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A
palavra “Profeta” vem do hebraico e a tradução mais comum é “nabi”.
Não
é certa a significação original da raiz (NB’). Segundo alguns estudiosos, esta
raiz significa “Ferver, borbulhar”, ao que muitos entendem o termo “Profeta”
como sendo, “Aquele que ferve com a mensagem ou com a inspiração divina”.
Todavia,
outros acham mais provável que Nabi esteja em conexão com uma raiz assíria ou
árabe, que significa “proferir, anunciar uma mensagem”, e está em conformidade
com Êxodo 7:1, onde está escrito o seguinte: “...Tenho te posto
por deus..., e Arão,... será o teu profeta (mensageiro)”.
Sabemos
que Arão foi enviado por Deus para entregar sua mensagem a Faraó, porque
Moisés achava que não conseguiria falar. Deus, então, fez um acordo com Moisés dizendo-lhe que lhe diria o que
deveria dizer ao rei, mas o
autorizava a passar a
missão a Arão, que por sua vez seria o seu mensageiro. (Ex 4.14-16).
Só
para constar, Arão era o irmão primogênito de Moises (3 anos mais velho), sendo
a irmã do meio Miriã, e Moisés era o
caçula. Leia Ex 7.7.
A
palavra “Profeta” no grego é “Prophetes”, que significa “alguém que fala por um
deus e interpreta sua vontade”. Assim, de acordo com a Pequena Enciclopédia
Bíblica, Profeta é “Alguém cujo ofício é
servir como porta-voz de Deus, cuja mensagem é para admoestação ou predição”.
Apesar
de Moisés ter servido como profeta (porta-voz de Deus ao povo), ser profeta
ainda não era considerado um ofício, uma função reconhecida, como era a de
sacerdote.
Assim, a primeira pessoa que foi reconhecida
como tal, foi Samuel. Ou seja, a partir dele, assim como havia o ofício de rei,
de pastor de ovelhas, de artesão, de sacerdote, também havia o de profeta.
Após
a vinda de Jesus à Terra,não houve mais esse oficio, na verdade, segundo a
Bíblia, o último homem a ser reconhecido na função de profeta, foi João
Batista. (Veja em Mt 11:13).Entenda: Reconhecido pelo nome de profeta, como um cargo.
Deus
instituiu homens para a função de profetas, isto é, Ele elegeu algumas pessoas
para entregar seus recados ao povo. Isto ocorreu porque na época de Moisés o povo teve medo de
morrer caso Deus lhes falasse diretamente, então pediram que Moisés lhes falasse
em lugar de Deus. Daí para frente, Deus falava com Moisés e este servia de porta-voz
ao povo. (Leia Ex 19.17; 20;18,19; Dt 5. 1,4,5; 18.15,18).
Uma
vez que Deus não falava mais diretamente com o povo, ele falava com eles
através dos profetas. Por isso em Pv 29.18, Salomão diz: “Não havendo profecia o povo se corrompe”. Em outras
palavras, nós podemos entender que, se não houvesse profetas (mensageiros de
Deus), o povo se perderia em seus pecados.
Havia
uma grande diferença entre “profetas” e “sacerdotes”, dois ofícios
importantíssimos na época do Velho Testamento (da velha aliança de Deus com
Israel). Os profetas eram como canais onde Deus se utilizava para falar com o povo.
Já os sacerdotes, eram pessoas separadas por Deus para sacrificar a Ele em favor do povo.
No
Antigo Testamento, isto é, no Antigo Pacto de Deus com Israel, quando alguém
pecava devia levar um animal para que o sacerdote o sacrificasse para remissão
do pecado do ofertante, a fim de que Deus os visse novamente como um povo puro.
Então, podemos resumir da seguinte maneira: O homem falava com Deus
através do sacerdote; Deus falava com o homem através do profeta.
Os
profetas no Antigo Testamento são classificados da seguinte maneira: Profetas Maiores e
Profetas Menores.
É
importante que entendamos que esta classificação nada tem a ver com a
importância dos profetas, mas com o tamanho de seus livros. Por exemplo, o
livro de Isaias, Jeremias, Ezequiel e Daniel, são livros relacionados a
profecias e ao mesmo tempo são mais extensos do que os demais livros
proféticos, então, por essa razão foram classificados como Profetas Maiores.
Os
outros doze livros que são respectivamente: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas,
Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias, que também tratam de assuntos
relacionados a profecias, são chamados de Profetas Menores, porque seus livros
são menores que os outros.
Também
são classificados como Profetas Orais e Escritores: Os orais são aqueles profetas que são mencionados em algum livro da Bíblia,
mas não tem o seu próprio, como é o caso de Natã, que é um profeta mencionado
no livro de 1 Samuel e não existe um livro com o seu nome. O mesmo acontece com
os profetas Elias e Eliseu, cujos nomes são mencionados no livro de Reis, e
nenhum deles possui o seu próprio livro.
Já
os Profetas classificados como Escritores, são aqueles cujos nomes foram mencionados
no próprio livro escrito por eles. É o caso de Isaias, Daniel, Jeremias, Jonas
e demais citados acima.
No
início Israel vivia sob o regime da teocracia
(governo onde o próprio Deus era o governante), e o povo conhecia suas leis
através dos profetas que lhes anunciavam: Deus dava a ordem ao profeta e ele
passava ao povo. Veja por exemplo, Isaias 1. 2: “Ouvi, ó
céus, e dá ouvido, ó terra, porque o Senhor é que fala ...” (itálicos meus)
Observe:
O profeta falava em nome do próprio Deus. Ele era apenas um mensageiro,
enquanto que Deus era o autor da mensagem.
Em
2 Rs13.15-17, vemos uma historia onde um rei vai procurar um profeta para que
ele lhe diga o que Deus ordena que ele faça. Era dessa maneira que funcionava a
teocracia (o governo de Deus): Deus enviava sua palavra ao homem através do
profeta, e recebia o povo através do sacerdote.
Porém,
em uma determinada época, os israelitas não queriam mais ser governados por
Deus e pediram para que Ele
lhes permitisse ter um rei humano, assim como era nas outras nações.
Apesar de Deus ficar muito triste por ser
rejeitado pelo seu povo e saber a grande bobagem que eles estavam fazendo,
ordenou que Samuel (seu profeta) lhes dissesse que Ele atenderia o desejo
deles, e a partir daí Saul foi constituído por Deus, como o primeiro rei de
Israel (Leia 1 Sm 8.4-9).
Para
finalizar, vamos relembra duas coisas sobre os profetas:
1º:
O primeiro a ser reconhecido na função de profeta foi Samuel.
2º:
O último a ser considerado profeta foi João Batista.
Portanto,
devemos tomar cuidado com aqueles que assim se denominam dizendo ter o ofício
(cargo) de profetas. Leia sobre isso no texto “Ainda existe o
ofício de profeta?”.
Creio
que Deus ainda usa seus profetas, pois o apóstolo Paulo fala que existe o dom
de profecia (1 Co 12.10), no entanto, existem muitas “profetadas” (falsas
profecias) no meio pentecostal que devem ser analisadas e julgadas, conforme
nos admoesta a Palavra de Deus em 1 Coríntios 14.29.
Quando
a profecia é da parte de Deus ela tem que se cumprir cabalmente, não em partes.
Observe o alerta de Deus em Deuteronômio 18.21,22:
“Se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o
Senhor não falou? Sabe que, quando esse profeta falar em nome do Senhor, e a
palavra dele se não cumprir, nem suceder, como profetizou, esta é palavra que o
Senhor não disse; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele.”
E,
em relação aos que profetizam falsamente em nome do Senhor, fica a advertência
do próprio Deus em Ezequiel 13. Leia e medite no quanto Deus se ira com aqueles
que, em Seu nome dizem o que o Senhor não disse.
Leia
a Bíblia, pois é a profecia que jamais falha. Não vá atrás de profeta, pois
Deus há de falar com você, como e quando Ele quiser, ainda que o faça por meio de profecia.
Profecia
é um dos meios pelos quais Deus fala conosco, não o único. E, aliás, se Deus
não mandava seus profetas do Antigo Testamento, que “trabalhavam” como Profeta, para falar toda hora com seu povo, mas só os enviava em casos especiais, por que hoje, quase todos os dias, ouvimos profetas
profetizando sobre as coisas mais banais da vida?
Ore,
peça sabedoria a Deus, pois Ele a dá (Leia Tiago 1.5,6 ). Fuja de qualquer
movimento onde impere a emoção acima da razão, pois Deus não é Deus de confusão
(1 Co 14.33).
Somos
seres emocionais, todavia, não podemos nos esquecer de que, da mesma forma,
somos seres racionais, conforme nos exorta o apóstolo Paulo ao aconselhar os
irmãos de Roma a apresentarem a Deus um culto racional (com a razão, com o
entendimento), conforme observamos no texto abaixo:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que
apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus que é o
vosso culto racional.” (Rm 12.1).
Espero
tê-lo ajudado com este texto. Qualquer dúvida ou comentário pode utilizar o
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direito do blog.
Em
Cristo,
Leila
Castanha
02/2013
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