Desde o momento em que
aceitamos a Jesus como nosso Salvador e Senhor o Espírito Santo passa a habitar
em nós (Leia 1Co 3. 16; 6.19), por isso é de suma importância que conheçamos
esta terceira Pessoa da
Trindade.
É muito importante que
saibamos também que a palavra Trindade não é encontrada na Bíblia, mas usamos
esse termo do mesmo modo que alguém usa a sigla H2O ao invés de dizer água. Ou
da mesma maneira que alguém diz que é homofóbico ao invés de dizer que não tolera
homossexuais. Assim, ao usarmos
o termo “Trindade”, estamos nos relacionamos ao “Pai, Filho e Espírito Santo”
de forma resumida, ao invés de dizermos “As três pessoas celestiais que agem em comum acordo”.
Para
melhor entendermos isso vamos ao Livro de Gênesis 2.21-23, onde narra que da
costela de Adão Deus fez Eva. No versículo 23 lemos: “Por isso deixará o homem
pai e mãe e se unirá à sua mulher e será os dois uma só carne”.
Observe
bem a figura de linguagem (uma
só carne). Figura de linguagem é quando eu digo uma coisa de modo figurativo
(simbólico). Por exemplo: Quando a Bíblia diz que Jesus é a porta, ela
está usando uma figura de linguagem chamada metáfora. Como
todo mundo sabe que a porta serve para dar acesso a algum lugar fica fácil entender que a missão de Jesus é
servir de acesso para o povo chegar à Deus.
Assim
também é quando a Bíblia diz que o marido e a esposa viram uma só carne. É
claro que a carne de um e do outro não se misturam, mas é como se
o casal se misturasse e se tornasse uma só pessoa a partir do casamento. Para
entendermos a linguagem conotativa (por meio de figuras) é só transformá-la em
denotativa (falar exatamente aquilo que queremos dizer), então, ao fazermos
isso a frase de gênesis ficaria assim: “E
serão os dois como se fossem uma só carne”. Não ficou mais claro
agora?
Vou
dar mais um exemplo sobre a unidade da trindade
a fim de que entendamos o porquê utilizamos esse termo: Imagine uma grande
empresa na qual a secretária executiva vá a uma reunião de negócios representá-la.
Ao apresentar-se ela começa a falar com os demais executivos sobre as questões
que irá tratar em nome de sua empresa, e
inicia sua apresentação citando o nome de um por um dos funcionários de sua
empresa, da área executiva até o mais baixo cargo.
Certamente,
as pessoas que estivessem nessa reunião achariam que esta secretária é maluca.
Imagine numa firma de 300 funcionários, como ela falaria o nome de cada um?
Para
evitar esses problemas utilizamos o coletivo. Assim, ao invés de alguém dizer
que atacado por 5.000
abelhas (pois seria muito difícil contá-las), a pessoa pode resumir sua
história dizendo que foi atacada por um enxame de abelhas (isto é, muitas
abelhas juntas). Ao invés de falar-se sobre um número X de ovelhas que um
determinado pastor cuida, podemos chamar o ajuntamento desses animais de
rebanho. Da mesma forma, ao invés de a secretária citar cada um componente do
local o qual ela representa, é mais fácil ela dizer que está representando a EMPRESA. Todos
entenderão que ela está dizendo, de forma resumida, que representa a todos os funcionários
que lá trabalham e seus respectivos donos.
Assim
também é quando usamos o termo “Trindade”, estamos citando de forma resumida o “Pai,
o Filho e Espírito Santo”.
Uma
vez compreendido isto vamos para a próxima etapa: Quem ou o que é o Espírito
Santo?
Algumas
denominações religiosas dizem que o Espírito Santo é uma força ativa (uma força
que age) da mesma forma que o vento, pois apesar de o vento ser uma força em
ação ele não é uma pessoa.
Dizem que o vento quando sopra, ele pode, por exemplo, destelhar casas, quebrar
árvores e criar enormes ciclones, mas nem por isso ele pode ser considerado uma
pessoa, mas uma força ativa. Para estas pessoas que creem assim o mesmo
acontece em relação ao Espírito Santo: Ele é uma força ativa proveniente de
Deus. Age por comando de Deus, mas não é uma pessoa.
Porém,
não é assim que a Bíblia mostra o Espírito Santo. Vejamos alguns exemplos:
Em
João 14.16, quando Jesus estava preste a voltar para o céu, porque já havia
completado sua missão na Terra, os discípulos ficaram tristes com a sua
partida, então, após animá-los com palavras de esperança, ele lhes disse que
pediria ao Pai para enviar o Espírito Santo para ficar com eles,
dizendo-lhes: “E eu
rogarei ao Pai e ele vos dará OUTRO CONSOLADOR,
a fim de que esteja para sempre convosco”.
O
termo “outro” usado nesta passagem relacionado ao Espírito Santo, é no original
grego “allos”, que quer dizer “outro do mesmo tipo”. Se
no original, o termo “outro” fosse “heteros”, então o Espírito Santo seria
“outro de tipo diferente”. Mas sendo “allos”, isso significa que sendo
Jesus uma pessoa ele ia mandar para a Igreja “outro do mesmo tipo” que ele, ou
seja, quem seria enviado para ficar conosco teria de ser uma pessoa também, e
não uma força ativa.
Além
disso, o Espírito Santo também é chamado de “Consolador”, que no original é
“Paracleto”, termo que pode ser traduzido tanto por Consolador quanto por
advogado (Compare Jo 14.16 e I Jo 2.1). Assim como Jesus utilizou o termo
“Paracleto” (Consolador) para denominar o Espírito Santo, o próprio Jesus
também foi chamado desta forma, conforme vimos nos textos citados acima.
Além
disso, o Espírito Santo possui várias características que o definem como uma
Pessoa (Pessoa é todo Ser dotado de razão e emoção), ou
seja, alguém que pensa e tem sentimentos. Segundo a enciclopédia Larousse
Cultural, pessoa é “alguém capaz de gozar de direitos e contrair obrigação.”
Vejamos
então, porque segundo a Bíblia, analisamos ser o Espírito Santo uma pessoa:
Em
Jo 16.8,13e14, encontramos os pronomes ele e aquele (do grego ekeinos), expressão esta usada apenas para pessoas. Além de tudo
que já foi falado, ainda observamos muitas outras evidências de que o Espírito
Santo é de fato uma Pessoa, pois uma força ativa não seria capaz de executar
tais ações, conforme veremos a seguir:
·
O Espírito Santo convence o homem- Leia Jo 16.8;1 Co
6.19;1Jo 2.27;
·
Dá acesso ao Pai- Ef. 2.16;
·
Dá ousadia em testemunhar- At.4.31;
·
Ele fala- At. 13. 2;
·
Impede ( não permite) – At. 16. 6;
·
Ensina – Jo 14. 26; 1 Co 2. 13; ( Veja também Lc 12.11,12);
·
Ele Guia (orienta) – Lc 4.1; At. 8.29; 16.7;
·
Dá inspiração – 2 Tm 3.16;
·
Intercede por nós – Rm 8.26, 27;
·
Justifica – 1Co 6.11;
·
Revela – Ef. 3.5;
·
Se entristece – Is. 63. 10; Ef. 4. 30;
Se
isso é ser uma força ativa, então porque o vento não faz as mesmas coisas que o
Espírito Santo?
Ele
é, sem sombra de dúvidas, uma Pessoa da mesma maneira que o Pai e o Filho, e
juntos trabalham pela nossa salvação.
Observação: Se a sua Bíblia tem
referências bíblicas (aquelas letrinhas ou números ao lado de uma palavra ou de
um versículo, que indicam outros versículos do mesmo tema), aprenda a usá-las e
você descobrirá muitos outros exemplos que comprovam a personalidade e
pessoalidade desta pessoa tão importante para a vida dos cristãos. Também é
muito importante para o estudante da Bíblia ter uma boa enciclopédia bíblica.
Gosto muito, principalmente para os iniciantes, da enciclopédia bíblica do
Orlando Boyer Cohen. Adquira esta ou outra para facilitar seus estudos, pois
além de explicar alguns termos bíblicos também cita versículos relacionados com
as palavras que você consultar.
Fique
na doce Paz de Cristo,
e
até nossa próxima reflexão bíblica.
Com
amor,
Leila
Castanha
04/2013