quinta-feira, 22 de maio de 2014

PORQUE NÃO TENHO IMAGENS DE MARIA E DE SANTOS

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Não tenho imagem de Maria ou de qualquer outro santo porque é clara a determinação bíblica de não se fazer qualquer imagem com finalidade de lhe  dirigir qualquer tipo de préstimos que só se deve a Deus.
É por isso que os cristãos não concordam com a imagem de santos, nem mesmo de Maria. Apesar disso, não é verdade o que alguns dizem sobre os cristãos, isto é, que não honramos a mãe de Jesus. A verdade é que a estimamos e a honramos, todavia, não a reconhecemos como nossa intercessora, nem como imaculada (sem pecado), nem tampouco como eterna virgem.
A Igreja Católica não gosta do termo Mariolatria (adoração à Maria), porque diz que não a adoram, mas, apenas a veneram. No entanto, não é o que se vê na prática, e, inclusive, sendo os clérigos da igreja católica homens versados nas Escrituras, não há desculpas para aceitarem imagens e nem orações a santos, pelos seguintes motivos:
1) Primeiramente, em Êxodo 25.18, Deus disse para não se fazer imagens de esculturas e não se encurvar diante delas. A ordem era dupla: Não fazer imagens (de nada que se assemelha ao que tem no céu, na terra ou nas águas), e não se encurvar diante delas.
Qualquer pessoa em sã consciência entende que ao dirigirmos nossas orações a alguém com todos os louvores que são prestados à Maria e aos santos, lhe prestamos culto, e não apenas veneração ou respeito.
A Igreja Católica Romana, por exemplo, usa a passagem bíblica sobre a imagem dos dois querubins, cujo modelo Deus deu a Moisés e ordenou para que os colocassem sobre a Arca do Concerto, como desculpa para as imagens de santos e de Maria. No entanto, isso não justifica porque os querubins ficavam dentro do Santo dos Santos, que era um lugar onde somente o Sumo Sacerdoteuma vez por ano, poderia entrar. Logo, estas imagens eram vistas por eles apenas, e não pelo povo, porque ao entrar, o lugar era coberto por uma nuvem de fumaça de incenso que impedia a visão dos que estavam de fora (Lv 16.13).
Além disso, Deus nunca mandou que alguém adorasse a figura dos querubins, nem lhe dirigisse orações. O propiciatório (a lâmina de ouro puríssima que ficava sobre a Arca do Concerto) era a figura da redenção de Cristo, conforme lemos em Hebreus 9.5-9.
Além do mais, em toda a Bíblia não se acha instruções para se curvar diante de imagens de santos, nem de Maria, mas, ao contrário disso, encontramos textos como o de Mateus 4.10 que diz: “Somente ao Senhor teu Deus adorarás e a Ele prestarás culto” (grifo meu).
Cantar, orar, fazer promessas e agradecimentos à imagens é culto, e estas coisas devem ser feitas a Deus e a Seu Filho Jesus Cristo, conforme observamos a seguir: Toda glória deve ser dada ao nome de Cristo - Mt 9.8;  Ap  4.11; 14.7;  At 4.12; Fp 2.4. As orações devem ser feitas a Jesus - Jo 14.13;,14; 16.23-29; Rm 1.8; Ef 5.20; Cl 3.7; hb 13. 15. Os cânticos devem ser dedicados a Ele - At 16.25; Hb 2.12; Ef.5.19.
 De acordo com Mt 18.20, as reuniões devem ser no nome Dele, não de qualquer outro, como vemos em alguns cultos que oferecem seus louvores aos santos. A confissão de pecados deve ser feita a Cristo e não à Maria, aos santos, aos papas, padres, pastores, bispos ou a qualquer outro líder espiritual (1 Jo 1 .9; 2). O próprio Jesus é o nosso advogado e intercede junto a Deus, não Maria, nem os santos, nem os clérigos religiosos. Leia Rm 8.33,34; Hb 7.25; 9.24; 1Jo 2.1.
2) Quando o anjo anunciou à Maria que ela daria a luz a Jesus, ele a chamou de bem aventurada, todavia, disse que a criança (Jesus) seria grande (não ela) - Leia Lc 1.31,32. Maria foi honrada por Deus sendo agraciada (favorecida) por Ele ao ser escolhida para trazer o Seu Filho ao mundo (v 30). É claro que isso não é pouca coisa, mas é tudo o que o anjo disse a seu respeito. A glória é para Jesus, o Salvador, porque Ele é Deus e como tal é digno de toda honra e toda a glória. 
Isaias (9.6) diz que Jesus é Deus Forte, e o próprio Jesus disse que Ele e o Pai são um (Jo 10.30). João disse que “todo aquele que nega o Filho, nega o Pai...” (1 Jo  2. 23) porque ele é Deus, e sendo assim, pode ser adorado, uma vez que o culto é próprio da divindade. De Maria, porém, nada disseram, porque ela é tão humana quanto nós, e Jesus comparou sua mãe e seus irmãos a todos quanto fazem a vontade de Deus (Mt 12.46-50).
Observe também que quando Jesus nasceu os magos do oriente vieram visitá-lo. Lá o encontraram com seus pais, no entanto, nenhum deles dirigiu-se à Maria, mas a  expectativa deles era achar o menino, “e prostrados, o adoraram” (Mt 2.11). Não há referência sobre adorarem ou exaltarem Maria, mas os presentes e a adoração foram apenas para Jesus, porque ele era o Filho de Deus.
3) Para o catolicismo romano, Maria detém todos os atributos dados a Jesus: advogada (Oração Salve Rainha), imaculada (sem pecado), concessora da salvação etc., como indica a Ladainha de Nossa Senhora, rezada pelos católicos romanos. Na verdade, conforme já foi mostrado em textos acima, Jesus é o advogado entre Deus e o homem.
Quanto a ser imaculada, Maria não pode assim ser chamada porque, segundo a Bíblia, todos pecaram (Rm 3.23). Também ninguém pode esperar salvação em Maria, pois ela foi escolhida por Deus para gerar o Salvador, e não para salvar. Pedro disse que não há salvação senão em Cristo (At 4.12), mas, segundo o ensinamento da Igreja Romana “Feliz é aquele que se abraça amorosa e confiadamente a essas duas âncoras de salvação: Jesus e Maria! Não perecerá eternamente!”. Isso não condiz com os ensinamentos bíblicos.
Segundo a fé católica, Deus deu ao Filho o ofício de julgar e punir, e à Maria, o reinado de socorrer e aliviar os miseráveis (Glórias de Maria, 31, 36, 37). No entanto, a Bíblia aponta Jesus como o Sumo Sacerdote que se compadece de nossas fraquezas, e ela nos incentiva a chegarmos a Ele, a fim de que recebamos misericórdia e graça, para sermos socorridos (Leia Hebreus 4.15,16); E, ainda de acordo com os ensinamentos bíblicos, quem intercede por nós não é Maria, mas o próprio Cristo e o seu Espírito Santo (Leia Hb 7.25 e Rm 8.26; 8.34).
Em nenhum momento na Bíblia encontramos Maria como detentora do ofício de interceder, conforme frisa a oração Ave Maria: “... Rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte”. Porém,  encontramos as palavras do  próprio Jesus dizendo aos seus discípulos que tudo o que pedissem em Seu Nome, Deus lhes daria  (Jo 14.13). Observe que ele não abre espaço para que oremos a outro, nem em nome de outro (mas, a Deus, em Seu Nome, exclusivamente).
4) “Depois do Pai-Nosso os católicos costumam rezar a Ave-Maria, para pedir a proteção da Santíssima Virgem” (primeiro catecismo da doutrina cristã, 31). Orar a alguém é idolatria, pois só elevamos nossas preces a quem cremos ter poder e deidade.  A própria Maria, ao ser procurada por alguém numa festa de casamento onde faltara vinho, ela contou o caso a Cristo ao que lhe respondeu:  “Mulher, que tenho eu contigo, ainda não chegou a minha hora”. Jesus já havia dito que veio fazer a vontade do Pai (não a de Maria) - Jo 4.34; 5.30;6.38. Então, Maria mandou que os serventes da festa obedecessem as instruções de Jesus: “Fazei tudo quanto ele vos disser” (Jo 2. 2-7). Só após ela esclarecer aos serventes quem estava no comando, Jesus agiu em favor deles.
5)  A Igreja Católica coloca Maria como a rainha dos céus, descrita em Jeremias 2.18, porém, se bem atentassem ao texto, perceberiam que Deus não está louvando quem adora a tal rainha dos céus, mas diz que estas pessoas lhe provocavam a ira (v. 19).
Certa feita, uma mulher louvou Maria por ter sido agraciada pela bênção de ter amamentado Jesus, então, ao invés de Jesus aproveitar a ocasião e louvá-la também, ele disse-lhe: “Antes, bem-aventurado os que ouvem a Palavra de Deus e a guardam” (Lc 11.27, 28). E sobre a guarda da Palavra de Deus encontra-se a ordem: "Não farás para ti imagem de escultura...", conforme citado em parágrafos anteriores.
Não é que Jesus menosprezasse sua mãe, mas ele sabia que ela era apenas um instrumento que Deus usou para cumprir sua missão de salvar o mundo. Era Cristo quem merecia o louvor por, sendo Deus, se rebaixar a posição de homem e, sendo santo, aceitar nascer de pecadores (Leia Filipenses 2.6-8).
Maria era tão humana que, ao ver seu filho sendo crucificado ficou angustiada a ponto de Jesus entregá-la aos cuidados de seu discípulo João (Jo 19.26, 27). 
Pedro, um dos discípulos de Cristo, recomendou aos cristãos que crescessem na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e finalizou sua admoestação, dizendo: “A ele seja dada glória, assim agora como no dia da eternidade”. (1 Pe 3.17) – (grifo meu).
6) Maria também não pode ser denominada “A eterna Virgem”, nem “Virgem Maria” porque a Bíblia diz que, depois de dar a luz a Cristo, ela teve outros filhos com José (Mt 13.55; Mc 3.31; ). Observe que Mateus cita até o nome dos irmãos de Jesus: Tiago, José, Simão e Judas, além de suas irmãs (naquela época o nome das mulheres não eram citados).
Embora alguns queiram substituir “irmãos” por “primos”, muitos teólogos católicos de renome são uníssonos em afirmar que isso não tem cabimento. Podemos citar como exemplo dos que defendem a interpretação literal da palavra “irmão”, neste contexto, as palavras do historiador francês católico, e professor emérito do Cóllege de France, como conferimos abaixo:

“A desconfiança em relação à sexualidade e à superestimação da virgindade teriam posteriormente conduzido a Igreja a privilegiar a virgindade perpétua de Maria. Mas o dogma da Encarnação do Salvador não postula de nenhum modo que Jesus, “filho primogênito” de Maria, não tenha sido o mais velho de uma família numerosa, como
era comum na época.” (p. 130)

 CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Os santos, não são intercessores, nem protetores de ninguém. São homens que, pela graça de Deus e a operação do Espírito Santo, alçaram uma vida piedosa e digna de ser imitada por nós, mas jamais podem ser adorados ou vistos como protetores de alguém, pois Jesus disse aos seus discípulos que sem Ele nada poderiam fazer (Jo 15. 5).
 E quanto à proteção dos santos, a Bíblia afirma que o anjo do Senhor (o próprio Jesus), está ao nosso redor para nos livrar de todo mal, e a seu comando os seus anjos velam por nossa segurança (Sl 34.7; 91. 11). A intercessão também é feita pelo Espírito Santo, o Consolador que ficou conosco a partir da ascensão de Jesus aos céus  (Rm 8.26).
A proibição de adoração a outros deuses determina  que nenhuma imagem deles seja feita (Dt 4.19.23-28). É também vedado a qualquer pessoa fazer uma imagem do próprio Deus. O segundo mandamento, no que concerne ao crente em Cristo, proíbe a feitura de imagens de Deus ou de outra criatura, com o propósito de adoração, oração ou qualquer outro tipo de auxilio espiritual.
Para finalizar, deixo para o querido leitor, a mensagem bíblica abaixo:
“Confundidos sejam todos os que servem a imagens de esculturas, que se gloriam de ídolos inúteis, prostrai-vos diante dele todos os deuses.” (Sl 19.7)

No amor de Cristo,
Leila Castanha
2014

Observação: Desejo de coração que a Igreja Católica Romana reconheça as teses publicadas por Lutero e os protestos que fizeram outros reformadores pagarem com a vida, pois reconheço haver nela muitos homens e mulheres cujo coração é voltado à Pureza e à Verdade do Evangelho. Que o Espírito de Deus te esclareça em relação às verdades bíblicas.

BIBLIOGRAFIA CITADA:
LIGUORI, Santo Afonso Maria de. Glórias de Maria. 3ª edição. São Paulo: Santuário, 1989
DELUMEAU, Jean. À Espera da Aurora: um cristianismo para o amanhã. São Paulo: Loyola, 2007.
Bíblia Sagrada, versão Almeida Revista e Atualizada.






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