sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O MORMONISMO SEGUNDO A BÍBLIA


O primeiro obstáculo para uma pessoa tornar-se mórmon é crer cem por cento na Bíblia, pois se assim for, não poderá crer cem por cento no Livro de Mórmon e em seus outros livros “inspirados”, uma vez que estes contêm grandes discrepâncias se comparados à Bíblia Sagrada, conforme veremos a seguir:
O MORMONISMO ENSINA QUE:
 Antes de virmos a Terra num corpo físico vivíamos como filhos espirituais com nossos pais celestes, de forma que todas as pessoas que vivem ou viveram na Terra foram nossos irmãos espirituais nos céus. Jesus foi o primeiro espírito nascido de nossos pais espirituais, sendo,  literalmente, nosso irmão mais velho.
Uma vez que todos nós somos provenientes de pais espirituais, herdamos Deles o mesmo potencial para desenvolvermos Suas qualidades divinas. Embora fôssemos felizes nos céus nosso Pai celestial sabia que não desenvolveríamos nossas qualidades divinas a menos que os deixássemos por um tempo e nosso espírito fosse revestido com um corpo físico.
Sendo assim, Ele convocou um Grande Conselho onde apresentou seu plano para nós. Houve uma eleição nos céus na qual dois de nossos irmãos participaram como candidatos a Salvador. Nós votamos em Jesus, e sabemos disso porque estamos na Terra. Os que votaram em Lúcifer (nome do Diabo quando era anjo de luz) estão com ele na Terra, mas como espírito. Deus também votou em Jesus porque Lúcifer pretendia receber a honra pela nossa salvação, forçando a humanidade a voltar para Deus sem permitir-nos a liberdade de escolha, porém Jesus estava disposto a dar sua vida e tomar sobre Si os nossos pecados.
De acordo com seu plano, Deus providenciaria uma Terra para vivermos, onde seríamos provados e esqueceríamos nosso lar celestial. Sem essa lembrança precisaríamos escolher entre o bem e o mal. Porém, antes de encarnarmos, fomos informados, que devido as nossas fraquezas todos pecaríamos, mas um Salvador seria enviado a fim de vencer o pecado e a morte por meio da ressurreição. Nele devíamos crer, obedecer a Sua Palavra e seguir o Seu exemplo. Após nossa provação terrena cada um alcançaria a salvação.
 Embora não nos lembramos de quem éramos nos céus, o Pai Celestial lembra-se.
Devido a preferência de Deus por Jesus, Satanás rebelou-se, e junto com seus seguidores lutaram contra Jesus e seus anjos, resultando em sua expulsão e daqueles que o apoiaram, condenados a viverem na Terra como espíritos.

A BÍBLIA ENSINA QUE: 
Fomos nascidos em pecado e não como seres espirituais nos céus. Quanto ao plano de Deus, afirmado pelos mórmons, de nos fazer vir ao mundo com a finalidade de nos aperfeiçoar, há algumas incoerências, a saber:
a) Se estando com Deus não conseguimos ser perfeitos como seria possível alcançar a perfeição estando longe dele e rodeados pelo pecado?
b) A Bíblia diz que foram os nossos pecados que nos afastaram de Deus (Is 59.2). Se crermos na história contada pelo Livro de Mórmon teremos de admitir que Deus não pensou bem em seu plano, pois, de seres puros nos fez virar pecadores ( E Ele odeia o pecado).
c) Se esta foi a maneira magnífica encontrada por Deus para aperfeiçoar a santidade de seus filhos, com certeza não deu certo, já que apenas a minoria das pessoas  escolheram seguir as doutrinas e convênios da chamada, verdadeira Igreja, isto é, “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”, mais conhecida como “Igreja dos Mórmons”.
A Bíblia conta que nascemos no mundo, criados por Deus e recebemos desde o princípio um corpo terreno (Gn 1.1, 26,27), e a partir de Adão e Eva fomos contaminados pelo pecado (SL 51.5), mas para nos restaurar ao estado de pureza de quando Ele nos criou, Deus enviou ao Mundo o seu Filho para nos ensinar como voltarmos para Ele, e pelo seu sangue nos reconciliar consigo (Jo 3.16; Gl 4.4).
Não há como crer na Bíblia, que afirma que fomos criados do pó da terra e ao mesmo tempo no Livro de Mórmon que diz que tivemos uma vida pré-terrena, nos céus.
Quanto ao outro ensinamento do mormonismo, discordante da Bíblia, é a afirmativa sobre termos votado em Jesus para ser nosso Salvador.
Segundo a Bíblia, nós não o escolhemos, mas foi Deus quem escolheu enviar o seu único e amado Filho para nos resgatar do pecado: Leia Is 42.5,6,7;  Jo 20.21; Gl 4.4.
Observamos esta verdade em todos estes textos e muitos outros (basta você seguir os versículos apontados pelas concordâncias bíblicas). Em nenhuma parte da Bíblia encontramos qualquer vestígio de que estivemos presentes no céu quando houve o Grande Conselho. Achamos, no entanto, afirmativas que dizem que estávamos separados de Deus por causa de nossos pecados e  por causa disso Deus nos enviou Jesus para  nos resgatar do poder do pecado que imperava em nós (Sl 14.1-3;Is 53.6,11,12).
A Bíblia também é enfática em dizer que fomos escolhidos por Cristo, e nós não o escolhemos como pensam os mórmons. Só transcreverei dois versículos que afirmam essa verdade, embora a Bíblia esteja repleta de textos que falam do mesmo assunto:Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi e vos nomeei para que vades e deis fruto(...)” (JO 15.16) (Itálicos meu)
Efésios 1.4 diz que Ele nos escolheu antes da fundação do mundo:

“Nisto está a caridade (o amor): Não em que nós tenhamos amado a Deus, mas, em que Ele nos amou e nos enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.” (1Jo 4.10)

Observe que não houve participação nossa na escolha para um Salvador, mas foi Deus quem escolheu enviar seu Filho Jesus para nos salvar, e o próprio Jesus foi quem aceitou se entregar como sacrifício por nós.

O MORMONISMO ENSINA QUE:
 Deus é um ser de carne e osso. Eles defendem essa crença utilizando-se de textos como Dt 8.3 e Mt 4.4, os quais usam expressões como “a boca de Deus”, “o braço de Deus” etc.  Jesus é o filho primogênito de Deus, e somos seus irmãos mais novos. Jesus é Filho de Deus, assim como nós e todos os espíritos que tomaram ou tomarão um corpo nesta Terra. Toda pessoa que vem a Terra depende de Jesus para cumprir a promessa que ele fez no céu de ser nosso Salvador.  Ele é um dos espíritos, que assim como nós, recebeu um corpo na Terra.
Segundo o ensinamento mórmon, quando a Bíblia refere-se a Jesus como sendo maior do que todos, ela o faz pelas seguintes razões: Por ele ser o Filho mais velho; Pela sua condição na carne, sendo filho de mãe mortal e pai imortal, ter ressuscitado e sido glorificado; Sua escolha e pré-ordenação como Salvador; Sua ausência de pecado.
Pela aceitação do Evangelho podemos nos tornar filhos de Jesus Cristo, isto é, nascemos de Deus por meio da obediência e assim, receberemos a exaltação e até a condição de Deus.

A BÍBLIA DIZ:
 Jesus é Deus e não apenas nosso irmão mais velho. Ele é superior a tudo e a todos. Leia Mt 1.23; Is 9.6; Jo 1.1-3; 1 Co1.13-18; Hb 1.8 e observe o seguinte:
Em Mt 1.23, o seu próprio nome, Emanuel, quer dizer Deus Conosco.
Em Isaias 9.6, um de seus nomes é Deus Forte.
Jo 1.1-3, o apóstolo João narra que Jesus (chamado de o verbo, isto é, a Palavra), estava desde o princípio com Deus e era Deus e tudo foi feito por ele.
Ao falar sobre o Pai, Jesus disse: “Quem vê a mim vê ao Pai”. (Jo 14.7-9). E, “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30), isto é, não há um maior do que o outro e ambos têm a mesma essência divina.
Paulo (1 Co1.13-18) confirma as palavras de Cristo ao dizer que Ele não é apenas o Filho de Deus, mas é a própria imagem do Deus invisível. Ou seja, quem vê a Ele vê ao Pai. O escritor aos hebreus (1.10) declara que o próprio Pai chama Jesus de Deus e diz que Ele (o próprio Jesus) criou tudo.
Jesus não é apenas um espírito irmão de Lúcifer, mas é o seu Criador, pois todos os principados e potestades foram criados por ele (1 Co1.13-18)
É importante repararmos que quando a Bíblia fala de Jesus como o primogênito da criação, não significa que ele foi o primeiro a ser criado. Algumas vezes, a designação de “primogênito” tem o sentido de “preeminência”, ou seja, de “Cabeça”, de “Maioral”, “Aquele que ocupa o primeiro lugar”.
Podemos observar isso nos Sl 89.27, onde diz que Davi ocupava o lugar de primogênito. É óbvio que isso não pode referir-se ao fato de Davi ter sido o primeiro rei, no sentido literal, porque o primogênito dos reis de Israel (o primeiro) foi Saul, no entanto, Davi era primogênito no sentido em que é explicado no próprio texto, isto é, ele recebeu o lugar “mais elevado” do que todos os demais reis que o antecederam ou lhe sucederam.
É nesse sentido que Jesus é o primogênito da criação, ou seja, Ele ocupa o primeiro lugar no ato da criação, porque tudo foi feito por Ele e para Ele, conforme lemos nos textos acima.
Se assim não fosse Ele não poderia ser denominado “as primícias dos que dormem”, porque outros haviam morrido e até ressuscitado antes dele. Mas ele é denominado “as primícias”, ou “o primogênito dos mortos”, porque foi o único que ressuscitou e não morreu novamente, tornando, com isso, a sua ressurreição mais excelente do que a de todos que morreram antes e depois dele (Lázaro, por exemplo, ressuscitou antes de Cristo, porém tornou a morrer).
De acordo com a Bíblia, o motivo pelo qual Satanás foi expulso do céu, nada tem a ver com a disputa pela nossa salvação, conforme afirmam os mórmons. Todavia, o motivo de sua queda foi a soberba (orgulho), pois pretendia ser igual a Deus, conforme observamos no texto de Is 14.12-20.
Em relação à doutrina mórmon que afirma ser Deus de osso e carne, baseados em textos que falam da boca de Deus, do braço de Deus etc, podemos entender que não é isso que a Bíblia quer dizer com tais expressões, porque se buscarmos outros textos como Hb 12.24 que diz que “Deus é um fogo consumidor” poderemos  perguntá-los se Deus é uma fornalha; Ou se lermos o Sl 91.4, o qual afirma que sob suas asas estamos seguros, poderemos lhes indagar: Seria Deus um pássaro?
Talvez os líderes do mormonismo nunca ouviram falar de linguagem denotativa e conotativa. Se interpretarmos a Bíblia somente no sentido literal (denotativo) muita coisa não fará sentido algum. Imagine se alguém for levar ao pé da letra Mateus 5.29 (Quantos crentes cegos e manetas teríamos! E se a lista de amputação continuasse, não teríamos mais ninguém no mundo).
Pense em todos os cristãos executando literalmente a ordem de Mateus 18.6. Quantos suicídios e assassinatos “santos” não seriam cometidos! (Para você ter uma ideia do que é capaz uma interpretação errada dos textos bíblicos, recomendo que assista o fime “A letra que mata”).
É para evitar esse tipo de erro que se faz necessário o conhecimento das regras da hermenêutica (orientação à correta interpretação bíblica).
Segundo a Bíblia, Deus é espírito e assim sendo, não possui carne nem ossos (Jo 4.24). Jesus ainda estava na Terra e para provar que ainda estava em carne disse aos seus discípulos que se fosse um espírito, não teria carne nem ossos ( Lc 24.39).
Obs.: Creio que os seres celestiais possuem corpos, porém não um corpo humano (de carne e ossos), mas, o mesmo corpo que o apóstolo Paulo disse que possuiremos no céu, “um corpo glorificado” (1 Co15.40, 50-53).

 O MORMONISMO ENSINA QUE: 
Deus tem várias esposas, portanto temos mãe nos céus e não apenas pai. Os santos dos últimos dias (como se autodenominam os mórmons) ensinam, também, que o casamento é para a eternidade. Seu cônjuge terreno deverá ser o mesmo na eternidade, proibindo por isso que os viúvos se casem novamente.
Acreditam que Deus não apenas recomenda, mas ordena o casamento, e baseiam seus argumentos na união de Adão e Eva, dizendo ter sido realizada pelo próprio Deus que ordenou para multiplicarem-se e povoarem a Terra (Gn 1.28), ordem esta a qual chamam de primeiro grande mandamento.
Ensinam, também, que o casamento não é apenas uma união terrena para satisfazer as necessidades desta vida, mas deve perdurar por toda a eternidade, proporcionando honras e alegrias neste mundo e glória e vidas eternas nos mundos vindouros (Pois nos céus os casais terão filhos espirituais). O homem ou a mulher não podem alcançar a exaltação no reino de Deus se estiverem solteiros, pois Deus fez macho e fêmea, conforme sua imagem (dessa interpretação é que apóiam sua doutrina de que temos Pai e Mãe nos céus).
Se o casamento for celebrado somente no civil ou por outra autoridade senão num templo dos SUD (Santos dos Últimos Dias, isto é, mórmons), ele é válido apenas nesta vida, mas se for feito no templo deles é válido para a eternidade e isto também nos dá o direito de continuarmos com os nossos filhos. Na glória celestial há três céus ou graus: E para obter o grau mais elevado, o homem precisa entrar nesta ordem do sacerdócio (o convênio do casamento). Portanto, quem casa-se para a eternidade alcança a mais alta posição que é a exaltação ou deidade (seremos deuses) e teremos filhos espirituais.
Abaixo, registrarei um de seus hinos que retrata bem a crença sobre a paternidade e a maternidade celestiais:

Ò Meu Pai
Ó meu Pai tu que habitas na real celeste mansão
Quando verei a tua face em tua santa habitação?

Tua morada sempre fora de minh’alma doce lar?
E na minha alegre infância pude ao teu lado habitar?

Tu ao mundo me mandaste por teu glorioso poder
E esqueci-me das lembranças de meu pretérito viver!
Às vezes ouço em segredo: “Um estranho és aqui.”
Bem sei que sou um peregrino de outra esfera em que vivi.

Pelo Espírito Celeste chamar-te Pai eu aprendi

E a doce luz do evangelho deu-me vida, paz em ti
Há somente um Pai Celeste? Não, pois temos mãe também
Esta verdade tão sublime nós recebemos do além!

Quando deixar a humana vida este frágil corpo mortal
Pai e mãe verei contente na mansão celestial
E terminada a tarefa que mandaste executar
Dá-me santo assentimento para ao teu lado sempre estar.

(grifo meu)

 A BIBLIA ENSINA QUE: 
Quando perguntaram a Jesus com quem certa mulher, que fora casada com sete irmãos, se casaria no céu, ele respondeu:
“Errais não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus. Porque, na ressurreição, nem casam, nem são dados em casamento; mas serão como os anjos no céu (Mt 22.29,30)
Ao mostrarmos essa passagem bíblica (Mt 22.29,30), os mórmons defendem-se alegando que ninguém se casará no céu, mas os que já eram casados aqui na Terra continuarão casados.
Porém, em Lc 20.27-36, Jesus afirmou e enfatizou que o casamento é coisa desta vida. O apóstolo Paulo disse que a mulher casada está ligada ao marido enquanto ele viver (1 Co 7.39), e nada disse sobre o casamento para a eternidade.
Quanto a afirmativa dos mórmons de que se preservarmos nosso casamento seremos deuses, é muito antagônica a Bíblia que diz que seremos como os anjos (Mt 22.30).
 O grande problema dos mórmons é que eles não conseguiram compreender as palavras de Jesus: “O meu Reino não é deste mundo.” (Jo 18.36). Por isso, querem levar a vida terrena para os céus. No entanto, as coisas dos céus são muito superiores às da Terra, e segundo o apóstolo Paulo, nenhum ouvido nunca ouviu, nem olho nunca viu e nunca desceu ao coração do homem, o que Deus tem preparado para os seus (1 Co 2.9).
Portanto, é melhor não cometermos a imprudência de tentarmos comparar as coisas celestiais com as da Terra, porque o profeta Isaias disse que os pensamentos e os caminhos de Deus são mais altos que os nossos (Is 55.8, 9)

O MORMONISMO ENSINA QUE:
 O batismo pelos mortos ou por procuração é um ritual realizado pelos SUD, no qual os mortos são batizados em lugar de pessoas que já morreram, a fim de salvá-las. Para tanto, é de suma importância que compilem registros genealógicos dos antepassados, a fim de se fazer o batismo para a redenção de seus mortos. A partir dos doze anos de idade, os filhos dos mórmons podem participar desse ritual, sendo batizados e confirmados em nome dos seus antepassados. Assim como acontece na Terra, os que se arrependerem no mundo espiritual receberão a redenção, alcançando a liberdade. O evangelho revelado ao Profeta Joseph Smith já está sendo pregado aos espíritos em prisão, aos que morreram sem o conhecimento do evangelho. Joseph Smith e todos os apóstolos que viveram sob administração dele, assim como os élderes (missionários mórmons) que já partiram desta vida, estão pregando o evangelho a eles. Fundamentam essa doutrina em 1 Pe 3.18-20 e 1 Co 15.29

A BÍBLIA ENSINA QUE: 
Quando o apóstolo Paulo refere-se ao batismo pelos mortos (1 Co 15.29), é importante observamos o seguinte:
a) O Versículo 29 diz: “Doutra maneira que farão os que se batizam pelos mortos se os mortos não ressuscitam? Porque batizam eles pelos mortos?”
Observe as palavras destacadas “os que”, que é todo o diferencial para não cairmos nesse tipo de erro doutrinário.
b) Quando se trata dos cristãos, Paulo não usa mais o termo “os que”, mas, “nós”: “Por que estamos nós também a toda hora em perigo?”
Se fosse prática da Igreja Primitiva batizar pelos mortos, o texto deveria ser escrito da seguinte maneira: “Doutra maneira que faremos nós que batizamos pelos mortos? Porque batizamos nós pelos mortos?”
No entanto, somente no versículo 30 é que o apóstolo retorna a falar dos cristãos, usando o termo “nós”, dizendo: “Por que estamos nós também a toda hora em perigo?”
O apóstolo Paulo estava mostrando aos cristãos de Corinto (os coríntios) que a crença da ressurreição não é só nossa. Até eles (que não são cristãos) creem que haverá ressurreição, e a prova disso é que eles batizam pelos mortos (Se cressem que tudo acabaria com a morte não fariam isso).  Então, em seguida, faz os irmãos pensarem:

 “Porque nós vivemos correndo perigo?”, em outras palavras, Paulo estava perguntando o seguinte: “Será que faz algum sentido vivermos toda hora à beira da morte se não crêssemos que um dia tornaremos a viver?”

Além do mais, não é inteligente ler um livro escolhendo partes e rejeitando outras. Ou cremos ou não cremos. E se a Bíblia for lida por inteira (respeitando-se o texto e seus contextos) haveremos de encontrar muitas passagens que excluem essa possibilidade apontada pelos mórmons, como por exemplo, em Hebreus 9.27, que diz que, ao homem está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo.

Observe: Depois da morte virá o juízo, não evangelização aos mortos, como ensinam os mórmons.
Deus trata a cada um de acordo com a compreensão que possuem acerca das Verdades divinas, pois a Sua Palavra diz que ele não leva em conta o tempo da ignorância (AT 17.30). Não precisa, portanto, que alguém vá aos mortos consertar as coisas.
Quanto à desesperada busca dos mórmons pela genealogia de seus parentes, veja o que diz Tito 3.9 e 1Tm 1.4.

O MORMONISMO ENSINA QUE: 
Na morte, os justos serão recebidos em um estado de felicidade chamado paraíso, um estado de descanso, de paz, onde descansará de todas as suas aflições e tristezas, mas, permanecem fazendo o trabalho do Senhor. O ímpio, aqueles que foram maus, serão atirados nas trevas exteriores, sendo levados cativos pela vontade do diabo e assim permanecerão sofrendo. Tanto justos como ímpios permanecerão em seu estado até o momento da ressurreição. Porém, os espíritos podem progredir de um para outro lado se aprenderem os princípios do evangelho.
Sobre 1 Pe 3.18-20, dizem que os tais espíritos em prisão, são os espíritos daqueles que ainda não receberam o evangelho de Jesus Cristo e podem ser seduzidos tanto pelo bem quanto pelo mal. Também estão em prisão o espírito daqueles que rejeitaram o evangelho quando estavam na Terra. Esses espíritos sofrem uma condição conhecida como inferno. Após sofrerem completamente pelos seus pecados ser-lhes-á permitido herdar o mais baixo dos graus de glória, que é o reino Teleste (é isso mesmo, Teleste, não Celeste).

A BÍBLIA ENSINA QUE: 
Cada um será julgado segundo as suas obras (Jó 34.11; Jr 32.19; Mt16.27; 2 C0 5.10; Ap 22.12), e apenas os que creem (Mc 15.16; Jo 3.18;Jo 5.24; 6.40, 47; 20.31). Genealogias e orações pelos mortos de nada adiantam, pois a cobrança será individual, e, se os mortos dependem do batismo dos vivos, as obras serão destes, não daqueles, além de que estará condenado qualquer espírito que, por ventura, não conste na genealogia da família.
Em Apocalipse encontramos o alerta para sermos “fiéis até a morte” - Ap 2.10, e o próprio Deus disse que não tem prazer na morte do ímpio, mas que todos se arrependam (Ez 18.32). Porque que Ele só referiu-se a morte do ímpio (não tem prazer) e não disse o mesmo sobre a dos justos? Não seria porque, conforme afirmou o escritor aos Hebreus (9.27), após a morte segue-se o juízo?
Todo o processo de conversão é feito enquanto formos vivos, conforme demonstra o texto de Mc 16.16 que diz que devemos pregar o evangelho por todo o mundo e “Quem crer e for batizado será (futuro) salvo e quem não crer será (futuro) condenado”. Jesus não deu esta ordem a seus discípulos mortos, mas enquanto vivos, para pregarem aos vivos e suas escolhas definiriam seus futuros (salvos ou condenados).
Também é antagônica à Bíblia a doutrina que afirma que se os espíritos dos mortos, após receberem o evangelho (dos mórmons) se arrependerem poderão mudar de “estado”, do inferno para o céu, pois,  na parábola do rico e Lázaro, na qual o rico pediu permissão para que Lázaro lhe refrescasse, molhando-lhe a ponta de sua língua, Abraão lhe respondeu que não era permitido passarem de um lado para o outro (Lc 16, 26).  Não houve chance de arrependimento e mudança de lado, contrariando o que afirma a doutrina mórmon.

O MORMONISMO ENSINA QUE: 
Há quatro reinos:
1)    O Reino Telestial- É o mais baixo grau de glória, para onde vão os ímpios após pagarem pelos seus pecados.
2)     O Reino Terrestrial – Para onde vão as pessoas boas que não foram mórmons.
3)    O Reino Celestial – Para onde vão os mórmons que se casaram no templo e se tornaram dignos, chegando à exaltação ou deidade.
4)    O Inferno ou Segunda Morte – Para os mórmons apóstatas, o diabo e seus anjos.

O MORMONISMO ENSINA QUE: 
Embora o sacrifício de Jesus seja válido, o seu sangue não é suficiente para perdoar todos os pecados. Existem pecados que exigem o sacrifício do próprio pecador para ser purificado.

A BÍBLIA ENSINA QUE:
 “Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, o seu Filho nos purifica de TODO O PECADO” (1 Jo 1.7). 

 Também é compatível com a Palavra de Deus (mas antagônica ao Livro de Mórmon), que ninguém será salvo por porque merece, mas, pela graça (favor de Deus), é dom (presente) de Deus     (Ef.2.8,9; Rm 5.17, 18; 1Pe 1.9)

CONCLUSÃO: 
O mormonismo defende a ideia de que o Livro de Mórmon é equiparado a Bíblia e a complementa, mas o que realmente observamos é que ela distorce e nega as verdades bíblicas, ora acrescentando, ora modificando-a completamente.
Deixo registrado o alerta paulino, para todos quantos lerem este texto:
“Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho, além do que já ouvistes, seja anátema (amaldiçoado)”. (Gl 1.8)
Oremos, pois, para que o Espírito Santo abra os olhos espirituais de todos quantos estão sendo enganados, e mostre-lhes o Evangelho genuíno.

Fique na doce Paz do Senhor Jesus,
Um abraço,
Leila Castanha
01/2014


BIBLIOGRAFIA:

RINALDI, Natanael e Romeiro, Paulo. Desmascarando as Seitas: Mormonismo. São Paulo: CPAD, 2005
SMITH, Joseph. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja. São Paulo: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, 1996.
DIAS, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos. Princípios do Evangelho. São Paulo: 1995.
DIAS, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos. O Livro de Mórmon: Outro Evangelho de Jesus Cristo. Salt Lake City, Utah, EUA, 1830.

Bíblia Sagrada, versão Almeida Revista e Corrigida.

O LIVRO DE MÓRMON E A BÍBLIA



Se você ainda não conhece a história do mormonismo, aconselho a ler primeiro o texto anterior, intitulado “A Historia do Mormonismo”, a fim de que você consiga compreender melhor o assunto que trataremos.
O Livro de Mórmon, segundo seus adeptos, foi escrito originalmente, em Egípcio Reformado, por homens de épocas passadas, e traduzido por um único homem por poder divino, sendo testemunhado por onze testemunhas. Quanto ao Urim e Tumim, assim como o peitoral no qual estavam presos, o anjo Morôni (o mesmo que lhe revelara onde estavam as placas de ouro que deram origem ao seu livro sagrado) o proibiu de mostrá-los a alguém, salvo àqueles que ele permitisse, sob pena de ser destruído. O problema é que nunca foi descoberta qualquer língua que fosse ou se equiparasse ao egípcio reformado, da qual Smith diz ter traduzido O Livro de Mórmon com a ajuda divina, por meio do Urim e Tumim (instrumentos usados pelos sacerdotes hebreus para entenderem a vontade de Deus) e, que, para ele, serviu como tradutor desse estranho idioma. Além disso, não existe nenhuma cópia do original porque, segundo seu fundador, após a tradução, a placa de ouro da qual se traduziu o Livro foi devolvida ao anjo Morôni. Assim sendo, o Livro de Mórmon não pode ser crido como livro religioso por mentes pesquisadoras (que não aceitam o que ouvem sem refletir), nem tem valor como livro histórico, por não haver comprovação científica de seus escritos.
Os mórmons alegam não crerem na existência de um Cânon Bíblico já concluído (Catálogo dos livros reconhecidos como inspirados), porque, segundo eles, Deus continua a revelar novas informações à Igreja. Por isso o Livro de Mórmon contem textos que dizem que não devemos supor que toda a revelação divina se encontra na Bíblia. Eles dizem aceitar quatro livros como Escrituras (Escritos sob a influência do Espírito Santo), os quais são: A Bíblia, o Livro de Mórmon, Doutrinas e Convênios e Pérola de Grande Valor. As palavras dos profetas vivos também são aceitas como escrituras.
Sobre a Bíblia, creem de forma parcial, alegando o seguinte: “Cremos ser a Bíblia a Palavra de Deus, enquanto seja correta sua tradução” (Regra de Fé1:8)
Em relação ao Livro de Mórmon afirmam que, segundo as palavras de Smith, esse livro é “o mais correto que existe e a pedra angular de nossa religião, e que um homem pode se aproximar mais de Deus observando os seus preceitos do que de qualquer outro livro(HISTORY IF THE CHURCH, 4:461) – (itálico meu)
Creio que fica evidente que para os adeptos do mormonismo, o Livro de Mórmon não é, conforme dizem, equiparado a Bíblia, mas superior a ela.
Doutrinas e Convênios contêm revelações sobre a Igreja de Jesus Cristo conforme sua restauração nos últimos dias, definem o ofício dos sacerdotes e suas respectivas funções, contém revelações, que segundo eles, ficaram perdidas para o mundo por centenas de anos, explicam algumas doutrinas extraídas da Bíblia e também relata profecias para o futuro.
O outro livro sagrado dos mormos é Pérola de Grande Valor, que é composta pelo Livro de Moisés, o Livro de Abraão e alguns inscritos de Joseph Smith. O Livro de Moisés narra algumas visões e escritos de Moisés, revelados a Smith, em junho de 1830, as quais esclarece algumas doutrinas que haviam sido perdidas da Bíblia e dá informações adicionais sobre a criação da Terra.
O Livro de Abraão contem informações sobre a Criação, o evangelho, a natureza de Deus e o sacerdócio e foi traduzido pelo profeta Joseph Smith de rolos de papiro tirados de catacumbas egípcias.
Os escritos de Joseph Smith incluem parte da tradução da Bíblia feita por ele, seleções de History of the Church  (outro de seus livros) e as regras de fé.
A Bíblia foi formada a partir de vários livros, encontrados no decorrer dos séculos. Sua autoria pertenceu a pessoas diferentes, de épocas diferentes e de diversas profissões. Originalmente, o Antigo Testamento foi escrito em hebraico, sendo algumas partes em aramaico, e o Novo Testamento em grego, línguas estas conhecidas por várias pessoas, o que possibilitou fazer diversas traduções dos livros sagrados por diferentes indivíduos versados em tais idiomas. O ajuntamento desses livros formou a Bíblia, cujo nome significa “Coleção de livros pequenos”. Comprovada a existência de diversos originais, bem como registros históricos e científicos, ela é respeitada por seu valor histórico, mesmo por céticos que não a aceitam como livro sagrado.
Leia neste blog o texto intitulado “A Bíblia, o livro” (Parte I e II) e veja a história da Bíblia.
O Livro de Mórmon é baseado na narração de duas grandes e principais civilizações as quais são denominadas nefitas, lamanitas e jareditas, raças estas que a ciência nunca conseguiu comprovar sua existência. Inclusive, segundo o Livro de Mórmon, os lamanitas eram povos oriundos de Jerusalém, dos anos 600 a.C. e deles derivaram os principais antepassados dos índios americanos, sendo, portanto, descendentes dos hebreus. O problema é que a ciência afirma que os índios americanos são de origem mongolóide (asiática).
A Bíblia (especialmente o Antigo Testamento) trata a respeito de um povo amado por Deus, os hebreus, e conta seus conflitos terrenos e espirituais, assim como faz alusões a nações e cidades gentias (não judeus), inclusive, no Novo Testamento. Lugares estes, comprovadamente existentes, sejam na época atual ou pertencente à época da história dos tempos bíblicos.
Em O Livro dos Mórmons encontra-se uma história cujo personagem principal é um profeta judeu por nome Alma. Esse nome significa “donzela, virgem ou donzela desposada”, um nome, cujo significado não condiz com um profeta de Deus, segundo a tradição judaica.
A Bíblia mostra, por meio de seus escritos, que, segundo a tradição dos hebreus os nomes eram cuidadosamente escolhidos de acordo com seus significados. Assim vemos: Isaque, que significa “riso”, porque sua mãe, Sara, riu-se incrédula ao ouvir que teria um filho (porque ela já era velha); Samuel, cujo nome significa “Ouvir de Deus”, foi assim chamado porque Deus ouviu a oração de sua mãe que lhe pedia um filho; Jacó, que quer dizer “usurpador”, recebeu esse nome porque ao nascer veio agarrado à perna de seu irmão gêmeo, como se quisesse usurpar seu lugar, nascendo primeiro. Esaú, o gêmeo de Jacó, cujo nome significa “peludo”, foi assim chamado porque era um bebê ruivo e peludo; José, que significa “Ele acrescenta”, recebeu esse nome porque sua mãe era estéril e Deus lhe acrescentou um filho; O nome Jesus, significa “Salvador”, porque ele encarnou-se com a missão de salvar os pecadores; Saulo, cujo nome Jesus mudou para Paulo, que significa “pequeno”, porque ele precisava compreender que era um ser pequeno (que ele não era ninguém) para querer perseguir o povo de Deus. E assim por diante, sempre que se colocava um nome em alguém, os hebreus (povo de Israel) pensavam em seu significado. Segundo estudiosos da Bíblia, Alma não é um nome propício a um profeta hebreu.
OUTRAS DISCREPÂNCIAS NO LIVRO DE MÓRMON
·         A última palavra do Livro de Alma (38.15) é “Adeus, meu filho”. Sendo a palavra “Adeus” uma saudação em francês, traduzida na língua inglesa, é impossível constar no chamado Livro de Mórmon, por ser sua origem, de 600 a.C., época esta em que a língua francesa ainda não existia, pois esta só foi formada a partir de 700 d.C.
·         O Livro de Mórmon é defendido pelos seguidores do mormonismo como sendo o possuidor da Plenitude do Evangelho, isto é, que possui o evangelho completo, porque lhes foi revelado através da tradução das Placas de Ouro, que Cristo, após sua ressurreição, visitou o continente americano e aqui concluiu o seu ministério.
 O problema é que Jesus ressuscitou por volta do ano 33-34 d.C. e os mórmons dizem que seu Livro (O Livro de Mórmon) é de 600 a.C. Como pode isso ser possível?
·         No Livro de Alma (46.15), fala de um grupo chamado cristão, no entanto, Lucas narra, em At 11.26 que a primeira vez que os discípulos de Jesus foram chamados de cristão foi em Antioquia.
·         Para provarem que é a verdadeira Igreja, os mórmons dizem que em seu corpo de liderança possuem apóstolos e profetas e apóiam seus argumentos em Efésios 2.20, o qual diz:  
“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina.”
No entanto, esquecem-se de observar o seguinte:
A)   A Bíblia não diz que a Igreja está edificada sobre os apóstolos e profetas, mas sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, que é Jesus Cristo.
B)   Se o fato de possuírem apóstolos e profetas for a prova máxima de que a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (nome da Igreja dos Mórmons)fosse a verdadeira religião, eles estariam com problemas porque a ordem apontada por Paulo é: primeiro, apóstolos e depois profetas, e na Igreja dos Mórmons é ao contrário,  primeiro vem os Profetas para depois vir os Apóstolos.
C)   Se esse fosse (porque não é) o termômetro a se medir a verdadeira Igreja de Cristo, eles teriam de admitir que toda ramificação do mormonismo, como por exemplo, a Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que se rebelou contra a original e foi formada sob a liderança de Joseph Smith III, filho do fundador,  também é  a verdadeira religião (Porém eles não admitem isso).
 O nome do livro sagrado dos mórmons é:
LIVRO DE MÓRMON
OUTRO TESTAMENTO DE JESUS CRISTO.
Vou parar por aqui, e em nosso próximo encontro trataremos das doutrinas fundamentais dos mórmons.
Por ora, finalizo com as palavras de ambos os livros, sobre a Bíblia Sagrada e sua veracidade.
Assim diz O Livro de Mórmon:
“Portanto, porque tendes uma Bíblia não deveis supor que ela contém todas as palavras minhas; Nem deveis supor que eu não fiz com que se escrevesse mais.” (2Néfi 29.10)
Assim diz A Bíblia:
“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho, além do que já vos tenho anunciado, seja anátema (amaldiçoado)”. (Gl1.8)
Um abraço, e até a próxima se Deus nos permitir,
Em Cristo,
Leila Castanha
01/2014
Até a
Um
Da



HISTÓRIA DO MORMONISMO



O mormonismo foi fundado por Joseph Smith Júnior que, juntamente com mais cinco pessoas, em 6 de abril de 1830 organizou a “Igreja dos Mórmons”. O nome “mórmon” pelo qual os adeptos do mormonismo são chamados refere-se ao fato de serem seguidores da doutrina do Profeta chamado Mórmon, assim como o nome “cristão” refere-se aos que seguem a doutrina de Cristo.

Segundo os adeptos do mormonismo, “O Livro de Mórmon”, que é o seu mais importante livro e que, segundo eles, é comparável à Bíblia, foi escrito por vários profetas antigos e registrado em placas de ouro pelo profeta-historiador, cujo nome era Mórmon (Por isso o livro recebeu esse nome).

Orando em um bosque, em 1820, aos catorze anos de idade, Smith teve uma visão na qual perguntou a Deus, qual era a verdadeira religião, a fim de unir-se a ela. A resposta foi que nenhuma era a verdadeira, porque todas estavam erradas e seus credos (suas crenças) eram abominação à sua vista. Nos quatro anos seguintes (1823 e 1827), ele recebeu a visita de um anjo, chamado Morôni (filho do profeta Mórmon), que ressurreto e glorificado, aparecera-lhe em visão e lhe revelara a sua missão de traduzir o livro que seu pai escrevera e que ele mesmo acrescentara algumas coisas e depois havia escondido.

Segundo Smith, em 21 de setembro de 1823, esse anjo apareceu-lhe em visão, estando ele em sua residência, e lhe confidenciou que em um monte chamado Cumora, que ficava perto de Palmyra, em Nova Iorque, havia um livro escrito sobre placas de ouro, escondido pelos antigos habitantes do continente americano, e que continha a plenitude do Evangelho.

Finalmente, em 22 de setembro de 1827, Joseph Smith foi instruído pelo anjo a ir retirar as placas de ouro, e, seguindo as suas orientações, realizou escavações no local indicado e as encontrou juntamente com Urim e Tumim (duas pedras em aros de prata, presas a um peitoral) que lhe ajudaram a traduzir as inscrições que estavam em hieróglifo do Egito reformado. Quanto ao Urim e Tumim, assim quanto ao peitoral no quais estavam presos, Smith narra que o anjo Morôni o precavera de não mostrá-los a ninguém, salvo àqueles que lhe fosse ordenado mostrar, pois se o desobedecesse seria destruído.

Essas pedras (Urim e Tumim) lhe serviram como instrumentos milagrosos para a tradução. Assim, Joseph Smith ditava o texto a um dos escreventes com os quais trabalhava e o resultado foi “O Livro de Mórmon”, que foi publicado, pela primeira vez, em 1830.

A partir dessa tradução surgiu o “Livro de Mórmon” e nasceu a popularmente conhecida “Igreja dos mórmons”, cujo nome original é “Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias” (antes de receber esse nome, chamava-se “Igreja de Cristo”).

DO QUE SE TRATA O LIVRO DE MÓRMON

Em primeiro lugar, é o livro sagrado dos mórmons, que, segundo eles, é comparável à Bíblia, e contém a plenitude do Evangelho, isto é, contém o Evangelho completo.

O registro desse livro contém o relato de duas grandes civilizações, sendo uma delas vinda de Jerusalém no ano 600 a.C., e, posteriormente, dividiu-se em duas nações, denominadas nefitas e lamanitas. A outra nação é a dos jaredidas, que surgiu na época em que Deus confundiu as línguas na Torre de Babel. O Livro de Mórmon é, em suma, um registro destas civilizações (nefitas, lamanitas e jareditas).

Segundo o Livro de Mórmon, milhares de anos depois, todas as civilizações foram destruídas, exceto os lamanitas, de onde descendem os índios americanos.

O que, segundo os mórmons, faz o seu livro ser mais completo do que a Bíblia, é o fato de conter em suas páginas a história do ministério pessoal de Jesus nas Américas, após a sua ressurreição, narrativa esta não encontrada na Bíblia, que só narra o ministério de Cristo, pré e pós-ressurreição, entre os judeus.

O Livro de Mórmon contém 15 Livros (com exceção de um, que não é assim denominado), os quais são divididos em capítulos, como a Bíblia, mas são chamados de seção e designados pelo nome de seu autor, sendo, consecutivamente, os seguintes:

1º Livro de Néfi; 2ºLivro de Néfi; Livro de Jacó; Livro de Enos; Livro de Jarom; Livro de Ômni; As Palavras de Mórmon; Livro de Mosias; Livro de Alma; Livro de Helamã; 3º Livro de Néfi; 4º Livro de Néfi; Livro de Mórmon; Livro de Éter; Livro de Morôni.

SOBRE O FUNDADOR DO MORMONISMO:
Joseph Smith Júnior era oriundo de uma família de agricultores de Palmyra, no estado de Nova Iorque. Em 1843 (treze anos após fundar sua igreja), afirmou que recebera outra revelação que ordenava a prática da poligamia, o que provocou a hostilidade dos habitantes dessa região. Com um grupo de seguidores destruiu um jornal que o criticava, ocasionando sua prisão em Cartage (E.U.A.), porém, uma multidão furiosa o arrancou da prisão, juntamente com seu irmão Hyrum, e os assassinou, por linchamento (isto ocorreu em 27 de novembro de1844).

Afirma-se que o fundador do mormonismo, Joseph Smith, possuiu 27 esposas e 44 filhos.

Aí está a história do mormonismo, que é fundamentada, unicamente, nas visões de um único homem chamado Joseph Smith e, segundo seus adeptos, foi testemunhado por onze pessoas que dizem ter visto as placas de ouro. Não há como comprovar-se a existência destas placas, além da palavra de seu intérprete e das onze testemunhas porque, segundo Smith, após traduzi-las, as placas de ouro foram novamente entregues ao anjo Morôni que as têm sob sua guarda.

Atualmente, no mundo todo, esta seita conta com aproximadamente treze milhões de membros, graças ao incessante trabalho de seus missionários, denominados Elder, que significa, ancião.



 Deixo-vos a história do surgimento do mormonismo, assim como a de seu fundador, sob o alerta paulino: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho, além do que já vos tenho anunciado, seja anátema (amaldiçoado)” (Gl1.8)

OBS.: Devemos ter cuidado para não confundir o mormonismo com os mórmons. A “religião” é totalmente antagônica (contrária) à Palavra de Deus, por isso a denominamos como Seita (seus ensinamos são anti-bíblicos), mas nela existem muitas almas que necessitam de salvação. Aprendamos o lema do nosso Mestre: Aborrecer o pecado, porém, amar o pecador. Assim sendo, oremos por estas vidas e roguemos a Deus que nos capacite para lhes indicar o Caminho, aplicando-nos à oração e ao conhecimento da Palavra de Deus a fim de não sermos também levados por todo vento de doutrinas. Leia 2 Tm 2.24-26; 1 Pe 3.15; Cl 4.6 e observe como deve ser nossa conversa. E se você perceber que estas reuniões ao invés de edificação, produzirá discussões que a nada levam, melhor evitá-las conforme ensina a Bíblia (1 Tm1.4; Tito 3.9-11).



Por ora, despeço-me,

Em Cristo Jesus,

Leila Castanha

21/12/2013











sábado, 31 de agosto de 2013

DEVEMOS PEDIR PERDÃO A DEUS POR NOSSOS PECADOS DIÁRIOS?


Imagem extraída de: http://paraqoutrosvivam.blogspot.com

Analisando a promessa messiânica relembrada pelo escritor aos hebreus (10.18): “De vossos pecados não me lembrarei mais”, profecia esta registrada em Jr 31.33,34, é perfeitamente clara a palavra profética que implica em o sacrifício de Cristo ser suficiente para Deus não mais levar em conta os nossos pecados, bênção esta não alcançada pelo sacrifício de animais no A. T. (AntigoTestamento).
A grande diferenciação entre o sacrifício de animais (A.T.) e o sacrifício de Cristo (N.T.) está no valor da oferta perante Deus. O sangue dos animais tinha a função de encobrir o pecado do homem dos olhos de Deus, mas não podia justifica-lo. Isto é, a cada pecado necessitava-se de um novo sacrifício para adquirirem novo perdão de Deus. O homem era visto por Deus, como servo do pecado, logo, separado dele (Is 59.1,2). Não bastava uma confissão, apenas, precisava continuamente se oferecer uma vida inocente pela vida do pecador (Lv 1;  5).
O sacrifício de Cristo foi mais excelente que o primeiro porque apesar de fazer parte do novo concerto, ele selou o velho pacto cumprindo a lei  (Mt 5.17),  pela expiação  do seu sangue,  conforme o testemunho do apóstolo  Pedro , no qual diz que o  justo  (Cristo) morreu  pelos injustos (1 Pe 3.18), ou seja, conforme exigia a lei do A.T. (Hb 9.22), assim, Ele deu a sua vida em resgate de muitos (Mt 20.28; 1 Tm 2.6). Porém, como um novo concerto, seu sangue não apenas encobria o pecado dos olhos de Deus, mas os apagava (tirava o pecado - 1 Jo 3.5).
O sacrifício de animais exigia que o ato sacrificial fosse continuamente realizado, enquanto que, em relação ao de Cristo, era necessário que padecesse (sofresse, morresse e ressuscitasse) apenas uma vez (Hb 9.26-28). Isto porque ele não era simplesmente uma criatura de Deus, como os animais (usados como sacrifício no A.T),  mas era o próprio filho de Deus, que segundo ele mesmo declarara, com o Pai se fazia um (Jo 10.30), logo, seu sacrifício resultou no próprio sacrifício do Pai (2 Co 5.19). Jesus era o Cordeiro de Deus (Filho de Deus, enviado pelo próprio Deus – Jo 5.30;), por isso o poder de seu sangue é suficiente para nos purificar (limpar) de todo o pecado e nos justificar (nos tornar justos) perante os olhos de Deus.  Por isso podemos chegar a Sua presença, com confiança (Hb 4.16).
Devemos estar conscientes de que a Bíblia é enfática em dizer que como cristãos não devemos ter prazer no pecado, mas resisti-lo (Rm 6.11; 1Pe 2.24; 1Jo3.8; 1Jo 5.18). Para enfatizar a necessidade de não pecarmos, o apóstolo aos gentios (Paulo – Ef. 3.6,7) lança esta pergunta aos irmãos romanos (6.1): ”Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado para que a graça seja mais abundante?”, isto é, uma vez sendo justificados estamos livres para pecar?  Sua resposta foi uma extensa explicação na qual ele lhes diz que o fato de termos sido justificado do pecado não nos dá o direito de vivermos em pecado, raciocínio este defendido por João (1Jo 3.8,9).
Todavia, havendo possibilidade de falharmos, porque, conforme afirma o apóstolo Paulo, o pecado habita em nós (Rm 7.18-23), não devemos aceitá-lo passivamente, mas procurar viver no Espírito, crucificando a carne (Rm 6.6; Gl 2.20). Paulo afirma ainda que, sendo o pecado muitas vezes um ato involuntário (Rm 7.22,23), Deus não nos condena quando pecamos porque o sangue de Jesus já nos livrou de vez por todas da condenação imposta ao pecador, o que nos condena agora é a nossa atitude para com a graça recebida (abandonar os rudimentos da doutrina de Cristo). Veja Hb 6.4-6 . No entanto, algumas pessoas entendem que o texto de Hb 9.24-28, no qual afirma que era necessário que Cristo padecesse apenas uma vez para a remissão de pecados, evidencia que não se faz necessário pedirmos perdão por nossos pecados cometidos no dia a dia, já que Cristo já perdoou a todos eles (passados, presentes e futuros), de uma só vez. Porém, afirmação como esta anula outros textos, do próprio autor aos hebreus, como por exemplo, em 4.14-16.
Observamos que este texto evidencia a necessidade de nos humilhar perante sua potente mão (a fim de alcançarmos graça- v16), conforme confirma Pedro (1 Pe 5.6), e nos admoesta a ter confiança ( crer) ao entrarmos a sua presença (em oração), pois como sumo sacerdote (aquele que apresenta o pecado do homem a Deus a fim de que lhe perdoe), sendo o seu próprio sangue a expiação pelo pecado, ele terá misericórdia das nossas fraquezas, porque também já foi tentado, embora não pecou (Hb   4.16). Paulo, escreveu aos efésios (2.16-19), dizendo-lhes que não precisamos mais ter medo de  nos chegar a presença de Deus porque em Cristo (nosso sumo sacerdote), temos acesso a ele, e não somos mais estrangeiros, mas tornamo-nos família de Deus.
O mesmo ele diz em Hb 2.17, que podemos ir direto a Deus, sem medo (mas, em confiança), pois Cristo é um sumo sacerdote misericordioso e fiel. Vemos aqui, que a admoestação não é que não devemos pedir perdão por nossas falhas, mas que não precisamos ter medo de que ele não tenha “misericórdia e graça a fim de nos ajudar”, pois ele é misericordioso e fiel. Leia Rm 8.34. Ainda em Hb 3.1, o autor diz ser Jesus o sumo sacerdote “de nossa confissão”, logo, é claro a necessidade de confessarmos nossos pecados diários a ele.
Em Pv 28.13, encontramos as palavras do sábio Salomão: ”O que confessa o seu pecado e deixa, alcançará misericórdia”. Confessar (ato de reconhecimento) e deixar (ato de arrependimento). Tiago diz (5.15), que a oração da fé será capaz de perdoar pecados.  A oração da fé, nada mais é do que o entendimento de Hb 4. 16, isto é, que podemos ter confiança (fé) ao entrarmos na presença divina, mesmo que seja para  pedir-lhe perdão pelas nossas faltas cometidas. No Sl 32.15, o salmista diz ter sido imprescindível, para que Deus perdoasse-lhe o pecado, confessá-los à Ele.
Através da parábola do filho pródigo em Lc 15, Jesus também enfatizou a importância de se pedir perdão a Deus (o Pai) quando pecamos.  Especialmente nos vers 17-22, Ele demonstra que a reação do pai diante do afastamento do filho foi esperar que ele se arrependesse e voltasse, enquanto que a reação do filho ao compreender que havia pecado foi a de decidir confessar ao pai o seu pecado (v 17,18).Em outra ocasião, quando Jesus estava ensinando seus discípulos como orar, ele lhes deu um modelo, o  uinte lição: “Quando orardes dizeis assim: Pai nosso que estás no céu ... Perdoa as nossas dívidas assim como nós perdoamos a dos nossos devedores...” (Mt 6.9,12). “Perdoa (presente) as nossas dividas”, esta é a frase que nos interessa agora. Se não fosse importante pedirmos perdão a Deus pelos nossos pecados cotidianos, porque Jesus se daria ao trabalho de nos ensinar a fazê-lo?
O apóstolo S. João também compreendeu esta necessidade, pois que escreveu: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.  (1 Jo 1.9). No cp. 2.1, ele enfatiza que não devemos pecar, mas se pecarmos temos um advogado, Jesus, o Justo, no entanto, não podemos nos esquecer que ele antecedeu estas palavras  mostrando a necessidade da confissão para a obtenção do perdão dos pecados (a partir de sua conversão),  afinal, Deus não leva em conta o tempo da ignorância (At 17.30; 1 Tm 1.12,13).  Aí sim, uma vez se arrependido e pedido perdão, Deus não mais se lembrará deles (nem dos passados, nem dos presentes - Jr 31.33-34; hb 10.18). Veja o que diz 2 Cr 7.14: Ser humilde faz parte do caráter do autêntico servo de Deus.
A questão do pedir perdão pelos nossos pecados atuais, não fere a capacidade expiatória do sacrifício de Cristo, mas dá a Ele a chance de ser misericordioso para com nossas fraquezas, pois conforme S.Pedro (5.5) “Deus resiste ao soberbo (arrogante), mas dá graça (favorece) ao humilde. O próprio Jesus nos ensinou que devemos aprender duas qualidades com ele: Ser manso e humilde de coração (Mt 11.29).  Em Mt 5.3, no sermão da montanha, uma das bem-aventuranças que Jesus declarou aos seus discípulos foi a humildade ( ser pobre de espírito) .
Em hb 10.18 está escrito que “onde há remissão dos pecados, não há mais oblação (sacrifício) pelo pecado”, e nisto concordo plenamente. Se houve remissão (resgate), não se faz mais necessário pagar nenhum preço. O apóstolo Paulo nos explica esse raciocínio dizendo que fomos libertados do pecado, portanto, não devemos mais nos pôr debaixo da sua servidão (Gl 5.1). Agora, uma vez redimidos (resgatados) do pecado, a Bíblia deixa bem claro que se quisermos voltar para o domínio dele é por escolha nossa (Gl 5.16), pois, segundo Paulo, quando passamos a pertencer a Cristo, o pecado já não tem domínio sobre nós (Rm 6.14), por isso adverte-nos: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências (desejos carnais – v. 12).
Uma coisa é você pecar e outra, bem diferente, é deleitar-se no pecado. Podemos pensar coisas que não queremos (pecado involuntário), mas não é a mesma coisa de provocarmos estes pensamentos por atitudes que nos levarão a eles. Podemos cultiva-los, ou arranca-los de nossa mente. Um pensamento na mente é bem diferente de um pensamento no coração.
Pedir perdão por algum pecado cometido no nosso dia a dia, não invalida o sacrifício de Cristo, tornando-lhe a crucifica-lo,segundo o pensamento de algumas pessoas, pois, de acordo com as Escrituras, o único modo de tornar a crucificar a Cristo é se a pessoa obteve conhecimento (foram iluminados) e “recaíram”, conforme aponta Hb 6.1, 4-6. O nosso ato de confissão e pedido de perdão pelos nossos pecados, valida ainda mais o poder expiatório desse sangue, porque, diferente do sangue de animais (A.T), seu poder expiatório perdura enquanto a porta da graça estiver aberta.
Quando pedimos perdão a alguém não quer dizer que a pessoa a quem nos humilhamos só será capaz de nos perdoar se assim fizermos, mas o nosso pedido apenas demonstra nosso arrependimento pela nossa má conduta e a nossa humildade ao percebermos que erramos. Do mesmo modo como Deus sabe tudo o que precisamos e desejamos, e ainda assim Jesus nos disse que quem pede, recebe, quem  busca, encontra e à quem bate se abre (Mt 7.7,8), entendo que, embora  Cristo tenha já padecido pelos nossos pecados e nos “purificado”,  justificando –nos perante Deus, Ele quer que nos humilhemos diante dele quando o afrontarmos com nossos pecados.
Assim, uma vez arrependidos, podemos pedir seu perdão e o receberemos, porque o preço por nossa justificação já foi pago antecipadamente, na cruz do Calvário, através do sangue de Cristo (1 Pe1.18,19). O poder do sacrifício eterno de Jesus está em condicionar ao pecador arrependido a oportunidade diária de arrepender-se de seus pecados e acertar o alvo proposto pela sua redenção, a saber, uma vida de santificação, “sem a qual ninguém verá a Deus” (1 Ts 4.3;2 ts 2.13;  Hb 12.14).

Encerro esta reflexão com o Sl 51.17: “O sacrifício para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus”.


No amor de Cristo,

Leila Castanha





sábado, 10 de agosto de 2013

A FUNÇÃO DO PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO

imagem extraída de https://aminoapps.com/

A palavra “Profeta” vem do hebraico e a tradução mais comum é “nabi”.
Não é certa a significação original da raiz (NB’). Segundo alguns estudiosos, esta raiz significa “Ferver, borbulhar”, ao que muitos entendem o termo “Profeta” como sendo, “Aquele que ferve com a mensagem ou com a inspiração divina”.
Todavia, outros acham mais provável que Nabi esteja em conexão com uma raiz assíria ou árabe, que significa “proferir, anunciar uma mensagem”, e está em conformidade com Êxodo 7:1, onde está escrito o seguinte: “...Tenho te posto por deus..., e Arão,... será o teu profeta (mensageiro)”.
Sabemos que Arão foi enviado por Deus para entregar sua mensagem a Faraó, porque Moisés achava que não conseguiria falar. Deus, então, fez um acordo com Moisés  dizendo-lhe que lhe diria o que deveria dizer  ao rei, mas o autorizava a  passar a missão a Arão, que por sua vez seria o seu mensageiro. (Ex 4.14-16).
Só para constar, Arão era o irmão primogênito de Moises (3 anos mais velho), sendo a irmã do meio Miriã, e Moisés era  o caçula. Leia Ex 7.7.
A palavra “Profeta” no grego é “Prophetes”, que significa “alguém que fala por um deus e interpreta sua vontade”. Assim, de acordo com a Pequena Enciclopédia Bíblica, Profeta é “Alguém cujo ofício é servir como porta-voz de Deus, cuja mensagem é para admoestação ou predição”.
Apesar de Moisés ter servido como profeta (porta-voz de Deus ao povo), ser profeta ainda não era considerado um ofício, uma função reconhecida, como era a de sacerdote.
 Assim, a primeira pessoa que foi reconhecida como tal, foi Samuel. Ou seja, a partir dele, assim como havia o ofício de rei, de pastor de ovelhas, de artesão, de sacerdote, também havia o de profeta.
Após a vinda de Jesus à Terra,não houve mais esse oficio, na verdade, segundo a Bíblia, o último homem a ser reconhecido na função de profeta, foi João Batista. (Veja em Mt 11:13).Entenda: Reconhecido pelo nome de profeta como um cargo.
Deus instituiu homens para a função de profetas, isto é, Ele elegeu algumas pessoas para entregar seus recados ao povo. Isto ocorreu porque  na época de Moisés o povo teve medo de morrer caso Deus lhes falasse diretamente, então pediram que Moisés lhes falasse em lugar de Deus. Daí para frente, Deus falava com Moisés e este servia  de  porta-voz ao povo. (Leia Ex 19.17; 20;18,19; Dt 5. 1,4,5; 18.15,18).
Uma vez que Deus não falava mais diretamente com o povo, ele falava com eles através dos profetas. Por isso em Pv 29.18, Salomão diz: “Não havendo profecia o povo se corrompe”. Em outras palavras, nós podemos entender que, se não houvesse profetas (mensageiros de Deus), o povo se perderia em seus pecados.
Havia uma grande diferença entre “profetas” e “sacerdotes”, dois ofícios importantíssimos na época do Velho Testamento (da velha aliança de Deus com Israel). Os profetas eram como canais onde Deus se utilizava para falar com o povo. Já os sacerdotes, eram pessoas separadas por Deus para sacrificar a Ele em favor do povo.
No Antigo Testamento, isto é, no Antigo Pacto de Deus com Israel, quando alguém pecava devia levar um animal para que o sacerdote o sacrificasse para remissão do pecado do ofertante, a fim de que Deus os visse novamente  como um povo puro.
Então, podemos resumir da seguinte maneira: O homem falava com Deus através do sacerdote; Deus falava com o homem através do profeta. 
Os profetas no Antigo Testamento são classificados da seguinte maneira: Profetas Maiores e Profetas Menores. 
É importante que entendamos que esta classificação nada tem a ver com a importância dos profetas, mas com o tamanho de seus livros. Por exemplo, o livro de Isaias, Jeremias, Ezequiel e Daniel, são livros relacionados a profecias e ao mesmo tempo são mais extensos do que os demais livros proféticos, então, por essa razão foram classificados como Profetas Maiores. 
Os outros doze livros que são respectivamente: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum,  Habacuque,  Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias,  que também tratam de assuntos relacionados a profecias, são chamados de Profetas Menores, porque seus livros são menores que os outros.
Também são classificados como Profetas Orais e Escritores: Os orais são aqueles profetas que são mencionados em algum livro da Bíblia, mas não tem o seu próprio, como é o caso de Natã, que é um profeta mencionado no livro de 1 Samuel e não existe um livro com o seu nome. O mesmo acontece com os profetas Elias e Eliseu, cujos nomes são mencionados no livro de Reis, e nenhum deles possui o seu próprio livro.
Já os Profetas classificados como Escritores, são aqueles cujos nomes foram mencionados no próprio livro escrito por eles. É o caso de Isaias, Daniel, Jeremias, Jonas e demais citados acima.
No início Israel vivia sob o regime da teocracia (governo onde o próprio Deus era o governante), e o povo conhecia suas leis através dos profetas que lhes anunciavam: Deus dava a ordem ao profeta e ele passava ao povo. Veja por exemplo, Isaias 1. 2: “Ouvi, ó céus, e dá ouvido, ó terra, porque o Senhor é que fala ...”  (itálicos meus)
Observe: O profeta falava em nome do próprio Deus. Ele era apenas um mensageiro, enquanto que Deus era o autor da mensagem.
Em 2 Rs13.15-17, vemos uma historia onde um rei vai procurar um profeta para que ele lhe diga o que Deus ordena que ele faça. Era dessa maneira que funcionava a teocracia (o governo de Deus): Deus enviava sua palavra ao homem através do profeta, e recebia o povo através do sacerdote.
Porém, em uma determinada época, os israelitas não queriam mais ser governados por Deus e pediram para que  Ele lhes permitisse ter um rei humano, assim como era nas outras nações.
 Apesar de Deus ficar muito triste por ser rejeitado pelo seu povo e saber a grande bobagem que eles estavam fazendo, ordenou que Samuel (seu profeta) lhes dissesse que Ele atenderia o desejo deles, e a partir daí Saul foi constituído por Deus, como o primeiro rei de Israel (Leia 1 Sm 8.4-9).
Para finalizar, vamos relembra duas coisas sobre os profetas:
1º: O primeiro a ser reconhecido na função de profeta foi Samuel.
2º: O último a ser considerado profeta foi João Batista.
Portanto, devemos tomar cuidado com aqueles que assim se denominam dizendo ter o ofício (cargo) de profetas. Leia sobre isso no texto “Ainda existe o ofício de profeta?”.
Creio que Deus ainda usa seus profetas, pois o apóstolo Paulo fala que existe o dom de profecia (1 Co 12.10), no entanto, existem muitas “profetadas” (falsas profecias) no meio pentecostal que devem ser analisadas e julgadas, conforme nos admoesta a Palavra de Deus em 1 Coríntios 14.29.
Quando a profecia é da parte de Deus ela tem que se cumprir cabalmente, não em partes. Observe o alerta de Deus em Deuteronômio 18.21,22:
“Se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Sabe que, quando esse profeta falar em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder, como profetizou, esta é palavra que o Senhor não disse; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele.”
E, em relação aos que profetizam falsamente em nome do Senhor, fica a advertência do próprio Deus em Ezequiel 13. Leia e medite no quanto Deus se ira com aqueles que, em Seu nome dizem o que o Senhor não disse.
Leia a Bíblia, pois é a profecia que jamais falha. Não vá atrás de profeta, pois Deus há de falar com você, como e quando Ele quiser, ainda que o faça por meio de profecia. 
Profecia é um dos meios pelos quais Deus fala conosco, não o único. E, aliás, se Deus não mandava seus profetas do Antigo Testamento, que “trabalhavam” como Profeta, para falar toda hora com seu povo, mas só os enviava em casos especiais, por que hoje, quase todos os dias, ouvimos profetas profetizando sobre as coisas mais banais da vida?
Ore, peça sabedoria a Deus, pois Ele a dá (Leia Tiago 1.5,6 ). Fuja de qualquer movimento onde impere a emoção acima da razão, pois Deus não é Deus de confusão (1 Co 14.33).
Somos seres emocionais, todavia, não podemos nos esquecer de que, da mesma forma, somos seres racionais, conforme nos exorta o apóstolo Paulo ao aconselhar os irmãos de Roma a apresentarem a Deus um culto racional (com a razão, com o entendimento), conforme observamos no texto abaixo:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus que é o vosso culto racional.” (Rm 12.1).
Espero tê-lo ajudado com este texto. Qualquer dúvida ou comentário pode utilizar o espaço de comentário abaixo, ou utilizar meu e-mail que se encontra do lado direito do blog. 

Em Cristo,
Leila Castanha
02/2013

Observação: Os comentários degradantes e desrespeitosos a regras de fé aqui professas (direito de todo cidadão em um país laico), ou afrontas a religiões, serão excluídos. Opinar é permitido, desde que se faça de forma polida e civilizada.






sábado, 3 de agosto de 2013

A IMPORTÂNCIA DA GENEALOGIA DE JESUS


     O Livro de Mateus é o primeiro dos Evangelhos Sinóticos, embora alguns estudiosos da Bíblia acreditem que o Livro de Marcos foi escrito antes dele. O autor desse livro é o próprio Mateus, por isso recebeu o nome de “Evangelho Segundo São Mateus”, ou seja, “O Evangelho contado de acordo com Mateus”. Esse livro é o único do Novo Testamento escrito originalmente em hebraico.

     O livro de Mateus foi escrito aos judeus por cerca de 60 d.C. (depois de Cristo) e apresenta-lhes Jesus como  Rei . Ele enfatiza que Cristo era o Messias que viria para reinar sobre o seu povo (os judeus). Messias é a forma hebraica do nome Cristo que significa Ungido. 
Segundo a tradição judaica, aquele que fosse ungido por um sacerdote receberia autoridade para exercer o seu ofício, e, uma vez que os discípulos criam que Jesus era o Ungido de Deus que veio ao mundo a fim de realizar sua missão redentora e  levar o homem de volta a Deus, eles o chamavam de Cristo, que era o mesmo que dizer que reconheciam que Jesus tinha autoridade sobre eles. Para entendermos um pouco mais este vocábulo, leiamos Mc 8.27-29:

“E saiu Jesus e os seus discípulos para as aldeias de Cesareia de Filipe; e, no caminho, perguntou aos seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens que eu sou? E eles responderam: João Batista; e outros, Elias; mas outros, um dos profetas. E ele lhes disse: Mas vós que dizeis que eu sou? E, respondendo Pedro, lhe disse:  Tu és o Cristo.” (negrito meu)


Quando Pedro disse: “Tu és o Cristo”, ele estava dizendo a Jesus que reconhecia que ele era o Ungido de Deus (a pessoa a quem Deus deu autoridade), para trazer o reino de dele a Terra (Veja Mt 3.1,2).
 O povo de Israel esperava, segundo predissera as Escrituras, a chegada de um rei que o livraria da opressão romana, porém, muitos deles não criam que Jesus era esse Rei predito. Por isso, Mateus escreveu seu livro aos seus conterrâneos para provar-lhes que Jesus era, realmente, esse homem.

Os judeus sabiam que o Cristo (o Ungido de Deus) o qual esperavam para reinar sobre eles, viria da descendência de Abraão e de Davi, conforme dissera os profetas (Veja 2 Sm 7.12-16; Jr.23.5; Gn12.3). Então, Mateus achou por bem iniciar seu livro mostrando a origem de Jesus, ou seja, de onde ele descendia, e intitulou seu livro de “Livro da geração de Jesus CristoFilho de DaviFilho de Abraão.” (Mateus 1.1) – (itálico meu). Ou seja, Mateus escreveu seu livro com o intuito de chamar a atenção dos judeus para o fato de que Jesus era o Rei que havia de vir, porque, em primeiro lugar, ele pertencia a geração de Davi e de Abraão, exatamente a linhagem da qual as profecias diziam que o Cristo deveria vir.
A partir desta prova confirmada, Mateus começou a contar a história do nascimento de Jesus até a sua ascensão (sua subida ao céu), comparando cada etapa de sua vida com as profecias do Antigo Testamento. Inclusive, ele cita quarenta passagens do Velho Testamento na tentativa de ser o mais convincente possível. Quando ele conta, por exemplo, sobre o nascimento de Jesus, ele faz questão de comparar os fatos narrados por ele com a profecia de Isaías, a qual predisse que Jesus havia de nascer de uma virgem. Assim, após contar o que o anjo dissera a Maria, ele relata que ela era virgem, então, no capítulo 1. 22 e 23, ele escreve:

“Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Eis que a virgem conceberá e dará a luz a um filho, ele será chamado Emanuel, que quer dizer Deus conosco”. (negrito meu)


Leia esta profecia em Isaias 9.6 e compare com o versículo que lemos agora. Leia também (Mt 2.2; 2.5-6; 2.15; 2.17,18; 2.22,23) e veja como Mateus usou as Escrituras do Antigo Testamento para provar que tudo o que foi profetizado se cumpriu desde o nascimento de Jesus até o seu retorno ao céu. Só desse jeito ele poderia convencer os judeus de que Jesus era realmente o Rei que eles esperavam, porque os judeus se baseavam nas profecias. 
Mateus tinha um trabalho difícil para executar. Marcos, por exemplo, escreveu seu livro aos romanos, um povo que mal conhecia as Escrituras. Lucas escreveu aos gentios (ao povo não judeu), que nada sabiam acerca de Cristo e que há pouco haviam conhecido sua  história pela pregação dos apóstolos e demais discípulos. Para estes, bastava contar o que dissera os profetas e como isso havia se cumprido em Cristo. Mas, para Mateus era diferente. Ele estava contando a história de Jesus para um povo que conhecia muito bem as profecias e as Escrituras. Além do mais, muitos judeus duvidavam que Jesus fosse o Rei esperado, porque acreditavam que o Cristo viria fazendo uma revolução para liberta-los da opressão de Roma.  Por isso, não bastava apenas contar-lhes a história de Jesus nem dizer-lhes que as profecias falavam sobre ele, Mateus precisava provar-lhes isso. Então, ele começou seu trabalho, provando-lhes que Jesus era o Filho de Abraão e o Filho de Davi, isto é, que ele era, de fato, descendente destes dois homens.

Primeiro ele escreveu sobre o que trataria seu livro: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.” (1.1)
 Ao dizer “Filho de Abraão” e “Filho de Davi”, ele já inicia o assunto chamando a atenção dos judeus porque eles sabiam que o Messias (O Cristo) viria dessa linhagem.
Em seguida, para ser mais preciso e não deixar qualquer dúvida, ele resolveu escrever um por um os nomes dos antepassados de Cristo, começando por Abraão até chegar a ele, descrevendo sua árvore genealógica da seguinte maneira:


“Abraão gerou a Isaque; Isaque gerou a Jacó; Jacó gerou a Judá e seus irmãos (...); Matã gerou a Jacó; Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo”. (1.1- 15)

Em outras palavras, Mateus escreveu mais ou menos o seguinte:

“Livro da genealogia de Jesus Cristo, o qual comprova que Jesus é da linhagem de Davi e da linhagem de Abraão, conforme predisse as Profecias. Para comprovar o que estou dizendo, vou citar um por um os descendentes dele começando por Abraão: Abraão gerou a Isaque; Isaque gerou a Jacó (este é outro Jacó); Jacó gerou a José, o marido de Maria, a virgem da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo, isto é, o Ungido de Deus, de quem dizia as Profecias.”

Quando Mateus diz no início de sua narrativa que Jesus é o “Filho de Davi” e o “Filho de Abraão” (Leia o versículo 1),  Mateus não estava dizendo que Cristo foi gerado por Davi e por Abraão, no sentido biológico, mas, quanto a sua linhagem, isto é, ele pertencia a mesma linhagem de Davi e de Abraão.

Observamos, também, que apesar de todos nós termos duas linhagens, isto é, uma pela parte de pai e outra pela parte de mãe, Mateus escolheu apresentar a descendência de Cristo pela linhagem de José, seu pai adotivo.  Sabemos que o nascimento de Jesus foi um ato milagroso, pois ele era filho de Maria (uma humana) e do Espírito Santo (um Ser divino) e que José não era o pai biológico dele. O próprio Mateus conta isso (1.18,25). Todavia, tendo José se casado com Maria ele tornou-se legalmente o pai de Jesus, de maneira que os próprios judeus o reconheciam como tal (Leia Mt 13.53-55 e Lc 3.23).
Mateus não apresentou a descendência de Maria, que também era da linhagem de Davi, porque os judeus costumavam considerar os ancestrais pela linhagem paterna. Veja um exemplo de como apresentavam a genealogia de alguém, em 1 Cr 1.8, e observe que só  há menção de nomes de homens.  Lembre-se, também, que naquela época a mulher era valorizada apenas para a procriação, elas não podiam sequer falar em público e suas vidas reduziam-se a servir os seus pais, irmãos ou maridos.

Mateus até incluiu algumas mulheres na genealogia de Jesus, mas preferiu usar a árvore genealógica do pai para apresentar a linhagem de Cristo. Lucas também apresenta a genealogia de Jesus (Lc 3.23-38), porém, alguns eruditos da Bíblia, como o dr. Scofield, defende a tese de que em Lucas, a linhagem de Jesus é descrita pela arvore genealógica de Maria, todavia, apesar de tentador, não nos compete entrar nesse pormenor, apenas nos limitemos ao fato já comprovado de Mateus que apresenta a linhagem de Cristo pela linha paterna, para provar que Jesus era, por legitimidade, descendente de Abraão e de Davi, logo, ele se encaixava nas Profecias.
Outra preocupação de Mateus era enfatizar que Cristo era o Rei que os judeus esperavam, por isso ele usava muito a expressão “Reino dos Céus”, para fazê-los entender que Cristo não era um rei qualquer, mas que seu reino não era desse mundo, isto é, ele era o Rei do qual profetizara as Escrituras. Ele usou tanto esta expressão em seus escritos que alguns estudiosos da Bíblia apelidaram seu livro de “O Livro do Evangelho do Reino”. Leia Mt 4.23; 6.33; 9.35; 24.12. 

Mateus, que também é chamado de Levi (veja Mc 2.14; Lc 5.27), era um dos doze apóstolos de Cristo, conforme está escrito em Mt 10.3. A palavra “Apóstolo” significa “mensageiro ou enviado”, logo, os apóstolos de Jesus, dos quais Mateus fazia parte, eram homens enviados por Cristo para levar a mensagem do Evangelho. Lembre-se de que a palavra “Evangelho”, significa “Boas Novas, Boas Notícias ou Boas Mensagens”. E Mateus, em seu livro, anunciava essas Boas Noticias (o Evangelho) especialmente aos judeus, dizendo-lhes que Jesus é o Messias que eles esperavam e o Rei predito pelas profecias do Antigo Testamento. Não devemos nos esquecer de que os judeus eram conhecedores das Escrituras, por isso era indispensável que Mateus usasse todas as provas possíveis a fim de fazê-los compreender que Jesus era o Cristo.
Espero que agora você tenha compreendido como foi importante Mateus ter escrito sobre a genealogia de Jesus e citado tantas passagens do Antigo Testamento.
Leia este maravilhoso livro que foi dividido em vinte e oito capítulos e tente imaginar Mateus se esforçando para contar a história de Jesus aos judeus, seus conterrâneos, de forma convincente e sem perder nenhum detalhe descrito pelas profecias do Antigo Testamento.

 Boa Leitura e que o Espírito Santo fale ao teu coração.

Fique na doce paz de Cristo!

Leila Castanha

07/2013