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Não
tenho imagem de Maria ou de qualquer outro santo porque é clara a determinação
bíblica de não se fazer qualquer imagem com finalidade de lhe dirigir qualquer
tipo de préstimos que só se deve a Deus.
É
por isso que os cristãos não concordam com a imagem de santos, nem mesmo de
Maria. Apesar disso, não é verdade o que alguns dizem sobre os cristãos, isto
é, que não honramos a mãe de Jesus. A verdade é que a estimamos e a honramos,
todavia, não a reconhecemos como nossa intercessora,
nem como imaculada (sem
pecado), nem tampouco como eterna
virgem.
A
Igreja Católica não gosta do termo Mariolatria (adoração à Maria), porque diz
que não a adoram, mas, apenas a veneram. No entanto, não é o que se vê na
prática, e, inclusive, sendo os clérigos da igreja católica homens versados nas
Escrituras, não há desculpas para aceitarem imagens e nem orações a santos,
pelos seguintes motivos:
1) Primeiramente, em Êxodo 25.18, Deus
disse para não se fazer imagens
de esculturas e não se encurvar diante delas. A ordem era
dupla: Não fazer imagens (de nada que se assemelha ao que tem no céu, na terra
ou nas águas), e não se encurvar diante delas.
Qualquer
pessoa em sã consciência entende que ao dirigirmos nossas orações a alguém com
todos os louvores que são prestados à Maria e aos santos, lhe prestamos culto,
e não apenas veneração ou respeito.
A
Igreja Católica Romana, por exemplo, usa a passagem bíblica sobre a imagem dos
dois querubins, cujo modelo Deus deu a Moisés e ordenou para que os colocassem
sobre a Arca do Concerto, como desculpa para as imagens de santos e de Maria.
No entanto, isso não justifica porque os querubins ficavam dentro do Santo dos
Santos, que era um lugar onde somente o Sumo Sacerdote, uma vez por ano,
poderia entrar. Logo, estas imagens eram vistas por eles apenas,
e não pelo povo, porque ao entrar, o lugar era coberto por uma nuvem de fumaça
de incenso que impedia a visão dos que estavam de fora (Lv 16.13).
Além
disso, Deus nunca mandou que alguém adorasse a figura dos querubins, nem lhe
dirigisse orações. O propiciatório (a lâmina de ouro puríssima que ficava sobre
a Arca do Concerto) era a figura da redenção de Cristo, conforme lemos em
Hebreus 9.5-9.
Além
do mais, em toda a Bíblia não se acha instruções para se curvar diante de
imagens de santos, nem de Maria, mas, ao contrário disso, encontramos textos
como o de Mateus
4.10 que diz: “Somente ao Senhor teu Deus adorarás e a Ele prestarás
culto” (grifo meu).
Cantar,
orar, fazer promessas e agradecimentos à imagens é culto, e estas coisas
devem ser feitas a Deus e a Seu Filho Jesus Cristo, conforme observamos a
seguir: Toda glória deve ser dada ao nome de Cristo - Mt
9.8; Ap 4.11; 14.7; At 4.12; Fp 2.4. As orações
devem ser feitas a Jesus - Jo 14.13;,14; 16.23-29; Rm 1.8; Ef 5.20; Cl 3.7; hb
13. 15. Os cânticos devem ser dedicados a Ele - At 16.25; Hb 2.12; Ef.5.19.
De
acordo com Mt 18.20, as reuniões devem ser no nome Dele, não de qualquer outro,
como vemos em alguns cultos que oferecem seus louvores aos santos. A confissão de
pecados deve ser feita a Cristo e não à Maria, aos santos, aos papas, padres,
pastores, bispos ou a qualquer outro líder espiritual (1 Jo 1 .9; 2). O próprio
Jesus é o nosso advogado e intercede junto a Deus, não Maria, nem os santos, nem os
clérigos religiosos. Leia Rm 8.33,34; Hb 7.25; 9.24; 1Jo 2.1.
2) Quando o anjo anunciou à
Maria que ela daria a luz a Jesus, ele a chamou de bem aventurada,
todavia, disse que a criança (Jesus) seria grande (não
ela) - Leia Lc 1.31,32. Maria foi honrada por Deus sendo agraciada (favorecida)
por Ele ao ser escolhida para trazer o Seu Filho ao mundo (v 30). É claro que
isso não é pouca coisa, mas é tudo o que o anjo disse a seu respeito. A glória
é para Jesus, o Salvador, porque Ele é Deus e como tal é digno de toda honra e
toda a glória.
Isaias
(9.6) diz que Jesus é Deus Forte, e o próprio Jesus disse que Ele e o Pai são
um (Jo 10.30). João disse que “todo aquele que nega o Filho, nega o Pai...” (1
Jo 2. 23) porque ele é Deus, e sendo assim, pode ser adorado, uma
vez que o culto é próprio da divindade. De Maria, porém, nada disseram,
porque ela é tão humana quanto nós, e Jesus comparou sua mãe e seus irmãos a
todos quanto fazem a vontade de Deus (Mt 12.46-50).
Observe
também que quando Jesus nasceu os magos do oriente vieram visitá-lo. Lá o
encontraram com seus pais, no entanto, nenhum deles dirigiu-se à Maria, mas
a expectativa deles era achar o menino, “e prostrados,
o adoraram” (Mt 2.11). Não há referência sobre adorarem ou exaltarem
Maria, mas os presentes e a adoração foram apenas para Jesus, porque ele era o
Filho de Deus.
3) Para o catolicismo romano, Maria detém
todos os atributos dados a Jesus: advogada (Oração Salve Rainha), imaculada
(sem pecado), concessora da salvação etc., como indica a Ladainha de Nossa
Senhora, rezada pelos católicos romanos. Na verdade, conforme já foi mostrado
em textos acima, Jesus é o advogado entre Deus e o homem.
Quanto
a ser imaculada, Maria não pode assim ser chamada porque, segundo a Bíblia, todos pecaram
(Rm 3.23). Também ninguém pode esperar salvação em Maria, pois ela foi
escolhida por Deus para gerar o Salvador, e não para salvar. Pedro disse que
não há salvação senão em Cristo (At 4.12), mas, segundo o ensinamento da Igreja
Romana “Feliz é aquele que se abraça amorosa e confiadamente a essas duas
âncoras de salvação: Jesus e Maria! Não perecerá eternamente!”. Isso
não condiz com os ensinamentos bíblicos.
Segundo
a fé católica, Deus deu ao Filho o ofício de julgar e punir, e à Maria, o
reinado de socorrer e aliviar os miseráveis (Glórias de Maria, 31, 36, 37). No
entanto, a Bíblia aponta Jesus como o Sumo Sacerdote que se compadece
de nossas fraquezas, e ela nos incentiva a chegarmos a Ele, a fim
de que recebamos misericórdia e graça, para sermos socorridos (Leia
Hebreus 4.15,16); E, ainda de acordo com os ensinamentos bíblicos, quem
intercede por nós não é Maria, mas o próprio Cristo e o seu Espírito Santo
(Leia Hb 7.25 e Rm 8.26; 8.34).
Em
nenhum momento na Bíblia encontramos Maria como detentora do ofício de
interceder, conforme frisa a oração Ave Maria: “... Rogai por nós pecadores,
agora e na hora de nossa morte”. Porém, encontramos as palavras do
próprio Jesus dizendo aos seus discípulos que tudo o que pedissem em Seu Nome, Deus
lhes daria (Jo 14.13). Observe que ele não abre espaço para que
oremos a outro, nem em nome de outro (mas, a Deus, em Seu Nome, exclusivamente).
4) “Depois do Pai-Nosso os católicos costumam rezar a Ave-Maria, para pedir
a proteção da Santíssima Virgem” (primeiro catecismo da doutrina cristã, 31).
Orar a alguém é idolatria, pois só elevamos nossas preces a quem cremos ter
poder e deidade. A própria Maria, ao ser procurada por alguém numa
festa de casamento onde faltara vinho, ela contou o caso a Cristo ao que lhe
respondeu: “Mulher, que tenho eu contigo, ainda não chegou a minha
hora”. Jesus já havia dito que veio fazer a vontade do Pai (não a de Maria) -
Jo 4.34; 5.30;6.38. Então, Maria mandou que os serventes da festa obedecessem
as instruções de Jesus: “Fazei tudo quanto ele vos disser” (Jo 2. 2-7). Só após
ela esclarecer aos serventes quem estava no comando, Jesus agiu em favor deles.
5) A Igreja Católica coloca Maria como a rainha dos céus, descrita em Jeremias
2.18, porém, se bem atentassem ao texto, perceberiam que Deus não está louvando
quem adora a tal rainha dos céus, mas diz que estas pessoas lhe provocavam a
ira (v. 19).
Certa
feita, uma mulher louvou Maria por ter sido agraciada pela bênção de ter
amamentado Jesus, então, ao invés de Jesus aproveitar a ocasião e louvá-la
também, ele disse-lhe: “Antes, bem-aventurado os que ouvem a Palavra de Deus e
a guardam” (Lc 11.27, 28). E sobre a guarda da Palavra de Deus encontra-se a
ordem: "Não farás para ti imagem de escultura...", conforme citado em
parágrafos anteriores.
Não
é que Jesus menosprezasse sua mãe, mas ele sabia que ela era apenas um
instrumento que Deus usou para cumprir sua missão de salvar o mundo. Era Cristo
quem merecia o louvor por, sendo Deus, se rebaixar a posição de homem e, sendo santo, aceitar nascer de pecadores
(Leia Filipenses 2.6-8).
Maria
era tão humana que, ao ver seu filho sendo crucificado ficou angustiada a
ponto de Jesus entregá-la aos cuidados de seu discípulo João (Jo 19.26, 27).
Pedro,
um dos discípulos de Cristo, recomendou aos cristãos que crescessem na graça e
no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e finalizou sua
admoestação, dizendo: “A ele seja
dada glória, assim agora como no dia da eternidade”. (1 Pe 3.17) – (grifo
meu).
6) Maria também não pode ser denominada “A eterna Virgem”, nem “Virgem
Maria” porque a Bíblia diz que, depois de dar a luz a Cristo, ela teve outros
filhos com José (Mt 13.55; Mc 3.31; ). Observe que Mateus cita até o nome dos irmãos de Jesus:
Tiago, José, Simão e Judas, além de suas irmãs (naquela época o nome das
mulheres não eram citados).
Embora
alguns queiram substituir “irmãos” por “primos”, muitos teólogos católicos de
renome são uníssonos em afirmar que isso não tem cabimento. Podemos citar como
exemplo dos que defendem a interpretação literal da palavra “irmão”, neste
contexto, as palavras do historiador francês católico, e professor emérito do
Cóllege de France, como conferimos abaixo:
“A desconfiança em relação à sexualidade e à superestimação da
virgindade teriam posteriormente conduzido a Igreja a privilegiar a virgindade
perpétua de Maria. Mas o dogma da Encarnação do Salvador não postula de nenhum
modo que Jesus, “filho primogênito” de Maria, não tenha sido o mais velho de
uma família numerosa, como
era comum na época.” (p. 130)
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Os
santos, não são intercessores, nem protetores de ninguém. São homens que, pela
graça de Deus e a operação do Espírito Santo, alçaram uma vida piedosa e digna
de ser imitada por nós, mas jamais podem ser adorados ou vistos como protetores
de alguém, pois Jesus disse aos seus discípulos que sem Ele nada poderiam fazer (Jo 15. 5).
E
quanto à proteção dos santos, a Bíblia afirma que o anjo do Senhor (o próprio Jesus),
está ao nosso redor para nos livrar de todo mal, e a seu comando os seus anjos
velam por nossa segurança (Sl 34.7; 91. 11). A intercessão também é feita pelo
Espírito Santo, o Consolador que ficou conosco a partir da ascensão de Jesus
aos céus (Rm 8.26).
A
proibição de adoração a outros deuses determina que nenhuma imagem
deles seja feita (Dt 4.19.23-28). É também vedado a qualquer pessoa fazer uma
imagem do próprio Deus. O segundo mandamento, no que concerne ao crente em
Cristo, proíbe a feitura de imagens de Deus ou de outra criatura, com o
propósito de adoração, oração ou qualquer outro tipo de auxilio espiritual.
Para
finalizar, deixo para o querido leitor, a mensagem bíblica abaixo:
“Confundidos sejam todos
os que servem a imagens de esculturas, que se gloriam de ídolos inúteis,
prostrai-vos diante dele todos os deuses.” (Sl 19.7)
No
amor de Cristo,
Leila
Castanha
2014
Observação: Desejo de coração que a Igreja Católica Romana reconheça as teses
publicadas por Lutero e os protestos que fizeram outros reformadores pagarem
com a vida, pois reconheço haver nela muitos homens e mulheres cujo coração é
voltado à Pureza e à Verdade do Evangelho. Que o Espírito de Deus te
esclareça em relação às verdades bíblicas.
BIBLIOGRAFIA
CITADA:
LIGUORI,
Santo Afonso Maria de. Glórias de Maria.
3ª edição. São Paulo: Santuário, 1989
DELUMEAU,
Jean. À Espera da Aurora: um cristianismo para o amanhã.
São Paulo: Loyola, 2007.
Bíblia
Sagrada, versão Almeida Revista e Atualizada.
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