possui várias características que o definem como uma Pessoa (Pessoa é todo Ser dotado de razão e emoção), ou seja, alguém que pensa e tem sentimentos.  Segundo a enciclopédia Larousse Cultural, pessoa é “alguém capaz de gozar de direitos e contrair obrigação.”
Vejamos então, porque segundo a Bíblia, analisamos ser o Espírito Santo uma pessoa:
Em Jo 16.8,13e14, encontramos os pronomes ele e aquele (do grego ekeinos), expressão esta usada apenas para pessoas. Além de tudo que já foi falado, ainda observamos muitas outras evidências de que o Espírito Santo é de fato uma Pessoa, pois uma força ativa não seria capaz de executar tais ações, conforme veremos a seguir:
·         O Espírito Santo convence o homem- Leia Jo 16.8;1 Co 6.19;1Jo 2.27;
·         Dá acesso ao Pai- Ef. 2.16;
·         Dá ousadia em testemunhar- At.4.31;
·         Ele fala- At. 13. 2;
·         Impede ( não permite) – At. 16. 6;
·         Ensina – Jo 14. 26; 1 Co 2. 13; ( Veja também Lc 12.11,12);
·         Ele Guia (orienta) – Lc 4.1; At. 8.29; 16.7;
·         Dá inspiração – 2 Tm 3.16;
·         Intercede por nós – Rm 8.26, 27;
·         Justifica – 1Co 6.11;
·         Revela – Ef. 3.5;
·         Se entristece – Is. 63. 10; Ef. 4. 30;
Se isso é ser uma força ativa, então porque o vento não faz as mesmas coisas que o Espírito Santo?
Ele é, sem sombra de dúvidas, uma Pessoa da mesma maneira que o Pai e o Filho, e juntos trabalham pela nossa salvação.

Observação: Se a sua Bíblia tem referências bíblicas (aquelas letrinhas ou números ao lado de uma palavra ou de um versículo, que indicam outros versículos do mesmo tema), aprenda a usá-las e você descobrirá muitos outros exemplos que comprovam a personalidade e pessoalidade desta pessoa tão importante para a vida dos cristãos. Também é muito importante para o estudante da Bíblia ter uma boa enciclopédia bíblica. Gosto muito, principalmente para os iniciantes, da enciclopédia bíblica do Orlando Boyer Cohen. Adquira esta ou outra para facilitar seus estudos, pois além de explicar alguns termos bíblicos também cita versículos relacionados com as palavras que você consultar.

Fique na doce Paz de Cristo,
e até nossa próxima reflexão bíblica.
Com amor,
Leila Castanha
04/2013










segunda-feira, 22 de abril de 2013

O PODER PERTENCE A DEUS


Há um grande perigo rondando os cristãos, que é o chamado “Culto Alternativo”.
O Culto Alternativo é quando alguém transfere para outra pessoa ou coisa o louvor que pertence a Deus.
Como exemplo, podemos citar as imagens de santos, nas quais os fiéis dão todo crédito ao invés de depositarem única e exclusivamente sua fé no Deus dos santos.
Mas não é só isso que é culto alternativo. Quem vai à igreja para angariar fortuna, também está trocando sua busca por Deus pela busca pelo dinheiro. 
Porém, uma das maiores armadilhas atuais do diabo é levar os fiéis a glorificarem os servos de Deus, no lugar de darem honra ao próprio Deus.
 Alguns usam como desculpa o texto do apóstolo Paulo (Rm 13.7), o qual manda que os cristãos honrem a quem tem honra, isto é, valorizem os que merecem ser valorizados. No entanto, honrar ou valorizar, não é o mesmo que endeusar (tornar deuses, e oferecer os mesmos préstimos devidos somente a Deus).
Outro dia fui a um culto de adolescentes no qual convidaram uma cantora famosa para ministrar os louvores, e enquanto o culto rolava formou-se uma fila de adolescentes, do púlpito até o meio da nave da igreja, para receberem autógrafo da tal cantora. Fiquei injuriada e fui falar com a empresária dela (que era a própria mãe da moça), e pedi que ela respeitasse o momento sagrado do culto (adoração) a Deus. 
Não teria nada demais se, após o término do culto, ou mesmo antes dele, ela distribuísse autógrafos,  todavia durante o culto, é no mínimo desrespeito ao lugar santificado para adorar ao nome de Jesus.
A Bíblia é enfática em dizer que Deus não dá sua glória a ninguém, e nem a coisa alguma. Além disso, quando apoiamos nossa fé em alguém, por mais santo que esta pessoa seja, ficamos ligados a ela de forma que, se a tal pessoa está firme, nós também estamos, mas se a pessoa cair, nos sentimos abalados.
A Bíblia nos adverte a não confiarmos nas pessoas a ponto de fazer dela nosso braço forte, isto é, não devemos confiar em alguém a ponto de apoiarmos nossa fé nela (Leia Jr 17.5).
 O texto de Jeremias não diz que é maldito quem confia no homem, mas quem confia no homem e faz dele o seu braço forte. Temos que ser pessoas confiáveis, mas não somos fortes o bastante para que alguém se apoie em nossa força.
O apóstolo Paulo escreveu aos irmãos de Corinto (1 Co 10.12), dizendo-lhes que “Quem está em pé  cuide que não cair”.
Ele estava falando com crentes, dizendo-lhes para vigiarem, senão poderiam fraquejar na fé. Isto porque todos nós, seres humanos que somos, estamos sujeitos a falhar.
Sabemos que Davi era o homem segundo o coração de Deus (Veja At 13.23), todavia ele também caiu vencido pela tentação ao desejar uma mulher casada.
Imagine se todo o povo de Israel apoiasse sua fé em Deus na pessoa de Davi. Ninguém mais creria na santidade divina, porque Davi pecou um pecado duplo: adultério e assassinato (Davi tramou a morte de seu soldado mais fiel para que ele não descobrisse seu adultério com a mulher dele). Esta história está registrada em 2 Sm 11.
Outro homem de Deus que também caiu foi Sansão. Dotado de grande força, era proibido por Deus de se misturar com mulheres que não pertencessem ao povo hebreu (os israelitas). Todavia, sabemos de pelo menos dois relacionamentos de Sansão com mulheres pagãs, sendo uma delas, Dalila, a causadora de sua morte. Leia a história em Juízes capitulo 13 em diante.
Jonas, um profeta respeitado em seu tempo por ser um homem de Deus, certa vez chegou a pedir para morrer porque Deus o enviou para profetizar a destruição dos ninivitas (habitantes de Nínive), e se revoltou quando Deus desistiu de destruí-la porque seus habitantes se humilharam perante Ele.
Segundo a história, esse povo costumava arrancar a cabeça dos inimigos e deixá-las em exposição. Eram malvados e sanguinários, e Jonas não achou justo Deus perdoá-los. Agora imagine se você fosse daquela época e sua fé estivesse apoiada no profeta Jonas, não em Deus. O que você sentiria se o homem em quem você se inspirava estivesse pedindo a morte porque foi fraco o suficiente para conseguir perdoar aos que lhe haviam ofendido?
Pedro, um homem brilhante, que vivenciou grandes maravilhas ao lado de Jesus, e cuja sombra até curava os doentes, também era um homem sujeito a falhar. Lembra-se de quem negou Jesus três vezes, quando ele estava preso? Isso mesmo! Foi Pedro. E ele jurou que jamais faria isso, afinal, era um homem que havia vivido todo o seu ministério ao lado do poderoso Jesus (Leia Mc 14.68).
Agora imagine você como fã de Pedro, dizendo para todo mundo que o irmão Pedro é um homem “cheio do poder”, que nenhum demônio ou doença resistiam à ele, inclusive, chegou a prometer a Jesus, que jamais o negaria, ainda que fosse preciso morrer com ele (Leia Mc 14. 227-31).
Então, no dia em que Jesus foi preso, você ouve no pátio do lugar para onde Cristo foi levado o seguinte:
“Este homem  - dizia uma empregada dos sumos sacerdotes aos soldados- é um dos discípulos de Jesus.
Em seguida você ouve a voz do irmão Pedro, por quem você bota a mão, respondê-la, assustado:
 “Imagina, eu nunca vi este homem!
Que decepção você teria, não é verdade?
Foi exatamente isso o que aconteceu. Leia Mc 14.27-31 e depois  66-71).
Sabe por que isso aconteceu? Porque embora Pedro fosse um homem de fé e um verdadeiro servo de Cristo, ele também era humano, e todos nós seres humanos estamos sujeitos a cair, a falhar e a pecar.
Entendeu o porquê não podemos nos apoiar em homem algum? E não podemos deixar ninguém se apoiar em nós para sustentar sua fé? Mesmo que sejamos um vaso de Deus ou que a pessoa a qual admiramos também seja um homem usado por Deus, todos nós, segundo a Bíblia, somos simplesmente NADA.  Os que se acham “poderosos”, “fortes” e “merecedores” da graça divina não conhecem a Palavra de Deus.
Leia Sl 62.11 e veja o que o salmista disse: “Uma vez falou Deus, duas vezes ouvi isto: QUE O PODER PERTENCE A DEUS”.
 Nós somos fracos, não fortes. Nossa força é o Senhor. É Nele que nos apoiamos, quando pregamos, quando aconselhamos alguém, quando expulsamos demônios, quando ensinamos a Sua Palavra, quando oramos, quando jejuamos etc.
Vejamos o que o próprio Jesus nos ensinou no final da oração do Pai nosso: “Não nos deixe cair em tentação, mas livrai-nos do mal, porque teu é o reino, O PODER e a glória para sempre. amém! (Mt 6.13).
É ele quem manda (o Reino é dele); é ele quem pode tudo (o Poder é dele); Só ele pode ser glorificado (a Glória é dele).
 Uma vez Jesus ensinou ao apóstolo Paulo uma lição que ele não sabia: “O meu PODER se aperfeiçoa na FRAQUEZA”. (2 Co 12.7) . O apóstolo então, no final do versículo 10, confessou: “Agora tenho prazer nas fraquezas, porque quando sou fraco, então é que sou forte”.
Em palavra popular, podemos entender esse versículo assim: Deus não usa a quem se acha. Ele usa somente aquelas pessoas que sabem que sem o nome de Jesus na frente, não são nada e não podem fazer nada.
Se é o nome de Jesus que nos possibilita expulsar demônios e curar enfermidades, é o nome dele que tem poder, e não nós que estamos expulsando ou orando pela cura.
Por exemplo: Eu vou no banco sacar um dinheiro e percebo que a minha conta foi bloqueada. Então eu vou até o gerente e faço uma reclamação. O gerente me dá um papel para entregar a um funcionário, e este pega o papel, lê e diz ao caixa que é para me dar o valor que pedi.
O caixa responde que não pode fazer isso porque é contra a regra do banco. O funcionário que recebeu o papel do gerente explica ao caixa que são ordens do gerente. Então, mesmo contra a sua vontade o caixa me entrega o que dinheiro que solicitei.
Depois de receber o dinheiro, dirijo-me a um amigo que estava no banco comigo, mostro-lhe o dinheiro e digo-lhe:
-Está vendo como eu sou poderosa! Comigo é assim: Eu quis sacar e eles tiveram de me dar o dinheiro que eu pedi, mesmo com minha conta bloqueada.
Então meu amigo vira-se para mim e responde:
- Não foi você quem conseguiu. Eles obedeceram o gerente, cujo nome estava no papel que você mostrou ao funcionário. Então, Leila, não é você que é poderosa, mas o nome do gerente  que  fez o caixa atender o seu pedido.
Entendeu a diferença? Nós não temos poder nenhum. O nome de Jesus, o qual nós invocamos é que tem poder para fazer qualquer coisa. Quanto a nós não passamos de pó. Simples mortais, carentes da misericórdia divina. Por isso o apóstolo Paulo disse que se gloria na cruz de Cristo. Ele sabia que sem a misericórdia de Deus, que o escolheu sem ele merecer, ele não seria nada.
Você compreende como é que Deus trabalha? Quando digo que sou forte, então Deus não age através de mim, porque Ele só age através de quem entende que é fraco, e só a misericórdia de Deus é a causa de nós não sermos consumido (aniquilados).  Veja esta verdade registrada em Lamentações de Jeremias 3.22,23.
 Leia também 1 Co 1.26-29, que em resumo diz o seguinte: Deus não chamou para a salvação nem muitos entendidos e nem muitos poderosos, mas Ele preferiu chamar àqueles que eram tidos pelo mundo como loucos e como fracos e que sabiam que não eram nada, para que ninguém se vanglorie na presença dele.
Quando nos dedicamos a oração devemos ficar mais humildes, porque no momento da oração percebemos o quanto precisamos de Deus para continuarmos firmes e constantes na obra do Senhor. Sem ele a carne vence o espírito. Leia Mt 26.41.
Os apóstolos Pedro  e João quando em nome de Jesus curaram um coxo, a multidão que assistiu olharam para eles com expressão de admiração. Pedro, porém, sabendo que uma das virtudes do cristão é a humildade, e que a glória pertence ao Mestre, disse ao povo: “Varões israelitas, porque estais olhando tanto para nós como se por nossa própria virtude (poder) ou santidade fizéssemos este homem andar?" A partir daí ele começou a mostrar que quem fizera aquilo foi o mesmo Jesus a quem crucificaram. (At 3.12) 
O mesmo aconteceu com Paulo e Barnabé, quando faziam a obra missionária,  realizando  prodígios e maravilhas. Ao ver isso o povo queria adorá-los, porém, ao ver que queriam sacrificar-lhes animais, como se fossem deuses, Barnabé e Paulo rasgaram suas vestes em sinal de humilhação (não queriam receber glória) e foram para o meio da multidão gritando:
 “Por que fazeis isto? Nós somos homens como vocês, sujeitos as mesmas paixões (erros), e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, e o mar e tudo quanto há neles." (At 14.9-15)
Que diferença dos que recebem a glória de Deus, não é?
Para findar este estudo, leiamos Jeremias  9. 23-24:
 “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas;
Mas o que se gloriar, glorie-se nisso: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; destas coisas me agrado, diz o Senhor.
Portanto, meu prezado irmão, lembremo-nos de que não somos nada, e digamos como João Batista quando quiseram colocá-lo acima de Cristo:
“Eu não sou o Cristo. Convém que ele cresça e eu diminua.” (Jo 3.28-30)


No amor de Cristo,
Leila Castanha

04/2013



sábado, 6 de abril de 2013

POR QUE EU DIGO "ALELUIA"?


    O apóstolo Paulo ensinou aos irmãos de Roma que deviam fazer o culto a Deus de maneira racional. Esse texto se encontra em Romanos 12.1.
 “Culto racional”, quer dizer, adoração feita de maneira consciente, tendo compreensão daquilo que se faz durante o momento em que alguém adora a Deus. Embora conhecedores desse texto, muitos cristãos continuam sem entender de fato, o significado das expressões que usam quase que diariamente na igreja.

Na verdade, poucos são os cristãos que durante seu culto, seja na igreja ou em qualquer outro lugar, compreendem as palavras usadas por eles próprios para adorar a Deus. É sobre essas palavras e expressões, que iremos procurar entender seus significados, para cultuarmos a Deus de maneira racional, isto é, com a razão, com a mente, e não apenas só de palavras, sem compreendermos o que dizemos.
O cristão deve ser alguém que busca o conhecimento e não apenas a graça, conforme está registrado em 2 Pe 3.18.
Uma das palavras a qual costumamos usar no meio evangélico, é culto. Não são poucas as vezes em que pronunciamos esse vocábulo, como nos  exemplos que se segue abaixo:
“Hoje tem culto na minha igreja!”; “O culto, hoje, foi uma maravilha!”; “Ontem, Deus se fez presente no culto do Círculo de Oração!” etc.
A palavra culto é o mesmo que adoração,  portanto, cultuar é sinônimo de adorar. Quando dizemos que vamos à igreja no culto de domingo, estamos dizendo que vamos à igreja, “adorar” a Deus, no dia de domingo.
 Ao dizermos que o culto de ontem foi uma benção, queremos dizer que o momento de adoração que dedicamos a Deus, ontem, foi uma bênção.  Quando o pastor diz: “Irmãos, estamos aqui não para conversarmos uns com os outros, mas para cultuarmos a Deus”, ele está dizendo que estamos ali para adorarmos a Deus e não conversarmos.
O culto doméstico, por exemplo, nada mais é do que um momento de adoração a Deus em nossa casa. Os cultos dominicais, nada mais são do que momentos em que o povo de Deus se reúne para adorá-lo nos dias de domingos, e assim por diante.
Um dos problemas observados nas pessoas que não buscam o conhecimento relativo ao significado das expressões usadas pelos cristãos é o de dar sentido bem diferente à palavra.  Por exemplo, é muito comum observarmos pessoas que acham que o significado da palavra amém é fim ou terminou, porque geralmente se usa esse vocábulo quando encerramos a oração.
Outro motivo de se entender errado o significado desta palavra é pelo fato de algumas pessoas gritarem “Amém!” quando o pregador demora muito para encerrar a mensagem, como um meio dele entender que já está na hora de parar de falar. 
No entanto, tais significados nada têm a ver com o real sentido da expressão Amém! Seu significado real é “Assim seja”, como sinal de concordância com algo que foi pregado, cantado, orado ou simplesmente dito. Por exemplo, alguém ora: “Senhor, salva almas esta noite!”, e o irmão que ouve a oração e concorda com ela, apoia àquele que ora usando a expressão “Amém!”, isto é, “Assim seja!”.
 Ao usar esta expressão é como se ele orasse assim: “Senhor, eu concordo com o que o irmão Fulano está pedindo”. Por isso, é muito errado dizermos “Amém!” quando não concordamos com algo.
 Por exemplo: Alguns pregadores costumam querer movimentar a igreja com frases prontas e tentam manipular os crentes, como aconteceu comigo num culto de Círculo de Oração, no qual um pregador disse que eu estava vendo uma luz próxima ao púlpito por isso meu rosto brilhava. Para mostrar ao povo que Deus realmente mostrara isto a ele,  dirigiu-se a mim e disse-me: Amém, irmã?  Sabendo do significado desta expressão, compreendi que ele perguntava se eu concordava com o que ele havia dito ao que, automaticamente, fui sincera em lhe dizer: “Desculpe, irmão, mas o senhor se enganou, não vi nada!”.
 Dizer “Amém!”, quando não se concorda, é faltar com a verdade, pois não posso dizer que concordo quando, na verdade, discordo.
Ao dizermos Amém quando queremos que o pregador pare de falar, estamos usando uma figura de linguagem chamada ironia. Usamos a ironia quando dizemos algo querendo dizer exatamente o contrário.
Por exemplo: Quando digo que alguém é lindo, de forma irônica, estou querendo dizer exatamente o contrário, ou seja, que aquela pessoa é horrível. Quando digo chamo uma pessoa de anjo, posso estar querendo dizer o contrário, que ela não tem nada de anjo, mas é um terror!
 Assim também é quando se usa a expressão Amém para fazer o pregador parar de falar (não podemos mandá-lo parar, então brincamos com ele, através da ironia, para que ele entenda, que ao dizer que concordamos, estamos dizendo de maneira chique que “não concordamos” com sua demora em acabar o sermão).
Observe a expressão facial das pessoas quando usam esta expressão de forma irônica: uns falam um “amém” bem arrastado: “Ameeeeeeeem!”, outros olham seriamente para o pregador e diz com a cara amarrada: “Amém!”, outros, mais ousados chegam a dizer: ”Amém, irmão!”, enquanto mantém um sorrisinho cínico no canto da boca.
Mas nunca se engane: Essa expressão não significa “Fim”, mas, falada sem ironia, tem mais conotação de “Continue porque eu concordo” do que de “Pare!”.

A expressão Glória a Deus:
A palavra Glória, de acordo com o dicionário da Língua Portuguesa significa “honra, exaltação, engrandecimento”. A partir daí podemos entender melhor essa expressão tão falada pelos cristãos durante seu culto (sua adoração) a Deus. Assim, conhecemos e até usamos expressões como: “Irmãos, glorifiquem ao Senhor porque ele merece toda honra e toda glória!”.
Entendendo-se o significado da palavra Glória, podemos mudá-la para honra, que nesse sentido é reconhecimento, como no texto em que o apóstolo Paulo diz que devemos pagar a todos o que convém “A quem honra, honra”. Bem, se utilizarmos este sinônimo, o texto ficaria assim: “Irmãos, reconheçam ao Senhor porque ele merece todo o reconhecimento!” (Honra e glória, nesse sentido é sinônimo).
Se preferirmos usar o termo exaltação para substituir a palavra glória e reconhecimento para diferenciar um pouco a palavra honra da outra,  leríamos o seguinte texto: “Irmãos, exaltem ao Senhor porque ele merece todo o reconhecimento (honra) e toda exaltação (glória)!”. 
 Quando o pastor diz, "Glorifiquem o nome de Jesus!", em outras palavras, ele está dizendo "exaltem, engrandeçam o nome de Jesus!".
Eu creio que ficou mais fácil de compreender agora, mas se você ainda não compreendeu busque mais possibilidades no dicionário, o importante é que você tenha ao menos uma base do que cada expressão quer dizer para não falar com Deus como quem fala o grego sem conhecer a língua, usando de vãs repetições que para nada aproveitam (Mt 6.7). 
 A expressão Aleluia não tem um significado certo, mas em linhas gerais, ela tem o sentido de “Louvado seja Deus”, porque é sempre usada no sentido de louvor. Por isso ao dizermos “Louvado Seja Deus” ou “Aleluia”, estamos louvando a Deus da mesma forma, diferenciando apenas a palavra, mas produzindo o mesmo sentido.
Não devemos nos esquecer de que Jesus sempre incentivou seus discípulos a buscar o conhecimento, porque a Igreja é convocada a ser racional, e isso só se faz possível se cumprirmos a sua ordem de crescermos na graça (usufruindo de todas as bênçãos espirituais), mas também no conhecimento (buscando conhecer as coisas de Deus).
O Culto racional é o culto que agrada a Deus, e não os cultos cheios de emoção e vazios de conhecimento.  As emoções são parte do culto, porque somos seres sentimentais, mas desprovidas do conhecimento se torna algo que é  muito usado no meio cristão, denominado de meninice (atitude emotiva, causada pela falta de conhecimento bíblico, que leva a pessoa a agir como crianças, impelidas pelas suas emoções).
 A meninice traz consequências terríveis, dentre as piores, o escândalo do Evangelho. Muitos odeiam o cristianismo por causa de cristãos cheios de boa vontade, mas vazios de conhecimento bíblico.
Cuidado! Busque a graça e o conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!
Espero tê-lo ajudado nesta deliciosa, mas árdua vida cristã, de milhares de fiéis que seguem os passos do Mestre.


Sinceramente,
No amor de Cristo,

Leila Castanha