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Primeiramente, para
entendermos esse assunto, vamos entender o que são cosmovisões.
COSMOVISÕES: De
acordo com a Larousse Cultural, essa palavra é originada de outras duas de
origens diferentes: Kosmos (grego- significa mundo) e visio,
visiones (latim – significa visão). Assim sendo, COSMOVISÃO é a “visão
do mundo e do homem, ponto de vista a respeito do Universo, nas várias
filosofias”.
Em poucas palavras,
pode-se dizer que COSMOVISÕES são as nossas percepções a respeito do mundo,
isto é, como vemos e interpretamos a realidade. Partindo desse entendimento, ao
falarmos de COSMOVISÕES ANTICRISTÃS entendemos ser todo pensamento, ideia ou filosofia
que se choca contra a Palavra de Deus.
SÉCULO 21 E AS COSMOVISÕES
ANTICRISTÃS
O pensamento atual defende o respeito
às crenças e aos valores de todos. Em nome desse respeito, não se pode falar
nada que fira a crença alheia. Isso tem exigido a Igreja a rever seu modo de
pregar o Evangelho sem secularizar a Palavra de Deus, mas, ao mesmo tendo,
usando de estratégias para evitar processos, no caso de alguém alegar ter sido
ofendido pela pregação do Evangelho.
Veremos a seguir algumas
ideias que têm se estabelecido no pensamento hodierno (atual, moderno) e quais
são as suas consequências em relação à Igreja.
Existem três pensamentos
decorrentes das cosmovisões anticristãs, os quais são: pluralismo,
humanismo e relativismo. Nesse estudo me aplicarei em comentar apenas o
pluralismo e o humanismo para o texto não ficar muito extenso.
O QUE É PLURALISMO?
O termo “pluralismo” indica
algo que não é único, ou seja, que possui multiplicidade. O pluralismo religioso
se refere a todas as crenças como legítimas, e defende que todos os caminhos
levam a Deus. Assim, há pluralismo religioso quando se aceita como válidas
ideias religiosas diferentes e até contraditórias entre si. Por exemplo:
Eu posso concordar com a doutrina de determinada religião que prega a prática
de boas obras como requisito definidor de uma pessoa que pertence a Deus, porque a Bíblia também
defende tais práticas como próprias do comportamento cristão, no entanto, não
posso aceitar o ensinamento de tal religião quando prega que as boas obras por
si só são capazes de levar alguém à salvação. Isso porque a Bíblia declara que
só Jesus pode conceder o perdão dos pecados e justificar o homem diante de Deus
(Rm 5: 1,16-18; 8:5; 1 Co 6:11; Gl 3:24; Fp 3:9 etc).
Jesus disse que ele é “o único caminho” que leva a Deus (Jo 14.6), logo não posso concordar que “qualquer caminho” seja possível para alcançar esse fim. Porém, se eu aderir ao pluralismo religioso precisarei aceitar que não há “um único” caminho para alguém se relacionar com Deus, mas “muitos”, e que cada pessoa deverá encontrar o seu modo de ter acesso à divindade.
Alguns cristãos defendem o pluralismo
religioso porque o confunde com liberdade religiosa. A liberdade
religiosa me faz respeitar o direito das pessoas de escolher qualquer
crença, independente da minha. O pluralismo religioso me conduz a escolher
as crenças de outras pessoas agregando-as às minhas. Ou seja, uma coisa é legitimar o direito das
pessoas em crer no que quiserem, outra coisa, bem diferente, é legitimar essas
crenças aceitando-as como verdades.
Outro problema bem comum na concepção
moderna é a ignorância sobre as concepções de “respeito às
crenças” e “liberdade de expressão”. A meu ver, nesse contexto, respeitar
a crença de alguém é dar à pessoa a liberdade de seguir ou acreditar no que
quiser. Liberdade de expressão é
dar às pessoas a liberdade de exprimir suas crenças. Na modernidade, é bem claro
nosso dever de respeitar as crenças alheias, mas não é politicamente correto
expressar nossas crenças religiosas, sob o pretexto de que podem “desagradar” a
alguém, uma atitude que, aos poucos, vai cerceando nossa liberdade de expressão.
Somos o que somos por meio de nossas relações sociais, culturais, políticas e
religiosas, e é a totalidade dessas partes que formam nossa visão de mundo.
Precisamos nos atentar para a realidade
de que sempre haverá pensamentos contraditórios a nossa fé, e cabe a nós, cristãos,
respeitar o livre arbítrio que Deus deu às pessoas, nos relacionando com todos
de modo respeitoso, sem discriminar ninguém por conta de sua opção de fé, mas
mantendo o diálogo inter-religioso, franco, mas, ao mesmo tempo, com respeito à
liberdade do outro.
Por outro lado, no âmbito de
nossa crença, não podemos conceber o pluralismo religioso, pois aos que querem
introduzir na igreja doutrinas diferentes das professadas pela Palavra de Deus,
ou contrárias a ela, a Bíblia chama herege, e nos faz severas advertências contra
as tais pessoas e ensinamentos (Gl 1:8; Ap 22:18,19; 2 Pe 2:2-3; Cl 2:6,7; 1Tm
6:3-5; Gl 1.8,9; Gl 1:6,7; Ef 4:14,15)
HUMANISMO:
De acordo com a Larousse Cultural,
essa palavra provém do francês “humanisme” e se trata de uma “corrente
filosófica que coloca o homem e os valores humanos acima de todos os outros valores.
Em outras palavras, o humanismo é a deificação do homem, isto é., tudo se
baseia no ser humano.
Esse movimento aconteceu no século XV (15) na
Itália, e teve grande influência na mentalidade religiosa na Idade Média. É
importante nos lembrar que a Idade Média foi um período em que o pensamento
religioso era predominante, de modo que todas as esferas da vida estavam
envolvidas pelo pensamento teocêntrico (Deus no centro). Se antes havia a crença
de que Deus era o centro de todas as coisas, agora era o homem quem deveria
ocupar esse lugar (antropocentrismo). Ninguém precisava mais “olhar para cima” a
fim de medir suas práticas, crenças e filosofias, tudo dependia agora da
subjetividade, individualidade e experiências humanas. O homem teria que olhar
para si mesmo para medir suas ações, crenças e atitudes, por meio não apenas da
fé, mas da experiência.
Vemos essa prática desde há muito, antes mesmo do antropocentrismo receber esse nome. A Igreja de Sardes estava vivendo segundo as suas próprias normas, deixando Jesus fora dela (Ap 3.1,2), isto indica que tinha cara de Igreja, mas não passavam de organização religiosa. Outra igreja que agia da mesma forma (antropocentricamente) era a igreja de Laodiceia, seus membros “se achavam” enquanto para Cristo eles estavam mortos, isto é, estavam vivendo segundo seus próprios conceitos, e acreditavam que agradavam a Deus (Ap 3.14-18).
Na Idade Média, apesar do antropocentrismo
ter adentrado na igreja, a religião não foi desprezada, mas sofreu um “reajuste”,
pois agora o homem era protagonista da história, visto que, segundo
o entendimento dos pensadores da época, sendo dotado de inteligência, o homem
poderia mudar o seu destino. Assim, não haveria mais verdades preestabelecidas,
tudo deveria ser passado pela experimentação (empirismo). O EMPIRISMO é a
“maneira de se comportar levando em conta as circunstâncias e sem princípios preestabelecidos;
pragmatismo”. (Larousse Cultural).
O pragmatismo é uma
corrente de pensamento que defende que a validade de uma doutrina (ensinamento)
é determinada pelo seu efeito prático. Um cristão pragmático é aquele que só
aceita as verdades bíblicas que lhe sejam úteis, ou seja, aquelas que
funcionam na prática. Conduzidos por tal pensamento, há igrejas que
abdicaram da oração e promovem shows gospel, por exemplo, porque alegam que o
povo moderno não gosta de orar, então precisam “se modernizar” para chamar a
atenção do povo para Cristo. Uma coisa é modernizar-se, outra coisa é renegar
os fundamentos da fé cristã. Sem oração não há comunicação da Igreja com Deus o
que acarretará a suspensão da comunicação de Deus com a Igreja. É só observamos
o que ocasionou o chamado “Período Interbíblico”, no qual Deus ficou durante
muito tempo sem se comunicar com o povo.
Outros desprezam o ensino da Palavra
de Deus sob o pretexto de atrair almas para Cristo por meio de práticas
modernas. No entanto, o apóstolo Paulo dizia aos irmãos de Roma que não se
envergonhava do Evangelho de Cristo porque “é o poder de Deus
para salvação de todo aquele que crê”. (Rm 1.16) grifo
meu.
Veja que pensamento diferente de alguns líderes cristãos modernos: a “isca”
para salvação, segundo o apóstolo Paulo, é o Evangelho de Cristo, e muitos estão
querendo trazer almas para Cristo, sem o PODER DE DEUS, assim como cortar uma
árvore com o cabo do machado.
Uma Igreja que abraça a
filosofia humanista não pode ser considerada cristã, visto que isso a forçará adaptar as doutrinas bíblicas ao parecer moderno, e, ao invés se moldarem aos
ditames bíblicos, toda a mensagem da Palavra será adaptada ao contento dos
ouvintes. A Bíblia já previa essa inversão dos valores cristãos. O apóstolo
Paulo disse que nos últimos tempos haveria homens amantes de si mesmos, e que “virá
tempo que não suportarão a sã doutrina; ... amontoarão para si doutores conforme
a suas próprias concupiscências”. (2 Tm 2.1, 22; Tm 2.3). (grifo
meu)
No humanismo só serve aquilo
que agrada ao homem, o que lhe deixa confortável, no entanto, a Palavra de Deus
é quem dita nossa conduta e conduz os nossos pensamentos, ou
seja, não podemos escolher no que crer e o que queremos fazer. A exemplo do Sl
119:105, a Palavra de Deus deve ser lâmpada para os nossos pés e luz para o
nosso caminho. Leia também: Ef 5.1-15; Mt 10:32, 39; Mc 16:15,16; Rm 12.8;
Ef.4:22-24; 1Pe 1:14-16; ‘Ts 4:7; Rm 6:11; Cl 3.5-8; 1Co 6.9-11 etc.
Cristianismo é Cristo no
centro. O que Ele diz deve ser lei para o cristão, independente de nossa compreensão, sentimento ou
experiência.
E, como disse o apóstolo Pedro:
“Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” – At 5.29
Que o Espírito Santo ilumine
nossas mentes e nos ajude a ser fiéis até o fim.
No amor de Cristo,
Leila Castanha