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segunda-feira, 3 de junho de 2024

A CRIANÇA E O SEU VALOR PARA O REINO DE DEUS


 TEXTO BÍBLICO: Mt 18.1-7

"A criança é o presente da Igreja e a garantia do nosso futuro”, esse é o lema da EBD kids da Assembleia de Deus Viva em Cristo. Esse lema ao ser formulado foi pensado de duas formas: em sua primeira parte, diz respeito à Igreja Universal, à noiva de Cristo, para quem a criança é um presente de Deus  e também se faz presente em sua história, visto que Deus sempre usou e ainda usa as crianças para os seus propósitos. A segunda parte, fala a respeito da Igreja Universal, bem como também da local, pois o próprio Jesus disse que o Reino dos Céus pertencem a elas, e a igreja local não subsiste sem haver crianças em seu meio, pois elas são os futuros obreiros, quando os adultos já não estiverem nessa vida e os jovens se tornarem idosos. Quem nos representará quando chegar essa realidade? A resposta é apenas uma: as crianças. Por isso é importante as educarmos no temor do Senhor e ensinamos a elas, com palavras, exemplos e atos, a servirem a Deus e a sua Igreja.

Brewster, autor de "A criança, a igreja e a missão", chama a nossa atenção para o fato de que todo grande movimento da história investiu nas crianças: o nazismo e o comunismo “treinaram legiões de crianças” para continuar suas ideologias políticas. O Talibã - uma organização fundamentalista do Afeganistão - treina crianças para defenderem suas causas. Na Bíblia, observamos governos como o de Nabucodonosor, que recrutou adolescentes, como Daniel e seus amigos, para treiná-los. Dan Brewster adverte que os evangélicos, nos últimos tempos, parece que se descuidaram dessa missão para com as crianças. 

A Igreja de Cristo nunca vai acabar: A primeira coisa que precisamos entender quando se fala em Igreja, a noiva de Cristo, é que  Jesus já garantiu que as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Logo ela é indestrutível. No entanto, quando nos reportamos à igreja, como uma congregação local, o sucesso dela vai depender do grau de obediência de seus líderes às instruções do Mestre - Jo 15.5-7

 “Será que já existiu um reino sem crianças?” Essa foi a pergunta do pregador Batista inglês, do século 19, Charles Spurgeon, denominado O Príncipe dos Pregadores, devido a sua eloquência na pregação da Palavra de Deus. João Batista, que veio para anunciar a Cristo, pregava a seguinte mensagem: “Arrependei-vos, pois é chegado o Reino dos Céus”. João pregava o Evangelho do Reino. Portanto, se o Evangelho é a boa notícia do Reino (de Deus), e, uma vez que todo e qualquer reino é composto de adultos e de crianças, segundo o pensamento de Spurgeon, não é possível que no Reino divino não haja a presença delas.

 Spurgeon também pontuou que, além de ser necessário haver crianças em qualquer reino, Jesus afirmou que O REINO DO CÉU PERTENCE A ELAS. Os pequeninos não são apenas participantes desse reino, mas são as peças principais nele. Cristo também declarou que "quem não se fizer como uma criança, de maneira nenhuma entrará no Reino dos céus". Logo, as crianças são o exemplo didático-pedagógico que Jesus deixou para quem quer pertencer ao seu governo  na Terra. No entanto, esquecemo-nos dessa verdade, e, ao invés de acolhermos os pequeninos, os expulsamos de nossos templos e lhes fechamos as portas.

As crianças sempre foram alvos do Inimigo: Na época da publicação do livro de Dan Brewster (2015), ele afirmou que havia,  segundo estimativas,  cerca de um  milhão de crianças por ano que ingressavam para o comércio do sexo. Por outro lado, eu tive a tristeza de testemunhar, há algum tempo atrás, bem próximo a minha casa, em uma escola estadual na qual trabalhei como professora, crianças de 11 e 12 anos, vendidas pela mãe, em troca de uns trocados,  para servirem homens bem maduros de idade. Havia crianças, inclusive, que, ficaram grávidas desses elementos. Se formos pesquisar as diversas violências pelas quais as crianças hodiernas (do nosso tempo) são expostas, veremos que vai de violência doméstica até torturas físicas e psicológicas. 

Brewster afirma que os últimos anos houve um aumento significativo de crianças com transtornos mentais. De acordo com Hugo Monteiro Ferreira, em seu livro "A geração do quarto", uma garota confessou que se cortava, juntamente com outros adolescentes, e depois se reuniam para ver o que mais fariam contra si mesmos. O autor também revela que colheu informações de pais e colegas de adolescentes que se mataram ou que programavam se matar. É "a geração incomodada consigo mesma, com o que dizem sobre ela, com o que ela vê no espelho, que lhe mostra o que não quer ver" - afirma Ferreira. 

 No Antigo Testamente, o diabo já investia contra as crianças: A ordem de Faraó para os  bebês hebreus, no tempo de Moisés; a matança das crianças, ordenada pelo rei Herodes,  no tempo de Jesus; as milhares de crianças sacrificadas a Moloque na época do Antigo Testamento, em diversas culturas do mundo, além de outras atrocidades cometidas contra os pequeninos, conforme observamos nos textos de Jó 24.9; Jl 3.3; Jr 7. 30,31;  32. 35


COMO DEUS VÊ A CRIANÇA

Mt 18.1- 6 - Jesus usa a humildade de uma criança para nos ensinar a ser seus discípulos. Por meio delas ele ensinou:

1) Jesus ensinou aos seus discípulos a serem humildes: V. 4 - a fé de uma criança é simples, não precisa de nada complexo. Jesus quer que tenhamos essa fé. No sermão do monte - Mt 5.5 - Jesus louva a humildade, ao dizer: “Bem-aventurado os humildes, pois deles é o Reino dos céus”; Filipenses 2:5-7 , o apóstolo Paulo nos mostra Cristo como exemplo de humildade, visto que ele se humilhou deixando sua majestade e assumindo a forma de homem. O livro de Marcos mostra Jesus como o Servo Sofredor. Se fosse um adulto que estivesse sendo escorraçado pelos discípulos de Jesus, muito provavelmente, voltariam para casa e,  nunca mais iriam procurar o Mestre, porque, de fato,  somos bastante geniosos. Mas a criança só se importa com o que lhe interessa: elas queriam que Jesus as tocasse, e para elas, os discípulos eram meros obstáculos. 

2) Jesus ensinou aos seus discípulos a não desprezar ninguém:  "Quem recebe as crianças, em meu nome,  me recebe" - v.5. O contrário dessa afirmação seria: "Quem não recebe as crianças, em  meu nome, não me recebe" -  percebe que gravidade há nessa afirmação do Mestre?

Temos o hábito de recebermos calorosamente os adultos em nossas reuniões e menosprezarmos as crianças. Cumprimentamos os pais com um aperto de mão, e nem sequer falamos com os pequeninos que estão ao lado deles, como se fossem invisíveis. Embora pareça que as crianças não se importam com essas atitudes, a verdade é bem outra. Eu mesma, em minha infância e adolescência, quando acompanhava meu pai em visitas às igrejas, ficava muito decepcionada ao ver a recepção calorosa que os irmãos faziam aos adultos, e, ao se reportaram a mim, nem mesmo diziam o meu nome, eu era apresentada como "a Filha do irmão Laerço". Anos mais tarde, tive a mesma experiência com o meu filho, que, na época, era um adolescente. Ao voltarmos para casa, após o término do culto em uma congregação que fomos visitar, ele criticou o fato de ser invisível para o pastor, que citou o nome dos adultos e os recebeu com alegria, enquanto mal notou a presença dele e da prima que estavam conosco naquela mesma visita. Isso é muito triste! Das crianças é o Reino de Deus, disse Jesus. Todavia, em nossas igrejas tudo é voltado para atender as necessidades do público adulto. Que inversão de valores! 

Em Mc 10.13-16, o autor desse Evangelho conta que Jesus se indignou com a atitude dos seus discípulos contra aquelas crianças. Ele se enfureceu mesmo, isto é, Jesus ficou bravo com eles. Então, ele parou tudo: chamou uma criança - movimento contrário aos dos discípulos -  a colocou em seu colo (acolhimento), e, por fim, atendeu ao seu pedido:  pôs as mãos sobre cada uma delas e as abençoou. Jesus mostrou aos adultos que as crianças eram as estrelas principais no seu Reino. Observe, ele fez exatamente o que elas queriam, mostrando o seu valor para Deus.

3) Ele as abençoou, ao invés de enxotá-las: as palavras que falamos pode abençoar ou amaldiçoar uma vida - Provérbios 18:20,21. Os discípulos de Jesus agiram errado, visto que tudo o que falarmos  deve contribuir para edificação de quem ouve, conforme indica Provérbios 10:11  e  Pv 12. 18; Pv 12. 18.

 4) O nome de Deus é firmado por meio das crianças: Sl 8.2 Sl 8.2 - Enquanto queremos adorar a Deus, livres das crianças, a Bíblia revela que é por meio delas que Deus cala o adversário. Lembramos, como exemplo disso, a ousadia de Davi, a quem o valente Golias, pejorativamente, o chama de "menino", para diminuir o seu valor naquela batalha, visto que ele era um simples pastor de campo, enquanto o gigante era um experiente guerreiro filisteu. 

Pregar o Evangelho a toda a criatura: Essa ordem de Jesus também inclui as crianças. Uma das coisas que Spurgeon frisa em seu livro “pescadores de crianças” é que não podemos ter a ideia judaica de que "o nascimento traz consigo a privilégios da aliança”. João Batista, protestou contra esse pensamento ao dizer que, se Deus quisesse, ele poderia fazer nascer  filhos a Abraão até mesmo daquelas pedras. Em seguida, ele exortou ao povo dizendo que os israelitas precisavam se arrepender dos seus pecados para poderem fazer parte do Reino de Deus. Da mesma forma são as nossas crianças, que, mesmo sendo filhos de cristãos,  nascidos no Evangelho, precisam também confessar a Cristo, por meio do arrependimento de seus pecados, tomando a decisão de servi-lo.

Outra coisa muito importante é a observação de Spurgeon ao dizer que pregar a uma criança, não significa que estamos semeando em solo virgem, pois todos já nascemos contaminados pelo pecado. Mas, o coração infantil, é um solo que está mais fértil agora do que estará anos mais tarde, quando for adulto. O que O Príncipe dos Pregadores está dizendo, é que quanto mais ervas daninhas forem semeadas no coração de uma pessoa, mais propensão terá de sufocar a semente do Evangelho.

Criança também peca: No N.T., vemos o apóstolo Paulo dizer a Timóteo que, apesar de jovem, ele conhecia as Sagradas Letras desde a sua infância - 2 Tm 3.15a. Spurgeon observa que o fato de uma pessoa conhecer a Bíblia já é muita coisa, mas ouvir alguém dizer: “desde criança você conhece”,  é outra coisa. A mãe de Timóteo, Eunice e sua vó, Lóide, o educaram muito bem. Assim também vemos exemplos como esse no A.T., como, por exemplo, a criança Samuel, que foi educada pelo sacerdote Eli e se tornou um homem temente a Deus. Todavia, na mesma casa, havia os filhos de Eli, Ofni e Fineias, que, assim como Samuel, acompanhou o seu pai trabalhando para Deus, no entanto, eram jovens sem respeito e sem temor ao Senhor.  Da mesma maneira, vemos um pedindo ajuda para Jesus porque seu filho era atormentado por espíritos imundos - Mc 9.21-27. Dessa feita fica evidente que, assim como Deus pode usar uma criança, elas podem ser usadas pelo nosso Inimigo também. Um outro escritor disse que, quando ganhamos um adulto para Jesus ganhamos apenas metade de uma vida, pois a outra metade o mundo já levou. Mas quando ganhamos uma criança para Jesus, ganhamos uma vida inteira.

DEUS OUVE AS CRIANÇAS: Gn 21. 1-20

Deus ouviu o choro da criança: A pergunta do anjo “o que tens, Agar?”, embora direcionada a ela, o que o anjo de fato perguntava, de acordo com Brewster,  era: “porque a criança está chorando?”  

Dan Brewster chama a nossa atenção para essa afirmação do anjo: “o q aconteceu, Agar?” - ou seja,  “porque o menino tá chorando?”. Ele afirma que essa é a pergunta de Deus para a sua Igreja: “Porque as crianças estão chorando?”

Por outro lado, com essa pergunta, Agar é obrigada confessar sua situação de vulnerabilidade: ela abandonou o filho porque não tinha como ajudá-lo. E essa é a situação de muitas mães e pais, que largam de mão os filhos quando não sabem o que fazer com eles. Porém, nossos pequeninos são responsabilidade nossa, dos pais, em primeiro lugar, e também da Igreja, que tem como ordem socorrer os fracos, órfãos e necessitados - Is 1.17 - e, até mesmo a lei dos homens, entende como abandono de incapaz a falta de proteção dos tutores às crianças que estão sob a sua responsabilidade. Deus não apoia covardes, como veremos mais adiante, e isso ele deixou claro pelas Escrituras, o Senhor quer  para si um povo destemido, que não desiste em meio à dificuldade, visto que temos a Ele, o Deus do Impossível. 

Levanta o menino: Agar estava desesperançada e, provavelmente, fraca devido ao efeito do sol causticante do deserto. Mas o anjo, apesar de vir em socorro do menino, se direciona a ela para lhe dar instruções, e, assim, ordena à mãe para levantar o menino. 

Somos nós, os adultos, que devemos levantar as crianças, e, em especial, nós, a Igreja de Jesus. Levantamos as crianças com palavras de afirmação, com atitudes de acolhimento, suprindo-lhes as necessidades físicas. Há muitas crianças pelo mundo todo chorando, assim também como há crianças em redor de nós que também choram: de fome, frio, medo, por causas das diversas formas de violência contra elas: violência doméstica, sexual, psicológica, contra os direitos humanos, etc. E a Igreja deverá ser agência de misericórdia para socorrer essas crianças, aliás, Jesus disse que "quem fizer tropeçar a um desses pequeninos que creem em mim, melhor seria colocar uma pedra no pescoço e se lançar no mar" - Mt 18.6. Imagina o tamanho do castigo para quem decepcionar uma criancinha que crê em Cristo? E quantas delas têm pavor de igreja porque foram escandalizados pelas atitudes dos cristãos!

Deus não trabalha com covardes: Trabalhar no ministério infantil, principalmente visando o cuidado integral com a criança (espiritual, psicológico e fisico), não é bem difícil e exige coragem. Todavia, para fazermos qualquer coisa para Jesus precisamos ser corajosos. Leia o que diz 2 Tm 1.7,82 Tm 1; Jz 7. 1-3Jz 7. 1-3; Ap 21.8Ap 21.8.  Em nossos dias, poucos valorizam a honra e o poder do sacrifício. Fazemos qualquer coisa, desde que não nos tire do nosso lugar de conforto. Deus não usa ninguém em sua rede de conforto. A primeira coisa que ele faz, é levar a pessoa a se posicionar, a demonstrar disposição para agir. Em   Ezequiel 2, vemos Deus convocar o profeta, iniciando sua conversa com a ordem: "Põe-te em pé e falarei contigo".  Veja também At 26.16At 26.16; Gn 31.13; Gn 35.1, etc.

 DEUS OUVIU O CHORO DO MENINO - v. 17 - Agar também estava chorando, mas o anjo revelou à Agar que Deus ouviu a voz do menino. Apesar de Deus ouvir a voz da criança (dar ouvido), quando ele decidiu socorrê-lo, o anjo foi falar com a mãe e não com a criança: “Qual é o problema? Não tenha medo, ele disse -  Deus ouviu o menino chorar, lá de onde você o deixou”. (Gn 21.17).

O anjo de Deus fala com a mãe e a instrui

1) Não tenha medo - v.17: É papel da igreja apoiar e incentivar os que cuidam das crianças. Mães solteiras, mães que vivem em um relacionamento abusivo e tentam proteger seus filhos; obreiros do ministério infantil, etc. As palavras positivas e as ações de apoio são importantes para quem luta pelas crianças. Elas mesmas, muitas vezes, se tornam violentas como meio de se defenderem dos adultos. Precisamos de incentivo por meio de palavras e de ações: envolvimento direto ou indireto. O anjo estava ali para resolver o problema.

Levante o menino - v.18: A criança não tem autonomia, ela precisa do amparo de um adulto. Apoio físico, moral e  espiritual. Muitas crianças são desvalorizadas e até sofrem bullying dentro da própria família. Algumas delas são filhos de pais separados que possuem outra família, e seus irmãos são paparicados, enquanto eles são desprezados. A Igreja precisa levantar essas crianças, e mostrar-lhes que Deus escuta o choro delas e nós somos seus enviados  para levantá-las, espiritual, psicológica e moralmente. -Mt 18.10

Pior é que, ao invés de acolher, a Igreja também tem rejeitado e menosprezado os pequeninos, vendo-os como problema, atrapalho. LEVANTA A CRIANÇA é a ordem de Deus, ao invés de compartilhar com os maus tratos que elas já sofrem.


2º) Tome-o pela mão - v.18: É nosso papel auxiliar os pais a orientarem, conduzirem às crianças no caminho certo - Pv 22.6.   A criança não irá aprender a amar a Deus e a igreja só pelo ensinamento dos pais, mas o exemplo dos cristãos de sua comunidade de fé, bem como sua participação nos trabalhos da igreja e a segurança da comunhão dos santos farão toda a diferença para uma vida firmada no amor de Cristo. Um  certo pastor, que não tinha paciência com a única criança que tinha na igreja, depois de aprender sobre o que Jesus pensa e disse sobre a importância das crianças em seu Reino, passou a chamar o garoto para se sentar ao lado dele no púlpito, e, ao invés de ralhar com ele, passou a defendê-lo, explicando à congregação que é necessário entender que criança não age como adultos. Essa criança passou a amar esse pastor de tal forma que, de repente, ele decidiu que quando crescesse também seria pastor. Esse ministro, com sua atitude de amor e paciência para com esse garoto, conseguiu orientá-lo no caminho que deveria andar, ao invés de jogá-la para fora da igreja, como fazia antes, demonstrando desprazer com a presença do pequeno inquieto.

3º) Deus lhe abriu os olhos e ela viu uma fonte: A Bíblia não diz que Deus fez nascer uma fonte perto da mulher, ela narra que Deus abriu os olhos dela para ver o que já estava lá: a tão desejada fonte. Apesar do anjo estar lá, mostrando a água, Agar teve de ir encher  a vasilha e dar água ao filho moribundo- v.19. Nosso medo do futuro - que não conhecemos - bem como nossa falta de fé em Deus, nos faz ver com detalhes o gigante deserto, e nos cega para achar o oásis, mesmo que estejamos a alguns passos dele. No entanto, apesar de Deus nos mostrar os recursos, nós temos de nos posicionarmos e agirmos em socorro das crianças que esperamos por socorro. Deus ouve o choro dos pequeninos, envia seus agentes para salvá-las (hoje, seus agentes somos nós, a Igreja), nos mostra os recurso e nós temos que ir atrás delas com o auxílio necessário.

 A igreja é o único plano de Deus para a libertação dos povos: Nós somos os representantes legais de Deus na Terra, somos os seus embaixadores, somos a sua boca, as suas mãos e os seus pés. Is 1.10-18.

Que Deus nos dê amor e sabedoria para salvarmos as crianças de hoje, a fim de salvarmos a geração futura.


No amor de Cristo,

Leila Castanha

26/05/2024

 

domingo, 15 de março de 2015

O QUE SIGNIFICA SER SALVO EM CRISTO?

Acredito que de nada terá proveito o estudo exaustivo de qualquer tema relacionado à Bíblia se não tivermos conhecimento sobre a chamada soteriologia, do grego soterion = salvação +  logia = ciência.  Soteriologia, então, é a “ciência teológica que se refere à salvação da humanidade, de sua redenção” (Larousse Cultural).
Embora muitos cristãos não deem muita importância a esse tema, não podemos nos esquecer  que nossa carreira cristã só tem sentido a partir da nossa salvação, pois sem ela nada do que fizermos terá valor algum. Esta afirmação partiu do próprio Jesus que ao ouvir seus discípulos gabarem-se pelo fato de realizarem prodígios e maravilhas no nome dele, respondeu-lhes: “Não vos alegreis porque os demônios se vos sujeitam, antes, alegrai-vos pelo o vosso nome estar escrito nos céus.” (Lc 10.20).
Além disso, o Evangelho (boas novas) que pregamos é chamado de “O Evangelho da Salvação” (Ef. 1.13) porque a salvação em Cristo deve ser a mensagem central a ser pregada ao Mundo. Salvação é o tema principal da Bíblia, por isso devemos entender o que significa essa palavra e a que se refere, para não sairmos por aí pregando a Palavra de Deus como um mensageiro sem mensagem.
Desde o princípio o plano de Deus era salvar a humanidade. Desde o Antigo Testamento (o antigo pacto de Deus com os hebreus), o seu plano era o de salvar o homem, conforme se vê, por exemplo, em Isaías 35.4: “Dizeis aos turbados de coração; eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará.” Este é apenas um dos turbilhões de textos do Antigo Testamento que trata da promessa de um salvador.
Quando finalmente Jesus se encontrou no mundo a intenção de Deus continuou sendo a de salvar a humanidade, pois foi Ele quem enviou o seu amado filho para tomar forma humana e morrer para nos resgatar do pecado, conforme observamos nas palavras do próprio Cristo: “O filho do homem veio salvar o que se havia perdido.” (Mt 18.11). A grande questão é: Pode o cristão pregar a salvação se ele mesmo não compreende esse plano de Deus? É óbvio que não.
Acredito que compreendemos bem esse assunto quando nos sentimos aptos a responder a estas quatro perguntas concernentes a salvação:
1.     O que significa o termo “salvação”?
2.     Do que preciso  ser salvo?
3.     Quem poderá me salvar?
4.     Como posso ser salvo?
Se você puder responder essas perguntas de forma genuinamente bíblica, então você compreendeu a doutrina da salvação, e está pronto a propagar o Evangelho de Cristo, que é salvação para todo aquele que crê (Rm 1.16). Lembre-se que a palavra Evangelho significa “Boa nova (boa notícia) ou boa mensagem.”
Muitas pessoas aceitaram a salvação de Cristo, mas na realidade não compreendem o que fizeram. Aceitar a salvação de Cristo não é simplesmente tornar-se membro de uma igreja. Não é apenas passar a viver uma vida vitoriosa, cheia de bênção e alegrias. Não se resume em viver em novidade de vida. Tudo isso é consequência da salvação, mas não é a causa da salvação. 
Vejamos, então, o que significa ser salvo por Cristo. Para ser bastante clara no que quero dizer, darei um exemplo para explicar o que é ser salvo por Cristo.
Suponhamos que você está numa feira de escravos, com as mãos e os pés acorrentados, e está prestes a ser vendido. De repente, alguém se aproxima de você e lhe pergunta: “Você gostaria de ser salvo?”.  É lógico que para lhe responder você precisa entender o que significa a expressão “ser salvo”.
Provavelmente, a primeira coisa que lhe virá à cabeça é que ele te oferece a chance de escapar de uma situação de perigo, ou seja, você corre o risco de ser vendido como escravo, e ao ser salvo estará livre desse risco.
E é exatamente isso o que significa a expressão “ser salvo”. Salvação significa “livramento”, logo, se você aceitar que o gentil cavalheiro da nossa historinha te salve é como se você lhe dissesse que permite que ele te livre da terrível situação a que você está exposto.
Segundo a enciclopédia Larousse Cultural, o termo salvar também significa “remir” ou “redimir”, e ambos significam resgatar. Quando Jesus nos oferece a salvação, ele o faz mais precisamente no contexto de remir ou redimir, isto é, nos resgatar, conforme nos afirma o texto a seguir: “Ele veio salvar o que se havia perdido.” (Lc 19.10). Observe que se Ele veio salvar “o que se havia perdido”, significa que alguém corria perigo. E qual era o perigo? Em Isaias lemos:
“Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar, nem os seus ouvidos agravados, para que não possa ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados escondem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.”
Observamos neste texto que corríamos o perigo de ficarmos para sempre separados de Deus. Após Jesus sacrificar-se por nós os nossos pecados não mais nos separam de Deus, pois João disse que se pecarmos temos um advogado para com Deus, Jesus Cristo, o Justo (1 Jo 1.2). E quanto a nossa condição de pecadores, através do sangue de Jesus, que nos remiu (resgatou do pecado), fomos justificados perante Deus, isto é, ele não nos vê mais como servos do pecado, mas como filhos. Leia Rm 5.1; Gl 4.7; Tt 3.7.
Para melhor entendermos o ato da salvação em Cristo darei outro exemplo: O filho de um comerciante muito rico foi sequestrado e o sequestrador mandou-lhe um bilhete dizendo o seguinte: “Estamos com seu filho. O valor do resgate é de um milhão de reais. Providencie o  dinheiro amanhã e indicaremos o local da troca.”
Sabendo que a palavra “resgate” significa “adquirir de novo”, podemos substituí-la pelo seu sinônimo e o recado ficaria assim: “Estamos com seu filho. O valor para você “adquiri-lo de novo” é de um milhão de reais. Providencie o  dinheiro amanhã e indicaremos o local da troca..”
Ou seja, o filho que estava ao seu alcance agora está sob o poder dos marginais que o sequestraram. Para trazê-lo de volta (resgatá-lo), você precisa pagar o que os bandidos exigem.
No início, lá no jardim do Éden, onde não havia ainda a penetração do pecado, a Bíblia afirma que Deus visitava o casal Adão e Eva (Gn 3.8). No entanto, a partir da desobediência do homem o pecado o separou de Deus (Is. 59.2) porque Deus aborrece o pecado (a palavra pecado significa “errar o alvo”, em outras palavras, “pecado” é a transgressão, ou seja, a desobediência às leis de Deus).
Uma vez que o homem pecou contra Deus, o objetivo divino era de resgatá-lo do pecado. Usando de figura de linguagem o diabo e representado pela figura do sequestrador que roubou o homem da companhia de Deus (seu pai), o pecado é a corrente que aprisiona o homem, o homem é a vítima (o sequestrado), e Deus é o comerciante rico que quer resgatá-lo, enquanto que Jesus veio ao Mundo, o pagamento para o resquate é o sangue de Jesus.  Por isso o apóstolo Pedro adverte os irmãos a valorizar a sua liberdade, dizendo-lhes não foi com prata ou ouro que foram comprados, mas com o precioso sangue de Jesus (1 Pe 1.18).
Ser salvo por Cristo implica em que o próprio filho de Deus, rebaixou-se a forma humana, e sofrendo como humano deu sua vida em resgate da nossa.
Uma vez entendido isso, fica mais fácil entendermos porque Jesus disse que ninguém pode vir a Deus se não for por Ele (Jo 14.6). Usemos mais uma vez o exemplo que dei acima sobre o sequestro do filho de um comerciante rico para melhor entendermos o que significa estas palavras de Jesus. Imaginemos que Deus é o pai do sequestrado, você é a vítima (o sequestrado) e Jesus veio trazer o valor do resgate (o seu sangue).
Sem o pagamento (o sacrifício do sangue de Jesus) não há resgate, sem resgate não chegaremos ao Pai celestial, por isso, sendo Cristo, o portador do resgate, ele afirmou que sem ele ninguém vai até Deus, afinal ele era o responsável por entregar o pagamento que nos libertaria. Se ele negasse estaríamos perdidos para sempre. Entendeu agora?
É por isso que Jesus não podia falhar em sua missão quando veio ao mundo. Mesmo perto da hora de seu sofrimento, ele pediu ao Pai que o livrasse de passar por aquela situação, mas entendendo sua posição de intermediário entre Deus e o homem, foi fiel até o fim, pagando com o seu sangue o preço da nossa redenção.
Paulo disse que a vontade de Deus é a nossa santificação (1Ts 4.3). Santificação é a separação do pecado, logo, foi com esse intuito que Deus enviou Jesus para fazer o pagamento pelo nosso resgate (o seu sangue em troca de nos resgatar do pecado), conforme nos indica a leitura de Marcos 10.45: “Porque o filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e dar a sua vida em resgate de muitos.”
Uma vez libertos do sequestrador, o tal bandido não terá mais domínio sobre o sequestrado. A mesma coisa o apóstolo Paulo afirma sobre as pessoas que viviam debaixo do pecado e quiseram ser remidas (resgatadas) por Deus, através do sangue de Jesus. Em João 8.36 lemos o seguinte: “Se, pois o Filho (Jesus) vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. E o apóstolo Paulo faz sua admoestação (advertência) dizendo aos irmãos da Galácia: “Irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis, então da liberdade para dar ocasião a carne” (Gl 5.13). Pedro, no entanto, faz outra advertência aos irmãos, dizendo-lhes para viverem como livres, no entanto como servos de Deus (1 Pe 2.16).
Nas palavras de Pedro, subtende-se outra coisa que muita gente desconhece: No mundo espiritual só existe dois senhores: Deus e o diabo (1Jo 3.10; 1Jo 5.19). Ao sermos resgatados do pecado (cujo senhor é o diabo), passamos, automaticamente, a servir a Deus. Em Romanos 10.9, o apóstolo Paulo coloca como condição para a salvação a confissão de que Jesus é o nosso senhor. Por outro lado quem não o confessa, indiretamente confessa-se servo do diabo, segundo o que escreveu João: “Quem pratica o pecado é do diabo” (1 Jo 3.8,10).
O pastor argentino Juan Carlos Ortiz diz em seu livro “O Discípulo” que ao aceitarmos ser salvos por Cristo não significa que ficaremos livres de “senhorio”, apenas trocamos de senhor, isto é, deixamos um senhor que nos sobrecarrega e passamos a servir outro cujo jugo é suave e o fardo é leve (Leia Mateus 11.29,30).
Deus nos resgatou do pecado (e consequentemente, do diabo, porque o pecado pertence a Ele), e ao aceitarmos a salvação enviada por Deus (o sangue de Jesus), aceitamos ao mesmo tempo servi-lo.
Sinto muito, mas você não pode ser seu próprio senhor. Por isso, Jesus designou seus discípulos a pregar o Evangelho, dizendo: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.” Condenado a quê? A ser eternamente servo do adversário de nossas almas que nos subjuga através do pecado, e sofrer as consequências  dessa escolha (o inferno é uma delas, pois, segundo a Bíblia  ele é real).
 Ser salvo por Cristo significa servir a um senhor capaz de dar a sua vida em resgate da nossa, prometendo-nos levar de volta ao Deus Amor que nos oferece vida com abundância, pois, ao final de nossa vida terrestre, nos premia com um lugar de glória, o céu. Veja suas palavras descritas em apocalipse 3.20: “Eis que estou à porta, e bato; Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele, e ele comigo.”
 Jesus te dá a chance de aceitar seu senhorio em troca de te resgatar do pecado que te oprime. Ele já pagou o preço do resgate agora só depende de você responder a sua pergunta: “Você quer ser salvo?” É pegar ou largar.

Com amor,
Em Cristo Jesus,
Leila Castanha
03/2015


domingo, 1 de fevereiro de 2015

LUCAS, O EVANGELHO DO FILHO DO HOMEM



imagem extraída https://slideplayer.com.br/

Lucas era um médico gentio, ou seja, não era judeu, também era cooperador do apóstolo Paulo a quem acompanhou em suas viagens missionárias. Foi autor do livro que recebeu o seu nome, e também Atos dos Apóstolos (carta onde ele narra exatamente os atos, isto é, as ações dos apóstolos após a ascensão (subida) de Cristo ao céu). Leia At. 16.10; Cl. 4.14; 2 Tm 4.11;  Fm 24.
Lucas escreveu a um amigo chamado Teófilo. Sua primeira carta tinha por objetivo narrar o que Jesus fez enquanto andou na Terra, e a de Atos contava o que os discípulos de Cristo fizeram após Ele retornar ao Céu. Leia Lc 1.1-4 e At. 1.1,2 para melhor entender o propósito de suas cartas.
No capítulo 1 e versículo 3, Lucas trata a seu amigo por “excelentíssimo Teófilo”, e, segundo alguns estudiosos da Bíblia, “excelentíssimo” era um tratamento usado para oficiais.
Lucas julgou necessário escrever ambas as cartas não porque os gentios não haviam ouvido falar de Jesus, mas ele queria contar com pormenores, “por sua ordem”, as ações de Cristo (1.1), a fim de certificar a Teófilo a veracidade das histórias de que ele já ouvira falar sobre o Filho de Deus que se fez homem (v. 3,4).
No entanto, ele achou importante descrever sucessivamente os acontecimentos, começando pelo nascimento de Cristo (como ele veio à Terra), até sua ascensão (como saiu da Terra).  
É importante sabermos que Lucas não pertencia ao grupo dos discípulos que andaram com Jesus. Sua carta foi o resultado de pesquisas e entrevistas feitas aos que presenciaram a trajetória terrena do Filho de Deus (Leia Lc 1.2). 
Mateus e Marcos já haviam escrito cartas narrando a vida de Jesus na Terra. O primeiro escreveu aos judeus, e o outro aos romanos. Agora Lucas escrevia a um gentio, seu amigo, apresentando Jesus, não apenas como Deus, mas como homem.
Para os judeus era fácil ver o Cristo como Filho de Deus, afinal eles já estavam habituados com a existência de Javeh (Deus), e sabiam de sua promessa de enviar seu Filho. No entanto, os gentios não eram conhecedores desse Deus, e tudo o que sabiam sobre Ele baseava-se no que tinham ouvido falar. Era, portanto, mais fácil Lucas apresentar-lhes Jesus como o homem-Deus que se despojou de sua glória e viveu como um humano para nos mostrar a vontade de Deus. O nome Cristo vem do grego, e Messias origina-se do hebraico, mas ambos os nomes significam Ungido.
É importante salientar que somente Lucas (dentre os escritores dos evangelhos sinóticos) apresenta a história do nascimento de João Batista (primo de Jesus), a visita de sua mãe à prima Isabel (mãe de João Batista), e os detalhes do nascimento de Jesus, contando, inclusive, sobre o alistamento de seus pais em Belém. Era importante apresentar-se o parentesco de Jesus para confirmação de sua natureza humana.
Mateus, ao escrever para os judeus, tentou apresentar Jesus como o Rei que havia de vir. Os judeus já esperavam o Ungido de Deus que os livraria da opressão romana. Eles não creram que Jesus fosse esse rei porque ao invés de se rebelar contra o império romano ele ensinava coisas que pareciam denunciar  seu apoio ao governo tirânico dos gentios, como por exemplo: “Dai à César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mc 12.17).
Para provar que Jesus era o rei prometido por Deus Mateus escreveu sua carta começando pela genealogia de Jesus, a fim de mostrar a seus conterrâneos que a descendência dele estava de conformidade com as profecias.
Leia neste blog o estudo sobre “A importância da genealogia de Jesus” para entender melhor por que Mateus iniciou sua carta pela genealogia de Cristo.
Por conta de salientar que Jesus é o rei prometido por Jeová, o evangelista Mateus utilizou muito em sua carta expressões como “Reino dos céus” e “Reino de Deus”, conforme se pode observar em Mateus 3.2; 5.3; 6.10; 8.12; 18.23; 19.12; 19.23; 20.21; 23.13; 24.14 etc. A palavra Reino, neste livro, é proferida mais de 50 vezes.
Marcos, que escreveu aos romanos, teve por intenção apresentar Jesus como o Servo Perfeito, por isso faz todo o sentido ele ter começado sua carta narrando sobre a submissão do Filho de Deus em deixar-se batizar por um discípulo (João Batista). 
Também para enfatizar sua ação no ministério terreno, Marcos utilizou muito expressões como “logo”, a fim de mostrar Jesus como um ser em constante ação, cuja missão era a de servir (Mc 10.45). Para ter ideia de quantas vezes Marcos usa a expressão “logo” em seu  livro leia Marcos 1.10; 1.43; 2.2; 2.8; 2.12; 4.16  etc. Pesquise numa enciclopédia bíblica a palavra “logo” e você verá quantas vezes ela é utilizada por esse escritor.
Por sua vez, Lucas pretendia mostrar Jesus como homem, por isso constantemente referia-se a Cristo como “O Filho do Homem”. Ao usar essa expressão Lucas confirmava a natureza humana de Jesus, pois sendo Filho do homem também era homem, assim como indica a frase “filho de peixe, peixinho é”. Observe algumas passagens onde essa expressão é utilizada na carta de Lucas a Teófilo: Lc 5.24; 7.34; 6.5;  9.22; 9.26; 11.30; 12.8; 12.40;  etc.
O tema base do livro de Lucas, isto é, a frase na qual seu livro se baseia está no capítulo 19.10: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”.
Toda a narrativa de Lucas se propõe a declarar esta verdade: O motivo de Jesus encarnar-se e viver entre os homens era para salvá-los da condenação do pecado, reconciliando-os com Deus, por meio de seu sacrifício.
Lucas narra em sua carta a apresentação de Cristo no templo e conta as palavras de Simeão, que orando a Deus, agradeceu-lhe pelo privilégio de ter sido escolhido para fazer a apresentação do Salvador, dizendo: “...Os meus olhos já viram a tua salvação, a qual tu preparaste perante a face de todos os povos, luz para alumiar as nações e glória de teu povo Israel. (Lc 2. 28-32)
Também escreveu que, ao falar sobre Jesus, João Batista (que era seu primo), revelou aos que estavam presentes que através do Cristo “toda a carne verá a salvação de Deus” (Lc 3.6).
Em sua carta a Teófilo, Lucas também lhe chamou a atenção em como Jesus dava preferência aos rejeitados. Ele narra histórias como as do bom samaritano e a de Zaqueu. Na primeira história há um homem de Jerusalém que a caminho de Jericó foi apanhado por ladrões (salteadores), os quais o roubaram e espancaram-no, deixando-o quase morto. Passou por ele um sacerdote e fingiu não vê-lo. Depois passou um levita, e vendo-o passou de largo. Por fim, um samaritano que passava por ali, vendo-o foi até o ferido e o socorreu levando-o para um lugar onde pudessem tratar dele.
 Observe que a importância dessa história está no fato de que o sacerdote era símbolo do religioso, o levita, dos conhecedores da lei de Deus, e o samaritano pertencia a um grupo de israelitas odiados pelos judeus. Mas foi este quem socorreu o pobre homem, mesmo sendo o moribundo pertencente aos seus inimigos.
Na narrativa sobre Zaqueu, que era um judeu publicano (cobrador de impostos para o império romano), e por conta de seu ofício era odiado pelos seus compatriotas, mesmo contra a vontade da população que chamava Jesus de pecador por comer com aquele a quem consideravam pecador, Cristo respondeu-lhes: “Hoje veio salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” (Lc 19.9,10).
Que bonito quando lemos o livro de Lucas, imaginando Teófilo lendo estas histórias. Que reconfortante para um gentio (que eram desprezados pelos judeus ortodoxos), ver Jesus defendendo os rejeitados, e acolhendo gente de toda nacionalidade, assim como aqueles considerados como o pior pecador. 
Lucas mostrou que Jesus, o Filho do Homem, era um personagem sensível. Ele contou a história sobre o dia em que Jesus chorou ao ver a situação de seus conterrâneos, cujos corações estavam fechados para a salvação que veio ofertar-lhes. E o evangelista Lucas narra que, ao ver a cidade de Jerusalém Jesus chorou sobre ela (Lc 19.41).
Que prova mais contundente da humanidade de Cristo Lucas poderia dar a seu amigo? Um homem que ao sentir a rejeição era capaz de chorar, não apenas por ter sido rejeitado, mas ao pensar no alto preço que seus conterrâneos haveriam de pagar por não aceitarem que ele pagasse o preço de seu resgate!
Tente ler o livro de Lucas, imaginando Teófilo lendo esta carta, mas não se esqueça de que este homem era um gentio, não era familiarizado com o Deus de Israel, e seu amigo Lucas estava contando a vida de Jesus, como o Deus que se fez homem e como ser humano passou 33 anos na Terra, ajudando as pessoas a libertarem-se de seus males e a se reencontrar com o Pai. O evangelista Lucas mostra a Teófilo, por meio de sua carta que, embora sendo homem, Jesus se deu como exemplo para ser imitado por todos quantos queiram ser seus discípulos.
Se você nunca leu esse livro que faz parte dos sinóticos (os evangelhos compostos pelos livros de Mateus, Marcos e Lucas), eu te aconselho a começar a lê-lo, pois para mim, o livro de Lucas é um dos mais detalhados nas narrativas, e gosto da maneira como esse evangelista (escritor dos Evangelhos), conta a história de Jesus na Terra.
Boa Leitura!

Fique na paz do Senhor Jesus!

Leila Castanha

02/2015


sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O ESPIRITISMO SEGUNDO A BÍBLIA



O espiritismo tem raízes muito antigas. A Bíblia relata a primeira sessão espírita, em Gênesis 3.1, quando Satanás usou a serpente (como médium) para falar à Eva a fim de persuadi-la a comer do fruto que Deus havia proibido.
O espiritismo é, em suma, a doutrina e prática segundo a qual os espíritos dos mortos podem entrar em contato com os vivos, na maioria dos casos por intermédio dos médiuns (pessoas que servem como intermediários entre os vivos e os mortos). Manifestam-se por toques, movimentos e certas formações materiais, denominadas ectoplasmas (substância visível que emana do corpo de alguns médiuns). Os espíritos que possuem os médiuns são chamados de guia.
Além da própria religião que recebe esse nome, o Espiritismo existe dentro de muitas outras, como no hinduísmo, no budismo e até em algumas doutrinas do catolicismo romano, que nada mais são do que subprodutos do pensamento universal espiritualista, tais como o purgatório, salvação pelas obras e oração pelos mortos.
A “explosão” ocidental do Espiritismo aconteceu em 1847, nos Estados Unidos, com a experiência vivida pelas irmãs Fox.  A mais velha, Margaret, tinha onze anos de idade e a mais nova, Kate, tinha apenas nove. Elas moravam em uma casa velha com os pais, quando começaram a ouvir ruídos, uivos, vozes e gargalhadas, e quando estavam deitadas na cama seus cobertores eram puxados.  
Um dia, uma das irmãs sentiu uma mão fria em seu rosto, o que lhe causou desespero. Até que, finalmente, Kate resolveu entrar em contato com o suposto espírito, que lhe respondia através de uma estratégia que a garota usou. Cada batida correspondia a uma letra do alfabeto (por exemplo, duas batidas correspondia à letra a, e assim por diante).
 Dessa maneira o “espírito” disse-lhe que se chamava Charles Rosma, e que o motivo de persegui-las era porque, quando era vivo, ele morava naquela casa e havia sido assassinado no porão. As crianças contaram tudo aos pais, que chamaram as autoridades, e descobriram o corpo exatamente onde o tal espírito indicara.
A partir desse reavivamento espírita que se iniciou nos Estados Unidos e depois se espalhou pela Europa, apareceu, na França, um homem chamado Léon Hippolyte Dénizard Rivail, que se autodenominava a reencarnação do poeta celta Allan Kardec. Esse homem recebia espíritos e trabalhava ativamente como médium. Embora as práticas espíritas sejam antiguíssimas, o espiritismo, tal como conhecemos hoje, foi codificado e organizado por Allan Kardec, na segunda metade do século XIX (século 19). Ele registrou suas doutrinas em vários livros, além de fazer excursões pela Europa propagando suas ideias espíritas.
Seus primeiros registros datam de 1861, e dentre seus escritos constam: O Livro dos espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, O Inferno e Gênesis. Também fundou a Revista Espírita, um periódico mensal de temas voltados ao espiritismo.
No Brasil podemos encontrar várias facetas do espiritismo: Aquelas de raízes africanas (Quimbanda, Umbanda, Macumba e Candomblé) e ameríndias. Embora, no início, o mais comum era ver o sincretismo entre o espiritismo africano e o ameríndio, podemos encontrar o sincretismo entre a cultura e a religiosidade popular, como se vê na Bahia, na Igreja do Senhor do Bonfim, onde o nome de cada santo corresponde a um guia equivalente das religiões africanas como a Umbanda e o Candomblé.   
Há dois tipos de Espiritismo: o comum (quiromancia, cartomancia), o baixo espiritismo (macumba, candomblé, umbanda, vodu), o Espiritismo Científico ou Alto Espiritismo (esoterismo, teosofismo); e o Espiristismo Kardecista (baseado nos ensinamentos de Allan Kardec).
A diferença entre o Espiritismo Científico e o Kardecista é basicamente a seguinte: O Espiritismo Científico refere-se a grupos que, embora sejam espíritas (porque têm características e crenças espíritas), não admitem ser uma religião. Preferem intitularem-se como grupos científicos, filosóficos, beneficentes, organizações esotéricas etc.
Um exemplo desse tipo de espiritismo é a LBV – Legião da Boa Vontade (entidade que faz um trabalho social junto aos pobres). Quanto ao Espiritismo Kardecista, é reconhecido como religião, e professa como doutrina central o aperfeiçoamento moral do ser humano a partir de ensinamentos e orientações produzidos pelos espíritos dos mortos. Mascaram suas doutrinas como sendo de caráter cristão, utilizando-se de textos bíblicos em seus ensinamentos.
Para os Kardecistas, o espiritismo é considerado a terceira revelação da Lei de Deus à humanidade, sendo a primeira, vinda através de Moisés e a segunda, através de Jesus.

EM QUE CREEM OS ESPÍRITAS:
Segundo o espiritismo, é espírita quem acredita:
1)     Em Deus, criador de todas as coisas que há no Universo, isto é, os espíritos desencarnados (mortos), os espíritos encarnados (vivos) e as coisas materiais;
2)    Na imortalidade da alma;
3)    Na reencarnação, como processo para expiação de erros passados (em outras encarnações) e para alcançar a perfeição espiritual;
4)    Na comunicação dos espíritos desencarnados (mortos) com os encarnados (vivos).
O lema do espiritismo Kardecista é: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO. Por isso os espíritas dão muita importância às obras de assistência social.

O QUE O ESPIRITISMO DIZ SOBRE:
A) Deus: Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Citam passagens bíblicas como Sl 19.1, no qual o salmista diz que “os céus declaram a Glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos”. Embora acreditem na existência de Deus, dizem que Ele é por demais longínquo (muito distante), e se perde na distância imensurável. Sendo assim, mais próximos do que Deus estão os guias (entidades que se incorporam nos médiuns), cujo intuito é de auxiliar e confortar os encarnados (vivos).
B)   Jesus Cristo: Para os espíritas, Jesus é visto como uma grande entidade encarnada, a maior que já veio ao nosso mundo. No entanto, dizem que como todos os Espíritos, Jesus também teve o mesmo ponto de partida, reencarnando quantas vezes tenha sido necessárias nas diversas moradas do Universo, até chegar à condição de Espírito puro. Jesus, na visão espírita não é nada mais do que um grande médium, assim como Allan Kardec.
C)   Salvação: Não acreditam em salvação pela graça, pois afirmam que ninguém alcança salvação só por meio de arrependimento, mas todos sofrerão as consequências de seus atos e expiarão os seus males por meio de reencarnações, esforçando-se continuamente para melhorar a si mesmos, até chegarem a espíritos puros. O sacrifício de Jesus foi apenas o ato heróico de um homem bom, do espírito mais evoluído que passou pela Terra, sem, contudo, ter qualquer valor expiatório (salvífico).
D)   Céu e Inferno: Tanto o céu, como o inferno são estados de alma, não geográficos. Assim sendo, os que seguem o bem, ficarão em estado de céu (ou paraíso) e os que fazem o mal, de inferno (sofrimento). Para eles, o inferno, como um lugar de tormento eterno não existe, porque, alegam que, sendo Deus totalmente bondade e amor não seria capaz de enviar os seus filhos para o sofrimento eterno, pelo contrário, sua alegria é que todos se salvem.
Como argumento contra a existência do céu, utilizam-se do texto bíblico no qual Jesus diz ao ladrão: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. No entanto, dizem eles, três dias depois Jesus apareceu a Maria Madalena e disse que ainda não havia subido para o paraíso, será, então, que ele mentiu ao ladrão?
Suas conclusões foram as seguintes: O ladrão encontrou paz interior, o paraíso, isto é, um estado de consciência e não  um lugar determinado no espaço. Céu, inferno, paraíso, segundo os espíritas, tem a ver com estados da alma, não lugares reais.
E)   Diabo: Assim como não acreditam na existência do inferno, não creem que o diabo existe.  Apoiam suas afirmativas dizendo que Deus sendo bom jamais criaria o mal eternamente. Alegam que, se Deus, por intermédio de Jesus, recomenda que perdoemos nossos inimigos, como pode Ele mesmo condenar alguém? Creem que todos os espíritos evoluem, e todos, sem exceção, chegarão à perfeição. O diabo, também, não existe, é apenas a representação do mal.
F)   A Bíblia: Citam partes de textos bíblicos e pregam lindos sermões baseados nela, mas acreditam que o Evangelho foi reinterpretado por Allan Kardec.
G)   Sofrimento: Acreditam que toda a dor e sofrimento têm um propósito: Servem para a expiação de faltas passadas (em outras encarnações), bem como para nos ajudar no progresso espiritual. Por não ser possível identificar quando a alma se desprende do corpo, os espíritas não aprovam a prática da eutanásia (a provocação da morte de um paciente desenganado), crendo que o sofrimento da vítima pode ser um processo para seu progresso ou para sua expiação, e interferir, pode ser uma violação da lei de causa e efeito (karma).
H)   Reencarnação: Utilizam o texto de Jo 14.2, “Na casa de meu Pai há muitas moradas”, para afirmarem a existência de vários mundos para onde vão os espíritos de acordo com o grau de atraso ou adiantamento de seus habitantes. Creem que a Terra não é o único mundo habitado, (inclusive acreditam na existência de ETs – Criaturas extraterrestres) e que cada mundo pertence a uma categoria (grau) diferente, sendo a Terra um planeta de expiação e provas, que ocupa o segundo grau na escala dos mundos habitados; Ela já ocupou o primeiro grau e está passando para a categoria de mundo de regeneração (3º grau), posteriormente será um mundo feliz (4º grau), e por fim, um mundo celestial (5º grau).
Quando o Espírito, pelo seu livre-arbítrio, entra pelo caminho do mal, afastando-se das Leis de Deus, ele sofre as consequências de seus erros, passando por reencarnações até chegar à pureza e à perfeição espiritual. Comparam o processo de reencarnação a um aluno que repete o ano até ficar em condições de ser aprovado. Por meio desse processo (reencarnação), todas as pessoas serão salvas, nem que para isso precisem desencarnar, encarnar e reencarnar diversas vezes.
Assim, a pessoa que fez algum mal em outra encarnação, reparará esse mal, mesmo não se lembrando de suas outras vidas.  Dizem que esse esquecimento é para o nosso bem, para não sofrermos com as lembranças e para elas não dificultarem o processo de construção de nós mesmos. A lei de causa e efeito (Karma) funciona mais ou menos assim: Se em determinada encarnação certo homem foi um guerreiro, e em seu ofício mutilou e tirou a vida de muitos, ele irá reencarnar com o devido esquecimento e terá a oportunidade de reparar o mal cometido, exercendo o ofício de cirurgião, cuja função será a de restaurar os corpos, por meio de cirurgias.
Pessoas que sofrem coletivamente, como por exemplo, em catástrofes naturais como terremotos, não é por acaso (aliás, para os espíritas não existe acaso), mas é porque em sua vida regressa também praticou o sofrimento coletivo, como por exemplo, alguém que, na Idade Média, havia sido um guerreiro e incendiou aldeias, matando seus moradores.
O espiritismo Kardecista não admite que alguém possa reencarnar em outro ser vivo, a não ser como humano. Já outros grupos espíritas, como os Hare Krishna acreditam que o espírito pode reencarnar em qualquer ser vivo (como por exemplo, planta, animal, inseto ou pessoa).
I)   Mortos: Acreditam que muitas pessoas, ao abandonarem seus corpos por ocasião da morte, passam a viver nas colônias e cidades do mundo espiritual. Outras vivem em diversos mundos habitados, enquanto que, um grande número delas continua a viver no meio dos encarnados (vivos) participando de suas lutas diárias, sofrendo e chorando conosco. Em relação aos vários mundos habitados, defendem suas crenças dizendo que Deus não criaria vários planetas se pretendia usar somente um.
Ensinam que, por ser a alma imortal, podemos orar pelos nossos entes queridos que já morreram, pois, se estiverem sofrendo por algum mal praticado, nossas orações suavizarão seus sofrimentos, principalmente se morreram por suicídio, pois, segundo eles,  quem se mata sofre de tal forma que não há palavras humanas que possam definir tal sofrimento, além de que sua alma não descansará com a morte física, mas terá de acompanhar a decomposição do corpo e reviver as angústias do suicídio.
Para confirmar biblicamente suas doutrinas sobre o retorno da alma ao corpo físico, afirmam que João Batista é a reencarnação de Elias. Usam, também, as palavras de Jesus à Nicodemus, “necessário é nascer de novo” (Jo 3.7), como prova de confirmação da legitimidade da doutrina da reencarnação.
J)     Mediunidade: É o fenômeno pelo qual um espírito de um morto entra em contato com os viventes por intermédio dos médiuns. Defendem essa prática alegando que Moisés proibiu somente a exploração comercial da mediunidade, ou seja, consultar os mortos com fins lucrativos.
 Para comprovar suas teses, dão como exemplo, as atividades “mediúnicas” de Eldade e Beldade, dizendo terem sidos apoiados por Moisés, mesmo depois que ele havia proibido tais práticas, porque as atividades espirituais através deles tinham o propósito de orientar moralmente os seus conterrâneos (Nm 2. 26-29). Outra prova pela qual defendem suas práticas de feitiçaria e necromancia (consulta aos mortos) é mostrando a narrativa bíblica, na qual o próprio Moisés aparece juntamente com Elias, depois de mortos, no monte Tabor, conversando com Jesus (Mt 17.3).
Também usam a história de Saul, que ao consultar uma pitonisa (feiticeira ou médium), falou com o espírito do profeta Samuel (1Sm 28.12). Segundo os espíritas, a comunicação com os mortos tem dois objetivos: Mostrar o caminho do bem para nos auxiliar em nosso progresso e nos consolar diante das provas da vida

 O QUE A BÍBLIA DIZ EM RELAÇÃO AO ESPIRITISMO:
A Bíblia é contra o espiritismo pelas seguintes razões:
No livro de Deuteronômio 18.10-15, lemos:
“Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal cousa é abominação (coisa detestável) ao Senhor; e por estas abominações (coisas detestáveis) o Senhor teu Deus os lança de diante de ti.” 2 Cro 33.6,  mostra que um dos pecados cometidos pelo rei Manassés (rei de Jerusalém), foi ter consultado feiticeiros e adivinhos. E isto, provocou a ira de Deus.
Saul entendia que consultar a feiticeiros e necromantes (pessoas que consultam os mortos para saberem do futuro) era proibido por Deus, porque em 1 Sm 28.3, diz que ele mandou procurar uma médium, porque ele próprio havia expulsado de Israel todos eles. Saul expulsou essa gente porque sabia que Deus abominava (detestava) essas práticas e só foi procurá-los porque Deus não mais falava com ele.

PORQUE NÃO ERA SAMUEL QUEM FALOU COM SAUL:
Porque o próprio Samuel, que era profeta de Deus (profeta era uma pessoa que falava em nome de Deus), ao repreender Saul, o próprio Samuel, quando ainda estava em vida, disse-lhe que Deus o havia rejeitado porque desobedecera a sua palavra e para o Senhor “a rebelião é como o pecado de feitiçaria” (1Sm 15.23).
Veja bem: Se Deus rejeitou a Saul porque desobedeceu a Sua ordem (rebelou-se contra Ele), e Samuel disse que a rebelião é como o pecado de feitiçaria, logo, fica claro que a feitiçaria (mediunidade) é pecado. Médiuns são feiticeiros, magos, adivinhos que preveem o futuro. Nos tempos antigos eram chamados de pítons, e as mulheres, pitonisa.
Teria lógica Deus dizer pelo profeta Samuel que a feitiçaria era pecado e depois enviar o próprio profeta para falar a Saul, por meio de um ato pecaminoso?
A Bíblia diz que Saul procurou a médium (pitonisa) porque Deus não lhe falava de nenhuma forma (nem por sonhos, nem por Urim, nem pelos profetas). Se Deus não lhe falava nem pelos profetas, como permitiu a Samuel (um profeta) falar com ele? Se pelos meios que o próprio Deus ordenara, Ele não falou a Saul, como ele preferiu falar pelos meios que Ele mesmo condenou?
A morte de Saul não foi cumprimento da predição feita pela médium (ou pelo espírito de Samuel), pois, de acordo com 1Cro 10.13,14, ele morreu porque:
a)    Não guardou a palavra do Senhor (Istoé, não obedeceu o que Deus dissera);
b)    Interrogou e consultou uma necromante, e não ao Senhor”.
Vemos, pois, que a morte de Saul foi, simplesmente, consequência de sua  desobediência a Deus.
Observamos através deste texto que Samuel não consultou ao Senhor, porque se fosse Samuel que falara com Saul, sendo ele profeta do Senhor, seria o próprio Deus quem falava e o texto diz claramente que ele não consultou ao Senhor.
Também não poderia ser Deus que falara, porque estando Samuel morto, não podia voltar ao mundo dos vivos, conforme indica a narrativa de Lc 16.27-31.
Além do mais, embora seja verdade que o céu não tem relação com o universo físico, não se situando em cima ou em baixo, todavia, como referência para nós, que só compreendemos as coisas na esfera física, em toda parte em que a Bíblia menciona o céu e o inferno ela nos  aponta da seguinte maneira: O céu para cima e o inferno para baixo (Dt 2.39; 2 Rs 2.11; Sl 139.8; Pv 15.24; Jo 3.31; Rm 10.6). Como pode, então, esse Samuel vir de baixo e crermos que ele veio da parte de Deus?
Outra discrepância encontrada nas previsões do falso Samuel é o fato de ele dizer que no dia seguinte (quando Saul seria morto), Saul estaria com ele. O problema é que, se Samuel era um homem de Deus não poderia estar no mesmo lugar que Saul, porque em  Cr 10.13, a Bíblia revela que Saul morreu em pecado e longe de Deus.

 AS PREVISÕES MEDIÚNICAS FALHARAM:
O pseudo Samuel disse que Saul seria entregue nas mãos dos filisteus, no entanto, isso não aconteceu, porque ele suicidou-se (1 Sm 28.19; 31.4).
OBS.:  Saul foi a primeira pessoa a quem a Bíblia narra que se suicidou. Isso não quer dizer que ele foi o único, mas Deus fez questão de mostrar como foi a sua morte, isto é, ele não foi morto pelos filisteus (conforme profetizou o falso espírito de Samuel), mas matou-se.
O versículo 4 do capítulo 31, aponta que o rei Saul foi cremado pelos homens de Jabes-Gileade. Portanto, os filisteus não o pegaram, nem o mataram e nem ao menos o enterraram.
Segundo a profecia do espírito, que a médium entendeu ter sido de Samuel, os filhos de Saul também morreriam com ele. Isso não aconteceu, porque a Bíblia apresenta seis de seus filhos e diz que no dia de sua morte, morreram apenas três deles (1Sm 31.8; 2 Cro 10. 2,6). Veja que havia outros que continuaram vivos (2 Sm 2.10; 28.8).
Segundo a palavra da pitonisa, Saul morreria no dia seguinte, mas, segundo a Bíblia ele só morreu alguns dias depois. Lendo atenciosamente, 1 Sm 30, observa-se que esse incidente ocorreu paralelamente ao encontro de Saul com a médium. Observamos no versículo primeiro haver passado três dias. No verso treze, passou-se mais três dias e no dezessete, mais um dia de luta. Além do tempo gasto para Davi voltar e ainda,  2 Sm 1.1 registra mais dois dias. Dessa forma contamos vários dias até a morte de Saul. Segundo alguns estudiosos da Bíblia é possível contar dezenove dias até a sua morte.

REFUTAÇÃO BÍBLICA:
 Não há dúvidas de que o que acontece numa sessão espírita é real. Tudo o que se passa ali é a mais pura realidade. Existem sim manifestações de espíritos. A questão é que, apesar de haver realidade nessas manifestações, não há verdade. Ou seja, são, realmente, espíritos que se encorparam nos médiuns, mas não são espíritos de pessoas mortas, mas de demônios (anjos caídos que agem a serviço de Satanás). E eles são muito reais! Todavia, são mentirosos e servem ao Pai da Mentira, o que dá a eles a capacidade de enganar tantas pessoas.
Há os que se defendem dizendo que pertencem ao Espiritismo de mesa branca, e tudo o que fazem é para o bem, inclusive, muitos nem cobram por seus serviços. Li um livro, no qual achei interessante o raciocínio do autor que, ao ser questionado por um espírita que justificavas suas práticas benéficas, respondeu-lhe dizendo que em Dt 18 a Bíblia não faz diferença alguma entre magia negra e Espiritismo Kardecista. O texto bíblico, dizia ele, começa com quem mata os filhos e termina com quem consulta os mortos e diz o texto que TUDO é abominação (coisa detestável) ao Senhor.
Além dos textos expostos acima, podemos encontrar outros, onde Deus proíbe a prática espírita e manda matar todos os feiticeiros e adivinhos, dentre eles, Êxodo 22.18 e Levíticos 20.27.
Em Gálatas 5.19,21, o apóstolo Paulo faz uma lista a qual chama de “obras da carne” e diz que quem pratica tais coisas, não herdará o reino de Deus. Entre os itens de sua lista está a feitiçaria.
Em Apocalípse 21.8,8; 22.15, afirma que o lugar dos feiticeiros é no lago que arde com fogo e enxofre.
Em relação à falta de memória do passado quando reencarnamos, conforme prega o espiritismo, é bastante incoerente, porque se é injusto Deus condenar alguém ao inferno, acaso não seria igualmente injusto fazer as pessoas vagarem vida após vida pagando por um erro que simplesmente desconhecem?
 Diferente do ensinamento espírita sobre a busca da pureza e perfeição, a Bíblia ensina que devemos buscar a santificação em nossa vida diária, vigiando para não mais pecarmos (transgredirmos as Leis de Deus), e, se pecarmos, devemos confessar os nossos pecados (a Deus, e se for o caso, à pessoa contra quem pecamos) a fim de sermos perdoados e recomeçar (em nossa atual vida) a buscar a pureza e perfeição (Mt 5.23; Tg 5.16; 1 Jo 1.9). Além disso, a observância bíblica é que devemos lembrar de onde caímos a fim de nos arrependermos (Apocalipse 2.5). Lembrar é necessário para a correção do nosso erro.
É assim que a Palavra de Deus ensina que devemos “progredir” em nossa busca pela pureza, isto é, lembrando-nos de onde e como caímos, arrependendo-nos, confessando os nossos erros e recomeçando a viver em novidade de vida (Sl 51.3; Pv 28.13;1 Jo 1.9 e Ap 2.5). É através da memória (e não do esquecimento) que nos aperfeiçoamos para a pureza, abandonando o mal, do qual temos consciência, e nos apegando ao bem (Leia Efésios 4.22, 28). 
O diabo, bem diferente do que desejam os espíritas, é um ser real, não uma pessoa ou espírito que se compraz (sente prazer) em praticar o mal. Segundo a Bíblia, Ele tentou a Jó (e foi responsável por toda a desgraça que lhe ocorreu - Jó 8.44). Jesus foi tentado por ele (Mt 4.1-10) e Pedro diz que ele vive em nosso derredor, procurando nos tragar (1Pe 5.8). Ele é deus deste século (mundo), a fonte de todo o mal, o pai da mentira etc (Jo 14. 30; Mt 13.18;; 1Jo 3.8,10;Jo 8.44). Ele pode operar grandes sinais e maravilhas e transfigurar-se em anjo de luz (2 Ts 2.9; 2 Co 11.14) Seu ofício, é matar, roubar e destruir (Jo 10.10).   Tanto o diabo como os seus anjos são reais (Mt 25. 41; Mt 7.22; 9.34; Mc 9.38; 16.17; Lc 4.41).
Quando o homem desobedece a Deus, o culto que oferecem é a demônios, não a Deus. O salmista, o apóstolo Paulo dentre outros, sabiam que o ídolo nada é, pois não passam de bonecos sem vida, todavia, a Bíblia afirma que, por desobedecerem a Deus, quem os adora não presta culto a Ele, mas a demônios (Dt 32. 16, 17; 1 Co 10. 20). Se Deus proibiu a feitiçaria, como pode os espíritas adorar a Deus? Se o próprio Deus disse que o pecado de feitiçaria é abominação ao Senhor e em Ap 21. 8 diz que aos abomináveis (...)e aos feiticeiros, seu lugar é no lago que arde com fogo e enxofre, como pode suas práticas ser do agrado de Deus?
Em relação ao sofrimento, nada tem a ver com expiação de pecados, porque em João 9.1-3 encontramos a história do cego de nascença, na qual perguntaram a Jesus se sua cegueira foi conseqüência do pecado de seus pais ou dele mesmo, ao que Cristo respondeu: “Nem ele, nem seus pais pecaram, mas isso ocorreu para que a glória de Deus se manifestasse nele”. A doença de Lázaro, também, não era para expiar nenhum pecado, mas Jesus disse que era para se manifestar a Glória de Deus (Jo 11.4). Os profetas, homens que eram retos diante de Deus passaram por grandes sofrimentos (5.10) e o próprio Cristo, que segundo os espíritas, foi o maior espírito iluminado que já pisou no mundo, sofreu como qualquer homem, inclusive para resistir as tentações humanas, sem pecar (1 Pe 5.1; Hb2.18).
O Jesus que a Bíblia apresenta não é o mesmo mostrado pelo espiritismo. Marcos, apesar de apresentar Jesus, em seu Livro, como “O Servo Sofredor”,  inicia sua narrativa apresentando-o como o “Filho de Deus” (1.1). Mateus também narra uma conversa entre Jesus e seus discípulos, na qual Ele perguntou-lhes o que o povo dizia a seu respeito.  Após os discípulos responderem qual era a opinião geral, Ele tornou a perguntar-lhes: “E vós, quem dizeis que eu sou?”, ao que lhe responderam: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo” (16.13-17). Marta também confessa a Jesus que crê em sua divindade, isto é, crê que Ele é, de fato, o Filho de Deus (Jo 11.27). Quando Jesus abordou o cego de nascença, sua pergunta foi: “Crês tu no Filho de Deus?” E ao perguntar de quem se tratava, Jesus disse-lhe: “...É aquele que fala contigo” (Jo 9.33-37).
João afirmou (20.31) que o propósito de ter escrito o seu Evangelho foi para que creiamos que Jesus é o Filho de Deus, a fim de que tenhamos a vida eterna. Ou seja, quem não crê nisso, pode fazer todas as boas obras imagináveis e reencarnar quantas vezes for, ainda assim, não será salvo.
O mesmo João alertou que também é necessário crer que Jesus veio em carne e esteve entre nós em carne (como ser humano). Ele finaliza sua admoestação dizendo que quem não crer nisso, NÃO É DE DEUS (1 Jo 4.2,3; 2 Jo 7).
Há algumas seitas, como os gnósticos que ensinavam que Jesus veio em aparência de carne, isto é, ele continuava espírito, mas apresentava-se como se fosse carne (humano). O ensino bíblico nega essa doutrina, porquanto João escreveu com todas as letras: “E o verbo (Jesus) se fez carne e habitou entre nós”. Ele não era como carne, ele se fez (se tornou) carne.
Voltando a divindade de Jesus, a Bíblia apresenta o próprio Cristo afirmando ser Deus (Mt 26.62-65; Jo 10.24-33,33). João, também confirma, dizendo que Ele estava com Deus e era Deus (1.1-3).
Em relação à comunicação dos vivos com os mortos, é totalmente contrário ao que a Palavra de Deus declara, porque o salmista afirma que os mortos não fazem parte do mundo dos vivos, de sorte que não podem louvar a Deus na Terra (Sl 88.10-12; 115.17). Deus se irava contra aqueles que procuravam ajuda dos mortos, de modo que falou as seguintes palavras, através do ministério do profeta Isaias: “Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam entre os dedos; - não recorrerá um povo ao seu Deus? A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos?” (Is 8.19).
Obs.: Espíritos familiares eram aqueles que só atendiam as pessoas que, supostamente, tinham poder sobre eles, isto é, só baixavam em determinados médiuns.
É verdade que a Bíblia conta sobre transfiguração de Jesus, momento esse no qual ele conversou com Moisés e Elias (já mortos nessa época). Todavia, eles não estavam conversando com os discípulos, mas com o próprio Jesus, e também, Jesus não lhes recomendou que os invocassem ou propagassem a doutrina da comunicação com os que morreram.
Sob ordens de quem, os espíritas assim fazem? Sabemos que foram orientados pelo Evangelho reinterpretado (ou melhor, distorcidos) por Allan Kardec, porém, o apóstolo Paulo preveniu a Igreja, dizendo: “Ainda que eu mesmo ou um anjo dos céus vos anuncie outro evangelho, além do que já vos tenho pregado, seja amaldiçoado.” (Gl 1.8).
É só ler a Bíblia, desprovidos de preconceitos, que você poderá descobrir por si mesmos se ela equipara-se com a doutrina espírita ou a rejeita.
Quanto à reencarnação, o homem pode fazer todas as boas obras imagináveis, mas se não crê que Jesus é o Filho de Deus que veio em carne e sacrificou-se pela salvação do pecador, nenhuma reencarnação poderá ser suficiente para salvá-lo, porque o próprio Jesus já havia profetizado: “Sem mim nada podereis fazeis” (Jo 15.3-5). Além do mais, segundo a Bíblia, as obras a ninguém salva, porque a salvação  é dom (presente) de Deus, e não vem pelas obras (Ef 2.8,9; 1Pe 1.19). Portanto, por mais que o homem pudesse passar milênios a fio reencarnando e expiando seus pecados, de nada resolveria para alcançar a pureza e a salvação. Quem nos purifica e nos encaminha à perfeição é a nossa obediência à Palavra de Deus, que é a prova de que cremos no Senhor Jesus Cristo (Jo 15.3; 1Pe 1.22).
As obras são apenas “fruto”, isto é, resultado de uma vida que segue as instruções da Palavra de Deus, pois conforme o próprio Jesus afirmou:
“... Quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto” (Jo 15.5). E o apóstolo Paulo fez uma lista sobre que tipo de fruto produzimos quando estamos em Cristo, isto é, quando fazemos o que ele manda (Leia Gl 5.22).
Os espíritas gostam de se passar por cristãos, de forma que procuram firmar seus sermões utilizando a Bíblia, no entanto, ao pregarem sobre a reencarnação parece que não prestam muita atenção no que os textos bíblicos dizem sobre a morte: “Pois ao homem está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo”. (Hb 9.27; Ap 20.12). Como posso dizer que o espiritismo é uma religião cristã se ela nega e distorce os ensinamentos do próprio Cristo?
Há alguns que, defendendo o espiritismo, dizem que se Deus proibiu a consulta aos mortos é prova de que os mortos podem se comunicar com os vivos. Porém, isso não é verdade, porque Deus também proibiu a adoração a ídolos e o apóstolo Paulo disse que o ídolo não é nada (1 Co 8.4) . O salmista também disse que não passam de imagens inanimadas (Sl 115.4; 135.15).  Então por que Deus proibiu? O motivo da proibição, o próprio Deus revelou a Samuel quando este foi ungir Davi para rei, dizendo-lhe que Ele não vê como o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, mas Ele olhava para o coração. (1 Sm 16.7).
Assim, compreendemos que, quando os hebreus escolhiam outros deuses, Deus não via, apenas, simples bonecos sem vida, Ele via a atitude de um povo, a quem tanto amava, e, a despeito de seu amor o trocava por qualquer coisa. Não era o ídolo que estava em jogo, mas a escolha de seu povo (Preferiam outras coisas a Deus). Veja o que Deus falou através do seu profeta Jeremias:

“Espantai-vos disso, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o Senhor. Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas rotas, que não retêm águas” (Jr 2. 12,13)

Observe, então: Deus disse que o seu povo fez duas maldades: 1º) Deixaram-no (Esta é a questão crucial); 2º) cavaram para si cisternas que não retêm (juntam) águas (Trocaram-no por nada).  A primeira maldade foi com Deus e a segunda, com eles mesmos. Se Deus compara os ídolos a cisternas rasas, que não retêm água, sendo Ele a fonte de água viva, não haveria motivo para ele disputar com esses “deuses”. Porém, como todo o coração que ama, Deus não suportava ser trocado. Nem pelos ídolos, nem por outras pessoas (Mt 10. 37), nem pelo mundo (2. 15) etc.
Em Ezequiel 8.3,5, o profeta narra sobre a idolatria de Israel, chamando os ídolos de “ídolo que provoca o ciúme de Deus”. Deus nunca precisou disputar com ninguém, mas ver o seu povo glorificando a outros, independente de ser real ou fictício, magoava sobremaneira o coração divino, de forma que Ele declarou: “A minha glória não a dou a outrem” (Is 48.5, 11).  
A verdade é que Deus tinha e tem ciúme do seu povo (Tg 4.5).  Não eram os ídolos em si que provocava a ira de Deus, mas a atitude de traição que o seu povo demonstrava para com Ele, deixando de honrá-lo para adorar falsos deuses.
Por isso é de muita relevância, observarmos o alerta do apóstolo Paulo a Timóteo: “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios...” (1 Tm 4.1). (Grifo meu)
Espero poder tê-lo ajudado no tocante as tuas dúvidas sobre a história e a doutrina espírita, e fazê-lo entender o que diz as Escrituras em relação ao perigo dessa prática.

Despeço-me na doce Paz de Cristo,
 Com Amor,
Leila Castanha
01/2014